Dizem-me que este ano houve umas dezenas de notas máximas (10), mas só 5 tiveram direito aExcelentee 21 aMuito Bom, vindo os restantes parar aoBom, um pouco à imagem do que acontece com o pessoal mais raso. E tudo abaixo de 10 teve de ficar peloBom,pelo que percebo deste post do Arlindo.
O que a mim espanta nem é o aumento que se verificou nas notas máximas este ano (afinal, há por aí tanta gentexalentea mandar), mas sim o facto de ainda ninguém se ter queixado de o desempate ser feito com base no tempo no cargo ou de serviço. Afinal, não querem rejuvenescer a classe? Poderiam começar pelo topo e não dar o “prémio” a quem está quase mumificad@ no lugar.
(e não haverá uma chuvita de recursos?)
Por outro lado, eu até acharia de “interesse público” conhecer quem foram os 5 e os 21 que ganharam os “prémios” em disputa, seja para seguirmos o exemplo de tais faróis da gestão escolar, seja para termos uma espécie de edição de um Global Director Prize ou um Diretor do Ano, com menções honrosas e tal e direito a fotos e chamadas à imprensa nacional para exporem a sua visão sobre a Educação e como a sua vocação foi estarem tanto tempo longe das salas de aula.
Não me levem muito a mal… é que Portugal empatou contra 10 croatas e apeteceu-me descarregar um pouco a bílis.
Ainda há diretores a marcar reuniões presenciais. Alguns até já agendaram as reuniões, presenciais, de final do 1.º período!
Será que é assim tão difícil ler e interpretar as Orientações Ano Letivo 2020/2021 e o Decreto-Lei n.º 94-A/2020 de 3 de novembro?
“É obrigatória a adoção do regime de teletrabalho, independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam e o trabalhador disponha de condições para as exercer, sem necessidade de acordo escrito entre o empregador e o trabalhador.”
Mesmo não sabendo ler e interpretar uma coisa tão simples há uma carrada de diretores que foram avaliados com 10,000 pelos seus CG… vivemos numa escola de meritocracia do medo e do compadrio?
Não há palavras suficientes para reconhecer todos os professores e professoras, que estão, neste momento com muito mais esforço, a tentar mudar o mundo, uma criança de cada vez.
Faz dois meses do início do ano letivo e do regresso do ensino presencial às escolas desde o princípio da pandemia. Apesar do aumento significativo no número de casos de Covid-19 durante as últimas semanas, as escolas permanecem abertas, em atividade. Ou, como muitos dizem, estão a funcionar “normalmente”. Exceto que, de normal, não há nada e os desafios que se apresentam aos professores, alunos e a toda a comunidade escolar são maiores do que nunca.
O uso constante de máscaras, o impedimento de partilha de material, o distanciamento obrigatório, as regras de higienização, os espaços-bolha para cada turma, entre várias outras medidas, dificultam – e muito – a boa experiência no ambiente escolar e, por consequência, o processo de aprendizagem.
Não há dúvidas, porém, de que é fundamental que as escolas continuem abertas. O ensino à distância e as diversas ferramentas que proporciona, apesar de serem uma excelente alternativa e complemento aos estudos, também revelaram limitações e agravaram desigualdades. A falta de acesso a computadores (ou a partilha de apenas um computador entre toda a família) e de espaços apropriados para o estudo em casa, o risco aumentado de exposição à violência doméstica e insegurança alimentar e a ansiedade generalizada que a situação provocou são apenas alguns exemplos. Além disso, a ausência de contacto afetivo, neste caso com os colegas e professores, que representa uma componente crucial no desenvolvimento humano, também ficou prejudicada.
É de conhecimento geral que as famílias em situação socioeconómica desfavorável são as que mais sofreram as consequências da pandemia e do ensino à distância. Pelo menos um quarto dos estudantes do ensino básico em Portugal não teve acesso a um computador, o que deixou a maioria com pouquíssimo – ou nenhum – acesso às oportunidades educativas promovidas pelas escolas. Atualmente, em Portugal, há 137 agrupamentos escolares inseridos no programa TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), que abrangem escolas em contextos socioeconómicos desfavoráveis e, se o ensino à distância ainda apresenta tantas limitações, para estas populações é mesmo insuficiente para suprir as necessidades educativas básicas das crianças e adolescentes.
