O rei vai nu, porra!! É preciso acordar e exigir aquilo a que temos direito!
Recordemos.
Início da pandemia – decisão das autoridades sanitárias por decreto, porque sim, sem qualquer prova científica, que a COVID-19 não se transmite por aerossóis, só gotículas pesadas que caem no espaço de 1,5 m e contaminam objetos, que são, eles sim, o principal meio de contágio. É esta a informação ainda presente em cartazes da DGS colados em muitas paredes deste país. Como tal, as autoridades sanitárias decretaram que não havia qualquer necessidade de máscara, a distância física era largamente suficiente, e o importante era desinfetar freneticamente as mãos em toda e qualquer ocasião.
Problema 1. O SARS-CoV2, o vírus que provoca a COVID-19, é um vírus que ataca as vias respiratórias, informo para ser bem claro! Assim, a contaminação dos ditos objetos, contra a qual temos que estar continuamente precavidos, provém de onde?? Imagine-se, da boca e nariz de pessoas infetadas!!! É a ÚNICA, repito, a ÚNICA, proveniência possível, dado que o vírus não tem vida própria, só se multiplica dentro das vias respiratórias de um ser humano! Conclusão lógica: se todos usássemos máscara, deixaria de haver a suposta ameaçadora contaminação de objetos que foi decretada ser a principal via de contaminação!
Problema 2. Desde pelo menos fevereiro deste ano que havia artigos científicos a relatar contágio em restaurantes a distâncias muito superiores a 2 metros, em que um infetado tinha contagiado mais de 5 pessoas em 3 mesas diferentes, e a relatar a presença do vírus nas grelhas de ventilação de quartos de hospital de doentes infetados. Tal só podia ser explicado pela presença do famigerado SARS-CoV2 não em gotículas pesadas, mas em gotículas leves, chamadas aerossóis, que podem ficar a pairar no ar durante horas! Ora para uma situação destas, a única defesa com alguma eficácia é a máscara!
Note-se que o uso de máscara para evitar o contágio de uma doença respiratória é uma evidência que vai de si. É algo que sai do nariz e da boca de infetados e só infeta entrando pela boca e nariz do próximo. Tapando estas vias, o contágio cai abruptamente! De realçar que a máscara é especialmente eficiente para evitar que os positivos assintomáticos empestem o ar com o seu bafo contaminado, algo que continua a não ser devidamente explicado aos portugueses.
No entanto, apesar de toda a lógica de La Palice descrita acima, apesar da conta sanitária e económica brutal que se avolumava, passamos meses de recusa da utilização da máscara, num espetáculo de “o rei vai nu” como nunca vi na minha vida. E esperava nunca mais voltar a ver!!
Mas cá o temos novamente!!
O rei vai nu – cena 2. A hora do repasto.
Vencida a primeira vaga com o “milagre português”, que não passou da sorte de o vírus ter chegado mais tarde ao nosso rincão português e termos confinado mais cedo na curva epidemiológica, fomos desconfinando. Mantendo o respeito generalizado pelas normas da DGS, ao contrário do que diz o Governo, com o seu discurso de culpabilização constante dos cidadãos, ao estilo de quem repreende crianças transgressoras! Porque o problema, mais uma vez, é uma falácia, um logro monumental da dupla DGS/Governo, que se pavoneia diante dos olhos de todos, ao melhor estilo do rei que exibe a sua nudez em cortejo público, convencendo os seu súbditos que só os falhos de inteligência não conseguem ver as suas vestes majestosas.
Note-se que a DGS e o Governo têm vivido em idílio amoroso toda este drama da pandemia. O Governo quer a Champions? A DGS – quantos mais vierem melhor! O Governo quer o Avante? A DGS – claro que sim, e as regras não são para ninguém conhecer! O Governo quer o Grande Prémio? A DGS – venha ele! O Governo quer as escolas e os restaurante abertos? A DGS – o vírus propaga-se pouco entre os jovens (o que é falso), e pode-se comer à vontade nos restaurantes! Onde chegamos à vaca fria. Mas já lá vamos, porque primeiro tem que ser feito o ponto, que é claro e evidente, à saciedade, que a DGS não é uma autoridade independente que dita as suas normas de acordo com princípios científicos de saúde pública, mas de acordo com as conveniências políticas do Governo. O que é uma receita para a desgraça, e uma desgraça brutal, em situação de pandemia!
