“Segunda saberemos quantos professores optaram por vincular” A. Costa

“Segunda saberemos quantos professores optaram por vincular”, foram palavras de António Costa, numa tentativa falhada de indicar as vantagens da Vinculação Armadilhada Dinâmica! Fica o momento:

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/segunda-saberemos-quantos-professores-optaram-por-vincular-a-costa/

Sim, Sr. Ministro… é a “essência da escola pública que está a ser posta em causa”!

Sim, Sr. Ministro, é possível que “os que estão a ser mais prejudicados são aqueles que dependem mesmo da escola pública, são os que não têm dinheiro para pagar explicações, são os que não têm outros estímulos”.

Finalmente, estamos de acordo. Agora que já percebeu o essencial, não quer, então, resolver a questão?

De quem é a culpa da guerra que está a acontecer na Ucrânia, Sr. Ministro? Da Rússia que roubou e quer continuar a roubar território ucraniano ou da Ucrânia que tem de se defender desse ataque e desse roubo?

De quem é a culpa da “guerra” que está a acontecer nas escolas, Sr. Ministro? Do governo que roubou e quer continuar a roubar tempo de serviço e salários aos professores ou dos professores que têm de se defender desse ataque e desse roubo?

Espero que a sua honestidade intelectual lhe imponha a mesma lógica de respostas às perguntas dos dois parágrafos anteriores! A culpa é sempre do agressor e não dos agredidos que têm de se defender, Sr. Ministro!

Como é evidente, quando se recorre ao paralelismo com a guerra na Ucrânia, a responsabilidade por tudo o que está a acontecer nas escolas públicas portuguesas, Sr. Ministro, é sua e do governo de que faz parte atualmente. Na verdade, também pode atribuir alguma responsabilidade ao governo anterior… de que o Sr. também fazia parte…

Por que razão está o governo de que o Sr. faz parte a prejudicar os mais desfavorecidos? Por que razão está o governo de que o Sr. faz parte a colocar em causa a essência da escola pública, que tantos anos e tanto esforço levou a construir aos país e aos professores? Por que razão um governo que se diz socialista está a fomentar a agitação e a instabilidade na escola pública, favorecendo descaradamente os colégios privados?

Por que razão não pega o Sr. Ministro no seu peso político e não se impõe em Conselho de Ministros, exigindo ao Sr. Ministro das Finanças as verbas necessárias para pagar o que devem aos professores desde 2018? Por que razão não usa o Sr. os seus argumentos, sobre a “essência da escola pública” e sobre o prejuízo para “os que não têm dinheiro para pagar explicações”, em Conselho de Ministros para exigir que o estado devolva o que roubou aos professores?

O Sr. Ministro não acha que é cobardia ser forte com os fracos e fraco com os fortes?

Terça-feira farei greve e irei à manifestação de professores no Porto, Sr. Ministro!

Pode ter a certeza, Sr. Ministro, que farei todas as greves e irei a todas as manifestações até que um governo sério e a sério nos devolva o que é nosso! Devo esta posição firme e esta coerência à minhas filhas, Sr. Ministro! Não posso permitir que lhes roubem, por decreto, qualidade de vida sem fazer tudo o que está ao meu alcance para denunciar esse roubo e para tentar reaver o que lhes está a ser roubado.

Eu trabalhei e descontei mesmo dez anos entre 2008 e 2018, Sr. Ministro! Estive, nesses dez anos, ao serviço de milhares de alunos, que atualmente já estão a colaborar no “desenvolvimento do país”! Por que razão, agora que o seu líder Costa e os seus colegas das Finanças e da Economia enchem a boca para falar nos “números animadores” da nossa economia, não aproveita o Sr. para exigir em Conselho de Ministros que nos devolvam o que é nosso e que tanta qualidade de vida está a custar à nossas famílias?

Só queremos o que é nosso, Sr. Ministro!

Resolva, Sr. Ministro, ou, então, tenha um ato final de dignidade e demita-se.

Parece-me que, aqui chegados, com a “essência da escola pública em causa”, não tem uma terceira opção.

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/sim-sr-ministro-e-a-essencia-da-escola-publica-que-esta-a-ser-posta-em-causa/

Está nas mãos do Medina e do ACosta

 

O ministro da Educação, João Costa, afirmou hoje que as greves dos professores decretadas para durante os exames nacionais e as avaliações finais colocam em causa a escola pública.

