30 de Janeiro de 2023 archive

Porque não faço greve no dia 3….SERVIÇOS MÍNIMOS – Luís Sottomaior Braga

(texto longo porque o caso é mesmo grave)
A polémica dos serviços mínimos prossegue.
Vai haver dias (e esse vai ser um deles) em que quem vai impor os serviços mínimos a quem os tiver de fazer vão ser a FENPROF e suas adjacências.
OS NÃO DOCENTES E OS SERVIÇOS MÍNIMOS
No dia 3, Viana vai estar no centro do problema.
Para os não docentes, faz-se uma lista de trabalhadores em serviços mínimos e os que nela forem incluídos têm de trabalhar. Os outros podem fazer greve.
Mesmo que a decisão dos serviços mínimos venha a ser, daqui a uns meses, ilegal (com fundamento, no limite, em iliteracia dos autores, acho eu – até a eutanásia lá voltou para trás por causa de uma copulativa….).
Só o STOP tem greve para eles. Não há que relacionar com outros pré-avisos coincidentes.
A FENPROF E OS SERVIÇOS MÍNIMOS. ENTERRAR A FACA EM QUEM FAZ SOMBRA
No caso DOS DOCENTES, a FENPROF e suas ilhotas adjacentes vieram com uma doutrina, num comunicado, absolutamente bizarro, que já não esconde a intenção de punir os sindicalizados e simpatizantes do STOP.
Essa doutrina diz assim, passo a citar, “Ao serem elaboradas listas de docentes afetos aos “serviços mínimos” para a greve que a eles está sujeita, deve ter-se em conta que não podem ser incluídos os associados das organizações que convocaram a greve que não tem “serviços mínimos” (FENPROF e etc, nota minha), bem como os não sindicalizados que a ela pretendam aderir.”
Ora, isto, significa que, estando nesse dia 2 greves de um dia a decorrer simultaneamente no distrito de Viana (decorrem nas mesmas escolas, para o mesmo universo de profissionais, para o mesmo dia) teriam os dirigentes escolares de, perante a decisão prévia de escolher quem faz serviços mínimos, fazer duas ilegalidades (perguntar, a todos os que prestem serviço nesse dia, que greve fazem – pergunta ilegal e punível – e questionar a sua sindicalização – outra coisa ilegal e impossível de apurar com rigor sem perguntar).
SER DO CLUBE FENPROF DÁ DISPENSA DE SERVIÇOS MÍNIMOS, PORQUÊ?
Quem for do clube FENPROF está dispensado, dizem os dirigentes do clube.
Os outros, sindicalizados ou não, têm sido maus meninos e ficam de castigo. No ensino especial, dizem eles, livram-se do castigo se alinharem com a FENPROF e renegarem as más companhias.
Eu não renego os que lutam comigo. Quem esteve na concentração de Viana um destes sábados sabe que, a dada altura, perguntei quem não era do STOP e estava ali em nome da unidade. A maioria não era. Mas eu sou e não o renego. Porque escolhi ser.
Assim, se a FENPROF quer, para si, um direito de greve premium com cartão passe atribuído pelo governo por bom comportamento, que me nega a mim, eu não estou lá.
Quero manter-me com os malcomportados que foram às 3 manifestações destes meses.
E não me importo nada de ir contra o grande dogma da “unidade a toda a brida”. Os nazis indubitavelmente uniram a Alemanha e vejam no que deu. Eu sei que a comparação exagera, mas o argumento tem base lógica, salvo a escala da coisa.
(Recordo que agora que já li a decisão toda da arbitragem e a incrível base da fundamentação dos serviços mínimos que é “tem havido greves a mais”, o que devia por os velhos sindicalistas alerta para a reação a ter e como gerir com inteligência isto tudo. Mas não, tinham de ir com sede ao pote).
Em vez de pedirem reuniões com a vítima, espetam mais a faca.