Voltemos à história. Então, ultrapassada a primeira vaga, o Governo ficou repimpadamente à sombra da bananeira a ver o que acontecia. Fez-se um suposto plano de preparação para a segunda vaga que apareceu tarde e a más horas, e de quem nunca mais ninguém ouviu falar, e eis senão quando a curva exponencial dispara e nos deixa a todos em estado de choque, cidadãos comuns, serviços de saúde, Governo e DGS. Espanto? Não deveria haver nenhum, estava lá tudo para quem quisesse ver! A saber:
1) A COVID 19 é uma doença em que uma proporção muito elevada dos contaminados nunca chega a desenvolver sintomas, ou desenvolve apenas sintomas muito ligeiros, sendo, ainda assim, transmissor da doença. Algo que é particularmente preponderante nas crianças e jovens. Assim sendo, a doença é uma bomba-relógio, que pode disseminar-se silenciosamente na população durante meses, apenas aparecendo quando a pequena percentagem que desenvolve sintomas graves se torna visível. Ora, quando isso acontece, já a penetração na população é enorme e dificilmente controlável. Foi o que aconteceu na primeira vaga de Itália e Espanha, em que se chegou à conclusão que já haveria circulação do vírus desde Dezembro de 2019. E é o que estamos agora a viver!
2) A conclusão óbvia do FACTO explicado acima, repito, FACTO, é que não se pode baixar os braços, nem deixar portas abertas ao contágio do vírus. Ora foi exatamente o que aconteceu durante estes meses que vivemos postos em sossego após o desconfinamento de maio passado. Não porque não tivéssemos cumprido as regras da DGS, mas porque estas deixaram duas portas escancaradas para a circulação do vírus: a hora das refeições e as escolas. Senão, vejamos. Mandaram-nos andar todo o dia de máscara, em toda e qualquer situação, e continuar a desinfetar obsessivamente as mãos. Assim fizemos. E à hora do repasto? Permissão para frequentar restaurantes, refeitórios, cantinas, bares, salas de refeição, e comer sem máscara, convivendo em amena cavaqueira, a cuspir perdigotos na cara uns dos outros através de 80 cm de mesa, em espaços fechados, durante o tempo que aprouvesse. E assim fizemos. Almoça-se um dia com os colegas a.b, c, no dia seguinte com os colegas d, e, f, cujos maridos e mulheres fazem o mesmo com os seus colegas de trabalho, e assim sucessivamente, criando-se círculos de transmissão do Minho ao Algarve num piscar de olhos. Nas cantinas e refeitórios de empresas, situação semelhante. No fim de semana, para quem pode, vai-se com os amigos ao restaurante, cada fim de semana com amigos diferentes. E nas escolas? Nas das crianças não se usa máscara, e nas dos adolescentes e jovens, estes usam a máscara na sala de aula, mas não a usam no exterior, no refeitório, ou quando vão ao McDonalds, e é sabido que estão sempre uns em cima dos outros, é uma lei de atração universal.
Tudo isto é uma receita infalível para a situação que estamos a viver! E continua a sê-lo, porque continua sem ser acautelado. Não podemos circular das 23h às 5h, nem aos fins de semana à tarde, o comércio tem os seus horários limitados e a cultura agoniza, mas podemos continuar a produzir nuvens de aerossóis prenhas de vírus em restaurantes, refeitórios, cantinas, bares e salas de refeições. Nuvens infetadas que podem permanecer horas no ar de ambientes fechados e viajam paulatinamente através de todo o espaço, não conhecendo fronteiras de distância, esqueçam os 2 metros de segurança.
