19 de Janeiro de 2023 archive
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/boa-noite-14/
Jan 19 2023
Federação Nacional de Educação vai participar na manifestação de 11 de Fevereiro
FNE decidiu apoiar a greve por distritos, estando a ponderar se também entrega pré-avisos para a mesma para os últimos dias da paralisação. Federação diz que proposta é “bastante poucochinho”.
Federação Nacional de Educação vai participar na manifestação de 11 de Fevereiro
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/federacao-nacional-de-educacao-vai-participar-na-manifestacao-de-11-de-fevereiro/
Jan 19 2023
Iniciativa SPZN – D€ixar de Pagar para Trabalhar!
D€IXAR DE PAGAR PARA TRABALHAR!
O Sindicato dos Professores da Zona Norte – SPZN através da iniciativa “Nota Zero – D€ixar de pagar para trabalhar!” lança um repto aos seus associados para uma adesão de forma massiva!
Está em causa um direito estatutário que não está a ser cumprido pelo Ministério da Educação, considerando que o pessoal docente tem direito aos recursos materiais necessários ao exercício da sua atividade educativa e constata-se que cada vez com mais frequência que não lhes são facultados e que de forma abusiva se deparam com despesas incomportáveis, quer seja de Luz e internet, papel e tinteiros, viatura e combustível, livros e materiais, entre outros, para a conveniente realização da sua atividade profissional.
O direito profissional específico conferido aos docentes nos termos do constante no nº 1 do artigo 44º da LBSE, e alínea c) do artigo 4º e artigo 7º, do ECD, ganha expressão na medida em que traduz a obrigação do Estado de dotar o sistema com recursos educativos adequados, em dimensão e qualidade à realização da atividade educativa.
É inaceitável o que se está a passar, é pois mais uma injustiça entre tantas que pende sobre os docentes, tanto mais numa altura em que o custo de vida disparou.
Disponibilizamos minutas de requerimentos ajustadas aos recursos materiais em causa, de forma a combater este abuso de direito com que a classe se depara.
Esta é uma iniciativa à qual nos propomos dar todo o nosso apoio jurídico, sem prejuízo de outras formas de contestação e luta.
Porto, 19 de janeiro de 2023
MINUTAS DE REQUERIMENTOS (em atualização)
> Requerimento 1 – Pedido de recursos necessários para a realização da atividade educativa
> Requerimento 2 – Pagamento de Deslocações/subsídio de transporte
FOLHETO – NOTA Z€RO (faz o download e partilha entre os colegas)
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/iniciativa-spzn-deixar-de-pagar-para-trabalhar/
Jan 19 2023
16 Anos de Destruição da Carreira Docente
Faz hoje 16 anos que foi publicada a Sétima alteração ao Estatuto da Carreira Docente que iniciou a destruição da Carreira Docente.
Começava assim o seu Preâmbulo: “No Programa do XVII Governo Constitucional reafirma-se a noção de que os educadores e professores são os agentes fundamentais da educação escolar.”
Até hoje nenhum governo passou das palavras aos atos e considerou de facto que os professores são os agentes fundamentais da educação escolar.
Importa neste 16.º aniversário destacar o nome de todos aqueles que subscreveram esta destruição da carreira docente.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/16-anos-de-destruicao-da-carreira-docente/
Jan 19 2023
FNE Adere à Luta
FNE denuncia ineficácia das negociações com o Ministério da Educação
Medidas de valorização da carreira docente e da sua atratividade:
POUCOCHINHAS OU NENHUMAS! NADA!
Para a FNE e os seus Sindicatos membros, o Governo/Ministério da Educação tem de assumir todas as consequências resultantes da indisponibilidade para adotar medidas concretas de valorização da carreira docente e da sua atratividade.
