5 – Lista secreta do ministério maior que a da fenprof
6 – Reavivar o ódio a professores
7 – Esconder ao máximo o mérito do seu trabalho
– Os surtos invisíveis e silenciosos nas escolas, que «não se detetam» ou «não se registam», podem ser milhares neste momento.
Sem rastreios na comunidade escolar (assintomática, mas potencialmente portadora e “contagiadora”) como haviam de detetar-se?
Surtos são muito mais do que 477 (número tão falso como 68)
A narrativa sonsa do «não detetamos», «não registamos», deu lugar a percentagens de contágio e número atirados ao ar ao estilo de poker. Os surtos registados não representam o número real. Um rastreio sério multiplicaria o número.
– Conferência de imprensa de 7 de novembro desmentida
Contexto familiar e de coabitação 68%; contexto laboral 12%; Lares 8%; contexto escolar 3%; contexto social 3%; Serviços de saúde 1% (percentagens alcançadas pela aplicação do método «Costa»)
– É um método de recolha, análise, gestão e envio de informação;
– É requerido ao utilizador do método “mente aberta” em todas as fases do processo (da recolha ao envio de informação);
– Títulos curtos em letras grandes (o resto do texto é irrelevante, ninguém lê);
– Não há certo ou errado, não há verdadeiro ou falso;
– É fundamental saber embarretar partidos, sindicatos, jornais, rádios e televisões.
– O mestre do método é um embarretador exímio. O processo de embarretamento começa frequentemente por um estender de mão ao embarretado.
– Em testes americanos baseados no método «Costa» qualquer resolução deve poder justificar a atribuição de nota máxima e passagem com distinção; ou chumbo sem hipótese de recurso.
– Títulos falsos em grande quantidade
– Visam uma espécie de imunidade de grupo (contra o incómodo causado ao cidadão pela mentira);
– A “vacina” é administrada em “doses” diárias deste género:
«Escolas só representam 3% de contágio»; «Afinal 80% de origem desconhecida»; «OMS defende escolas abertas»; «Abertas, ninguém falou em alunos lá»; «Devemos assegurar a educação das crianças, foi a declaração de um diretor da OMS»; «há 477 surtos em escolas»; «afinal são 68»; «Não, atenção 477 x 68.»
Ao fim de umas semanas a maioria das pessoas já começa a sentir melhoras. Só é pena as reações adversas verificadas em alguns casos.
O vírus do conhecimento pode provocar intolerância ao tratamento. Daí o grande esforço em livrar a população desse vírus.
– A lista secreta do ministério é muito maior do que a lista da fenprof
«Publicar? Nem pensar nisso Tiaguito.» «-E se descobrem a verdade carago António? estou com muito medo disto.» «Ok, dizemos que há 477 surtos. E no dia seguinte 68. Mesmo que sejam milhares, não é mentira dizer 477 (não estarás a dizer só 477). Aprende comigo.»
– Nestes tempos é essencial manter a chama – do ódio aos professores – acesa.
….. Não vão «os portugueses» começar a gostar um bocadinho dos professores; isso seria o pior que a pandemia podia fazer.
Fizeram passar a ideia que os professores estão no segundo local mais seguro do país. Só os profissionais de saúde teriam mais sorte (nos serviços de saúde a probabilidade de contágio seria de 1%) de acordo com os dados da conferencia de imprensa de 7 de novembro.
E esses privilegiados professores e enfermeiros (no oásis da pandemia) a falar de greves. Perigo a sério é em casa (68%).
– Reconhecer que os professores também estão na linha da frente, privados da proteção que se assegura ao cidadão comum?
Nunca. Isso seria reconhecer-lhes demasiada utilidade e, pior do que isso, reconhecer-lhes nobreza e altruísmo no desempenho das suas funções.
Os professores devem ser vistos como formigas, quais térmitas em missão suicida para salvar o formigueiro sem que lhes seja reconhecido qualquer ato nobre ou heroico. Apenas formigas, programadas pela natureza para agir daquela maneira.
Nas escolas, faltam professores. Há mais de 400 horários por preencher, nesta altura, quando faltam poucas semanas para o fim do 1º período. No total, quase 30 mil alunos estão sem aulas a uma ou mais disciplinas, sendo que as mais afetadas são Português e Matemática. Há até escolas onde faltam mais de uma dezena de docentes.
Faltam professores para preencher mais de 400 horários, nas escolas públicas do país. A esmagadora maioria são horários temporários, de substituição de docentes, que estão de baixa ou de licença de maternidade.