“Desejamos é que o ano letivo termine com uma tranquilidade que é devida a todos os alunos, até porque nós já estamos a chegar a um momento em que os que estão a ser mais prejudicados são aqueles que dependem mesmo da escola pública, são os que não têm dinheiro para pagar explicações, são os que não têm outros estímulos. É a essência da escola pública que está a ser posta em causa por estas greves sucessivas”, disse João Costa à agência Lusa.

Ministro da Educação diz que greves dos professores comprometem escola pública

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/esta-nas-maos-do-medina-e-do-acosta/

A heroica resistência dos professores, Alexandre Parafita

A heroica resistência dos professores

 

 

 

O que vemos, ouvimos e lemos traz-nos o retrato de um país enleado no desgoverno de líderes e decisores que, em seus atos desorientados, vêm ensombrar os horizontes de esperança que um novo ciclo de oportunidades vinha alimentando. Portugal, assim, mais parece um país-caravela, que navega à deriva em águas turbulentas, na busca, desesperada, de uma âncora que quanto mais se deseja mais ela tarda.

Pior que tudo ainda é assistirmos à destruição dos seus alicerces: a educação. É vergonhoso o trato a que está sujeita uma das classes profissionais mais imprescindíveis do país. A desautorização, o desrespeito, a humilhação, nas escolas e na sociedade, o congelamento de carreiras, as estranhas regras de mobilidade, a terrível burocracia a recair sobre os professores, as turmas e horários sobrecarregados, a violência impune nas escolas vêm tornando o exercício da profissão de professor uma verdadeira tortura, não se vislumbrando, malgrado a profusão de greves e manifestações, sinais animadores de compreensão e justiça por parte de quem tem o poder de governar e decidir.

Ainda assim, os professores conseguem fazer milagres, ser inventivos, contrariando as desventuras de um sistema que lhes retira direitos de ano para ano, de um sistema inibidor do entusiasmo e da criatividade. E continuam a obter resultados, a plantar sorrisos entre as crianças, a abrir rumos de esperança no seio dos jovens.

Queiramos que, neste malbaratar de oportunidades e de bom senso, haja ainda uma réstia de decoro, e que a heroica resistência dos professores, com tantos sacrifícios já sofridos, permita, finalmente, recuperar a paz e a esperança de que a educação em Portugal tanto carece. E convençamo-nos de que se ainda há esperança para Portugal, ela está na educação.

*Escritor e jornalista

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/a-heroica-resistencia-dos-professores-alexandre-parafita-2/

Funcionamento dos Conselhos de Turma

Com as greves às avaliações que ainda não têm serviços mínimos (com exceção das avaliações do 12.º ano), importa conhecer o funcionamento dos conselhos de turma de avaliação que se encontram definidos em três portarias:

 

Na primeira convocatória têm de estar presentes a maioria dos membros, não sendo possível reunir à primeira convocatória o CPA determina que na segunda convocatória a reunião possa realizar-se com um terço dos membros (na segunda reunião é necessário que existam os elementos de avaliação, entregues ao diretor, decisão esta contrariada pelo acórdão dos serviços mínimos de 2018).

 

Portaria n.º 223-A/2018, de 3 de agosto

 

Artigo 35.º

Conselhos de avaliação

5 – O funcionamento dos conselhos de docentes e de turma obedece ao previsto no Código do Procedimento Administrativo.

6 – Quando a reunião não se puder realizar, por falta de quórum ou por indisponibilidade de elementos de avaliação, deve ser convocada nova reunião, no prazo máximo de 48 horas, para a qual cada um dos docentes deve previamente disponibilizar, ao diretor da escola, os elementos de avaliação de cada aluno.

7 – Nas situações previstas no número anterior, o coordenador do conselho de docentes, no 1.º ciclo, e o diretor de turma, nos 2.º e 3.º ciclos, ou quem os substitua, apresentam aos respetivos conselhos os elementos de avaliação previamente disponibilizados.

 

 

Portaria n.º 226-A/2018

 

Artigo 34.º

Conselho de turma de avaliação

3 – O funcionamento dos conselhos de turma obedece ao previsto no Código do Procedimento Administrativo.

4 – Quando a reunião não se puder realizar, por falta de quórum ou por indisponibilidade de elementos de avaliação, deve ser convocada nova reunião, no prazo máximo de 48 horas, para a qual cada um dos docentes deve previamente disponibilizar, ao diretor da escola, os elementos de avaliação de cada aluno.