O Governo contra-ataca assim com medidas cegas, que se baseiam na instauração de um clima de medo, e não com as medidas cirúrgicas que se impõem. Os jornais publicam que um estudo revelou que apenas 2% dos contágios acontecem comprovadamente nos restaurantes. Mas publicam também que se desconhece a origem de 80% das novas infeções! O que faz sentido, se elas ocorrerem em bares e restaurantes. Ninguém vai saber se algum dos comensais dos espaços que frequentou estava infetado. Invoca-se que uma % significativa de contágio ocorre nos locais de trabalho! Mas será que o contágio é quando estão a trabalhar, de máscara, cada um a fazer o que tem a fazer, ou é durante as pausas de café e para almoço? Sem máscara, em proximidade, e a conversar, atividade que faz soprar o ar através dos órgão vocais, projetando as gotículas respiratórias a maior distância e aumentado a proporção de aerossóis?
Estamos a viver a situação que merecemos, com clara responsabilidade da DGS e do Governo. Qual a solução? Temos que amputar o membro doente se queremos que o corpo sobreviva! É desumano? É! Mas vai salvar vidas, muitas, COVID e não COVID, que estas também estão sob ameaça feroz, e é, apesar de tudo, melhor do que voltarmos todos para casa! Por isso tem que ser! Temos que andar sempre de máscara sim, e quando temos mesmo que a tirar, para comer e beber, devemos fazê-lo em isolamento, ou ao ar livre e com distanciamento, ou, pelo menos, sem falar e bem distantes, e depois ventilar bem o espaço. Restaurantes, bares e espaços de refeições, só ao ar livre, com distanciamento, ou em regime de take away. Plantem-se mesas e bancos no exterior, as autarquias concedam licenças grátis para ocupação de espaços públicos ao ar livre, crie-se uma plataforma SOS Restauração para partilha e propagação de todas as ideias que possam ajudar esta atividade, mas é essencial proibir a socialização sem máscara, em espaços fechados, na hora do repasto.
E as escolas? Terá que se estudar caso a caso mas, em caso de rotura do sistema de saúde como ocorre neste momento no Norte, deveriam ser fechadas localmente, é uma medida de saúde pública óbvia. Tem também que ser devidamente explicado às famílias com membros em creches, infantários e escolas, que o risco de entrada do vírus no seu seio é elevado e que devem por isso tomar precauções redobradas em todas as outras circunstâncias. Não pode haver convívios familiares amplos, com amigos, ou quaisquer outras situações em que o vírus possa circular com facilidade.
Esta merda vai ter fim? Vai! Vêm aí vacinas, testes cada vez mais rápidos e mais baratos, novas terapias, testes diagnóstico para identificar quem são as pessoas com risco de contrair doença grave, e tudo o que a tecnologia super avançada que possuímos puder produzir, que é muito e diverso! Mas demora o seu tempo, e enquanto dura, esta merda mata de muitas formas e parece que nunca mais acaba! Por isso não é admissível a situação de conluio subserviente da DGS com o Governo, nem a incompetência e estupidez crassa de ambos! Meus caros concidadãos, o rei vai totalmente nu! Temos que ACORDAR e EXIGIR, por uma vez, a criação de uma equipa multidisciplinar e competente para a gestão da pandemia, que se invista na COMUNICAÇÃO e PREVENÇÃO, e que a SAÚDE seja reforçada como deve ser e não com remendos infames!
Mariana Sottomayor
27 comentários
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Que texto! Isto é só para catedráticos. Um peligroso de las verdades não tem competência para tanto! Rendo-me à sabedoria lá contida! Porra…
Por acaso a Prof. não deve estar longe.
Longe do quê?
Explica…
De ser catedrática.
Aleluia! Alguém que escreve o mesmo que muitos veem com clarividência mas não têm onde o escrever, o que as bestas que nos Governam não veem! Parabéns pelo seu texto.