Na reunião do dia 18 de janeiro de 2023, o Ministério da Educação foi incapaz de dar resposta às reivindicações da FNE, nomeadamente:
Þ Manter em equiparação o valor do índice de topo da Carreira Docente com o topo da Carreira Técnica Superior. | NADA! |
Þ Eliminação da exigência de vagas no acesso aos 5º e 7º escalões. | NADA! |
Þ Revisão do regime de reduções da componente letiva por efeito conjugado da idade e do tempo de serviço. | NADA! |
Þ Revisão do regime de acesso à aposentação. | NADA! |
Þ Recuperação do tempo de serviço congelado e das perdas ocorridas nas transições de carreira e das indevidas ultrapassagens. | NADA! |
Þ Revisão da formulação da composição do tempo de trabalho dos docentes, assegurando um efetivo respeito pelos limites do tempo de trabalho. | NADA! |
Þ Eliminação da precariedade que afeta os docentes a exercer funções como técnicos especializados e nas atividades extracurriculares. | NADA! |
Þ Determinação de aumentos salariais que compensem a sistemática perda do poder de compra. | NADA! |
Þ Revisão da Mobilidade por doença. | NADA! |
Assim, a Comissão Executiva da FNE decidiu unanimemente assumir a concretização de iniciativas próprias e a participação nas mais diversas ações de contestação e formas de luta, por si, pelos seus sindicatos e em convergência com outras organizações sindicais, nomeadamente participando em unidade na Manifestação Nacional, já marcada para 11 de fevereiro.
A FNE considera indispensável que o Ministério da Educação apresente para a próxima ronda negocial propostas concretas de valorização da carreira docente, o que a não acontecer pode determinar que a FNE abandone as negociações, até que se verifique a apresentação pelo ME de medidas concretas, que vão ao encontro das legítimas e justas reivindicações dos Educadores e Professores portugueses.
Infelizmente, esta é a tomada de decisão que somos obrigados a assumir, dado o enorme conjunto de NADAS e a desvalorização dos contributos apresentados na última reunião negocial.
Uma negociação séria faz-se com aproximações das partes, pelo que a FNE denuncia a ineficácia da última reunião, o que revela que o ME não se assume como é de seu dever, como parceiro negocial de boa fé.
Porto, 19 de janeiro de 2023
A Comissão Executiva
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/fne-adere-a-luta/
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/em-direto-do-parlamento/
Jan 19 2023
Vive La France
Quando uma nação inteira se junta para combater a alteração da idade da reforma dos 62 para os 64 anos, a ter lugar apenas a partir do dia 1 de setembro de 2030.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/vive-la-france/
Jan 19 2023
Agenda para as 15 horas
Espero que não se torne uma ordinarice esta reunião ordinária, que poderá ser vista aqui, a partir das 15 horas.
Depois, pelas 16 horas serão debatidos os seguintes pontos:
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/agenda-para-as-15-horas/
Jan 19 2023
A Oeste Nada de Novo
“A Oeste nada de novo”
Breve reflexão sobre os pontos 3 e 5 das Propostas do Ministério da Educação
Depois de ter lido o documento com as propostas do Ministério da Educação aos Sindicatos, fiquei assombrada com o teor da proposta, sobretudo no que diz respeito ao ponto 3 e ao ponto 5 do referido documento. Daí a razão desta breve reflexão sobre estas duas propostas.
Em primeiro lugar, o ponto 3, designado de Vinculação e colocação por graduação profissional informa os sindicatos da decisão do Ministério da Educação de vincular professores 1095 ou mais dias de tempo de serviço e que estejam a exercer com um horário completo. Este ponto, por si só, pretende a ultrapassagem injusta de professores quanto à vinculação. Acontece que professores que tendo mais de 1095 dias de tempo de serviço e que estejam em modalidade de substituição ou que tenham horário anual incompleto, se vejam ultrapassados por outros colegas menos graduados, mas que tenham um contrato anual completo.
Vejamos um exemplo para perceber a situação: imaginemos que o professor A possui 4060 de tempo de serviço e tem um horário anual incompleto de 19 horas e o professor B tem 2590 de tempo de serviço e um horário anual completo. Concluímos que em termos de graduação o professor A é mais graduado que o professor B. No entanto, segundo a proposta do ministério, no próximo concurso externo, o professor B vincula e o professor A continua contratado.
