Ao longo da próxima semana as escolas devem fazer um conjunto de testes rápidos à conetividade de Banda Larga Móvel.
O objetivo é conhecer o estado e eventuais limitações de acesso / conetividade que permitam determinar ou ajustar iniciativas futuras do Ministério ou dos operadores de telecomunicações.
Em muitas situações será quase impossível fazer o teste com os 3 operadores de banda larga móvel, em especial nas escolas de reduzida dimensão. Isto porque os testes só poderão ser mesmo feitos com o recurso aos telemóveis dos docentes ou assistentes operacionais, pois nenhuma escola dispõe de telemóveis das 3 operadoras.
Espero que este interesse em medir a conetividade venha a servir para alguma coisa e que em breve todos os alunos e professores possam ter acesso de forma gratuita à banda larga móvel nos espaços escolares.
Os Agrupamentos que mais horários solicitaram estão claramente concentrados nos QZP’s 7 (Lisboa e Vale do Tejo) e 10 (Algarve). Falamos apenas de horários acima de 8 horas, que não foram ocupados nas Reservas de Recrutamento.
O AE das Laranjeiras, em Lisboa, é aquele que mais horários solicitou (20 durante os 10 dias de outubro) e há um óbvio destaque da zona de Lisboa neste campo, mas também o Algarve aparece representado nas primeiras 12 posições (Silves e Portimão).
Parece evidente nesta lista a clara “hegemonia” das escolas dos QZP’s 7 e 10, mas a situação é ainda mais surreal ao percebermos que só a partir da posição 120º começam a aparecer as escolas do norte. (Clicar na tabela acima para ver o quadro completo)
Isto torna evidente que a falta de professores não se manifesta em todo o país da mesma forma. É verdade que há ainda milhares de professores no desemprego e que a norte a sua falta raramente se faz sentir, no entanto parece agora óbvio para todos que a sua escassez é uma realidade nalgumas regiões.
Mas desenganem-se aqueles que acham que esta escassez pode marcar uma mudança radical das políticas educativas: se não houver cedências, aproximação de posições e compromissos a médio prazo, assistiremos brevemente ao recrutamento “avulso” de professores sem qualificação; à ainda maior sobrecarga letiva dos restantes professores existentes nos Agrupamentos ou outros “mecanismos” que apenas afundarão ainda mais a classe docente e a Educação em geral.
Basta recuar poucos anos para se perceber como surgiu a componente de estabelecimento; os 1100 minutos; o fim de pares pedagógicos, estudo acompanhado e área de projeto… as possibilidades são inúmeras e a imaginação não tem limites quando toca a poupar no recrutamento de professores ou a sobrecarregar os poucos existentes.
Nos primeiros 10 dias do mês de outubro foram disponibilizados mais de 1660 horários para Contratação de Escola. Desses horários, 1421 são superiores a 8h (horários que não foram aceites ou para os quais não houve candidatos).
Estes números começam a ficar mais preocupantes quando percebemos que 261 são horários completos que há uns anos atrás teriam milhares de candidatos. Os grupos de Informática, Geografia e Inglês são os que apresentam maiores problemas e principalmente em Lisboa, Setúbal e Faro como se pode ver no quadro seguinte:
Num próximo post analisaremos os Agrupamentos onde faltam estes 1421 professores.
perante as suas recentes declarações de que os “Alunos devem ser separados ao máximo nas Escolas” vimos por este meio informar que:
1. foram as orientações da própria DGS para as Escolas no presente ano letivo da “distância de 1 metro se possível”. Isto, infelizmente, tem permitido que muitas turmas continuem com 28 ou mais alunos e por consequência alunos sem qualquer distância, lado a lado, dentro de salas de aula (espaços fechados);
2. a DGS e o Ministério da Educação (ME) continuam a não responder à interpelação do S.TO.P. em inícios deste agosto sobre qual o fundamento científico para que as escolas tenham orientações completamente diferentes dos outros sectores profissionais na atual pandemia. Relembramos que para as escolas a distância a cumprir é de 1 metro “se possível” (o que tem permitido tudo) em contraste com o mínimo de 2 metros nos restantes sectores;
3. neste momento e com conhecimento da DGS e do ME, impera uma espécie de “lei da rolha” sobre muitas das Escolas onde surgiram casos comprovados da COVID-19. Temos conhecimentos de vários casos comprovados que não chegam à comunicação social. Relembramos que isso representa um perigo para a saúde pública na medida que a maioria dos alunos infetada não irá manifestar qualquer sintoma mas será um agente de propagação (representando um grande perigo para os grupos de risco da sua família e também dos Profissionais da Educação envelhecidos).
Nesse sentido consideramos incompreensíveis as referidas afirmações porque precisamente pelas próprias orientações da DGS é que nas Escolas os alunos não têm conseguido “estar separados ao máximo”.
