Janeiro 2023 archive

Serviços Mínimos: Desfaçatez Máxima…

 

Os Serviços Mínimos agora decretados evidenciam bem que:

– O Ministério da Educação encontrou uma forma soez de tentar “matar” as presentes Greves e de “calar” os profissionais de Educação…

– O Ministério da Educação desconhece o significado de “Boa-Fé”, decidindo, em vez de a praticar, hipotecar qualquer forma de entendimento com os Sindicatos e “envenenar” a opinião pública, colocando-a contra os profissionais de Educação…

– O Ministério da Educação reconheceu publicamente que a Escola, muito mais do que preocupar-se com as aprendizagens, deve preocupar-se com a guarda de crianças/jovens, transformando-se, se necessário for, numa gigantesca Agência de “Baby-Sitting”, atribuindo aos profissionais de Educação a função de “Baby-Sitters”…

As Greves são uma chatice, pois são, todos o sabemos e todos já fomos afectados por inúmeras Greves, nos mais variados sectores…

As Greves são uma chatice para os utentes de determinados serviços que estejam em paralisação voluntária, pelas perturbações de funcionamento causadas, umas vezes com efeitos mais específicos, outras com consequências visíveis para a população em geral…

Contrariando a lógica anterior, as Greves dos profissionais de Educação não podem ser uma chatice, ou seja, os profissionais de Educação têm o direito inalienável de fazer Greve, desde que seja aos Sábados, Domingos e Feriados…

Por outras palavras, parece considerar-se que os profissionais de Educação têm direito à Greve, afirmando-se que, coitados, até são maltratados, mas, e ao mesmo tempo, defendendo-se que essa paralisação não deveria causar perturbações, nem transtornos, na vida dos alunos e das respectivas famílias…

Uma Greve é uma forma de protesto que geralmente só é accionada quando se esgotam outras acções reivindicativas, que não obtiveram o sucesso esperado, porventura mais “benignas”… Ninguém, certamente, fará Greve por prazer…

Nem aqui, nem noutro qualquer lugar do mundo, é possível assumir lutas ou protestos concretos e consequentes sem que existam potenciais “prejudicados” ou “lesados”… E é assim em todas as lutas reais…

Será, talvez, tão simples quanto isto:

– Se uma Greve, independentemente da Área em que ocorra, não provocar efeitos visíveis e concretos não valerá a pena fazê-la porque ninguém dará por ela, perdendo o seu pretenso significado e impacto…

As presentes Greves dos profissionais de Educação não têm como objectivo “prejudicar os alunos”, nem as suas famílias, mas antes chamar a atenção para a necessidade premente de se melhorarem as condições de trabalho do Pessoal Docente e Não Docente, respeitando e valorizando o seu trabalho…

Se esse objectivo for atingido, e se se assistir à melhoria dessas condições, estar-se-á, naturalmente, a contribuir para a salvaguarda de uma Escola Pública mais honesta, mais realista e com mais qualidade…

 

E, em primeira análise, isso também terá, obviamente, consequências positivas para os alunos e para as suas famílias…

 

O Ministério da Educação estaria, porventura, mal acostumado com reivindicações que, na verdade, não o eram…

Temos pena, em vez de reivindicações “fofinhas”, desta vez os protestos são reais, visíveis, audíveis e “ásperos”…

“Habituem-se”, como afirmaria, por certo, o Chefe do presente Governo, com toda a desfaçatez…

 

(Paula Dias)

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Os profissionais de Educação não ficarão sozinhos, se permanecerem unidos…

 

“O Presidente da República afirmou esta quinta-feira não querer intrometer-se no diálogo entre Governo e professores” (TSF, em 26 de Janeiro de 2023)…

A anterior afirmação do Presidente da República até poderia considerar-se como sensata e cautelosa, não fosse dar-se o caso de Marcelo Rebelo de Sousa não ter por costume mostrar-se tão comedido nas palavras e de raramente resistir à tentação de opinar livremente sobre todo e qualquer assunto…

Estranha-se, portanto, esta atitude do Presidente da República que, inequivocamente, contrasta com a sua habitual postura…

Além disso, Sindicatos a serem recebidos por Isabel Alçada, em nome do Presidente da República, poderá até parecer uma piada de mau gosto, tendo em consideração que a própria foi uma das intervenientes no trágico acordo de 2010, assinado entre o Ministério da Educação e a FENPROF, e que muito contribuiu para o estado comatoso em que se encontra a Carreira Docente…