De facto, há nas nossas escolas muitos professores contratados que estão nesta situação. Refiro-me, designadamente, a contratados com um horário anual de 21, 20 horas e/ou inferior a 20 horas (e mesmo aqueles com horário completo/ incompleto em regime de substituição). Ou seja, isto significa que serão ultrapassados injustamente no próximo concurso externo, uma vez que aquando do concurso de professores 2022/2023 não foram informados desta circunstância. Caso contrário, muitos destes professores teriam concorrido só a horários completos e anuais.
No que diz respeito ao ponto 5 – Conselho Local de Diretores, a proposta da descentralização/ gestão de recursos humanos que ficará a cargo do Conselho de Diretores Locais mais não é do que uma municipalização encoberta dos recursos humanos. Ou seja, o Ministério da Educação continua a insistir nesta questão, mesmo sabendo que não terá a concordância da maioria dos professores.
Para terminar, pergunto se é assim que o Ministro da Educação pretende atrair novos professores para o ensino. É assim que o Ministro da Educação pretende negociar?
Perante isto, parece-me tão pertinente a leitura de “A Oeste nada de novo” de Erich Maria Remarque.
Luísa Maia
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/a-oeste-nada-de-novo/
Jan 19 2023
Carta Aberta aos Sindicatos de Professores
Carta Aberta aos Sindicatos de Professores
Exmos Senhores Dirigentes Sindicais
Venho por este meio manifestar o meu total desagrado para com a proposta que o Ministério da Educação trouxe para a mesa de negociações. É uma proposta vergonhosa, que além de não contemplar as nossas reivindicações vem levantar outros problemas.
Nesta missiva vou centrar-me apenas nos problemas que os pontos 8.1 e 8.2 levantam, do meu ponto de vista.
Pode ler-se nesse ponto o seguinte “A transição dos docentes dos atuais para os novos QZP’S será efectuada, dos atuais QZP de provimento para as suas subdivisões, através de procedimento concursal, a efectuar pela DGAE, com base nas preferências manifestadas e na graduação profissional.” O que se depreende daqui? Que um docente, actualmente, em QZP, passa a um novo QZP que resulte da divisão do seu QZP de origem/actual? Ora, esta intenção, como de resto quase todas as outras, é mais uma rasteira. Importa clarificar este ponto para que mais tarde não se venha a dizer que houve um erro de interpretação.
Tomemos um exemplo prático, o exemplo de muitos professores integrados em QZP. Um professor residente no Concelho de Vila Nova de Gaia e integrado no QZP1, o QZP da sua área de residência. É este docente integrado, obrigatoriamente, num novo QZP que resultar da subdivisão do QZP1, sem a possibilidade de concorrer, pela ordem que bem entender, a outros novos QZP’S resultantes da subdivisão de outro QZP que não o 1? Reparemos que para este professor, os novos QZP’s que integrem os concelhos de Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Ovar, Estarreja (pertencentes ao actual QZP 3) podem ser mais vantajosos do que os QZP’S que integrem os concelhos de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira (pertencentes ao QZP1). Esta é a situação de todos os Professores integrados em QZP, que embora estando afetos ao seu QZP de residência, vivem em zonas limítrofes e por isso, lhes pode ser mais vantajoso vincular num novo QZP, que actualmente pertence a um QZP que não seja o seu de origem.
A diferença é que se ficar obrigatoriamente integrado num novo QZP ou num QA/QE pertencente ao seu actual QZP pode ficar deslocado da sua família e da sua residência mais de 100km (mais de 200 Km diários, com custos acrescidos ao nosso magro salário), criando novas situações de “Professores de casa às costas”, situações essas, que segundo as palavras do Senhor Primeiro Ministro e do Senhor Ministro da Educação, pessoas que se sentam à mesa de negociação de boa fé, não se podem continuar a verificar. Aliás, segundo ouvi ontem o Primeiro Ministro dizer que foi por iniciativa do Governo que se encetaram estas negociações, para resolver os problemas dos Professores de casa às costas e para lhes dar mais estabilidade.
