5 de Janeiro de 2023 archive

Desabafo do Filho de Uma Professora

DESABAFO DO FILHO DE UMA PROFESSORA

 

A minha mãe foi colocada no distrito de Bragança, sendo residente em Braga, tinha eu apenas um ano.
Assim decorreram três anos, só a via aos fins de semana. Só chegava a saber que eu tinha estado doente quando já estava bom.

Não havia opção, tinha de garantir o trabalho e o sustento.

Passou por viagens assustadoras: atravessar a Serra do Marão quando não se via, sequer, as luzes dos carros da frente; ficou retida pela neve… (e que alegria quando ficava retida por cá).

Nos anos seguintes foi sendo colocada mais perto, é verdade, mas não tão perto assim, nem as viagens eram mais fáceis: percorria cento e tal quilómetros diários para que, pelo menos, pudesse regressar a uma casa a que pudesse chamar lar.

Na altura, ainda adolescente, não compreendia, mas agora vejo: ela chegava a casa e não adormecia… Creio que, simplesmente, desmaiava.

Conheceu muitos “apeadeiros”. Em muitos deles foi insultada, humilhada com palavras como “minorca”, “badalhoca”…

Sempre foi uma pessoa de fibra, guerreira. Hoje já não lhe sinto a força e o brilho de outrora.

Embora o tente disfarçar na minha presença, vejo dor. Agora já não só uma dor de alma, mas dor física também, porque a idade não perdoa e a saúde escasseia.

No entanto, continua a dizer-me: “Filho, tu e os meus pupilos são a razão por que me levanto todos os dias”.
Sinto revolta quando observo o que se está a passar.

Pergunto: até quando vão sugar quem já não pode ser sugado?

Quantos desafios absurdos ainda tem que enfrentar com quase três décadas de ensino?

Deixem os professores fazer aquilo que melhor sabem: ensinar!

 

Rafael Xavier

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Comissões Paritárias para Avaliar 1 ou 2 trabalhadores

Com a passagem do pessoal não docente para as autarquias restam às escolas os Técnicos Especializados para serem avaliados.

Em muitos casos as escolas têm um ou dois técnicos especializados para avaliar e a comissão paritária deve funcionar com 2 efetivos dos trabalhadores e 4 suplentes.

Estes técnicos são avaliados pelo SIADAP 3.

Junto do dirigente máximo de cada serviço, funciona a Comissão Paritária, órgão com competência consultiva, cabendo-lhe apreciar propostas de avaliação dadas a conhecer a trabalhadores avaliados antes da homologação (artigo 59.º).

A Comissão Paritária é composta por 4 Vogais:

  • 2 em representação da Administração (sendo um membro do Conselho Coordenador da Avaliação);
  • 2 representantes dos trabalhadores.

O mandato dos membros da Comissão paritária é de quatro anos.

 

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“Infelizmente, o que se vê é o total desrespeito pelos professores”

“Infelizmente, o que se vê é o total desrespeito pelos professores”

 

Um artigo de opinião da autoria de Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores.

 

 

Os professores sofrem da ‘síndrome da quantidade’, são muitos cerca de 150.000. Quando há um aumento de salário repercute-se enormemente no Orçamento de Estado.

Para uma greve ter impacto significativo são necessários muitos professores fazerem greve. Ao invés, se houver uma greve dos assistentes operacionais de uma escola meia dúzia inviabiliza o funcionamento de uma escola.

Devido à enorme quantidade de docentes, naturalmente, há muitos sindicatos, porém dever-se-iam unir para o bem de todos os docentes e evitar divisões que não levam a lado nenhum.

A ideologia dos sindicatos deve ser ‘pelo bem da função docente’. É preciso respeito pelos professores como se vê em muitos cartazes. Respeito pela sua função, respeito pela sua autoridade, respeito pela sua idade, respeito pelo local onde vivem, respeito pelas suas habilitações, respeito pelos seus anos de serviço, respeito pela sua doença, respeito dos seus alunos, respeito dos pais dos seus alunos, respeito pelos seus diretores e respeito pelos seus colegas, entre outros.

Infelizmente, o que se vê é o total desrespeito pelos professores.

Os professores já têm inúmeros problemas com que se debatem, vem agora um ministro da Educação, que antes era secretário de Estado, querer que os diretores contratem docentes e incrementar a municipalização. Isso é um erro crasso.

O maior problema de cada ministro da Educação que toma posse, em vez de arrumar a casa e tentar resolver os problemas que estão pendentes e para trás há muitos anos, arranja mais problemas para os colocar em cima dos existentes.