O S.TO.P. desafia-a a visitar as Escolas do país real onde infelizmente continua a ser normal encontrarmos turmas com 28 ou mais alunos.”
A solução para os professores de risco está ao virar da esquina. Eles querem dar aulas, mas ninguém se atreve a dar um passo em frente para resolver o problema de muitos alunos e constituir a tal bolsa de professores para E@D. Os diretores já pediram uma solução, mas ela tarda em ser divulgada.
Mais uma coisa. Os professores sempre recusaram horários, não é por causa da pandemia que tal acontece. Pode ter aumentado, mas a percentagem não será assim tão anormal como querem crer que pareça.
Título: “The Problem With Link Think” | Autores: “Opertura (Aya yamasaki, Jason Brown)“
Os gêmeos Reona e Oscar passam o tempo em sua lanchonete favorita esperando por mais takoyaki e são atraídos para uma dimensão alternativa. Eles voltarão a tempo para o takoyaki ???
Os participantes foram unânimes em considerar que o Ministério da Educação (ME) teima em fechar-se no silêncio da inoperância e da irresponsabilidade. Exemplo desse distanciamento em relação aos problemas é a ausência gritante do titular da pasta da Educação.
A tutela continua a não dar resposta a questões prementes sobre as reivindicações que têm vindo a ser apresentadas, muitas delas suscitadas no quadro do anterior Governo, que já tinha como responsável na Educação Brandão Rodrigues. Os assuntos que necessitam de uma resposta urgente e justa repartem-se pela aposentação dos educadores e professores, a contagem do tempo de serviço, a resposta às situações dúbias de avaliação do desempenho docente e progressão na carreira, a clarificação das componentes letiva e não letiva e no combate à precaridade.
Constata-se nas escolas um clamoroso desconforto dos professores que pertencem a grupos de risco, pois continuam sem a devida clarificação do enquadramento legal para justificar as suas eventuais ausências. Também a nível do Ensino Superior, politécnico e universitário, grassa a falta de resposta para com os docentes nas mesmas circunstâncias de saúde pessoal. Ainda no campo das condições de segurança sanitária, não é entendível a discriminação que é tida para com as escolas do Ensino Artístico, Particular e Profissional no acesso ao equipamento de proteção individual e recursos similares. Recorde-se que muitas destas escolas dão uma resposta pública na área geográfica em que se encontram, ou seja, suprimem necessidades que não são satisfeitas pelas escolas do ensino público.
A principal tónica das intervenções das mais de duas dezenas de dirigentes que intervieram respeitou à preocupação séria pelo rejuvenescimento e pela falta de atratividade pela carreira docente, que está a originar nos dias que correm uma clara falta de educadores e professores no sistema. Os indicadores apontam para que esta situação se agrave no horizonte próximo. A falta de docentes a curto e médio prazo vai assumir contornos de enorme gravidade, lesando seriamente a qualidade da educação.
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Segundo a lista de não colocados, após a RR5 existem 16707 candidaturas sem colocação, o que corresponde a 11349 professores, porque alguns concorrem a mais do que um grupo de recrutamento.
Ora, haverá a tentação de pensar que este número é elevado e que afinal a falta de professores que tem sido noticiada é um exagero sem sentido… NADA MAIS ERRADO e a própria subdiretora-geral da educação já o admitiu.
É certo que a falta não se faz sentir por todo o país da mesma forma: se a NORTE (por enquanto) os professores são suficientes e as substituições são relativamente rápidas, em Lisboa e Algarve a situação agudiza-se de forma preocupante de ano para ano.
Se retirarmos das listas aqueles professores que não concorreram para horários completos em Lisboa e Algarve… o número de professores possíveis para essas regiões diminui drasticamente.
Vejamos o QZP 7 (Lisboa e Vale do Tejo): das candidaturas não colocadas (16707) há, no máximo, 10333 disponíveis para essa região, porque os restantes garantidamente não concorreram para lá. Acontece que cerca de 8500 estão concentrados em 4 grupos (100, 110, 260 e 620). Restam 1500 candidatos para os restantes 25 grupos de recrutamento, uma vez que há 6 grupos que já não têm candidatos disponíveis.
Estamos apenas em outubro e falamos apenas de horários completos… se considerarmos os incompletos o problema torna-se ainda mais óbvio.
Fica a tabela com os dados… a mancha vermelha representa os grupos onde a escassez de professores mais se faz sentir.
Há pequenas mudanças que poderão amenizar este problema, mas a situação exige medidas estruturais que vão muito além de uma legislatura… em 4 anos não se formarão os professores necessários e em 4 anos não se tornará atrativa uma profissão que nos últimos 20 anos se tem vindo a degradar de forma óbvia.
É necessário que haja um rumo… sindicatos, governo, oposição e os próprios professores têm de perceber que é preciso fazer cedências; encontrar pontos de convergência e estabelecer uma politica educativa a médio prazo… se isso não acontecer, a Educação está condenada e o futuro do país hipotecado.