Aposentações E Primeiras Páginas
O Correio da Manhã, com recurso ao trabalho do Arlindo, faz primeira página com o número de docentes aposentados este ano, que será o maior número desde 2013 e eu ainda acho que são poucos atendendo à conjugação do aumento da idade, o aproveitamento do minguado tempo recuperado e o ambiente de pandemia.
Saem cerca de 1650 educador@s e professor@s e acredito que quando se acabarem as parcelas de recuperação do tempo roubado, sairá muito mais gente e sem ser sequer pelo limite de idade. Na peça, em nome da Fenprof diz-se que a solução para substituir quem ai é fazer regressar quem desistiu de ser contratado a vida inteira. O problema é que as condições não mudaram desde que saíram e dificilmente se poderá dizer que existe razão para voltarem. Aliás, o que foi tirado aos mais velhos não foi para dar aos mais novos. Todos perderam, seja em termos salariais, seja em perspetivas de carreira ou condições de trabalho. Ir agora atrás de quem com 40 ou mais anos desistiu, acenando-lhe com mais precariedade (porque as vinculações “extraordinárias” são daquelas coisas em que entram uns quantos para disfarçar que há meia dúzia que precisa de “vínculo” para ascender a outros voos), parece-me completamente irrealista. Aliás, basta passar por certos chats e conversas em blogues e redes sociais para se perceber a desorientação e falta de informação reinantes em muit@s colegas que andam a dar os primeiros passos na docência e para perceber que nas escolas o velho espírito de integrar quem chegava já não é o que era e que cada um@ à sua maneira apenas pretende sobreviver… uns até se verem livres do fardo, outros a ver se aparece uma oportunidade que não seja distribuída por 3 escolas para fazer um salário decente.
Claro que perante isto, o Tiago e o João assobiam para o lado e dizem que não é nada com eles, que a sua responsabilidade é mais casamentos e baptizados por vídeoconferência.
Até porque andam por aí a falar em bazucas, mas eles só nos guardaram uns morteiros de Tancos.
Do you believe in magic?
2 comentários
A proposta da Fenprof é patética.
Muitos dos últimos colegas reformados saíram antecipadamente por se sentirem exaustos, dececionados, cansados, incompreendidos… enganados e roubados.
Como cada um de nós poderá propor uma solução para o problema, eu proporei a minha. A saber:
Que se reduza a quantidade de “colegas” sindicalistas que têm redução total ou parcial da sua atividade letiva e voltem para os lugares que tanto dizem dignificar.
Pela minha parte e ( talvez não ), a dos alunos sem professores ficarei agradecido pelo vosso gesto tão altruísta.
Para ler fel…o menos que tivesse outra qualidade semântica, sempre daria para entreter.