E responsabilizar as pessoas não? Ou se as escolas fecharem os alunos não vão na mesma ao McDonalds? O governo tem culpa em muitas situações, mas as pessoas são as maiores culpadas. Porque se cumprissemos todos as medidas, não era preciso nada mais que a máscara e distanciamento. O problema é que assim que desconfiamos, em vez de fazermos um piquenique, ou ir jantar só com família com quem partilhamos a casa, vamos logo é jantar com os colegas.
Pensemos um bocadinho nas nossas atitudes, porque todos sabemos o que devemos e não devemos fazer.
Os alunos podem ir ao mcdonalds ou á praia mas fechados juntos dentro de uma sala com 29 colegas colados uns aos outros, a probabilidade de apanhar com aerossóis é imensa, mesmo com mascara.
Não culpe as pessoas ou os alunos. O maior sitio de infeção (e o governo sabe mas nao o diz) sao os transportes e os locais de trabalho.
Ao não terem dados condiçoes de desdobramentos de turmas, ensino misto, horarios desfasados, acrilicos, mascaras diarias FFP2 e cantinas super ventiladas as escolas nao deviaram estar abertas.
Eu quero-as abertas mas a higiene e segurança tem de estar á altura. Não é o GELINHO nas maozinhas que te vai safar.
Outro que quer ficar em casa na zona de conforto e de pijama… com o guito sempre a cair na conta.
Ó Bem Bom, é claro que nunca houve tantas vacanças.
O que o bem bom precisava era de ir para aos cuidados intensivos. A ver se não cuspia tão alto.
Belíssimo texto.
Na minha opinião só faltou reforçar os factos esclarecendo que nas escolas, depois de todas as medidas possíveis que foram implementadas pelos próprios Profissionais de Educação de forma altruísta para assegurar o arranque deste ano letivo, o que fez o Governo, ME e DGS, não acautelou na grande maioria dos estabelecimentos de ensino as medidas necessárias para prevenir e evitar a propagação pandémica, nem disponibilizou os Equipamentos de Proteção Individuais e Coletivos em tempo útil e de forma eficaz.
Um governo que vê o Norte a ferro e fogo e diz que só há 3 surtos em escolas do norte.
Mais do que isso conheço eu.
Se há tempos 1 professor que tivesse contactado com um infectado ia logo para casa, actualmente ando a dar aulas a turmas com 5 e 6 casos positivos confirmados em cada turma e está tudo bem. Enganam quem querem, mas ficará para a história a sua responsabilidade e parte da culpa de imensos contágios e mortes.
A população tem culpa pelo desleixo, mas as medidas, os maus exemplos, as mentiras e erros de comunicação não poderão ser esquecidos.
O MCdonalds ou a praia ou o jardim é mais seguro que uma sala de aula, onde 30 marmanjos estão colados uns aos outros. A mascara tem uma protecao limitada. Estar 5h numa sala com alguem infetado , mesmo com mascara, é infeção na certa.
Só gosto de ensino presencial mas as condições tem de ser dadas ás escolas…ainda vamos a tempo.
Máscaras FFP2 distribuídas a todos diariamente, turmas desdobradas, ensino misto, acrílicos, cantinas super ventiladas e poucas turmas a comer ao mesmo tempo.
Caso nao seja possivel fechem as escolas ate haver tratamento.
nao culpem os jovens
No Norte a coisa está brava.
Temos que lamentar os custos humanos.
O vírus é muito forte. Cada um tem que contar com a sorte.
E rezar por si e pelos seus.
No entanto a imunização está a decorrer.
Uma estimativa conservadora. Por cada caso registado três que não são.
O Norte tem 140 mil casos ou seja 560 mil imunizados.
Mais 100 dias a 4 mil casos temos 16 mil imunizados dia ou seja um milhão e seiscentos mil imunizados.
Com 2,3 milhões de imunizados já existe imunidade de grupo. Cerca de 60% da população do Norte.
