Novembro 2020 archive

Ata do Estado da Educação

Ordem de trabalhos:

1 – Surto que não se vê é surto «não registado»

2 – Conferência de 7 de novembro

3 – Método «Costa»

4 – Títulos falsos

5 – Lista secreta do ministério maior que a da fenprof

6 – Reavivar o ódio a professores

7 – Esconder ao máximo o mérito do seu trabalho

 

– Os surtos invisíveis e silenciosos nas escolas, que «não se detetam» ou «não se registam», podem ser milhares neste momento.

Sem rastreios na comunidade escolar (assintomática, mas potencialmente portadora e “contagiadora”) como haviam de detetar-se?

Surtos são muito mais do que 477 (número tão falso como 68)

A narrativa sonsa do «não detetamos», «não registamos», deu lugar a percentagens de contágio e número atirados ao ar ao estilo de poker. Os surtos registados não representam o número real. Um rastreio sério multiplicaria o número.

 

 – Conferência de imprensa de 7 de novembro desmentida

Contexto familiar e de coabitação 68%; contexto laboral 12%; Lares 8%; contexto escolar 3%; contexto social 3%; Serviços de saúde 1% (percentagens alcançadas pela aplicação do método «Costa»)

«A percentagem de contágio nas escolas é muito superior»

Afinal mais de 80% de «origem desconhecida»

«não é admissível a situação de conluio subserviente da DGS com o Governo ….. o rei vai totalmente nu!»

 

O método «Costa» resumido

– É um método de recolha, análise, gestão e envio de informação;

– É requerido ao utilizador do método “mente aberta” em todas as fases do processo (da recolha ao envio de informação);

– Títulos curtos em letras grandes (o resto do texto é irrelevante, ninguém lê);

– Não há certo ou errado, não há verdadeiro ou falso;

– É fundamental saber embarretar partidos, sindicatos, jornais, rádios e televisões.

– O mestre do método é um embarretador exímio. O processo de embarretamento começa frequentemente por um estender de mão ao embarretado.

– Em testes americanos baseados no método «Costa» qualquer resolução deve poder justificar a atribuição de nota máxima e passagem com distinção; ou chumbo sem hipótese de recurso.

 

Títulos falsos em grande quantidade

– Visam uma espécie de imunidade de grupo (contra o incómodo causado ao cidadão pela mentira);

– A “vacina” é administrada em “doses” diárias deste género:

«Escolas só representam 3% de contágio»; «Afinal 80% de origem desconhecida»; «OMS defende escolas abertas»; «Abertas, ninguém falou em alunos lá»; «Devemos assegurar a educação das crianças, foi a declaração de um diretor da OMS»; «há 477 surtos em escolas»; «afinal são 68»; «Não, atenção 477 x 68.»

Ao fim de umas semanas a maioria das pessoas já começa a sentir melhoras. Só é pena as reações adversas verificadas em alguns casos.

O vírus do conhecimento pode provocar intolerância ao tratamento. Daí o grande esforço em livrar a população desse vírus.

 

– A lista secreta do ministério é muito maior do que a lista da fenprof

«Publicar? Nem pensar nisso Tiaguito.» «-E se descobrem a verdade carago António? estou com muito medo disto.» «Ok, dizemos que há 477 surtos. E no dia seguinte 68. Mesmo que sejam milhares, não é mentira dizer 477 (não estarás a dizer só 477). Aprende comigo.»

 

– Nestes tempos é essencial manter a chama – do ódio aos professores – acesa.

….. Não vão «os portugueses» começar a gostar um bocadinho dos professores; isso seria o pior que a pandemia podia fazer.

Fizeram passar a ideia que os professores estão no segundo local mais seguro do país. Só os profissionais de saúde teriam mais sorte (nos serviços de saúde a probabilidade de contágio seria de 1%) de acordo com os dados da conferencia de imprensa de 7 de novembro.

E esses privilegiados professores e enfermeiros (no oásis da pandemia) a falar de greves. Perigo a sério é em casa (68%).

 

Reconhecer que os professores também estão na linha da frente, privados da proteção que se assegura ao cidadão comum?

Nunca. Isso seria reconhecer-lhes demasiada utilidade e, pior do que isso, reconhecer-lhes nobreza e altruísmo no desempenho das suas funções.

Os professores devem ser vistos como formigas, quais térmitas em missão suicida para salvar o formigueiro sem que lhes seja reconhecido qualquer ato nobre ou heroico. Apenas formigas, programadas pela natureza para agir daquela maneira.

 

Rui Araújo

 

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30 mil alunos sem aulas a uma ou mais disciplinas

 

Como mais do que previsto, a falta de professores agudiza-se, mas do ministério só se ouve o silêncio.

Falta de professores deixa quase 30 mil alunos sem aulas a uma ou mais disciplinas

Nas escolas, faltam professores. Há mais de 400 horários por preencher, nesta altura, quando faltam poucas semanas para o fim do 1º período. No total, quase 30 mil alunos estão sem aulas a uma ou mais disciplinas, sendo que as mais afetadas são Português e Matemática. Há até escolas onde faltam mais de uma dezena de docentes.

Faltam professores para preencher mais de 400 horários, nas escolas públicas do país. A esmagadora maioria são horários temporários, de substituição de docentes, que estão de baixa ou de licença de maternidade.

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Um desastre anunciado nas escolas – SINAPE

 

 

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Cinema Sem Conflitos: “3rdDate”

Título:  “3rdDate” | Autores: “Veronica Solomon

“Miss Gazelle está preparando o jantar para seu novo namorado, Sr. Bear. Tudo parece perfeito para um encontro quente. Mas então…”

Mais videos didáticos sobre Amor e Sexualidade, Bullying, Dilemas Sociais, Drogas, Emoções, Família, Racismo, Relações Interpessoais, Religião e Cultura, Violência, ambiente e gênero em  https://cinemasemconflitos.pt/

Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCj6LBbDs8j93ijiuI-IKd3Q

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66 anos e sete meses para se reformar em 2022

 

A idade de acesso à reforma vai subir para 66 anos e sete meses em 2022, mais um mês do que a que vigorou durante este ano. Esta evolução é explicada pelo aumento da esperança média de vida aos 65 anos, que foi divulgada, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

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Quantos são professores?