Acresce que desde 2021, os docentes que entraram pela norma travão foram obrigados a concorrer à totalidade de QZP’s sob pena de não poderem continuar a exercer funções como professor contratado no ano seguinte. Assim, muitos professores, tendo famílias para sustentar e idades já bem adultas (ronda os 46 anos a média de idades dos professores que entram para o Quadro) acabaram vinculados em QZP’s que não desejam e para onde nunca concorreriam se não tivessem sido obrigados. Atualmente, no regulamento de concursos pode ler-se: Aviso n.º 4493-A/2021, de 10 de Março (Abertura do procedimento concursal de educadores de infância e de professores dos ensinos básico e secundário para o ano escolar de 2021/2022); Na Parte II – Tipologia dos Concursos; II — Concurso Externo, Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento; Ponto 9. (no ano letivo seguinte a situação manteve-se)
“9.1 — Os candidatos opositores à 1.ª prioridade do concurso externo, nos termos do n.º 3 do artigo 10.º, que cumprem a verificação do limite indicado no n.º 2 do artigo 42.º, devem manifestar preferências pelo maior número de códigos de Quadros de Zona Pedagógica de forma a garantir a sua colocação no concurso externo.
9.2 — Os candidatos opositores à 1.ª prioridade, nos termos indicados no número anterior, que não obtiverem colocação num dos QZP’s pelo qual manifestaram preferência, não obterão lugar em QZP, conforme decisão proferida no Processo n.º 1539/18.7BELSB.
9.3 — Considerando o limite à celebração de contratos sucessivos estabelecido no n.º 2 do artigo 42.º, os candidatos opositores à 1.ª prioridade, que por força das preferências que manifestarem por QZP, não venham a obter vaga no concurso externo, ficam impedidos de no ano 2021/2022 celebrar novos contratos ao abrigo do Decreto-Lei n.º 132/2012, conforme estabelece o n.º 1 do artigo 59.º da Lei n.º 35/2014 (LTFP)”
No ponto 8.2 refere-se que “O mapa dos novos QZP será aprovado por portaria. As regras de transição serão inscritas em normas transitórias do novo Decreto-lei.” Atenção a estas palavras vazias que depois nos vão apresentar surpresas quando os Decretos-Lei, Portarias ou Normas Transitórias forem homologadas. Deve ficar escrito, de forma clara e inequívoca que o ponto de partida para toda esta trapalhada é TODOS os professores do quadro poderem concorrer, por ordem de graduação a TODOS os lugares de quadro que venham a concurso. Ou seja o ponto de partida tem de ser um Concurso Interno, dando a possibilidade a TODOS os que já estão integrados nos Quadros de se deslocarem para escolas da sua preferência (desde que haja vaga, claro). Todas as vagas devem ser, em primeiro, lugar disponibilizadas em Concurso Interno. Isto deve ficar bem claro na Lei, para bem daqueles que já estão integrados na carreira, mas bastante deslocados a sua área de residência, como para aqueles que vão ingressar nela daqui para a frente, pois não acredito que todos os professores contratados em condições de vincular pelas novas regras estejam em escolas da sua preferência.
Como vai ser a deslocação entre escolas daqui para a frente? Que precedente fica aberto?
Peço que todas estas questões sejam devidamente escrutinadas e redigidas de forma muito clara, sob pena de se criarem novas ultrapassagens e não resolver as anteriores, bem como aumentarmos as distâncias entre local de residência e local de trabalho, aumentando também as nossas despesas, sem que se verifique qualquer aumento salarial digno.
Com os meus melhores cumprimentos
Raquel Cardoso
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/carta-aberta-aos-sindicatos-de-professores/
Jan 19 2023
O André Pestana não é radical … é meigo no pedir! Jorge Braga
A 4 de outubro de 2015 António Costa perdeu as eleições que lhe deram acesso a ser primeiro-ministro de Portugal. Desde então tem sido o primeiro-ministro, tendo agora maioria absoluta.
Convém agora definir, de uma forma clara e inequívoca e absolutamente incontestável, o impacto desta governação nos professores. Com factos de fontes seguras. Com uma análise cuidada. Com valores reais.