Problemas que vêm de trás: contagem integral do tempo de serviço para efeitos de carreira; extinção das vagas na progressão e das quotas na avaliação; manutenção da paridade com a carreira técnica superior; eliminação da precariedade laboral na profissão; aprovação de um regime específico de aposentação que permita, também, o rejuvenescimento do corpo docente; regularização dos horários de trabalho; regime de mobilidade por doença.

Muda-se os ministros, mas a política é a mesma ou pior.

Eça de Queiroz dizia muito a propósito: “Todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises.”

O maior problema da política da Educação em Portugal é a falta de experiência e conhecimento dos políticos para a resolução dos seus problemas. A política de acaso e a política de expediente dão nisto.”

 

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Pensamento Computacional no Ensino… Básico!

Pensamento Computacional no Ensino… Básico!

 

“O rapaz estuda nos computadores. Dizem que é um emprego com saída” canta Rui Veloso em “Postal Dos Correios” e com toda a razão! A programação de computadores, que já era uma habilidade muito procurada no século XX, no século XXI é uma competência essencial.

 

E é no 1º Ciclo do Ensino Básico que se deve começar a incutir um Pensamento Computacional, essencial para os alunos vingarem no mundo acadêmico e profissional. E isso porque o pensamento analítico, a resolução de problemas complexos, a inovação tecnológica, a criatividade e o design estão entre as principais lacunas dos jovens profissionais que pretendem trabalhar com dados e Inteligência Artificial no desenvolvimento de softwares.

Porém, apesar dos esforços para incluir conceitos de programação no Ensino Básico – e até no pré-escolar – não temos, nem de longe nem de perto, um compromisso com a promoção do Pensamento Computacional que deixe de retratar Portugal como um dos países da Europa onde há falta de recursos humanos em TI.

 

Importância do Pensamento Computacional

Não há como negar! As nossas crianças estão a crescer num ambiente digital global entre sites e aplicativos para smartphones, jogos de computador e equipamentos com Inteligência Artificial que podem ser programados. Dai a importância do Pensamento Computacional, fundamental para desenvolver a capacidade analítica e habilidade cognitiva para resolução de problemas e ao mesmo tempo, para exploração da criatividade.

É verdade que o Pensamento Computacional se tornou numa tendência no sistema educativo de muitos países, com inclusão nos currículos escolares de disciplinas relacionadas com Informática, mas em Portugal ainda há muito a explorar.

 

Mas o que é o Pensamento Computacional?

Basicamente, é uma competência transversal e essencial para a resolução de problemas em diferentes áreas do conhecimento, pois abrange um conjunto de habilidades analíticas e abordagens usadas em Ciências da Computação, que podem ser transpostas para outros contextos.

 

Quais são as vantagens deste conceito para crianças de tenra idade?

Estudos recentes revelam que crianças que aprendem a “programar” melhoram a aquisição de habilidades porque o ato de codificar requer uma lógica e raciocínio que se baseia em sequência e estrutura. Por outras palavras, a construção e/ou decomposição das etapas sequenciais de uma tarefa de modo que ela possa ser executada por um computador (por um ser humano ou por uma combinação de ambos), implica o reconhecimento de padrões e um plano para resolução de “bugs”, tal como noutras disciplinas fundamentais, como Matemática e Português que são ministradas na infância para preparar os alunos desde tenra idade.

 

Ciências da Computação na Europa

Tal como no resto do mundo, na Europa as Ciências da Computação estão a expandir-se para todos os níveis de ensino, particularmente para o ensino superior, graças ao esforço dos governos, professores, pesquisadores, líderes tecnológicos e, claro, graças também ao interesse dos alunos.

Em 2018, o ACM Europe Council em conjunto com o Comité de Educação do CEPIS e a Informatics Europe, começou a analisar o estado da educação em Informática com minúcia e a dinamizar o programa “Informatics for All”, uma estratégia que coloca a disciplina de Informática como fundamental em todos os níveis educacionais, seja de forma independente ou integrada com outra disciplina do currículo escolar. A ideia era (ainda é) promover a educação do século XXI através do ensino de competências essenciais para a participação ativa e emprego num mercado de trabalho cada vez mais digital. Não obstante, o ensino da Informática continua a mercê de abordagens que variam de país para país…

 

Pensamento Computacional em Portugal

O Pensamento Computacional é transversal a vários conhecimentos, mas em Portugal tem sido mais explorado pelo grupo de Informática nos diferentes níveis de ensino, tanto a nível curricular como a nível de projetos que envolvem a comunidade educativa.

Em 2015, a Direção-Geral da Educação desenvolveu um projeto-piloto de iniciação à programação no 1º Ciclo do Ensino Básico, em parceria com instituições relacionadas com a área das Ciências da Computação, como a Associação Nacional de Professores de Informática, o Centro de Competência TIC da Universidade de Évora, Centro de Competência TIC da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal e a Microsoft. Esse projeto ainda se mantém em alguns agrupamentos de escolas, mas de um modo geral, as Ciências da Computação e o Pensamento Computacional não estão presentes no Ensino Básico como disciplina especifica, apesar de algumas escolas oferecem uma disciplina opcional de Informática onde as crianças e os jovens aprendem a resolver problemas programando com Scratch, por exemplo.