Apesar da taxa de abandono escolar em Portugal ter diminuído nos últimos anos, o Governo já alertou para o seu potencial aumento no contexto pós-pandemia. Muitos alunos, simplesmente, “saíram do radar”, por diversas razões, e não será tarefa fácil inseri-los novamente no sistema educativo.
Para o retorno às aulas presenciais, umrelatório da DGErevelou preocupações com a consolidação e recuperação de aprendizagens, comprometidas durante o período do ensino à distância. Entre as orientações comunicadas às escolas, definiu-se a garantia do bem-estar socioemocional dos alunos como uma das prioridades para o ano, além da reorganização de grupos de trabalho e expansão dos programas de mentoria e tutoria personalizada. Todo o apoio possível, neste momento, é fundamental para minimizar os efeitos negativos da pandemia na educação.
Os trabalhadores não docentes das escolas vão realizar uma greve no início de dezembro, reivindicando melhores condições de trabalho. A falta de funcionários é “gritante”, dizem os sindicatos.
Os trabalhadores não docentes das escolas vão realizaruma greve no início de dezembropara exigir melhores condições de trabalho e um reforço de pessoal, alertando que existem estabelecimentos onde faltam funcionários para cumprir os planos de contingência.
“A greve será na primeira semana de dezembro,mas a data ainda não está fechada”, anunciou Artur Sequeira, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), em declarações à Lusa.
Só na quinta-feira será conhecido o calendário da greve convocada pela FNSTFPS. Os pormenores do protesto dos trabalhadores não docentes das escolas públicas serão anunciados numa conferência de imprensa em Lisboa, junto ao Ministério da Educação.
A maior parte dos motivos do protesto é antiga e vai desde a falta de pessoal, a desvalorização das carreiras e a municipalização.
Mas, com a pandemia, a situação destes funcionários agravou-se: “Estamos a falar de situações que já existiam e outras que pioraram com a pandemia,como a falta de pessoal que é gritante”, sublinhou Artur Sequeira.
Para o sindicato, as soluções apresentadas pelo Governo, como a alteração da portaria de rácios,“não conseguiram responder as necessidades”.
Segundo Artur Sequeira, “muitas escolas estão a funcionar, e ainda bem, mas não conseguem cumprir os planos de contingência tal como estão estabelecidos, porque há poucos trabalhadores”.
A higienização constante dos espaços, a vigilância nas entradas da escola e durante os recreios são algumas das tarefas que ficam por vezes descuradas.
“Já antes as escolas tinham falta de trabalhadores e com estas novas regras a situação agravou-se”, criticou, considerando insuficiente a revisão da portaria de rácios, publicada no mês passado e que veio permitir ter mais três mil funcionários.
“Estamos a falar de três mil trabalhadores para 5.300 escolas. Não chega”, alertou.
Artur Sequeira considera que também não resolveu o problema das escolas a decisão do Ministério da Educação que no 1.º período de aulas permitiu a contratação de mais 1.500 assistentes operacionais.
Os diretores dos agrupamentos de escolas estão preocupados com os professores que se deslocam de outros concelhos e de fora do distrito e partilham a mesma viatura, devido aos possíveis contágios de Covid-19 que poderão surgir. Em Miranda do Douro há três professores infetados. O diretor António Santos reconhece os custos das viagens, mas admite que é um risco acrescido:
“Nós temos professores que se deslocam vários quilómetros e têm por hábito partilhar a viatura e sabemos que nos tempos que correm é um risco acrescido, mas eu acredito que as pessoas têm os devidos cuidados.”
Também no agrupamento de Alfândega da Fé uma professora de outro concelho esteve infectada. Ainda assim, a irmã que viajava com ela todos os dias e que também trabalha no agrupamento não ficou contagiada. A informação foi confirmada pelo diretor.
José Monteiro adianta ainda que os professores têm manifestado medo de ficar infetados e alguns até deixaram de partilhar o mesmo carro e de usar transportes públicos:
“Têm medo, porque muitos deles já têm alguma idade, já têm problemas de saúde, o que os leva a serem pessoas de risco. Tenho ouvido algumas situações de pessoas que se deslocariam em transportes públicos e neste momento não o fazem.”
Em Macedo de Cavaleiros, o diretor do agrupamento também revelou que há um professor infetado com Covid-19 e que vive noutro concelho.
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