Uma forma clara e precisa de perceber o valor atribuído a uma dada classe profissional é observar o impacto da inflação na respetiva remuneração.
Um impacto positivo vem traduzido por um impacto nulo ou quase nulo da inflação ou até uma valorização salarial, caracterizando uma valorização da profissão em causa.
Uma profissão pouco valorizada verá o seu rendimento reduzido significativamente, com o impacto da inflação.
O Instituto Nacional de Estatística disponibiliza uma ferramenta para atualização de valores com base no Índice de Preços ao Consumidor – esta ferramenta é de utilização muito discutível, mas apresenta uma forma clara de perceber o impacto da inflação nos vencimentos ao longo do tempo.
A tabela abaixo demonstra os resultados para duas carreiras importantes em Portugal: Professores e Deputados em Regime de Exclusividade, comparando os valores de 2015 e 2023 (exceto para os Deputados cujo valor se refere a 2022 – estou a simplificar a análise e admitir que o valor de 2023 vai ser o mesmo – não é de todo expectável que o valor em 2023 baixe … )
A atualização dos valores desde outubro de 2015 a dezembro de 2022 origina um fator de multiplicação de 1,15665701025858, segundo o INE.
Analisando a tabela algumas conclusões saltam à vista:
O valor mais baixo de aumento necessário (face ao salário atual) para que os professores recuperem o perdido pela inflação acontece para o índice 167 com 167,52 € (apenas uma coincidência este valor!). Tal traduz um aumento mínimo de salário de 10,54%. Ou seja: se aumentarmos o salário de um professor no 1.º escalão de 167,52 € por mês ele fica a ganhar o mesmo que em 2015 quando António Costa entrou para o poder, considerados os efeitos da inflação.
Para os deputados houve uma perda de rendimento face à inflação de apenas 206,34 € (e note-se que nem sequer estão a ser considerados outros suplementos que não a exclusividade).
Ou seja. Um professor do primeiro escalão com 1589,01 € de salário em 2023 perdeu de salário bruto 167,52 €. Um deputado perdeu 206,34 € … mas ganha em 2022 – 4 054,11€ (portanto cerca de 2,5 vezes mais do que o professor).
Um professor do 10.º escalão perdeu, comparativamente, 418,53€ . Em 2015 este professor estaria a 318,79 €de distância de um deputado. Hoje essa distância aumentou para próximo do dobro estando o professor a 580,92 € de distância.
Qualquer professor acima do 2.º escalão perdeu mais dinheiro no seu salário do que um deputado apesar de o seu valor base ser menos de metade. Um deputado ganha hoje mais do dobro do professor do 3.º escalão … e mesmo assim o professor perdeu mais dinheiro desde 2015. 217,51 € contra 206,34 do deputado.
E nem sequer estão a ser discutidos todos os outros suplementos que os deputados têm e os professores não.
Foi assim que os governos de António Costa trataram Deputados e Professores desde 2015.
Portanto quando André Pestana pede 120 € para todos os profissionais de educação está a pedir muito pouco. Nem sequer dá para cobrir a perda por inflação do Índice 167 (ficam a faltar quase 50 euros mensais!).
Pelo menos a inflação desde que António Costa é primeiro-ministro é o mínimo a exigir a António Costa.
O André Pestana não é radical … é meigo no pedir!