Em maio já vai existir a possibilidade de deixar de usar máscaras.
No Norte.
No entanto, a imunidade não está comprovada. Já se verificaram casos de pessoas que já sofreram 2 vezes, em alturas diferentes, desta doença. A
ssim a imunização de grupo ainda é uma miragem!
Em Portugal não há norte nem sul, é pequeno demais para essa divisão.
As viagens, a família e o emprego são sinônimo disso mesmo. As pessoas correm o país de lés a lés
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E as escolas? Terá que se estudar caso a caso mas, em caso de rotura do sistema de saúde como ocorre neste momento no Norte, deveriam ser fechadas localmente, é uma medida de saúde pública óbvia.
OBVIO!……
As BESTAS Xuxalistas que nos (des)Governam na voz do seu Grande Lider António BOSTA são os Responsáveis e CRIMINOSOS.
Mas diga-se em abono da verdade que ainda são Muitos os Professores (digo, TóTós) que não enchergam um palmo á frente dos olhos. Triste!….muito Triste!….
BESTAS pseudo-xuxalistas e CRIMINOSAS.
As escolas sao antros de Contaminação.
Fechar as Escolas o mais rapidamente possivel devia ser o designio dos pseudo-sindicatos.
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Ó Atento, sempre de prego a fundo! Sem dar abébias, o valentão! Sempre à mocada, este manhosão!
Já que se fala em nudez, então esta m**** não vai ter fim: este virus instalou-se definitivamente na população humana, tal como o virus influenza. Já em 2001 se publicavam artigos a dizer que este tipo de virus se tornava uma epidemia quase contínua na espécie humana. Qualquer vacina terá uma durabilidade limitada de 6 meses a 1 ano (tal como acontece na gripe influenza), pelo que não há garantia de imunidade no futuro.
O que se espera é que a população que sobrevive, tenha um genótipo que lida com esta doença de modo a que ela seja maioritariamente benigna.
Bonito texto. Sim senhor!
Mas não basta só os textos.
Acho que devemos agir! O povo tem que dizer basta! Os professores têm que dizer basta! Não interessam as greves para depois voltarmos a fazer o que eles nos mandam sem saberem o que estão a mandar.
Estou farta disto Porra!!
Estou cansada, esgotada!
As crianças nas escolas também estão, principalmente as mais pequenas, pois não podem tocar em nada, não podem brincar com os seus colegas, não podem brincar com os brinquedos. Estás-se a criar uma onda de irritação, de cansaço, não só físico mas principalmente mental, tanto nos professores como nos alunos mais pequenos. Não morremos do covid, mas ficamos todos muiiito mal psicologicamente. Eu, sinceramente estou a necessitar de ajuda psicológica ou mesmo psiquiatrica, não estou a conseguir lidar com a situação. Não tenho medo do Covid, mas sim de ficar esgotada psicologicamente.
Penso que como eu, deve haver mais colegas na mesma situação. Ou será que sou só eu?
É verdade, Maria esgotada.
Eu e dezenas de professores que conheço encontram-se na mesma situação. Esgotados, física e emocionalmente!
Ó Atento, sempre de prego a fundo! Sem dar abébias, o valentão! Sempre à mocada, este manhosão!
O governo está a fazer uma gestão sustentável dos recursos do SNS. Se continuarem a morrer doentes desta maneira, não serão necessárias mais camas nos cuidados intensivos.
Podemos gritar aos 7 ventos que ninguém nos irá ouvir.
Mais pertinente do que fazer uma gestão racional, ponderada e honesta da pandemia, é manter as escolas abertas. A qualquer custo. Capricho dos incompetentes que nos tutelam.
Que se mantenham a regozijar das suas orgias de elogios mútuos entre si, entremeados com os sorrisos cínicos de quem está convicto de que o seu discurso de falácia é credível.
Abençoados brandos costumes dos mansos dos portugueses.
Qual morrer…ninguém morre.
Vcs querem é férias.