Ou terá sido uma escolha propositada? É que o actual Presidente da República não parece pautar a sua acção pela “ingenuidade”, nem pelo acaso…

De qualquer forma, fica no ar uma certa desvalorização desses encontros, por parte do Presidente da República, o que também não poderá deixar de ser interpretado como um certo menosprezo pelos próprios profissionais de Educação…

Face a tais vicissitudes, parece plausível que possa existir uma mensagem subliminar na actuação do Presidente da República, dirigida aos profissionais de Educação, e que bem poderá ser esta:

Aguentem-se, estão por vossa conta e risco…

Se assim for, a “neutralidade” do Presidente da República, somada à arrogância de um Governo excessivamente confiante numa maioria absoluta, deixarão, expectavelmente, os profissionais de Educação entregues a si próprios…

Apesar do anterior, com o “empurrão” preponderante dado pelo Sindicato S.T.O.P., os profissionais de Educação conseguiram:

– Finalmente, “sair da ilha” (alusão a José Saramago, Conto da Ilha Desconhecida)…

– Finalmente, quebrar o círculo vicioso do silêncio, da indiferença e da auto-sabotagem…

E mesmo que o Presidente da República e os Partidos Políticos “abandonem” os profissionais de Educação, estes não ficarão sozinhos, se permanecerem unidos e independentes de terceiros, para alcançar as suas pretensões…

Que não restem dúvidas: todos os Partidos Políticos têm tido por hábito “abandonar” os profissionais de Educação em momentos cruciais, como ficou visível ao longo dos últimos 7 anos, por ocasião de algumas votações na Assembleia da República, pelo que nem sequer valerá a pena confiar que, agora, alterem a sua recorrente e hipócrita estratégia…

Ao Presidente da República, Chefe de Estado, deixa-se esta mensagem:

No Inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempos de crise moral”…

(Discurso de John Fitzgerald Kennedy em Berlim Ocidental, Junho de 1963, aludindo a Dante Alighieri)…

Os profissionais de Educação não podem perder o foco do que significa esta luta e dos motivos da mesma, nem cair no deslumbramento e na vertigem de uma vitória que se espera e se deseja, mas que, na verdade, ainda não se alcançou…

É preciso continuar a lutar, sem esmorecer e sem vacilar, mas de preferência com os “pés bem assentes na terra”, sem perder a identidade e sem cair em “tentações” desgastantes ou na banalização de algumas acções, obliterando o seu impacto…

(Paula Dias)

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Discurso de André Pestana na Marcha de Ontem

https://www.youtube.com/watch?v=8FBdMhzfGcY

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A Marcha de Ontem em 5 Minutos

 

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É claro que esta bandalheira ia cair nas costas dos Diretores…

… e assim haverá quem os vá culpar, também, dos serviços mínimos.

Os Diretores deviam requerer ao sindicato que dê cumprimento à primeira parte do ponto 7, do artigo 538.º do Código de Trabalho e depois logo vejo. Se não obtiverem resposta poderão, sempre, requerer ao C.G. que se pronuncie sobre a distribuição feita antes de ser posta em prática.

A ordem já chegou e foi esta:

Assim sendo, a Direção de cada Agrupamento de Escolas/Escola não agrupada deverá tomar as medidas necessárias, em termos de distribuição de serviço, com vista a assegurar o cumprimento destes serviços.”

 

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80 MIL

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A manifestação em fotografia

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“Em vez de andarem sempre a criticar professores, pais deviam fazer TPC”

 

“Em vez de andarem sempre a criticar professores, pais deviam fazer TPC”

Governar é antecipar os problemas. António Costa está mal rodeado e o ministro da Educação que, anteriormente, foi secretário de Estado, tinha a obrigação de resolver os problemas que ficaram em stand by, em vez de se pôr a inventar problemas.

O ministro da Educação teve um erro de cálculo ao pensar que os professores não avançavam para este tipo de luta pelos seus direitos e que tivesse tamanha dimensão.

A falta de professores existe porque ninguém quer ser professor. Está é a verdade nua e crua. Ser professor é das profissões mais nobres que há, mas ninguém quer ser professor, o seu reconhecimento social está nas ruas da amargura e de rastos.

Ninguém quer ser professor, porque um professor pouco ou nada exerce a sua função – ensinar. Passa a vida no meio de papéis e decisões burocráticas, que são de bradar aos céus.