Fontes
Atualização IPC
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ipc
Vencimento de Deputados https://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/EstatutoRemuneratorioDeputados.aspx
Vencimentos de Professores – 2015
https://www.arlindovsky.net/2015/01/17/
Vencimentos de Professores – 2023
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/o-andre-pestana-nao-e-radical-e-meigo-no-pedir-jorge-braga/
Jan 19 2023
“Tudo deve mudar para que tudo fique como está” Paulo Prudêncio
“Tudo deve mudar para que tudo fique como está”
Nestes momentos de negociação entre governos e sindicatos, há um histórico que me recorda sempre o escritor italiano Giuseppe Lampedusa: “tudo deve mudar para que tudo fique como está”. É exactamente o que não pode acontecer. É evidente que a presença do recente sindicato STOP dificulta a repetição dos entendimentos fatais (2008) por parte das restantes organizações e que vários sindicatos da plataforma usaram nos anos que se seguiram com efeitos na falta estrutural de professores e na sua precarização. O que o Governo já apresentou antecipando as reuniões com os sindicatos, é obviamente insuficiente e provocado pelo desespero com a falta de professores. Mas há todo um mal-estar gerado pelo ambiente não democrático (injustiça, parcialidade e autocracia) nas escolas que tem que mudar e que não tem incidência financeira; é apenas radicalismo ideológico. Nesta fase, há que aguardar pela primeira ronda de negociações com os sindicatos e manter as formas de contestação.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/tudo-deve-mudar-para-que-tudo-fique-como-esta-paulo-prudencio/
Jan 19 2023
Dança entre agrupamentos também para professores do quadro
Proposta do Ministério da Educação vai levar mais professores a ficar com insuficiência de componente lectiva e a serem colocados pelos novos conselhos locais de directores.
Dança entre agrupamentos também para professores do quadro
Os professores do quadro que vão ser geridos pelos novos conselhos locais de directores poderão ser colocados a dar aulas em mais do que um agrupamento ou escola não agrupada, o que não acontecia até agora. Esta é uma das novidades da proposta apresentada pelo Ministério da Educação (ME), nesta quarta-feira, no âmbito das negociações do novo regime de recrutamento e gestão de professores apresentado aos sindicatos de professores.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/danca-entre-agrupamentos-tambem-para-professores-do-quadro/
Jan 19 2023
O caos na Educação – José Afonso Baptista
O primeiro problema da Educação em Portugal é que deixou de ter uma liderança forte, unida e esclarecida. Os líderes, com fins e objetivos desencontrados, estão reféns uns dos outros.
A incidência do caos situa-se a três níveis principais: a hipocrisia do governo que levanta a bandeira da inclusão e da igualdade, mas pratica níveis de exclusão desastrosos; a fragmentação e partidarização sindical que impedem uma classe docente unida e mobilizada para objetivos comuns; a escola e os seus atores, situados no epicentro do terramoto, na cratera do vulcão e no olho do furacão, sem uma saída segura das fúrias da natureza humana.
O governo enche a boca com a escola pública, mas promove a escola privada, menos exposta ao caos. Ao reservar o espaço da tranquilidade e da estabilidade para a escola privada, o governo transfere uma grande parte da despesa, do investimento e da responsabilidade para as famílias, aliviando o orçamento do estado. Menos alunos, menos professores, menos escolas, é um alívio para as finanças públicas. A escolaridade é obrigatória, é o motor do progresso e da economia, mas o estado lava as mãos e assobia para o lado. É o estado que desvaloriza, esvazia e desautoriza a escola pública.
O governo exclui anualmente milhares de alunos da escolaridade obrigatória e outros tantos milhares de frequentar o ensino superior. Mas mais, muitos milhares com sucesso académico vão enriquecer outros países. Uma grande parte da nossa força de trabalho mais qualificada, o estado oferece-a de mão beijada a quem não investiu um cêntimo para a formar. O governo não combate a pobreza, cultiva-a. Não combate as desigualdades, aprofunda-as.
O governo e alguns ex-governantes continuam a ver a educação e a escola com a lupa dos nossos avós e bisavós. O professor dá a lição igual para todos, sem qualquer concessão às diferenças, o ME faz os exames iguais para todos, ignorando talentos e capacidades individuais que não têm espaço nos exames, e promove o suposto “mérito” dos que conseguem passar no funil de tamanho único, excluindo todos os que não obedecem a esse perfil. A escola continua um “dogma” impenetrável, minado pela normalização, pela competição e pela seleção. Os exames são a norma-travão que impõe a “indiferença às diferenças”.
A autonomia da escola e dos professores é o maior embuste que o ME já inventou, que alimenta discursos, mas desresponsabiliza os atores no terreno. Inclusão e autonomia são os polos principais da hipocrisia do governo, sendo poucas as escolas com saber e experiência suficientes para ultrapassar esta onda de mentira organizada.
