A raiva contra os “velhos” é por demais evidente neste PS. Reparem quea agência de recrutamento nem sequer pede nenhum tipo de habilitação específica, sendo curioso como médicos assim recrutados irão “avaliar” relatórios médicos de colegas que sejam especialistas em áreas que apenas dominam de forma geral.Já se percebe que é um pouco como a add com professores de Educação Física a avaliar os de Educação Musical ou os de Ciências a avaliar os de Matemática e/ou vice versa.
“Gosto” em especial da confirmação da aptidão (não há a possibilidade de “não confirmar”?). A parte da avaliação das situações de gravidez de risco, mesmo que um ou dois casos tenham sido motivo de denúncia, roça ou ultrapassa mesmo o indecoroso.
Não conheço a redação do texto que vai permitir vincular 10.500 professores, mas das várias possibilidades que pode haver para esta vinculação não descubro um número que se aproxime dos 10.500 vinculados.
Sabemos que os 1095 dias de tempo de serviço nas escolas é uma condição (não sei se apenas nas escolas públicas e se as AEC contam). Uma outra condição que o Ministro referiu foi de o docente ter horário este ano (não sei se anual e completo ou se também poderá ser incompleto).
Também não sei se tem de ser equiparado a anual, ou se um anual após a RR3 também entra na equação.
Se o ponto de partida para averiguar se o docente tem 1095 dias for a colocação este ano em horário completo e anual, existem 8753 docentes colocados pela lista nacional. Para os 10.500 teriam de existir quase dois mil colocados em Contratação de Escola até ao início do ano letivo, o que não deve ter acontecido de todo. Apurei no máximo 946 docentes nestas condições.
Para saber ao certo quem pode vincular este ano teria de conhecer a redação completa do texto para fazer as contas.
Nem na entrevista na RTP3 consegui perceber quais as condições para esta vinculação.
À medida que se vão conhecendo mais informações sobre os “casos” envolvendo Governantes e ex-Governantes como Pedro Nuno Santos, Gomes Cravinho, Carla Alves, Alexandra Réis ou Eduardo Cabrita (sim, não é possível esquecer este último) vai-se evidenciando a negligência grosseira, o laxismo, a irresponsabilidade, a falta de Ética e/ou a incompetência como práticas habituais nos Governos chefiados por António Costa…
E a negligência grosseira, o laxismo, a irresponsabilidade, a falta de Ética e/ou a incompetência resultaram, entre outros, na morte irreparável de um cidadão e no dispêndio de milhões de euros malgastos e injustificáveis, que tem contribuído de forma determinante para a dilapidação do erário público, com consequências óbvias e nefastas para os contribuintes…
Vamos supor que um profissional de Educação agisse, no seu contexto de trabalho, de forma semelhante à que se tem observado em alguns Governantes e ex-Governantes:
– O que sucederia a um profissional de Educação que pautasse a sua prática profissional pela negligência grosseira, pelo laxismo, pela irresponsabilidade, pela falta de Ética e/ou pela incompetência?
– Que “parangonas” apareceriam na Comunicação Social a esse respeito?
– O que diria a “opinião pública” acerca disso?
– O que diria acerca dos profissionais de Educação aquela “opinião pública” que costuma olhar para esses “casos” de Governantes e ex-Governantes com uma certa atitude displicente, de desculpabilização e de condescendência, mas que noutras situações, porventura, muito menos graves, habitualmente julga como um “carrasco”?
Se os profissionais de Educação, no exercício das suas funções, cometessem metade das “tropelias” que se têm observado na prática de Governantes e ex-Governantes seriam, com certeza, julgados por potenciais “Tribunais do Santo Ofício” e condenados ao degredo ou à “crucificação nos mastros de bandeira” existentes nas escolas…
A Ética Republicana parece ser uma coisa engraçada nos Governos chefiados por António Costa: costuma ser muito “selectiva”, na medida em que só é aplicável a determinadas pessoas e sob determinadas circunstâncias…
A actual Democracia está decadente e inquinada pela falta de Ética e de Moral…
Espera-se que o Presidente da República, como lhe compete, mostre a coragem e a integridade necessárias para pôr “ordem nesta casa”, cada vez mais disfuncional e gerida como se fosse um “clube de amigos”, sem transparência e sem escrutínio…
O mais curioso é que até existe uma Lei, publicada em 2019, que aprovou o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos (Lei nº 52/2019, de 31 de Julho)…
E os titulares de cargos políticos, onde se incluem os membros do Governo, estão sujeitos ao escrutínio do exercício das suas funções, a obrigações declarativas e a códigos de conduta, estabelecidos pela Lei anterior…
Alguém que faça cumprir essa Lei integralmente, em vez de se inventarem Questionários patéticos, que nada resolverão…
Quando se trata da aplicação das Leis aos profissionais de Educação, que regulam os mais variados domínios do exercício das suas funções, costuma observar-se e exigir-se sempre um zelo extremo no cumprimento do que as mesmas estipulam…
E ai de quem assim não faça…
No contexto de trabalho dos profissionais de Educação também não costuma ser aceitável alegar “amnésia” como justificação para qualquer incumprimento…
A aplicação “devota” da Lei só é válida para alguns?