A idade de acesso à reforma vai subir para 66 anos e sete meses em 2022, mais um mês do que a que vigorou durante este ano. Esta evolução é explicada pelo aumento da esperança média de vida aos 65 anos, que foi divulgada, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que mais de 500 funcionários públicos vão ter formação para ajudar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos inquéritos
Houve um tempo nesta pandemia em que a desorientação do Governo o encaminhou para medidas vistosas, mas discutivelmente ineficazes, com o propósito de mostrar serviço. Agora, a orientação ascendeu a um novo patamar: o da introdução de medidas inequivocamente sem eficácia, cujo propósito já apenas consiste no encobrimento da incompetência acumulada. A proibição de ensino à distância nos próximos dias 30 de Novembro e 7 de Dezembro é disso um exemplo gritante: o Governo impede as escolas privadas de darem aulas online nesses dias, não por motivos sanitários (os alunos estariam em casa), mas (presume-se) porque não poderia garantir igual continuidade educativa nas escolas públicas. Será esta uma defesa da igualdade? Não, é um nivelamento por baixo e uma manobra política: se os miúdos matriculados no privado tivessem aulas, o país perguntar-se-ia o porquê de o mesmo não acontecer no público — uma pergunta incómoda a evitar, uma vez que a resposta é simples: porque o Governo falhou. Ou seja, esta proibição prejudica os alunos, mas beneficia o Governo. Fica claro o que, na balança, pesou mais. Recapitulemos. Nas próximas duas segundas-feiras não haverá actividades escolares presenciais. A decisão surge no seguimento da renovação do estado de emergência e das medidas para os fins-de-semana e feriados de Dezembro, com vista a impedir a circulação de pessoas nos dias de ponte. Percebe-se o objectivo de confinar nessas segundas-feiras, mesmo que seja fácil discordar da necessidade de fechar escolas ou desconfiar da eficácia da medida — de resto, o próprio Governo tinha adoptado a boa prática de evitar a todo o custo o encerramento escolar, precisamente por saber que a medida não justifica o dano causado aos alunos. Mas o problema maior revelou-se na tarde desta terça-feira: quando as escolas privadas anunciaram planos para manter actividades à distância nesses dois dias, o Governo apressou-se a agitar o texto do decreto e alertar para a proibição.
Primeira pergunta: será que o decreto impede realmente o ensino à distância nesses dias? A resposta depende da secção do decreto 9/2020. Se olharmos para o preâmbulo, a suspensão das aulas aparece explicitamente reduzida ao ensino presencial, pelo que seria possível o ensino à distância: nesses dias, estão “suspensas as atividades letivas e não letivas e formativas com presença de estudantes em estabelecimentos de ensino públicos, particulares e cooperativos e do setor social e solidário”. Mas, mais à frente, se lermos o artigo 22.º, a menção ao presencial desaparece: estão “suspensas as atividades letivas e não letivas e formativas em estabelecimentos de ensino públicos, particulares e cooperativos e do setor social e solidário”. Como desempatar perante a ambiguidade? Com bom-senso: para além de o sentido estar claro no preâmbulo, as normas excepcionais devem ser interpretadas de forma restritiva, de modo a limitar o dano causado. Ou seja, no plano legal, a posição do Governo é duvidosa.
Segunda pergunta: para quê impedir aulas online se escolas, alunos, pais e professores as tinham programado e as queriam realizar? O Governo não se quis explicar. E, sendo certo que o motivo não é sanitário, por mais que se pense no assunto não emerge resposta possível que não seja a da conveniência política. Com as escolas públicas encerradas devido à tolerância de ponto, a preocupação do Ministério da Educação foi bloquear o funcionamento dos privados e uniformizar por baixo os efeitos para todos os alunos — se uns não têm, nenhum pode ter. E, para além disso, quis salvaguardar-se de justificar a sua própria incompetência: se permitisse ensino à distância, ficaria com uma bomba-relógio nas mãos. É que, enquanto nas privadas há provas dadas de que o ensino à distância é viável, na generalidade das escolas públicas não estão ainda asseguradas as condições (equipamento, ligação à internet, formação dos professores) para o ensino à distância ser uma realidade proveitosa. Porquê? Porque o Primeiro-Ministro não cumpriu o prometido de ter tudo operacional no início de Setembro e, consequentemente, continuam a faltar meios tecnológicos a alunos e professores nas escolas públicas.
Os mais jovens têm sido das principais vítimas, não da pandemia em si, mas das medidas restritivas e de contenção. Perderam meses de aulas, o que inevitavelmente prejudicará a sua formação escolar e os seus horizontes futuros. Abdicaram das suas vivências de juventude e adolescência, ficando confinados num momento das suas vidas em que se testam limites, se forjam relações e se experimenta a liberdade. Deterioraram o seu bem-estar e a sua saúde mental, com consequências ainda imprevisíveis para a sua vida adulta. Com tanto dano acumulado, era escusado que os mais novos viessem agora também pagar o preço da incompetência do Governo, ficando sem dois dias de aulas, em nome de um nivelamento por baixo e da conveniência política do Primeiro-Ministro, que não cumpre os seus compromissos. Oxalá sejam muitas as escolas e os professores a contornar este bloqueio ilegítimo.