A dispersão e fragmentação do universo sindical enfraquecem o movimento de libertação dos professores. Uma dezena de organizações sindicais, com origens partidárias nos vários espetros políticos, tudo contribui para visões diferentes, desencontradas e ultrapassadas da escola e da educação. O que mobiliza não é tanto a luta pela escola e pela educação, nem mesmo a valorização dos professores, mas poderá haver uma “mística” partidária a tentar novos espaços de penetração. Ao contrário de outras classes profissionais, como os médicos ou os enfermeiros, onde o espírito de classe se sobrepõe a derivações político-partidárias, os professores tendem a organizar-se à sombra de partidos que favorecem o divisionismo.
A “unicidade” sindical imposta há 50 anos explodiu, fragmentou-se e fracionou de tal modo a classe docente que não conseguimos vislumbrar uma orientação, uma ideia clara que una e não disperse. A única coisa comum é a revolta porque a afronta foi tão longa e deprimente que indignou toda a gente, menos aqueles que estão submetidos à linha de rumo do partido do governo.
O que é mais triste é que há sindicatos e professores que não acreditam nem na escola nem na honestidade e dignidade dos seus dirigentes. Recusam as autarquias porque são ninhos partidários, como o governo, que preferem a fidelidade, por mais incompetente que seja, a dirigentes com a neutralidade e independência que todos respeitem. A democracia parece cada vez mais um mundo em ruínas porque são falsos e podres os pilares que a sustentam. É neste quadro que alguns sindicatos e muitos professores negam a autonomia das escolas para recrutar e fixar o corpo docente, preferindo a burocracia irracional do ME à seleção criteriosa dos professores de acordo com as necessidades das escolas e dos alunos.
A instabilidade e a humilhação do corpo docente, o caráter errante e incerto da sua profissão, o desgaste de não poder programar a sua vida no aconchego familiar e na disciplina da organização da escola revoltam os professores e a sociedade em geral. A escola só é eficaz se tiver autonomia, capacidade e os meios para se organizar e gerir a si própria, identificando e ultrapassando a nível local, com conhecimento de causa, os problemas que enfrenta. É esta escola, livre e democrática, que alguns sindicatos recusam. Pior ainda, muitos professores vão nesta onda. Não estará ao alcance dos professores, divididos, “construir um ministério” amigo da classe docente. Mas é da competência dos professores organizar a escola como espaço de autonomia, de democracia, de inclusão e de igualdade.
Os sindicatos dos professores sobressaltaram o país, acordaram e assustaram o “monstro” adormecido. A sua luta é justa e só peca por tardia. Resta saber se, na sua diversidade de interesses e de ideologias, conseguem levar o barco a porto seguro ou se o deixam à deriva em parte incerta e à mercê de marés e de incontornáveis ondas alterosas.
19-01-2023 | diário as beiras
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/o-caos-na-educacao-jose-afonso-baptista/
Jan 19 2023
Não Há Dinheiro Para Pagar aos Professores Porque é Tudo Para os Amigos do Peito – Medina assina nomeação em contrato suspeito de corrupção para financiamento do PS
(…)
Continua aqui:
EXCLUSIVO Medina assina nomeação em contrato suspeito de corrupção para financiamento do PS – CNN Portugal
De certeza que não há dinheiro?
Não me parece…
(…)
Continua aqui:
Subvenções sem controlo dadas pelo Estado ultrapassam três mil milhões
(…)
Continua aqui;
IGF deteta 3,1 mil milhões de euros em subvenções pagas sem controlo – Economia – Jornal de Negócios
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/nao-ha-dinheiro-para-pagar-aos-professores-porque-e-tudo-para-os-amigos-do-peito-medina-assina-nomeacao-em-contrato-suspeito-de-corrupcao-para-financiamento-do-ps/
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/resumo-das-tretas-debitadas-pelo-ministro-da-educacao-o-2-o-costa/
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/o-video-do-ricardo-silva-na-sic-noticias-em-prime-time-18-01-2023/