 

 

Portaria n.º 235-A/2018

Artigo 37.º

Conselho de turma de avaliação

 

3 – O funcionamento dos conselhos de turma obedece ao previsto no Código do Procedimento Administrativo.

4 – Quando a reunião não se puder realizar, por falta de quórum ou por indisponibilidade de elementos de avaliação, deve ser convocada nova reunião, no prazo máximo de 48 horas, para a qual cada um dos professores ou formadores deve previamente disponibilizar, ao órgão de administração e gestão, os elementos de avaliação de cada aluno.

5 – Nas situações previstas no número anterior, o diretor de turma ou quem o substitua apresenta ao conselho de turma os elementos de avaliação de cada aluno.

 

 

O que diz o CPA sobre o quórum?

 

Artigo 29.º
Quórum
1 – Os órgãos colegiais só podem, em regra, deliberar quando a maioria do número legal dos seus membros com direito a voto esteja fisicamente presente ou a participar através de meios telemáticos.
2 – Quando se não verifique na primeira convocação o quórum previsto no número anterior, deve ser convocada nova reunião com um intervalo mínimo de 24 horas.
3 – Sempre que se não disponha de forma diferente, os órgãos colegiais reunidos em segunda convocatória podem deliberar desde que esteja presente um terço dos seus membros com direito a voto.
4 – Nos órgãos colegiais compostos por três membros, é de dois o quórum necessário para deliberar, mesmo em segunda convocatória.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/funcionamento-dos-conselhos-de-turma/

Lista Colorida Final (RR34)

Lista Colorida Final atualizada com colocados e retirados da RR34.

A LISTA COLORIDA volta no próximo ano!

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/lista-colorida-final-rr34-2/

126 Contratados na RR34 (FINAL)

Foram colocados 126 contratados na Reserva de recrutamento 34, a última deste ano letivo.

Uma professora ficou colocada durante este ano na sua 7ª escola, percorrendo vários concelhos do Tâmega.

Fica a tabela:

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/126-contratados-na-rr34-final/

“Não abdico dos meus filhos e da sua segurança emocional”

“Não abdico dos meus filhos e da sua segurança emocional”

 

 

Quinze anos de profissão, um grande investimento no percurso formativo que a levou a poder concorrer para três grupos de recrutamento (1º Ciclo, Educação Especial e Ed. Moral) e dezenas de escolas e muitos quilómetros de estrada. Este é o resumo do percurso da professora Ana Margarida Antunes, “cansada de tanta instabilidade”. Uma instabilidade que poderia ter acabado agora, se tivesse concorrido à Vinculação Dinâmica. Os motivos que aponta para ter recusado essa opção são muitos, mas na base estão sobretudo os filhos. A morar em Amarante e a dar aulas em Lousada, a docente consegue conciliar a vida pessoal e profissional, o que poderia não acontecer se tivesse optado pela VD. “Tenho direito a escolher e não quero viver onde trabalho, mas sim trabalhar onde vivo. Quero garantir estabilidade emocional aos meus filhos. Quero ser eu a acompanhá-los, a orientá-los. Não quero que sejam criados por familiares, nem ter de os inscrever em escolas diferentes todos os anos, em diferentes localidades, para me acompanharem, não deixando de respeitar quem o faz por opção”.

Ana Margarida Antunes tomou esta decisão sabendo que arrisca “não ter colocação (oferta de horários a contrato ou os que existirem serem temporários e incompletos)” e a ser “forçada a desistir da área” em que “tanto” investiu “ao longo de duas décadas”. “Ao longo destes anos tenho sentido que a minha vida profissional é uma roleta da sorte, em que as regras estão constantemente a mudar. Os normativos legais que regem os concursos mudam com frequência e, quando acredito que conquistei uma maior estabilidade que me permite garantir uma vida digna para mim e para os meus filhos, eis que existe uma reviravolta no jogo cujas consequências são uma incógnita. Não posso abdicar dos princípios pelos quais me orientei até agora e aceitar este presente envenenado”, sublinha.

A professora diz que os filhos “têm direito a ter uma mãe presente e que exerce a função parental em função do seu superior interesse”. E acrescenta que, mesmo que estivesse disposta a separar-se dos filhos, “o salário seria insuficiente para fazer face a todas as despesas implicadas nas deslocações ou o pagamento de duas rendas”.