O que é Scratch? É um ambiente de programação que promove o Pensamento Computacional, baseado em blocos de diferentes cores, concebidos para serem utilizados por crianças e jovens, já que basta arrastar e soltar para codificar!

 

Como explorar as Ciências da Computação no 1º Ciclo do Ensino Básico?

Com disciplinas especificas que trabalhem com Scratch? Será sempre uma boa ideia, mas qualquer linguagem de programação simples consegue levar a criança a explorar e enfrentar desafios… e depois a ficar mais apta para aprender uma segunda linguagem de programação com facilidade e assim por diante!

Desta forma, os nossos alunos teriam a oportunidade de fazer parte de um modelo de educação moderno, de perceber como funciona o mundo digital e tecnológico, de se prepararem melhor para uma sociedade cheia de novos desafios e beneficiarem de um futuro auspicioso.

Na ótica de transformar os alunos consumidores de tecnologia em alunos criadores de tecnologia, as Ciências da Computação no Ensino Básico podem preparar os jovens para serem cidadãos informados, independentemente da carreira profissional.

Assim, com escolas cada vez mais apetrechadas de novas tecnologias, é essencial começar a usá-las não apenas como ferramentas de apoio, mas também como ferramentas de aprendizagem para desenvolvimento de projetos que deixem os alunos de hoje (profissionais de amanhã) melhor preparados e qualificados para promoverem novas formas de pensar, para resolverem problemas e desenvolverem o processo criativo.

 

SOBRE O AUTOR:

  • Luís Horta, professor de Informática no Agrupamento de Escolas João de Deus
  • Autor do website institucional www.aejdfaro.pt e responsável pela comunicação externa do Agrupamento.
  • 28 anos de experiência como docente no Ensino Secundário
  • 5 anos de experiência como docente no Ensino Superior
  • Mais de 1000 horas de formação de adultos
  • Fundador e Gerente da Webfarus Marketing Digital (www.webfarus.com)

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Chegou a hora de os Professores dizerem: Basta!

Chegou a hora de os Professores dizerem: Basta!

 

Estou, incondicionalmente, solidário com os Professores e com a greve que iniciaram. Ando há anos a escrever sobre os seus dramas (em especial em artigos no JN).

Desde que uma Ministra de tão nefasta memória, nomeada por Sócrates, poisou na cadeira da Educação, nunca mais os professores tiveram sossego.

A desautorização, o desrespeito, a humilhação, nas escolas e na sociedade, o congelamento de carreiras, as estranhas regras de mobilidade, a terrível burocracia a recair sobre os professores (que os obriga a trabalhar pela noite e madrugada fora…), as turmas e horários sobrecarregados, a violência impune nas escolas, os novos e enigmáticos modelos de recrutamento… vêm tornando o exercício da profissão de professor numa verdadeira tortura.

Se este Ministro não tem capacidade de se sentar à mesa com quem representa os professores e de atender ao seu desencanto e revolta… então que siga o caminho do seu ex-colega Pedro Nuno (esse deu conta a tempo que estava mais…)

 

Alexandre Parafita

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Exames passam a valer no mínimo metade da nota de acesso ao superior

Exames passam a valer no mínimo metade da nota de acesso ao superior

 

Proposta do Governo prevê que as provas deixem de ser obrigatórias para a conclusão do secundário, mas serão mantidas para entrada nas licenciaturas. Uma vaga por curso para alunos pobres em equação.

 

Os exames nacionais vão deixar de ser obrigatórios para a conclusão do ensino secundário, mas continuarão a ser usados para ordenar os alunos no acesso ao ensino superior. A proposta que o Governo tem estado a negociar com os parceiros do sector prevê mesmo que estes possam valer metade da nota de ingresso…

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A está secretária de estado nascia dinheiro na conta… mais uma boa escolha para o desgoverno

Polícia Judiciária descobriu que dinheiro de Carla Alves, casada com ex-presidente da Câmara de Vinhais, multiplicava-se.

Nova secretária de Estado da Agricultura com contas arrestadas

Carla Alves, a nova secretária de Estado da Agricultura, tem diversas contas arrestadas, na sequência de uma investigação que visa o marido, Américo Pereira, ex-presidente da Câmara de Vinhais. A Polícia Judiciária (PJ) fala do milagre da multiplicação, depois de levantar o segredo bancário à atual governante que era funcionária em instituições públicas mas recebia muito mais dinheiro do que efetivamente declarava.

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