 

Mais de 500 funcionários públicos vão ajudar SNS

A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que mais de 500 funcionários públicos vão ter formação para ajudar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos inquéritos

 

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O preço da incompetência- Alexandre Homem Cristo

Houve um tempo nesta pandemia em que a desorientação do Governo o encaminhou para medidas vistosas, mas discutivelmente ineficazes, com o propósito de mostrar serviço. Agora, a orientação ascendeu a um novo patamar: o da introdução de medidas inequivocamente sem eficácia, cujo propósito já apenas consiste no encobrimento da incompetência acumulada. A proibição de ensino à distância nos próximos dias 30 de Novembro e 7 de Dezembro é disso um exemplo gritante: o Governo impede as escolas privadas de darem aulas online nesses dias, não por motivos sanitários (os alunos estariam em casa), mas (presume-se) porque não poderia garantir igual continuidade educativa nas escolas públicas. Será esta uma defesa da igualdade? Não, é um nivelamento por baixo e uma manobra política: se os miúdos matriculados no privado tivessem aulas, o país perguntar-se-ia o porquê de o mesmo não acontecer no público — uma pergunta incómoda a evitar, uma vez que a resposta é simples: porque o Governo falhou. Ou seja, esta proibição prejudica os alunos, mas beneficia o Governo. Fica claro o que, na balança, pesou mais.
Recapitulemos. Nas próximas duas segundas-feiras não haverá actividades escolares presenciais. A decisão surge no seguimento da renovação do estado de emergência e das medidas para os fins-de-semana e feriados de Dezembro, com vista a impedir a circulação de pessoas nos dias de ponte. Percebe-se o objectivo de confinar nessas segundas-feiras, mesmo que seja fácil discordar da necessidade de fechar escolas ou desconfiar da eficácia da medida — de resto, o próprio Governo tinha adoptado a boa prática de evitar a todo o custo o encerramento escolar, precisamente por saber que a medida não justifica o dano causado aos alunos. Mas o problema maior revelou-se na tarde desta terça-feira: quando as escolas privadas anunciaram planos para manter actividades à distância nesses dois dias, o Governo apressou-se a agitar o texto do decreto e alertar para a proibição.

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RIP

O “Deus” Morreu!

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As escolas mostram todos os dias como se é resiliente

As escolas mostram todos os dias como se é resiliente

Sabemos que no meio de tantos ‘vai ficar tudo bem’ há muito de vontade de superação desta difícil fase que todos estamos a passar. É como se bastasse repetirmos muitas vezes a frase mágica para se tornar realidade a curto prazo. As escolas têm sido um bom exemplo de superação e de como manter uma vida o mais saudável possível. É inegável que a primeira fase desta pandemia foi uma crise para todos: alunos, professores e famílias. Casas que se transformaram em centros de cowork de idades e áreas diversas. Foi uma difícil experiência para todos, em que o balanço foi muito positivo, tendo em conta o ponto de partida da maioria.
Agora estamos a meio do primeiro período lectivo, com escolas abertas a ir gerindo os casos e surtos que vão aparecendo. Cada escola vai cumprindo as orientações da Direcção-Geral de Saúde com o bom senso e meios disponíveis.

Não há sombra de dúvida que não pode haver melhor lição de vida sobre como superar dificuldades e ser resiliente do que viver esta pandemia. A questão é viver com a pandemia ou viver atravessando a pandemia. O melhor mesmo é fazê-lo das duas maneiras: viver aceitando as circunstâncias e a situação, prevenindo o mais possível de modo a não contribuir para aumentar o número de casos e lutando para minimizar os riscos e as consequências da infecção. Nada fácil!
As escolas mostram todos os dias como se é resiliente: pondo em prática o que foi pensado e preparado anteriormente, ao mesmo tempo que se vão resolvendo os problemas que chegam no momento e que são, quase sempre, novos. Ter autoconfiança, saber que já vivemos outros momentos difíceis e que vamos conseguir, todos juntos, atravessar mais este. Persistir todos os dias, várias vezes ao dia. Nunca desistir. Encontrar formas novas de continuar, motivando alunos e professores, pondo o foco na aprendizagem. Com toda a flexibilidade, mudar de estratégia de ensino, ajustando os meios, acreditando que os regulamentos são para as pessoas e não o contrário. Ter ‘boa onda’, ser optimista. Mostrar que se pode ser optimista sem ser irresponsável, ter pensamento positivo e fazer brilhar as coisas boas no meio de tanta indefinição e sofrimento. Acreditar e saber fazer acreditar que continuamos a investir no agora e no depois. Saber ouvir. Ouvir com disponibilidade e atenção para compreender os outros e trabalhar em parceria. Ter criatividade para propor e implementar novas soluções, enfrentar os desafios com garra e pensar de forma disruptiva. E por último conseguir manter a calma em tempo de crise, aprender com o que se faz e tirar ensinamentos para o que pode estar para vir.
Tudo isto a escola mostra como se faz, dia após dia. E ao viver desta forma ensina, entre outras coisas, como se pode ser resiliente e quais os seus benefícios. Viver com a pandemia ou viver através da pandemia.
A vontade de manter as escolas abertas é confiar nos estudos que dizem que estas são espaços seguros e o mais protegidos possíveis para as crianças, professores e não docentes. Desde sempre que as escolas foram espaços limpos e com um olhar especial sobre a segurança, e neste momento, com cuidados de higiene e segurança redobrados.

Manter as escolas abertas é mais do que a velha ‘paixão’ por ensinar, é proporcionar espaços higienizados em permanência, cuidados básicos para os alunos que precisam, e sobretudo equilíbrio familiar, em termos emocionais e económicos. É cumprir de forma escancarada a sua função social.
Com o exemplo da primeira fase percebemos todos que o cowork familiar não funcionou assim tão bem, nem para as crianças nem para os pais em teletrabalho, nem tão pouco para aqueles pais que tiveram de ficar em casa a tomar conta dos filhos e deixaram o trabalho. O trabalho é uma das maiores fontes de felicidade pessoal, para não falar da retribuição financeira, necessária a todos. É preciso preservá-lo e cuidar bem dele. Para tudo isto a escola contribui ao manter as suas portas abertas, continuando a ensinar, enfrentando de forma aumentada o desafio de conseguir maior aprendizagem proporcionalmente a menos ensino. Tradicional, entenda-se.