Calculo que a fantasiosa isenção de serviços mínimos para os seus, seja só para os dias em que haja greves da Fenprof.
Logo, nos dias em que não haja greves da Fenprof e anexos, já podem ser convocados para serviços mínimos. O que mostra o absurdo da coisa e de como isto é tudo divisionismo puro e duro.
MAS ISTO TEM ALGUMA LÓGICA, ALÉM DE TENTAR ATACAR O STOP?
Qual é a lógica legal, constitucional, moral ou, até simplesmente lógica, de um disparate destes?
Há grevistas que podem no mesmo dia, com sanções legais, à mesma hora e na mesma escola, ser obrigados a não poder exercer o seu direito a um dia de greve se forem (e se declararem) da greve do STOP.
Mas se forem da greve da FENPROF (e o declararem) já podem. Porque o governo escolheu uma greve e não outra para atacar.
E a Fenprof alinha?
Anos a dizer que não se pode perguntar por greves (como a lei dispõe) para acabarem assim?
O SIGNIFICADO PROFUNDO DISTO TUDO
O que a FENPROF quer provar é que não tem direito a existir quem não esteja no seu redil e não se sujeite à sua forma interna de funcionar.
E isso para mim é inaceitável.
Foi uma das causas da criação do STOP e continua válida.
A unidade não se faz a espezinhar os divergentes, que é o método Mário Nogueira e CDMPC (quem quiser, depois explico a sigla).
Eu, no dia 3, ía fazer greve e ajudar a mobilizar (há testemunhas e coisas escritas) em Viana. A da Fenprof que, na prática, era a mesma que a do STOP nesse dia.
Com este comportamento da FENPROF, que insiste nestas distinções divisionistas entre sindicatos e greves e constatando a manhosice, disfarçada de juridiquês, já não faço.
E podem vir com a conversa seráfica da unidade. Não há unidade com gente que funciona assim.
O QUE VOU FAZER DIA 3…..VOLUNTARIAR-ME PARA SERVIÇOS MÍNIMOS.
Vou oferecer-me ao meu diretor para serviços mínimos e nesse dia vou ficar numa biblioteca a vigiar crianças.
Considerem que é o meu ato de solidariedade com todos os colegas que declararem a greve do STOP, que vão ter o seu direito à greve perturbado em todo o país, só para a Fenprof provar nesses dias que ainda mexe, que tem uma relação especial com o Governo e só ela tem o direito hereditário de ser o sindicalismo docente.
E que serão esmagados todos os que se rebelarem.
MAS ESTE ATO IGNÓBIL DE AJUDAR A CASTIGAR GREVISTAS VALE A PENA?
A FENPROF quer ver os que a afrontaram com greves à séria a assistirem no banco de castigo à sua greve fofa?
Não me digam que ainda vão visitar os colegas do STOP ou que não adiram à sua greve, que condenam aos serviços mínimos, de que exigem libertar os seus e vão fazer caretas como as criancinhas?
Ou querem só mostrar a sua especial relação com o Governo que até os supostamente isenta de serviços mínimos no dia em que os outros estão de castigo? É preciso um golpe destes para mostrar que ainda mexem?
No dia em que houver greve só do STOP já podem cumprir serviços mínimos, é isso?! Aí são para todos. Portanto, nos outros dias manda a FENPROF. No dia do passe premium é só para a malta que alinhar com o STOP.
E no dia da “sua” greve não cumprem a lei de todos os outros, porquê?
O que tem um pré-aviso de um dia de diferente de outro pré-aviso de um dia?
…………
Saí de 4 dias de tosse. A única vantagem da imoralidade e lata extrema vertidas neste comunicado foi tirar-me a tosse com a incredulidade.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/porque-nao-faco-greve-no-dia-3-servicos-minimos-luis-sottomaior-braga/