O ar começa a estar verdadeiramente irrespirável, fede, e a abjecção, sob a forma de baixeza ética e moral, comanda…
Os Poderes e os “poderzinhos” instalados um pouco (ou muito) por todo o lado minam qualquer aspiração de transparência, de justiça ou de confiança nesta Democracia…
E esse também é um dos motivos que não pode deixar de justificar a continuação da actual luta dos profissionais de Educação…
– No dia 9 de dezembro muitos diziam que greve por tempo indeterminado (da forma como a colocámos) não ia a lado nenhum. E agora os Profissionais de Educação – PE (pessoal docente e não docente) estão mais UNIDOS do que nunca, numa causa comum em defesa de uma Escola Pública de qualidade, para todos que lá trabalham (e estudam).
– Perante a gigantesca luta de TODOS os PE, a nossa luta domina pela primeira vez, totalmente, a comunicação social (algo que nunca se viu durante tanto tempo seguido). E ao contrário do que alguns vaticinaram, muitos pais/alunos (apesar do incómodo da greve), outros sectores profissionais e figuras públicas têm mostrado solidariedade com a nossa justa luta.
– O ME, em desespero, perante tamanha força desta luta unitária entre TODOS os PE, tenta agora atacar esta fortíssima luta/greve através de serviços mínimos a partir de 1 de fevereiro (para a greve do pessoal docente e não docente convocada pelo S.TO.P.).
É fundamental responder a este ataque ANTES de 1 de fevereiro.
Por isso consideramos fundamental uma 2.ª Marcha Nacional pela Escola Pública, em defesa do direito à greve e apelando à solidariedade da sociedade civil: “Quem adormece em democracia, acorda em ditadura”. Desta vez propomos que a Marcha seja da sede principal do Ministério da Educação ao Palácio de Belém (Presidente da República).
As centenas de comissões de greve irão – HOJE -, ao final da tarde, ratificar (ou não) a nossa proposta desta 2.ª Marcha e do seu percurso.
NOTA importante: Se a Marcha for aprovada, iremos convidar – como sempre – todos os sindicatos/federações docentes/centrais sindicais, a juntarem forças em solidariedade com Escola Pública e contra este ataque ao direito à greve.
Muitos professores já foram “educados” na mesma ecologia que torna os seus alunos impossíveis de educar. O problema complementar é que muitos pais são exactamente iguais.
O professor, todos o sabem, é a melhor coisa que há no mundo depois do pão às fatias. Mas o ambiente nas escolas, calha bem a metáfora, é de cortar à faca.
Poucas expressões serão mais explícitas do que esta que nos chega dos anos 30 do século passado para falar do que se passa dentro da escola : A Grande Depressão. Não se pense que é hipérbole ou uma comiseração que vitima os 130 mil professores que há em Portugal. O ambiente é mesmo de esgotamento e de engulho.
Os professores pagam as contas da casa da maioria dos psicólogos e psiquiatras deste país. A quantidade de professores a atingir estados de desfalque emocional e físico pode medir-se pelo absentismo docente. Um absentismo que burla as estatísticas. E burla-as porque ninguém quer dedicar um segundo útil que seja a acautelar o absentismo docente. Afinal, nunca se fala de absentismo docente a não ser como sinónimo de absentismo fraudulento. E esta é a razão principal da pandemia de infelicidade encardida que se abateu sobre os professores. É por causa desta incoerência generalizada com que se trata a escola.
O absentismo docente por doença é uma catástrofe genuína que nada nem ninguém procura temperar ou recompor. Apenas vilipendiar. É um verdadeiro “Crash” profissional. O absentismo docente é meramente visto como corruptela e sintoma da negligência dos professores. São incontáveis as parangonas de jornais que referem as estimativas de falsos atestados médicos e falsas declarações sobre a situação de saúde dos professores. Nada mais interessa senão o pelourinho. Tudo é feito a partir de julgamentos de intenção, sofismas de desacreditação.
(,,,)Afinal, Gomes Cravinho sabia o que afirmou desconhecer, o mesmo com o muito elogiado Pedro Nuno em relação à indemnização de Alexandra Reis, enquanto a deputada Jamila Madeira também tinha claro conhecimento de estar a acumular funções remuneradas incompatíveis. E são estas pessoas das mais informadas do país sobre tudo e mais alguma coisa, bem como das melhor remuneradas do país em funções públicas. Que mentem, sabendo que o estão a fazer, na esperança de se safarem. Cedendo a tentações que nenhum questionário resolverá. Podridão, mais que pântano. E de nada adianta agora virem dizer que não há gente pura e impoluta, sem mácula alguma, porque o que está em causa, até mais do que os actos originais, são as mentiras com que os tentaram encobrir. Gente que se serve do poder que têm em seu proveito ou para ocultamentos. Afirmar isto não é “populismo”, mas apenas o desejo de que isto não se torne um rotativismo insanável, pior do que o de outrora. Só falta descobrirmos por aí uns “adiantamentos” mais graves do que os do tal “centro transfronteiriço” do presidente de câmara transformado em secretário de Estado.