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País podem faltar nos dias 30 de novembro e 7 dezembro

Pais podem faltar ao trabalho e têm direito a subsídio devido à suspensão das aulas nas vésperas dos feriados

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Um labirinto de disparates – Santana Castilho

Um labirinto de disparates

Depois de cinco meses de incompetência para preparar as respostas a uma segunda vaga anunciada, o Governo mostra-se perdido num labirinto de decisões desconexas, apenas lesto a proibir e restringir. A pandemia tornou os portugueses numa vasta mole de súbditos de políticos que decidem em cima de dados sem credibilidade e protagonizam actos públicos que os cobrem de descrédito. O alarmismo que continua a ser propalado tolhe a racionalidade e vai marcando com entorses sucessivos a democracia em que vivemos. De um escol pouco pensante, pródigo em contradições evidentes, sucedem-se medidas absurdas e os mandamentos de hoje que contradizem os mandamentos de ontem.
Afinal, quantos casos de covid-19 estão detectados em alunos das escolas portuguesas? E de quantos surtos se pode falar, com propriedade? A 16 deste mês, o secretário de Estado e Adjunto da Saúde disse estarem activos nas escolas 477 surtos. Quatro dias depois corrigiu o tiro: afinal eram só 68, em todos os estabelecimentos de ensino, públicos e privados, desde creches ao ensino superior.
Há cerca de duas semanas, António Costa dizia que 68% dos contágios verificavam-se em casa, em família. Agora aceita que só 10% ocorrem comprovadamente em famílias e mais de 80% são de origem desconhecida. Quando deveria ter ficado calado? Em que devemos acreditar?
Os restaurantes têm vindo a ser destruídos e os que deles ganhavam o pão postos na miséria. E agora dizem-nos que só 2% dos contágios tiveram aí, comprovadamente, origem?
No dia 14 deste mês, o Presidente da República e o Primeiro-Ministro foram a Fátima, assistir a uma missa por alma das vítimas da covid-19. Nesse dia, os portugueses estavam sujeitos a recolher obrigatório a partir das 13h. A missa começou às 11h. Às 13h, já estavam em casa, para dar o exemplo quanto ao recolhimento que decretaram? Não tinham igrejas em Lisboa? A posturinha indigente, mãozinhas beatificamente cruzadas no peito e cabecinha servilmente inclinada para a direita, diante do ceptro soberano de um dignatário da Igreja, a que o agnóstico António Costa se prestou, que mensagem nos transmitiu?
Um iminente epidemiologista apresentou, na última reunião no Infarmed, cujo objectivo parece ser habilitar os políticos a tomarem decisões fundamentadas em evidências científicas, um estudo que concluiu que os ginásios apresentam um risco elevado de contágio da covid-19.
Dando fé ao que a imprensa noticiou, o “estudo” parece ter sido, afinal, um simples inquérito que obteve respostas de 548 pessoas infectadas. Dessas, referiu o epidemiologista, “uma grande maioria (96,5%) disse que ia ao ginásio pelo menos uma vez por semana”, o que lhe permitiu logo concluir que “frequentar ginásios (…) parece estar associado com probabilidade acrescida de infecção”. Usando a mesma metodologia “científica”, poder-se-á dizer que sentar numa sanita (coisa que os inquiridos farão diariamente), parece poder estar associado com uma probabilidade ainda mais acrescida de infecção?
Na mesma altura e sobre o mesmo assunto, o mesmo epidemiologista poderia, ao menos, ter referido outro estudo, do Advanced Wellbeing Research Centre (AWRC), da Universidade de Sheffield Hallam, do Reino Unido, com uma amostra um pouquinho mais ampla (62 milhões de idas a ginásios, desde Setembro, em 14 países da Europa), que concluiu que os ginásios são locais com risco de transmissão da covid-19 “extremamente baixo”, já que a taxa média de infeção em cada 100.000 idas ao ginásio foi de 0,78.
Numa autêntica requisição civil, que torna compulsório o trabalho para o Estado, o secretário de Estado adjunto e da Saúde terá poderes para impedir a saída de trabalhadores do SNS, que pediram a rescisão dos seus contratos nas últimas semanas. Em vez de salários decentes e condições de trabalho capazes, António Costa militariza e fecha os olhos ao que se passou no Hospital Beatriz Ângelo e na Linha SNS24, onde foram oferecidos a enfermeiros em serviço, a troco degradante e descabido de prestações profissionais, vales de compras para os supermercados Pingo Doce. Não vai, obviamente, cativar médicos e enfermeiros por esta via. Vai degradar, ainda mais, o SNS.
A Organização Mundial de Saúde desaconselha o uso do Remdesivir. A Agência Europeia de Medicamentos aconselha o uso do Remdesivir.
Assim vamos, preparando o Natal mais triste.
In “Público” de 25.11.20

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Sugestão de Leitura – Língua de Trapo

 

SINOPSE

Este livro leva qualquer criança, com ou sem dificuldades na motricidade oral, a exercitar as suas capacidades, através dos exercícios miofuncionais de língua.

 

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Na Madeira, nem tolerâncias de ponto, nem “cercas!

Na Madeira, nem tolerâncias de ponto, nem “cercas!

A Madeira não vai conceder tolerância de ponto ao setor público nem suspender as aulas nos dias 30 de novembro e 07 de dezembro, indicou hoje o presidente do executivo, sublinhando que também não será proibida a circulação entre concelhos.

“É fundamental perceber o seguinte: nós não temos uma situação (pandémica) equivalente àquilo que se está a passar no continente”, disse Miguel Albuquerque, à margem da inauguração de 15 novos pavilhões no Parque Industrial de Câmara de Lobos, na zona oeste da ilha da Madeira.

O presidente do Governo regional, de coligação PSD/CDS-PP, afirmou que o decreto que regulamenta o novo estado de emergência, em vigor desde as 00:00 de hoje, motivou “alguma interpretação errónea”, nomeadamente ao referir que o disposto entre os artigos 3.º e 31.º e entre os artigos 45.º e 53.º “é aplicável a todo o território nacional”.