SOU TEACHER! E ESTOU HOME ALONE!

Clicar na imagem para ouvir

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/sou-teacher-e-estou-home-alone/

Santana Castilho e os Serviços Mínimos

 

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/santana-castilho-e-os-servicos-minimos/

Os profissionais de Educação irão continuar a fazer melhor do que um líder sindical…

O eventual desentendimento insanável entre Sindicatos de Educação não poderá ser considerado pelos profissionais desta Área como um tema interdito, uma espécie de tabu, que não deva ser falado nem discutido, por poder ser causador de algum tipo de melindre…

Convirá, talvez, também recordar que essa indesejável possibilidade não desaparecerá só porque se evita falar dela…

Portanto, aqui vai:

O discurso da “cassete” do Velho Sindicalismo está gasto, decrépito, é completamente previsível e já não encoraja, nem convence ninguém…

O Velho Sindicalismo está enfermo de caducidade, tem-se mostrado muito pouco inspirador, ultrapassado pela realidade e não tem conseguido capitalizar a confiança daqueles que supostamente representa…

Incapaz de defender imparcialmente os interesses dos seus representados, o paladino desse Sindicalismo, Mário Nogueira, parece ter agido, nos últimos anos, como se fosse um “Semideus” do Sindicalismo, seguindo cegamente uma cartilha política, plausivelmente vinculada a agendas e a fretes partidários…

Pela Entrevista concedida pelo líder da FENPROF ao Jornal de Notícias/TSF, em 29 de Janeiro de 2023, depreende-se que Mário Nogueira, em prol do seu próprio protagonismo, estará disposto a abdicar de qualquer união entre Sindicatos, esquecendo que pretensas “divindades” e plausíveis interesses individuais não servem à presente luta dos profissionais de Educação…

Mário Nogueira, que parece ter “hibernado” nos últimos 7 anos, vem agora, pela referida Entrevista, fazer o papel de “puritano”, plausivelmente, como estratégia para dissimular o seu ressabiamento…

Vamos lá “avivar a memória” porque o tema não pode ser escamoteado:

– Em 2010, a FENPROF, liderada por Mário Nogueira, cedeu a um trágico acordo com o Ministério da Educação, conseguindo a proeza de desbaratar toda a força e união, alcançadas em 2008, pela maior Manifestação de Professores alguma vez realizada em Portugal, contribuindo de forma determinante para o estado comatoso em que se encontra a Carreira Docente…

 Durante os seis anos de Governo pela “Geringonça”, a postura do Velho Sindicalismo foi pautada pela bonomia e pela aceitação, fazendo de conta que reivindicava e que reclamava, mas mostrando-se incapaz de encetar acções efectivamente consequentes ou de ruptura…

Mário Nogueira parece ter esquecido que a sua actuação nos últimos anos foi dominada pela cedência e pela inércia, expressas por “pactos de não-agressão” face às políticas educativas do Ministério da Educação, pelo menos em termos tácitos…

Perante tudo o anterior, esperará, agora, ser tido em muita consideração e levado muito a sério?

Com o aparecimento e consolidação do Sindicato S.T.O.P., Mário Nogueira tem vindo a perder margem de manobra e protagonismo, mas isso será apenas o culminar de algo que já se observava há alguns anos…

A FENPROF de Mário Nogueira arrisca-se a ficar conotada com recorrentes “traições” aos profissionais de Educação, de que é exemplo mais recente a deserção da Greve por tempo indeterminado decretada pelo Sindicato S.T.O.P.…

Mário Nogueira terá tido, com certeza, vários méritos ao longo da sua Carreira enquanto Sindicalista, mas no momento actual é praticamente impossível ignorar a imagem desgastada e quase deprimente, de alguém “agarrado” ao Poder conferido por um cargo, talvez até comprometendo a própria dignidade…

Insolitamente, Mário Nogueira e o Ministro da Educação parecem ter isto em comum:

– Um e outro, não terão ainda aceite que o seu tempo acabou e que não é possível esquecer os inúmeros “erros de casting” protagonizados por ambos…

– Os erros cometidos por e por outro já causaram demasiados prejuízos a terceiros para poderem ser esquecidos ou apagados…

A ambos se afirma: Haja a humildade e a hombridade para se retirarem de cena…

Indubitavelmente, a acção de Mário Nogueira é um mau exemplo de liderança sindical…

Apesar disso, os profissionais de Educação irão continuar a fazer melhor do que um líder sindical e mostrar que a sua união é mais forte do que algumas vaidades patéticas, imbuídas pela arrogância, pelo egocentrismo e pelo elitismo corporativista…

A presente luta precisa de todos e todos valem o mesmo, não há quem seja mais importante ou imprescindível do que outro… Todos os contributos são indispensáveis…

 

(Paula Dias)

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/os-profissionais-de-educacao-irao-continuar-a-fazer-melhor-do-que-um-lider-sindical/

O grande problema do governo tem um nome: professores

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2023/01/o-grande-problema-do-governo-tem-um-nome-professores/

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: