Seis funcionárias infetadas com covid em creche da Misericórdia da Maia
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Out 07 2020
Ser português ainda traz consigo uma carga negativa em alguns países europeus. A discriminação, não assumida, ainda existe, mesmo que tal seja condenado por tudo e por todos em público. Não será só no Luxemburgo. O estigma de ser estrangeiro, mesmo tendo nascido no país, é uma realidade por essa Europa fora com origens nos anos 60, quando a procura por melhores condições de vida levou milhares de portugueses, a salto, para fora do país e que se foi prolongando nas décadas seguintes.
Parece que só somos bons lá fora se nos “educarmos” cá dentro…
“Se não és bom a alemão e tens Pereira no apelido, vais diretamente para o técnico, ou outra via, não és encaminhado para o ensino clássico”, reconhece Carlos Pato, secretário-geral do Sindicato dos Professores no Estrangeiro e professor há 48 anos, atualmente a lecionar na Universidade do Luxemburgo.
Para este dirigente a discriminação dos professores para com os alunos com apelidos portugueses e de outras nacionalidades emigrantes ainda continua a existir, achando que como não dominam corretamente o alemão não conseguirão concluir com sucesso o ensino clássico. “Não faz sentido ser um professor a decidir o futuro escolar e de vida de um aluno de 13 ou 14 anos”, vinca Carlos Pato. O correto seria “existir um exame no final do fundamental” para avaliar se o aluno iria para o clássico, técnico ou modular.
Embora esta decisão seja tomada pelo docente em conjunto com os pais do aluno, Carlos Pato alerta que os pais até podem não concordar, mas aceitam o que dita o professor “por medo de represálias” sobre os filhos. “Mesmo professores experientes podem ser influenciados involuntariamente por atitudes preconcebidas sobre a etnia dos alunos”, realça um estudo da Universidade do Luxemburgo, realizado em 2016, sobre a decisão dos professores na transição do aluno para o ensino clássico ou técnico.
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Out 07 2020
DOCENTE DE INGLÊS (grupo 120)
Colégio em lisboa procura docente para lecionar Inglês, Pré-Escolar e 1º Ciclo. Valoriza-se experiência profissional e disponibilidade horária (Full-time ou Part-time)
Perfil de competências:
– Licenciatura ou Mestrado adequado
– Gosto e motivação pelo ensino
Enviar CV + carta de motivação para o email:
colegiorecrutamento2@gmail.com
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Out 07 2020
A diretora geral de Saúde disse esta quarta-feira que há, neste momento, 23 surtos de Covid-19 nas escolas em Portugal, com 136 casos de infeção entre alunos, professores e funcionários. O maior foco destes contágios encontra-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se contabilizam doze, seguindo-se sete no Norte, três no Centro e um no Algarve.
“Relativamente ao impacto que terá havido da abertura das escola na difusão da epidemia, ainda não é claro. O que se encontra nos inquéritos epidemiológicos muitas vezes é que há familiares doentes e parece que a transmissão ocorreu mais dos familiares para as crianças do que ao contrário. Noutras vezes os casos positivos são funcionários e, portanto, vêm da comunidade”, afirmou Graça Freitas, em conferência de imprensa.
A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) considera que a situação, na generalidade do país, está controlada. Graça Freitas reforçou ainda a ideia de que “quanto mais organizada por bolhas, por setores, por aulas a escola estiver mais fácil é manter os alunos na escola e enviar para vigilância em domicilio o mínimo possível de pessoas”. “Apelo às escolas que segreguem ao máximo os alunos e as suas atividades para que, se houver um caso não tenham que ir todos para casa”, referiu, em declarações aos jornalistas.
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Out 07 2020
O estudo anual da Eurydice sobre os vencimento dos docentes, em 2018/19, pelo mundo vem mostrar que em Portugal a diferença entre o início e final da carreira docente é de 115,8%, uma enormidade. Como metade dos docentes nunca chegarão ao topo da carreira, a relação com outros países desenvolvidos torna-se mais do que evidente ao fim de uma vida de trabalho.
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Out 07 2020
Há vários anos que a classe docente tem sido, sucessivamente, atacada e desprestigiada, de forma continuada, pelos sucessivos governos, sem que tenha sabido reagir convenientemente. Talvez na típica expectativa de que alguém reaja por nós, alguém nos defenda, nomeadamente os sindicatos que, como é sabido, vivem precisamente dos problemas não resolvidos, o core da sua existência.
Demasiado ingénuos, fomos esperando! Assistimos à, talvez, maior vitória dos últimos tempos em 2008 e a partir daí foi sempre em declínio.
O problema está numa postura a que chamo de “professor missionário”. Essa postura foi-se instalando em cada um de nós e, ao contrário do habitual, entranhou-se de imediato. Aos poucos, salvo raríssimas excepções, todos fomos mudando a profissão, passando de professor a missionário, de intelectual a proletário, sem que tivéssemos sentido esta mudança com estranheza. Aceitámos tudo como sendo algo inevitável e como se nada pudéssemos fazer para o contrariar.
Com a pandemia, o professor missionário veio ainda mais ao de cima, eu incluído, por não termos tido tempo de parar para pensar e sobretudo pela imprevisibilidade da situação. Os professores fizeram, com sacrifício pessoal, tudo o que estava ao seu alcance para manter o ensino. Compraram material tecnológico e formaram-se exaustivamente, tudo, apenas, por algumas palmadinhas nas costas e sempre com desconfiança por parte da tutela, particularmente quanto à seriedade de cada um de nós no momento de atribuirmos as notas. E até isso aceitámos sem que ninguém levantasse a voz!
Começámos o ano com condições que roçam o ridículo, com o sentimento de estarmos perante uma inevitabilidade. Tem de ser, ninguém quer voltar ao ensino à distância, todos nós precisamos da sala de aula, da escola, e os alunos ainda mais. É aproveitando esta circunstância, sabendo que os “missionários” se apresentarão ao serviço com muita queixa de corredor, mas sem que nada os faça demover da missão, que o ministério passeia a sua incapacidade.
Todos os governos partem da mesma premissa: os professores sentem o ensino como uma missão e por conseguinte acham que podem tratá-los como um qualquer missionário num qualquer país subdesenvolvido, que eles não irão reclamar!
Durante décadas essa ideia foi passando e agora até temos colegas que vêem com algum desdém aqueles que tentam, aqui ou ali, acordá-los da letargia em que se encontram e com eles todo o ensino!
Poderia enumerar tudo aquilo que os governos foram, com as suas políticas, impondo aos professores. Mas entraria numa longa lista, que não nos levaria a mais lado nenhum, que não o da recordação. Apelei à sociedade em geral e aos professores em específico para que não aceitassem qualquer coisa no regresso às aulas, mas aceitámos. Aceitámos nós e aceitaram os pais, como se fosse inevitável regressar sem condições.
O prestígio de uma classe também se constrói mostrando carácter e isso tem faltado em toda a linha, não esquecendo o papel amorfo da maioria dos sindicatos, excepção feita a um ou outro, que têm tentado fazer melhor aquilo que ainda não foi feito.
Aceitamos tudo como se tivesse de ser assim.
Custa-me muito perceber que a culpa de estarmos onde estamos é genericamente nossa, dos professores.
Quando afirmo que a culpa é dos professores, faço-o conscientemente, mas não digo que seja só dos professores, já que, sobre aquilo que não controlamos pouco ou nada podemos fazer. Sobre aquilo que poderíamos ter feito ou podemos fazer quero apenas relembrar que falhámos.
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Out 07 2020
Título: “The Cliff House” | Autores: “Jin Yao Wong“
A história de um velho com sua luta e determinação para construir uma torre e atingir seu objetivo.
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Out 07 2020
A bolsa tarda. As substituições tardam. A revisão do rácio não tarda, perdeu-se no caminho para a digitalização da escola que espera que aqueles robots aspiradores, as máquinas de comida, umas quantas câmaras dispersas pelo recreio, um atendedor automático e quem sabe um ou dois C-3PO do Starwars, resolvam o problema.
Ainda não chegaram às escolas os prometidos 1.500 funcionários, anunciados há duas semanas pelo primeiro-ministro, para colmatar a falta de pessoal não-docente na retoma das aulas. O Governo anunciou que estaria a ultimar a portaria que estabelecia o rácio destes assistentes operacionais nos estabelecimentos de ensino.
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Out 07 2020
Se algum dia alguém vos dissesse, “são anjos vestidos de gente”, saberíamos a quem se referiam?
Certamente que não relacionaríamos logo a quem, ou a quê, e ficaríamos intrigados a quem fariam tal comparação.
De facto, quem o diz, di-lo com o coração, lê cada alma, cada vida, cada vivência e experiência. Lê e faz a leitura pela crescimento dos que estão à sua volta e, de lágrimas no rosto, entrega mesmo sem saber que rumo tomarão esses ditos anjos. A esses anjos que se esforçam para acompanhar cada tarefa, cada passo, cada abraço, cada sentimento, cada um, são anjos, dizem, porque esses anjos, não vestem asas, não voam, mas fazem voar, fazem sentir, fazem crescer e crescem com eles. Esses anjos são, esses anjos sentem, esses anjos vivem, esses anjos constroem, esses anjos… quem serão?
O agradecimento ganha corpo, voz, olhar, sentir, ganha o encanto que ninguém consegue pintar, torna-se uma tela de cores, com tintas tão raras, puras e sentidas, tintas que não se vendem em lugar algum, vendem-se apenas num único local, no coração de quem o diz.
De facto, os agradecimentos ganham uma força enorme, porque o coração de cada um é repleto de sentires, de vivências que marcaram e marcam a vida de cada e isso, mais do que ensinar, é vivido, é experimentado, é apropriado, é construído num caminho de altos e baixos, de valorizações e de desvalorizações, é o caminho a que todos recorrem, mas o caminho que nem todos reconhecem, o caminho da sabedoria e do conhecimento, da entrega.
Mas estes anjos não voam, mas fazem voar.
Estes anjos dão-se pela eternidade, dão-se a cada palavra, dão-se a cada gesto, dão-se a cada abraço, a cada beijo, a cada afeto. Dão-se na eternidade, nas experiências que proporcionam, que ousaram e que os fizeram ganhar asas pelo sonho, pelo querer, pelo aprender, pela viajar na viagem, a que todos chamam vida, a que todos chamam crescer.
São vestidos de gentes, e ainda assim, afirma, são anjos que nos deram coragem para olhar, são anjos que ensinaram a sorrir, ensinaram a olhar para o mundo que os rodeia de um modo encantado e cheio de oportunidades.
São anjos, são vestidos de gente, seres que mais do que exercer uma profissão, estão empenhados no futuro, no futuro de cada um, no futuro de todos, no futuro da sociedade, no futuro do mundo de respeito, de conhecimento, de afeto, de solidariedade, de ajuda ao outro.
São anjos vestidos de gente, que foram, são e serão aqueles que retiram as suas asas e as entregam a quem passa com eles dias inteiros, a quem os confiaram, a quem permitiram que juntos construíssem um caminho, que vive e revive a memória, a cultura, mas mais do que isso, respeita a individualidade.
Esses anjos, vestidos de gente dão asas, permitem que eles voem, que sonhem, que criem e sejam verdadeiros aprendizes, audazes pelo seu sentir, pela sua capacidade de acreditar, de imaginar e de viver.
São anjos, vestidos de gente, que os fazem acreditar, que os faz ser.
Estes anjos, vestidos de gente, tornam-se memórias vivas, respeitadas e, em cada pedaço que se dão, é um pedaço que se torna semente, é uma semente que se torna fruto, é um fruto que se torna afeto, é um afeto que se torna criação, com a capacidade de imaginar, de respeitar e transmitir todos estes sentimentos pelos que estão à sua volta. É uma semente no meio de sementes.
Não existem anjos de asas, porque para serem anjos, vestidos de gente, basta acreditar no interior de cada um, basta respeitar, basta reconhecer a capacidade de escutar, de dar voz, e quem o diz, de coração cheio, de uma forma reconhecida, sentida e valorizada, fá-lo com um agradecimento interminável, pois foi alguém a quem entregou e confiou os filhos, na ânsia de que esses anjos os ajudassem a crescer, a viver, a serem respeitados, a serem amados, na sua diferença, na sua individualidade. Porque todos somos diferentes. Todos temos a nossa especificidade, todos temos o nosso valor e esses anjos, esses anjos vestidos de gente, valorizam o esforço de cada um, sentem as derrotas, sentem os erros e constroem oportunidades nos problemas, não os tornam como buracos negros da sociedade, ou deste céu por onde todos andamos.
Estes anjos, vestidos de gente, caminham lado a lado, com todos os que lhes são confiados, e sentem-se parte integrante de um corpo, em que, num caminho comum, constroem-se à luz de um acreditar que o futuro é possível de melhorar, que o conhecimento é a melhorar arma, que as armas, se desarmam e se tornam canais e elementos que vivem, simplesmente, o sentimento, porque esses anjos, mais do que serem transmissores de conhecimentos, são gentes vestidas de ousadia, predispostos a provocar o interesse, a motivação, o sonho, a imaginação e a criatividade.
Esses anjos, vestidos de gente, não são pessoas que surgem nas capas de revista, nas novelas da noite, ou nos reality shows, porque não procuram a fama, porque não procuram ser capas de jornais, procuram, simplesmente, fazer com que os outros sonhem, se construam, e tenham o maior sucesso na sua vida, porque esses, levarão consigo todo o reconhecimento, todo o conhecimento, todas as aprendizagens construídas, e assim, tornarão os anjos verdadeiras memórias, eternas.
Esses anjos, vestidos de gente, são aqueles a quem os pais agradecem de forma constante, são aqueles a quem os pais agridem de forma permanente, são aqueles a quem os pais pedem perdão por todos os erros que cometeram ao educar os próprios filhos. Esses anjos são aqueles que se disponibilizam a ajudar uma casa que não é a sua. São aqueles que sentem a dor, os problemas e as dificuldades que não são suas. Esses anjos vestidos de gente, são os que arregaçam as mangas e lutam pelo futuro dos filhos dos outros, para que um dia, se tornem verdadeiros homens e mulheres, com sentimentos, com emoções, com razões, com valores que valorizam o ser humano, que valorizam o respeito, que valorizam o conhecimento, que valorizam o sonho, que orgulham as famílias.
Esses anjos, vestidos de gente, são aqueles que disseram, vamos a isso, mesmo quando tantas portas se fecharam, mesmo quando tantos deixaram de acreditar, mesmo quando o fosso entre o futuro e a realidade se tornava algo impossível de ultrapassar.
Esses anjos, deram as ferramentas, e será que reconhecemos isso?
Esses anjos, vestidos de gente, deram-se mais do que aquilo a que estariam obrigados, e nós soubemos dar-lhes o valor merecido?
Esses anjos, vestidos de gente, não pararam no tempo de confinamento, deram e deram-se, tudo em prol dos filhos, dos alunos dos futuros adultos.
Esses anjos, vestidos de gente, continuaram empenhados em fazer e construir o futuro, e nós o que dissemos?
Esses anjos, vestidos de gente, não desistiram, reconheceram que não seria um problema, mas uma oportunidade, de mudança, de mudança de paradigma.
Esses anjos, vestidos de gente, são os professores, os educadores de hoje, de ontem e de amanhã.
Esses anjos, vestidos de gente, são os homenageados, hoje e sempre, porque não baixaram os braços e não deixaram de permitir que os seus alunos voassem.
Esses anjos, vestidos de gente, ajudaram-nos a crescer, e por isso, estas palavras, soam-nos como reconhecimento, porque eu também já fui aluno, e se sou o que sou, foi porque os anjos, vestidos de gente, me incentivaram a ver o problema como uma excelente oportunidade… de ser… de construir… de sonhar.
Rui Inácio
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