“Não temos, neste momento, uma situação equivalente à maioria dos concelhos do continente e, por conseguinte, as medidas cá serão adequadas à nossa realidade e não vamos aplicar cegamente o decreto nacional”, disse, reforçando: “Obviamente, há uma omissão, mas que do ponto de vista da interpretação é clara, que é a circunstância de aquele decreto ser aplicado ao território continental.”

Miguel Albuquerque indicou que foram já solicitados esclarecimentos sobre a situação aos gabinetes do primeiro-ministro e do Presidente da República, e remeteu para quarta-feira o anúncio de novas medidas de contenção da covid-19 no arquipélago.

O chefe do executivo deixou, no entanto, claro que não haverá tolerância de ponto nem suspensão da atividade letiva nos dias 30 de novembro e 07 de dezembro, e também não será proibida a circulação entre concelhos.

“Isso não vai acontecer na Região Autónoma da Madeira porque o nosso índice de infeção por 100 mil habitantes é 58”, disse, sublinhando que o arquipélago ainda não tem transmissão comunitária ativa.

De acordo com os mais recentes dados da Direção Regional de Saúde, a Madeira regista 166 infeções ativas de covid-19, num total de 691 casos positivos assinalados desde 16 de março.

Apesar da posição do Governo Regional, a Câmara Municipal do Funchal, liderada pela coligação Confiança (PS/BE/PDR/Nós, Cidadãos!), já anunciou que vai aplicar o disposto no decreto que regulamenta o estado de emergência em relação à tolerância de ponto e ao uso obrigatório de máscara pelos funcionários nos locais de trabalho.

Também os Açores indicaram, através do gabinete do representante da República, que as medidas decretadas pelo Governo da República se aplicam naquele arquipélago, com exceção das restrições aplicadas aos concelhos de risco elevado, muito elevado ou extremamente elevado, uma vez que a região não tem concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 15 dias. (LUSA)

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O Estado da Educação, hoje, para amanhã.

Olhar para 2015/16, para o estado de graça entre o ministério e certo radicalismo. Recordar um “certo amiguismo” entre instituições. O ataque a quem ousava a critica. Olhar para trás parece ser como olhar para tempos de hipocrisia aceite por todos. Os problemas na educação não foram resolvidos, não foram, sequer, atenuados. Arrastou-se para a frente com a barriga. Um destes dias, não haverá mais terreno por onde se arrastar e estaremos entre o retroceder e o cair no precipício, sendo que o precipício será o caminho que muitos escolherão.

Exausto? Não. Não me causarão cansaço, não me vencerão assim. Isso era ir contra a própria natureza humana. Isso seria ir contra a Educação.

O caminho é continuar, seguir em frente, mesmo que devagar.  Parar, esperar pelo momento certo para poder avançar, dar um passo que não tenha que se retroceder. Virá o momento em que se correrá desenfreadamente, para a frente. Resta saber para onde.

Entretanto, continuarão o chorrilho de alarvidades.

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Aposentações E Primeiras Páginas – O Meu Quintal

 

Aposentações E Primeiras Páginas

O Correio da Manhã, com recurso ao trabalho do Arlindo, faz primeira página com o número de docentes aposentados este ano, que será o maior número desde 2013 e eu ainda acho que são poucos atendendo à conjugação do aumento da idade, o aproveitamento do minguado tempo recuperado e o ambiente de pandemia.

Saem cerca de 1650 educador@s e professor@s e acredito que quando se acabarem as parcelas de recuperação do tempo roubado, sairá muito mais gente e sem ser sequer pelo limite de idade. Na peça, em nome da Fenprof diz-se que a solução para substituir quem ai é fazer regressar quem desistiu de ser contratado a vida inteira. O problema é que as condições não mudaram desde que saíram e dificilmente se poderá dizer que existe razão para voltarem. Aliás, o que foi tirado aos mais velhos não foi para dar aos mais novos. Todos perderam, seja em termos salariais, seja em perspetivas de carreira ou condições de trabalho. Ir agora atrás de quem com 40 ou mais anos desistiu, acenando-lhe com mais precariedade (porque as vinculações “extraordinárias” são daquelas coisas em que entram uns quantos para disfarçar que há meia dúzia que precisa de “vínculo” para ascender a outros voos), parece-me completamente irrealista. Aliás, basta passar por certos chats e conversas em blogues e redes sociais para se perceber a desorientação e falta de informação reinantes em muit@s colegas que andam a dar os primeiros passos na docência e para perceber que nas escolas o velho espírito de integrar quem chegava já não é o que era e que cada um@ à sua maneira apenas pretende sobreviver… uns até se verem livres do fardo, outros a ver se aparece uma oportunidade que não seja distribuída por 3 escolas para fazer um salário decente.

Claro que perante isto, o Tiago e o João assobiam para o lado e dizem que não é nada com eles, que a sua responsabilidade é mais casamentos e baptizados por vídeoconferência.

Até porque andam por aí a falar em bazucas, mas eles só nos guardaram uns morteiros de Tancos.

Do you believe in magic?

 

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Colégios podem não “fazer ponte” dia 30 e 7 de novembro

Diretor da AEEP afirma que “a escolha é do estabelecimento”.

O encerramento das escolas públicas nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro – vésperas de feriados – foi anunciado pelo primeiro-ministro António Costa, no âmbito das medidas restritivas que iriam ser tomadas nas próximas duas semanas relativamente à contenção da pandemia. Uma realidade que não se reflete no setor privado da educação.

os colégios privados, tal como as empresas, estão livres de escolher o que pretendem fazer. Rodrigo Queiroz e Melo afirma que “os colégios se quiserem poderão continuar a funcionar com aulas não presencias, como se fez em março”.

 

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Atualização das Perguntas Frequentes Coronavírus/COVID-19 – DGAEP

 

 FAQ Coronavírus / COVID-19 (atualizadas em 23/11/2020)

 

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Recenseamento de Pessoal Docente

 

Aplicação disponível para os AE/ENA entre o dia 24 de novembro e as 18:00 horas de dia 15 de janeiro de 2021 (hora de Portugal Continental).

 

SIGRHE

 Nota informativa

 

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Escolas com 94 surtos e/ou 814 confirmados

 

Admitindo que pode haver neste momento uma “subnotificação” no número de surtos, Graça Freitas confirmou a existência de pelo menos 508 surtos ativos em Portugal Continental.

Destes, 182 são em lares de idosos (dois em unidades de cuidados continuados), 94 em estabelecimentos de ensino e 37 em instituições de saúde.

Nas escolas há “814 casos confirmados”, nas instituições de saúde um total de 397 profissionais afetados e nos estabelecimentos prisionais há ainda 435 pessoas com teste positivo à Covid-19.

 

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Rastreio em escola deteta 18 casos positivos

18 casos positivos em 123 testes… façam as contas.

Rastreio deteta 18 casos em escola básica de Vila Pouca de Aguiar

Num comunicado dirigido à comunidade local e a que a agência Lusa teve hoje acesso, a direção do agrupamento referiu que, na semana passada, foram realizados 123 testes à covid-19 na Escola Básica de Pedras Salgadas, tendo sido confirmados no sábado 18 casos positivos naquele edifício escolar.

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Greve dos trabalhadores não docentes desconvocada

 

A greve dos trabalhadores não docentes das escolas que estava marcada para o dia 07 de dezembro foi hoje desconvocada, depois de o Governo ter anunciado tolerância de ponto na Administração Pública no mesmo dia.

 

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Maioria dos portugueses acredita que restrições deveriam ser iguais em todo o país

 Lisboa, 23 de novembro de 2020 – 76,4% dos portugueses acreditam que as medidas restritivas deveriam ser aplicadas de igual forma em todo o continente, enquanto 23,6% acredita que as medidas deveriam ser tomadas apenas nos concelhos com mais de 240/100 mil habitantes. Estas são algumas das conclusões de um novo estudo conjunto da multidados.com – the research agency e Guess What.

 Segundo este estudo, 85,7% dos portugueses concordam com a decisão do Presidente da República sobre a Declaração do Estado de Emergência 49,4% dos inquiridos afirmam estar bastante preocupados com a situação pandémica em Portugal.

De acordo com o estudo, as medidas mais valorizadas pelos portugueses são a imposição, sempre que possível, do teletrabalho (94,5%); mobilização de militares das forças armadas para reforço da capacidade de rastreamento (94,5%); possibilidade de realizar medições de temperatura corporal em estabelecimentos de ensino (93,5%); possibilidade de requisitar recursos, meios e estabelecimentos de saúde dos setores privado e social (93,3%); e possibilidade de realizar medições de temperatura corporal em espaços comerciais, culturais e desportivos (92,0%).

Contudo, há medidas que não reúnem consenso, sendo menos valorizadas, tais como: proibição de circulação na via pública a partir das 13h00 aos sábados e domingos (46,5%); mobilização dos trabalhadores de grupos de risco para reforço da capacidade de rastreamento (40,0%); limitação à circulação de pessoas entre concelhos (30,8%); mobilização de trabalhadores em isolamento profilático para reforço da capacidade de rastreamento (27,4%); encerramento de estabelecimentos de restauração às 22h30 (21,9%).

Os principais receios dos portugueses em relação à Covid-19 passam pela falência económica nacional (74,0%), falência do Sistema Nacional de Saúde (72,2%) e Desemprego (64,6%). Em março de 2020, os principais receios apontados eram a falência económica nacional (62,2%) e a taxa de mortalidade (58,2%). 29,8% dos inquiridos afirmam estar sempre atentos às informações sobre a pandemia, numa redução relativamente a março de 2020, quando este valor chegava aos 36,7%. Apenas 1,4% dos portugueses revelam que prefere não ver notícias sobre o tema.

Quando questionados sobre que outras iniciativas deviam ser tomadas pelo Governo português no âmbito do Estado de Emergência, os portugueses apontam as seguintes medidas: apoios sociais e financeiros às pessoas individuais e às famílias (16,9%); apoio financeiro às empresas (12,5%); apoio especial para a restauração (10,9%); testar a população toda (9,9%); maior fiscalização na aplicação das medidas impostas (9,7%); aplicação real de multas por incumprimento (9,5%); imposição da máscara em qualquer situação, exceto em casa (9,3%); confinamento total de duas semanas (9,3%); ensino à distância, sempre que possível (9,3%); aumento da oferta de transportes e fiscalização nos transportes públicos (8,7%).

O estudo foi realizado por via dos métodos CATI (Telefónico) E CAWI (online) a uma base de dados de utilizadores registados na plataforma da multidados.com. Foram recolhidas e validadas 1 500 respostas entre os dias 9 e 19 de novembro de 2020.

 

Resumo do estudo em anexo e download de infografias aqui.

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Docentes reformados em máximos

Mais uma capa de jornal com dados disponibilizados pelo blog.

Depois de anos em que se assistiu a decréscimo do número de reformas, assiste-se agora a um aumento crescente e que tem tendência a continuar. As estimativas do governo têm pecado por defeito e a perspectiva é que assim continuem, por muitos anos.

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O rei vai nu, porra!! É preciso acordar e exigir aquilo a que temos direito!

 

O rei vai nu, porra!! É preciso acordar e exigir aquilo a que temos direito!

Esta pandemia tem-nos brindado com a mais requintada irracionalidade e logro generalizado por parte das autoridades sanitárias e políticas! Como se não estivesse em jogo a vida de muitos, em sentido literal e económico!

Recordemos.

Início da pandemia – decisão das autoridades sanitárias por decreto, porque sim, sem qualquer prova científica, que a COVID-19 não se transmite por aerossóis, só gotículas pesadas que caem no espaço de 1,5 m e contaminam objetos, que são, eles sim, o principal meio de contágio. É esta a informação ainda presente em cartazes da DGS colados em muitas paredes deste país. Como tal, as autoridades sanitárias decretaram que não havia qualquer necessidade de máscara, a distância física era largamente suficiente, e o importante era desinfetar freneticamente as mãos em toda e qualquer ocasião.

Problema 1. O SARS-CoV2, o vírus que provoca a COVID-19, é um vírus que ataca as vias respiratórias, informo para ser bem claro! Assim, a contaminação dos ditos objetos, contra a qual temos que estar continuamente precavidos, provém de onde?? Imagine-se, da boca e nariz de pessoas infetadas!!! É a ÚNICA, repito, a ÚNICA, proveniência possível, dado que o vírus não tem vida própria, só se multiplica dentro das vias respiratórias de um ser humano! Conclusão lógica: se todos usássemos máscara, deixaria de haver a suposta ameaçadora contaminação de objetos que foi decretada ser a principal via de contaminação!

Problema 2. Desde pelo menos fevereiro deste ano que havia artigos científicos a relatar contágio em restaurantes a distâncias muito superiores a 2 metros, em que um infetado tinha contagiado mais de 5 pessoas em 3 mesas diferentes, e a relatar a presença do vírus nas grelhas de ventilação de quartos de hospital de doentes infetados. Tal só podia ser explicado pela presença do famigerado SARS-CoV2 não em gotículas pesadas, mas em gotículas leves, chamadas aerossóis, que podem ficar a pairar no ar durante horas! Ora para uma situação destas, a única defesa com alguma eficácia é a máscara!

Note-se que o uso de máscara para evitar o contágio de uma doença respiratória é uma evidência que vai de si. É algo que sai do nariz e da boca de infetados e só infeta entrando pela boca e nariz do próximo. Tapando estas vias, o contágio cai abruptamente! De realçar que a máscara é especialmente eficiente para evitar que os positivos assintomáticos empestem o ar com o seu bafo contaminado, algo que continua a não ser devidamente explicado aos portugueses.

No entanto, apesar de toda a lógica de La Palice descrita acima, apesar da conta sanitária e económica brutal que se avolumava, passamos meses de recusa da utilização da máscara, num espetáculo de “o rei vai nu” como nunca vi na minha vida. E esperava nunca mais voltar a ver!!

Mas cá o temos novamente!!

O rei vai nu – cena 2. A hora do repasto.

Vencida a primeira vaga com o “milagre português”, que não passou da sorte de o vírus ter chegado mais tarde ao nosso rincão português e termos confinado mais cedo na curva epidemiológica, fomos desconfinando. Mantendo o respeito generalizado pelas normas da DGS, ao contrário do que diz o Governo, com o seu discurso de culpabilização constante dos cidadãos, ao estilo de quem repreende crianças transgressoras! Porque o problema, mais uma vez, é uma falácia, um logro monumental da dupla DGS/Governo, que se pavoneia diante dos olhos de todos, ao melhor estilo do rei que exibe a sua nudez em cortejo público, convencendo os seu súbditos que só os falhos de inteligência não conseguem ver as suas vestes majestosas.

Note-se que a DGS e o Governo têm vivido em idílio amoroso toda este drama da pandemia. O Governo quer a Champions? A DGS – quantos mais vierem melhor! O Governo quer o Avante? A DGS – claro que sim, e as regras não são para ninguém conhecer! O Governo quer o Grande Prémio? A DGS – venha ele! O Governo quer as escolas e os restaurante abertos? A DGS – o vírus propaga-se pouco entre os jovens (o que é falso), e pode-se comer à vontade nos restaurantes! Onde chegamos à vaca fria. Mas já lá vamos, porque primeiro tem que ser feito o ponto, que é claro e evidente, à saciedade, que a DGS não é uma autoridade independente que dita as suas normas de acordo com princípios científicos de saúde pública, mas de acordo com as conveniências políticas do Governo. O que é uma receita para a desgraça, e uma desgraça brutal, em situação de pandemia!

Voltemos à história. Então, ultrapassada a primeira vaga, o Governo ficou repimpadamente à sombra da bananeira a ver o que acontecia. Fez-se um suposto plano de preparação para a segunda vaga que apareceu tarde e a más horas, e de quem nunca mais ninguém ouviu falar, e eis senão quando a curva exponencial dispara e nos deixa a todos em estado de choque, cidadãos comuns, serviços de saúde, Governo e DGS. Espanto? Não deveria haver nenhum, estava lá tudo para quem quisesse ver! A saber:

1) A COVID 19 é uma doença em que uma proporção muito elevada dos contaminados nunca chega a desenvolver sintomas, ou desenvolve apenas sintomas muito ligeiros, sendo, ainda assim, transmissor da doença. Algo que é particularmente preponderante nas crianças e jovens. Assim sendo, a doença é uma bomba-relógio, que pode disseminar-se silenciosamente na população durante meses, apenas aparecendo quando a pequena percentagem que desenvolve sintomas graves se torna visível. Ora, quando isso acontece, já a penetração na população é enorme e dificilmente controlável. Foi o que aconteceu na primeira vaga de Itália e Espanha, em que se chegou à conclusão que já haveria circulação do vírus desde Dezembro de 2019. E é o que estamos agora a viver!

2) A conclusão óbvia do FACTO explicado acima, repito, FACTO, é que não se pode baixar os braços, nem deixar portas abertas ao contágio do vírus. Ora foi exatamente o que aconteceu durante estes meses que vivemos postos em sossego após o desconfinamento de maio passado. Não porque não tivéssemos cumprido as regras da DGS, mas porque estas deixaram duas portas escancaradas para a circulação do vírus: a hora das refeições e as escolas. Senão, vejamos. Mandaram-nos andar todo o dia de máscara, em toda e qualquer situação, e continuar a desinfetar obsessivamente as mãos. Assim fizemos. E à hora do repasto? Permissão para frequentar restaurantes, refeitórios, cantinas, bares, salas de refeição, e comer sem máscara, convivendo em amena cavaqueira, a cuspir perdigotos na cara uns dos outros através de 80 cm de mesa, em espaços fechados, durante o tempo que aprouvesse. E assim fizemos. Almoça-se um dia com os colegas a.b, c, no dia seguinte com os colegas d, e, f, cujos maridos e mulheres fazem o mesmo com os seus colegas de trabalho, e assim sucessivamente, criando-se círculos de transmissão do Minho ao Algarve num piscar de olhos. Nas cantinas e refeitórios de empresas, situação semelhante. No fim de semana, para quem pode, vai-se com os amigos ao restaurante, cada fim de semana com amigos diferentes.  E nas escolas? Nas das crianças não se usa máscara, e nas dos adolescentes e jovens, estes usam a máscara na sala de aula, mas não a usam no exterior, no refeitório, ou quando vão ao McDonalds, e é sabido que estão sempre uns em cima dos outros, é uma lei de atração universal.

Tudo isto é uma receita infalível para a situação que estamos a viver! E continua a sê-lo, porque continua sem ser acautelado. Não podemos circular das 23h às 5h, nem aos fins de semana à tarde, o comércio tem os seus horários limitados e a cultura agoniza, mas podemos continuar a produzir nuvens de aerossóis prenhas de vírus em restaurantes, refeitórios, cantinas, bares e salas de refeições. Nuvens infetadas que podem permanecer horas no ar de ambientes fechados e viajam paulatinamente através de todo o espaço, não conhecendo fronteiras de distância, esqueçam os 2 metros de segurança.

O Governo contra-ataca assim com medidas cegas, que se baseiam na instauração de um clima de medo, e não com as medidas cirúrgicas que se impõem. Os jornais publicam que um estudo revelou que apenas 2% dos contágios acontecem comprovadamente nos restaurantes. Mas publicam também que se desconhece a origem de 80% das novas infeções! O que faz sentido, se elas ocorrerem em bares e restaurantes. Ninguém vai saber se algum dos comensais dos espaços que frequentou estava infetado. Invoca-se que uma % significativa de contágio ocorre nos locais de trabalho! Mas será que o contágio é quando estão a trabalhar, de máscara, cada um a fazer o que tem a fazer, ou é durante as pausas de café e para almoço? Sem máscara, em proximidade, e a conversar, atividade que faz soprar o ar através dos órgão vocais, projetando as gotículas respiratórias a maior distância e aumentado a proporção de aerossóis?

Estamos a viver a situação que merecemos, com clara responsabilidade da DGS e do Governo. Qual a solução? Temos que amputar o membro doente se queremos que o corpo sobreviva! É desumano? É! Mas vai salvar vidas, muitas, COVID e não COVID, que estas também estão sob ameaça feroz, e é, apesar de tudo, melhor do que voltarmos todos para casa! Por isso tem que ser! Temos que andar sempre de máscara sim, e quando temos mesmo que a tirar, para comer e beber, devemos fazê-lo em isolamento, ou ao ar livre e com distanciamento, ou, pelo menos, sem falar e bem distantes, e depois ventilar bem o espaço. Restaurantes, bares e espaços de refeições, só ao ar livre, com distanciamento, ou em regime de take away. Plantem-se mesas e bancos no exterior, as autarquias concedam licenças grátis para ocupação de espaços públicos ao ar livre, crie-se uma plataforma SOS Restauração para partilha e propagação de todas as ideias que possam ajudar esta atividade, mas é essencial proibir a socialização sem máscara, em espaços fechados, na hora do repasto.

E as escolas? Terá que se estudar caso a caso mas, em caso de rotura do sistema de saúde como ocorre neste momento no Norte, deveriam ser fechadas localmente, é uma medida de saúde pública óbvia. Tem também que ser devidamente explicado às famílias com membros em creches, infantários e escolas, que o risco de entrada do vírus no seu seio é elevado e que devem por isso tomar precauções redobradas em todas as outras circunstâncias. Não pode haver convívios familiares amplos, com amigos, ou quaisquer outras situações em que o vírus possa circular com facilidade.

Esta merda vai ter fim? Vai! Vêm aí vacinas, testes cada vez mais rápidos e mais baratos, novas terapias, testes diagnóstico para identificar quem são as pessoas com risco de contrair doença grave, e tudo o que a tecnologia super avançada que possuímos puder produzir, que é muito e diverso! Mas demora o seu tempo, e enquanto dura, esta merda mata de muitas formas e parece que nunca mais acaba! Por isso não é admissível a situação de conluio subserviente da DGS com o Governo, nem a incompetência e estupidez crassa de ambos! Meus caros concidadãos, o rei vai totalmente nu! Temos que ACORDAR e EXIGIR, por uma vez, a criação de uma equipa multidisciplinar e competente para a gestão da pandemia, que se invista na COMUNICAÇÃO e PREVENÇÃO, e que a SAÚDE seja reforçada como deve ser e não com remendos infames!

Mariana Sottomayor

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Decreto n.º 9/2020 – Regulamenta a aplicação do estado de emergência

Decreto n.º 9/2020 – Regulamenta a aplicação do estado de emergência decretado pelo Presidente da República

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Comunicado do Conselho de Ministros extraordinário de 20 de novembro de 2020