O covid está a fazer-te mal ao cérebro ou já nasceste assim?
Mariana Sottomayor, eu subscrevo integralmente o seu texto.
Sem minimizar o que quer que seja, o que Mariana Sottomayor escreve é apenas e só o óbvio. E não é pouco. Aliás o título diz tudo. Os crânios da treta que não conseguem ver o óbvio, que o rei vai nu. Pior, há mesmo quem elogie as medidas que se estão, ou não estão a aplicar.
Faz-me confusão que, por exemplo, no caso das máscaras se estivesse à espera que os médicos especialistas nos viessem dizer que o uso das máscaras era obviamente necessário. Os médicos s´tinham de nos dizer donde o vírus saía e por onde entrava. O resto qualquer ser dotado de um mínimo de inteligência percebia a utilidade do uso da máscara até porque, no caso dos contaminados, muitos deles são assintomáticos e este pormenor também ainda era do pelouro da medicina. O resto, se o “bicho” era filtrado ou como era filtrado, quando muito, seria da física, penso eu.
Outra coisa que me aflige nestes tempos de normalização de fascistas, racistas, autoritários (mesmo aqueles que o são mas dizem não gostar de o ser), etc.,o amor pela polícia e o seu papel na luta? contra a pandemia me perturba.
Os senhores polícias parecem andar delirantes com o seu papel justiceiro. Aquelas operações stop (aplaudidas por um número razoável de …… coisos)em que os agentes disseminam “covides” a torto e a direito, são um absurdo e pior do que isso, criminosas. Os senhores polícias não conseguem ler os documentos com os olhos. Têm de os manipular. Têm de os contaminar com os eventuais vírus obtidos através das inúmeras trocas de papeis com os outros condutores. Pior, não chegando o papelinho comprovativo de que o condutor não está a mentir, ainda lhe fazem uma inspecção aos documentos todos. Depois, alarvemente, vêm referir as autuações por infracções do foro rodoviário, em termos de documentação! Absurdo e criminoso. Também ainda há alguns que não utilizam máscara, apenas viseira – no primeiro fim de semana do estado de emergência, em Coimbra, isso aconteceu . Foi vê-los lá do alto – eles estão de pé e os condutores sentados, logo mais em baixo – falando e soltando “covides” para os desgraçados dos condutores. Lindo!
Para acrescentar ao texto de Mariana Sottomayor, refiro que para sermos testados, mesmo com os testes baratos e rápidos, temos de ir ao médico pedir a receita e, logo, sujeitarmos-nos a deslocações para consultórios ou centros de saúde, perfeitamente dispensáveis e desaconselhados.
Outra coisa que eu ainda não consegui perceber – penso que ninguém percebe – é a razão de proibirem a deslocação entre concelhos. Como a maior parte das pessoas que trabalham nas grandes cidades vêm de concelhos limítrofes, passam a ser penalizados com permanentes operações stop que os colocam em risco pelas razões que já referi e ainda com o desconforto de agravar os congestionamentos do trânsito à entrada das cidades.
Por último – havia mais mas isto já vai longo – há ainda o caso dos grandes supermercados, que deve ter sido o único comércio que não foi afectado, onde as medidas de prevenção são quase inexistentes. Ao contrário de qualquer restaurante que é obrigado a ter inúmeros pontos de gel, com desinfecção das mesas e cadeiras sempre que muda de cliente, nos supers ou hipers, gel, à entrada e se existe noutros sítios, deve ser como o Wally. Nas caixas, para pagar manipulamos terminais multibanco ou dinheiro e não há um único dispensador de gel. Os carrinhos, teoricamente são desinfectados mas só teoricamente. Claro que os proprietários dos hipers são mais do que os dos restaurantes. Nesta dita Democracia é assim. Mas também não há problema, o pessoal é manso e pouco observador e “emprenha pelos ouvidos”! Até há, imaginem, GRUNHOS que dizem que o que os profs querem são férias!!