O ensino precisa de ser simplificado, eficiente e respeitado pela sociedade em geral a começar pelos pais.

Uma escola não é um armazém de alunos. Uma escola é um local de aprendizagem e de educação. Uma escola não é um local onde se deixam os filhos para que estejam ocupados.

Assim não vamos lá.

Não chega o Presidente da República – que foi professor -, dizer bem dos professores. É preciso atos e decisões tomadas rapidamente.

Os pais, em vez de andarem sempre a criticar os professores e a meterem-se na vida da escola, deviam fazer o TPC e aprenderem como funciona uma escola, a classe docente e as suas condições de trabalho que deixam muito a desejar.

Os pais falam muito porque a sua única preocupação é não terem onde deixar os filhos. Querem lá saber dos problemas dos professores e da escola! O egoísmo social atinge o clímax nesta relação.

Os professores não são ‘amas’, os professores são uma classe com multifunções, uma delas é ocupar os alunos para os ensinar. Isso sim – ensinar, não é para tomar conta de alunos e tê-los ocupados.

Os pais esquecem-se que os professores também são pais.

O impacto desta greve na opinião pública tem sido colossal e impressionante. O ministro da Educação, em vez de procurar aproximar-se das reivindicações dos professores e perceber o que se passa, procura criar um clima de intimidação, medo e suspeição, alegando que os professores podem ter faltas injustificadas se a greve foi ilícita ou pela recolha de fundos.

Quando se faz uma greve, ela tem por finalidade criar o maior impacto possível e chamar à atenção dos seus motivos.

O tempo de desprezo pelos professores acabou! O ministro da Educação, João Costa deve preocupar-se em resolver os problemas dos professores, em vez de, andar a ver onde pode pegar com os professores. Um ministro existe para governar, não existe para justificar o injustificável.

Já, Eça de Queiroz dizia: «Todo o ministro que entra – deita reforma e coupé. O ministro cai – o coupé recolhe à cocheira e a reforma à gaveta».

Os professores estão de parabéns.

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O paradoxo evidente dos serviços mínimos… – Luís Sottomaior Braga

 

Apesar de se estar a falar muito de serviços mínimos ainda não se viu a decisão concreta.

Eu não a vi.

Do que se sabe pelas TVs foi uma vitória dos professores.

Há associações de pais do regime a festejar, mas eu moderaria o entusiasmo.

Parece que é algo assim:

📍 As escolas têm de ter portaria (no ministério da educação há gente ignorante do funcionamento que acha que as escolas não abrem por falta de porteiros…. Foi com essa conversa que houve uma visita especial à escola onde trabalho).

📍 As escolas têm de servir refeições. Mas isso acontece só entre as 12 e 14 ou algo próximo.

📍 As escolas têm de acolher os alunos com necessidades educativas especiais.

Serviços mínimos para professores nada. Nem minimo de aulas nem sequer outra obrigação qualquer (alias, não se podem impor serviços mínimos fora do âmbito funcional).

E os assistentes operacionais que não estejam nos serviços destinados como minimos podem continuar a fazer greve.

Logo, num quadro em que os professores estejam em greve e os AO dos corredores, não definidos nos mínimos, a façam também vai-se meter as criancas nas escolas para quê? Para esperarem a vaguear pela hora de almoço? Este é o modelo de escola do perfil “que os finlandeses elogiam”?

E é isto que a Confap quer?

Alunos a andarem a passear pelos corredores ou a vaguear pelos recreios, sem aulas?

Os pais querem mesmo isso?
Escolas abertas sem professores?

A loucura total.

Há para aí um comentador que tem uma rubrica em que fala da “loucura mansa” . Isto é a loucura brava.

O governo não consegue parar a greve dos professores mas esconde os alunos nas escolas…..

Se for este o quadro e eu tiver de gerir essa situação, até faço a vontade ao governo (“albarda-se o burro à vontade do dono” …. E este dono é mais burro que a montada) e meto as crianças na escola, mas remeto, ato contínuo, ao ministro uma declaração assinada a explicar que não assumo qualquer responsabilidade de ter uma escola a funcionar assim.

Como fazem os diretores clínicos nas urgências…..

E que a responsabilidade é dele e dos pais que assumem por os filhos dentro de um edifício pelos mínimos e não preocupados com os seus superiores interesses de segurança.

Querem um sítio para depositar e não para educar.

Mais oportuna se torna a intervenção do presidente que devia por sensatez nisto tudo.

 

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Os Vampiros da Educação

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