1. O Conselho de Ministros aprovou hoje o decreto que regulamenta a declaração do estado de emergência efetuada pelo Presidente da República com a duração de 15 dias, das 00h00 de 24 de novembro às 23h59 de 8 de dezembro.
Uma vez que a situação epidemiológica não é uniforme em todo o território nacional, importa adequar as medidas em função da situação e heterogeneidade em cada concelho, de forma a graduar a intensidade das medidas aplicáveis consoante o nível de risco, que poderá ser moderado, elevado, muito elevado ou extremo.
Para todo o território nacional, destacam-se as seguintes medidas:
  • Uso obrigatório de máscara nos locais de trabalho;
  • Tolerância de ponto, suspensão da atividade letiva e apelo à dispensa de trabalhadores do setor privado nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro;
  • Limitação da circulação de pessoas entre concelhos entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro e entre os dias 4 de dezembro e 8 de dezembro.
Os concelhos de risco moderado são Aguiar da Beira, Alandroal, Alcoutim, Aljezur, Aljustrel, Almodôvar, Alpiarça, Alter do Chão, Alvaiázere, Alvito, Arraiolos, Avis, Barrancos, Beja, Bombarral, Borba, Caldas da Rainha, Carrazeda de Ansiães, Carregal do Sal, Castanheira de Pêra, Castelo de Vide, Castro Marim, Castro Verde, Ferreira do Alentejo, Ferreira do Zêzere, Figueiró dos Vinhos, Fornos de Algodres, Fronteira, Góis, Golegã, Gouveia, Loulé, Lourinhã, Mação, Marvão, Mértola, Moimenta da Beira, Monchique, Moura, Mourão, Óbidos, Odemira, Olhão, Oliveira do Hospital, Ourique, Pedrógão Grande, Pinhel, Portel, Santa Comba Dão, Santiago do Cacém, São Brás de Alportel, Sernancelhe, Sertã, Silves, Sousel, Tábua, Tabuaço, Tavira, Vendas Novas, Vidigueira, Vila de Rei, Vila Flor, Vila Real de Santo António, Vila Velha de Ródão e Vouzela.
Os concelhos de risco elevado são Albufeira, Alcácer do Sal, Alcobaça, Alcochete, Alenquer, Almeida, Almeirim, Anadia, Ansião, Arronches, Arruda dos Vinhos, Barreiro, Batalha, Benavente, Cadaval, Campo Maior, Castelo Branco, Castro Daire, Chamusca, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Cuba, Elvas, Entroncamento, Estremoz, Évora, Faro, Gavião, Grândola, Idanha-a-Nova, Lagoa, Lagos, Leiria, Lousã, Mafra, Marinha Grande, Melgaço, Mesão Frio, Mira, Miranda do Douro, Moita, Monção, Monforte, Montalegre, Montemor-o-Novo, Montemor-o-Velho, Montijo, Mortágua, Nelas, Palmela, Paredes de Coura, Penalva do Castelo, Penedono, Peniche, Peso da Régua, Ponte da Barca, Ponte de Sor, Portimão, Porto de Mós, Redondo, Ribeira de Pena, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, São João da Pesqueira, Sardoal, Serpa, Sesimbra, Sobral de Monte Agraço, Soure, Terras de Bouro, Tomar, Tondela, Torres Novas, Torres Vedras, Trancoso, Viana do Alentejo, Viana do Castelo, Vila do Bispo, Vila Nova da Barquinha, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Poiares, Vila Viçosa, Vimioso, Vinhais e Viseu. Para estes concelhos define-se:
  • proibição de circulação na via pública entre as 23h00 e as 5h00;
  • ações de fiscalização do cumprimento do teletrabalho obrigatório;
  • manutenção dos horários dos estabelecimentos com encerramento às 22h, salvo restaurantes, equipamentos culturais e instalações desportivas que poderão encerrar às 23h30.
Os concelhos de risco muito elevado são Abrantes, Águeda, Albergaria-a-Velha, Alijó, Almada, Amadora, Arcos de Valdevez, Arganil, Armamar, Aveiro, Azambuja, Baião, Boticas, Bragança, Cabeceiras de Basto, Cantanhede, Cartaxo, Cascais, Chaves, Constância, Coruche, Covilhã, Esposende, Estarreja, Figueira da Foz, Fundão, Guarda, Ílhavo, Lamego, Lisboa, Loures, Macedo de Cavaleiros, Mangualde, Mealhada, Mêda, Miranda do Corvo, Mirandela, Mogadouro, Mondim de Basto, Mora, Murça, Murtosa, Nazaré, Nisa, Odivelas, Oeiras, Oleiros, Oliveira de Frades, Oliveira do Bairro, Ourém, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penamacor, Penela, Pombal, Ponte de Lima, Proença-a-Nova, Reguengos de Monsaraz, Resende, Sabrosa, Sabugal, Santa Marta de Penaguião, São Pedro do Sul, Sátão, Seia, Seixal, Setúbal, Sever do Vouga, Sines, Sintra, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vagos, Valpaços, Vila Franca de Xira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de Paiva, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Vila Verde.
Os concelhos de risco extremo são Alcanena, Alfândega da Fé, Amarante, Amares, Arouca, Barcelos, Belmonte, Braga, Caminha, Castelo de Paiva, Celorico da Beira, Celorico de Basto, Cinfães, Crato, Espinho, Fafe, Felgueiras, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Gondomar, Guimarães, Lousada, Maia, Manteigas, Marco de Canaveses, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Ovar, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Portalegre, Porto, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valença, Valongo, Vieira do Minho, Vila do Conde, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia e Vizela.
Para estes dois níveis de risco, as principais medidas aprovadas são:
  • proibição de circulação na via pública entre as 23h e as 5h nos dias de semana;
  • proibição de circulação na via pública aos sábados, domingos e feriados entre as 13h e as 5h;
  • nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, os estabelecimentos comerciais devem encerrar às 15h.
2. Foi também aprovado o decreto-lei que altera as medidas excecionais e temporárias relativas à pandemia da doença Covid-19. Entre as medidas aprovadas, destacam-se:
  • prorrogação, até 31 de dezembro de 2021 da validade dos atestados médicos de incapacidade multiuso;
  • agilização do procedimento de contratação de médicos de determinadas especialidades, com dispensa de quaisquer formalidades, até 31 de dezembro de 2020;
  • aumento em um dia útil de férias por cada cinco dias de férias vencidas em 2020, ou em 2019, e cujo gozo não tenha lugar até ao final de 2020, por razões imperiosas de serviço aos profissionais de saúde;
  • possibilidade de as unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde com a natureza de Entidades Públicas Empresariais aceitarem doações ao abrigo do regime do mecenato, bem como doações provenientes da Direção-Geral da Saúde e da Administração Central do Sistema de Saúde;
  • possibilidade de concessão de apoios pelas autarquias a entidades e organismos legalmente existentes, relacionados com a resposta à pandemia da doença Covid-19 ou recuperação económica no contexto da mesma;
  • alargamento do âmbito de aplicação do regime de teletrabalho aos concelhos considerados pela Direção-Geral da Saúde como sendo de risco elevado, muito elevado e risco extremo, como aos trabalhadores que aí residam ou trabalhem;
  • obrigatoriedade do regime do teletrabalho aos casos em que o trabalhador se encontre abrangido pelo regime de proteção de imunodeprimidos e doentes crónicos, seja portador de deficiência com um grau de incapacidade igual ou superior a 60% e tenha filho ou outro dependente a cargo que seja menor de 12 anos, ou, independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica, nos concelhos considerados pela Direção-Geral da Saúde como sendo de risco moderado ou áreas territoriais em que a situação epidemiológica o justifique;
  • possibilidade de pagamento a prestações do imposto sobre o valor acrescentado no mês de novembro de 2020 e de contribuições para a segurança social referentes aos meses de novembro e dezembro de 2020.
3. Foi ainda aprovado o decreto-lei que atribui uma compensação aos profissionais de saúde envolvidos no combate à pandemia da doença Covid-19, no período em que se verificou a situação de calamidade pública que fundamentou a declaração do estado de emergência:
  • Um dia de férias por cada período de 80 horas de trabalho normal efetivamente prestadas no período referido;
  • Um dia de férias por cada período de 48 horas de trabalho suplementar efetivamente prestadas no período referido;
  • Um prémio de desempenho, pago uma única vez, correspondente ao valor equivalente a 50 % da remuneração base mensal do trabalhador.

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