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/nao-abdico-dos-meus-filhos-e-da-sua-seguranca-emocional/

“Não é assim que vão atrair novos professores”

“Não é assim que vão atrair novos professores”

 

 

Cátia Oliveira, natural da aldeia de Bilhó, no concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real, já deu aulas na Madeira, por amor à profissão, há 14 anos. Por motivos de saúde, regressou ao continente e tem conseguido, ainda que, muitas vezes, com horários incompletos, ficar próximo de casa. Andar com a casa às costas, de novo, não faz parte dos seus planos” e optou por recusar aquilo a que chama “um presente envenenado do ME”.

“Não é obrigando os professores a ficar longe de casa e das suas famílias, com custos demasiado acrescidos (aluguer de casa e deslocações) e sem qualquer tipo de apoio, que se vai atrair professores, como eu, mudando toda a sua vida para irem lecionar para Lisboa ou outras localidades ainda mais distantes. Não é assim que se vai combater a precariedade, muito pelo contrário. A Vinculação Dinâmica não vem ajudar na fixação de professores, mas sim contribuir para o aumento de professores a andar com a casa às costas e por tempo indeterminado. Não quero este presente envenenado. Não quero ser obrigada a concorrer para todo o país, contra a minha vontade”, salienta. Ficar longe, diz, significaria “voltar a pedir ajuda monetária aos pais, para poder continuar a exercer a profissão”. Cátia Oliveira acredita numa debandada de professores contratados, que “abandonarão a docência para procurar outras alternativas de vida mais estáveis” – e espera “não ser uma delas”.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/nao-e-assim-que-vao-atrair-novos-professores/

“Obrigar a concorrer a todo o país é violação de direitos”

Incorporada na notícia da Cynthia Valente, no Diário de Notícias, que hoje dá especial atenção à vinculação dinâmica e onde apresentei os dados da sondagem que elaborei no blog.

 

“Obrigar a concorrer a todo o país é violação de direitos”

 

 

A lecionar no Porto e com quase 20 anos de docência, Tânia Correia é uma das dezenas de professoras contactadas pelo DN que não concorreram para vincular. Para a docente, “obrigar as pessoas a concorrer a todo o país para vincular é uma violação de direitos”. “O facto de pensar que posso ficar vinculada num QZP a centenas de quilómetros de casa, longe da minha família, sendo que o meu filho vai para o 2º ano e precisa de um acompanhamento, é impensável. Acresce ainda a questão financeira e o facto de não ter capacidade económica para sustentar duas casas e as respetivas contas”, avança. A possibilidade de ficar colocada na zona sul do país levou Tânia Correia a refutar a possibilidade de, finalmente, deixar de ser precária.

Vânia Gomes, Vila Nova de Gaia, professora contratada há 18 anos, já passou por cerca de 20 escolas, em cinco concelhos diferentes (Marco de Canaveses, Póvoa de Varzim, Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Porto). Como todos os contratados, espera ansiosamente o dia em que deixará de estar “com o coração nas mãos” a cada ano letivo, sem saber onde ou quando será colocada. Contudo, nem o seu histórico “saltitante” alterou a decisão de continuar como precária. E não foi apenas pelo facto de ter de concorrer a todo o país no concurso do próximo ano (2024), mas também porque os professores que manifestaram intenção de vincular pelas novas regras ficam alocados a um quadro zona e não a uma escola em específico. “Em primeiro lugar, no ano letivo 2023/2024, ficaria sujeita a ficar colocada em vagas de QZP. Ou seja, no meu caso, ficaria colocada numa escola inserida no QZP 1, que abrange escolas até Monção, a 150 km de distância da minha residência. Em segundo lugar, no ano letivo 2024/2025, ficaria sujeita a ficar colocada em qualquer QZP. Ou seja, em qualquer escola a nível nacional”, explica.

Segundo a professora “isto significaria, ao contrário do anunciado pelo senhor ministro da Educação, andar com a casa às costas”. “Tendo em conta os preços de aquisição/arrendamento atualmente praticados, a não existência de qualquer subsídio de renda ou transporte (ao contrário de outras carreiras), por ter 45 anos de idade, vida estabilizada em Vila Nova de Gaia (casa, família, marido com emprego no Porto e dois filhos em idade escolar), a obrigação de concorrer a nível nacional não me deixa alternativa senão optar por não concorrer à VD”, conclui. A docente afirma que “cerca de 95 % dos professores” que conhece em condições de vida idênticas à sua “optaram por não concorrer”.

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/06/obrigar-a-concorrer-a-todo-o-pais-e-violacao-de-direitos/

Load more

Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: