Um dos problemas da classe docente é não querer parecer mal.
Gostamos de ser missionários e de estar sempre a falar da “nobreza da missão de ensinar.”
O que ganhamos com isso? Nada.
Nem a nobreza da missão ganha nada com isso.
Cortam-nos o salário anos seguidos. Não consideram o nosso tempo de trabalho. A mais garantida tirada de qualquer comentador popular que o seja ou queira ser, é dizer mal de nós.
E qualquer um, que tenha tempo de antena, sabe mais de educação do que nós, que levamos sistematicamente etiqueta de madraços e desqualificados.
Em Março, fizemos um “milagre de Tancos” da “escola em Covid”. Mais uma vez, como na 1ª guerra, os soldados foram melhores que os generais e os generais vêm agora renegar a batalha.
Daqui a uns 10 dias, dê por onde der, vai ser preciso ter um sistema montado para ensino à distância. O Estado conta, outra vez, com os nossos computadores e net.
Para os hospitais privados têm sido uma gestão com pinças, a fazer acordos para usar o seu material e recursos, não vá haver guerras com “corporações”.
O meu computador, Tiago Brandão vai ter de o requisitar. É meu. Paguei-o. Como paguei a net, programas e formação que me qualifica.
Isto não quer dizer que me recuse a trabalhar, mas, ou há compensação pelo uso da minha propriedade, ou arranjam um PC para trabalhar em casa, ou requisitam legalmente o meu (que não garanto esteja operacional… 3 anos…
, e que, mesmo na requisição, implica indemnização).

Ou vamos todos trabalhar para as escolas, onde a net não aguenta centenas de professores a trabalhar ao mesmo tempo em videoconferência ?
Ou há uma atitude firme ou nunca nos respeitarão.
Não acham que 10 meses de inércia é demais?
21 comentários
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“Gostamos de ser missionários e de estar sempre a falar da “nobreza da missão de ensinar.” O que ganhamos com isso? Nada.”
Permita-me discordar de si! Se estiver na profissão com sentido de responsabilidade (ninguém lhe pede para ser missionário) ganha aquilo que é suposto ganhar: um ambiente de aprendizagem produtivo e onde todas as crianças ou jovens aprendem, tendo em consideração a sua diversidade!
Efetivamente dá trabalho, mas sempre ouvimos dizer e bem que “sem trabalho nada se alcança”! Os professores têm desafios de várias ordens, sim, mas o seu objetivo principal é fazer avançar a turma e melhorar a aprendizagem dos seus alunos desenvolvendo competências de socialização e de autorregulação emocional, afetiva e da sua aprendizagem. Se não está capaz desse desígnio pode sempre deixar o seu lugar para outro profissional que sinta mais empatia pelos alunos que lhe são atribuídos. E o senhor professor escolhe uma carreira onde não lhe peçam para usar o seu computador pessoal, nem a sua net, nem a sua eletricidade, nem o seu telefone, nem o seu lápis, nem a sua caneta, nem o seu caderno e, se calhar, nem os seus neurónios.
O Calves precisa de levar umas palmadas dos comunas.
Os docentes portugueses que aceitam qualquer ambiente para ensinar, até com salas e janelas abertas com temperaturas de -2º, são os mais preteridos da Europa. Ninguém consegue ensinar bem e ter excelentes resultados, com as condições que são dadas às escolas: computadores obsoletos, internet sem a velocidade e capacidade adequada para se dar aulas do séc. XXI, já para não falar do miseriabilismo em relação à requisição de materiais para desenvolver atividades e projetos.
Caladinhos, lá vamos fazendo as coisas, para uma boa avaliação do(a) diretor(a), para os pais/encarregados de educação não refilarem, etc, etc, etc,
ou seja
como é dito no artigo “Um dos problemas da classe docente é não querer parecer mal.”
Lamentável… esta mentalidade do séc. XXI, nem no século XIX havia tantos conformados e conformistas…
Caro Calves, peço ajuda para perceber em que parte do texto é dito, ou pelo menos subentendido, que o autor não se preocupa com os alunos, o seu bem-estar ou o seu sucesso, que não tem brio pelo seu trabalho ou que “não está capaz desse desígnio”. O problema parece-me que se confunde um bom profissional com um profissional submisso… e o segundo nunca será o melhor para o ensino.
Parabéns, Luís Braga.
O kapo da minha escola ameaça com a avaliação,,,, não lhe vale a pena.
Muito esclarecedor o comentário de Calves!
Acha-se bem remunerado, cheio de meios informáticos para oferecer generosamente…melhor que os outros! Parece que Calves confunde brio profissional com falta de espinha dorsal. Deve ser daqueles que se põem em bicos de pés para serem vistos e dos que fazem muito folclore auditivo sem qualquer sumo (só para parecer bem).
Também recorrerá ao cochicho e ao lustro? Vejam bem os chavões básicos que usa!
O Calves é um dos comissários políticos fascistas.
Como poderemos solicitar a compensação pelo uso do computador pessoal e internet em caso de EAD? Os sindicatos já têm alguma minuta neste sentido?
Obrigado
Já o poderia ter feito a propósito de um outro post (do dia de ontem).
Faço-o agora para aplaudir o texto do Luís e afirmar que concordo inteiramente com ele. Ou seja, o equipamento informático que tenho em casa (e respetivo acesso à internet) não estará disponível agora para o E@D.
Porquê?
Porque é meu! Foi (e está a ser, através de crédito bancário) pago com o dinheiro do orçamento da minha família, fazendo toda a ginástica orçamental que estamos acostumados a fazer para que o dinheiro dê para as necessidades de todos cá em casa.
Sempre que abordava o assunto da possibilidade de a minha entidade patronal (leia-se, Ministério da Educação) “contribuir” para ajuda de aquisição de computador, pois o mesmo é imprescindível para a nossa função, respondiam-me: “mas tens computadores na escola, utiliza-os! Não precisas de trabalhar em casa, vais para a escola e preparas lá as tuas aulas e os documentos que precisas para lecionar. Se compras um computador é para tua recreação”
E agora querem que “esse” computador (que eu comprava porque queria para minha recreação) esteja ao serviço do patrão.
Quando toda a legislação que tem saído, a propósito do tele-trabalho, refere que compete à entidade patronal assegurar os meios/instrumentos para que o funcionário/trabalhador possa exercer a sua função a partir de casa.
Todos os meus familiares e amigos que se encontram em tele-trabalho, desde funcionários públicos até ao setor privado, têm um computador fornecido pela entidade patronal/serviço público.
Todos NÂO! Todos excepto os professores.
Já informei a minha direção:
Ou me entregam um computador e acesso à internet para trabalhar em casa OU permitem que me desloque à escola para o fazer (esta é a razão porque muitos colegas não estão dispostos a tomar esta atitude) com a respetiva Declaração de circulação e deslocação para o local de trabalho.
Se nem uma nem a outra acontecer, estarei em contacto com os alunos através de minha casa mas não estou obrigado a cumprir o Plano de contingência da escola. Isto é, não irei cumprir horários estipulados pela escola. Darei as aulas de acordo com o horário da turma mas quando eu quiser e na medida que eu quiser.
Quanto a possíveis contrapartidas por parte do Ministério, não vou tão longe quanto já li por aqui (negociar questões laborais, de estatuto, salariais e outras…) e aceito apenas isto:
Uma Declaração PÚBLICA (através de Circular ou outra coisa que o valha), assinada pelo primeiro-ministro e ministro da educação, preferencialmente com publicação em anúncio pago em jornais de média e grande circulação, que diga o seguinte (ou algo parecido):
“Pedimos, a todos os professores e educadores de infância, que coloquem à disposição dos Planos de E@D elaborados pelos seus estabelecimentos de ensino, os seus equipamentos informáticos pessoais bem como a assinatura de acesso à internet que possuem. Ficaremos profundamente agradecidos.”
Basta-me isto.
Um reconhecimento PÚBLICO de utilização de meios privados para benefício público.
Será assim tão difícil?
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Andas ENGANADO Calves de um raio.
“Os professores têm desafios de várias ordens, sim, mas o seu objetivo principal é fazer avançar a turma e melhorar a aprendizagem dos seus alunos desenvolvendo competências de socialização e de autorregulação emocional, afetiva e da sua aprendizagem.”….Grande Calves!….Nunca me ri tanto na minha vida……
Caro Calves de um raio……..devo dizer que andas na vida como um Zombie……..isto é, não sabes para que lado está o Norte…..mas é natural, porque o vento do XUXALISMO da treta sopra tão forte que nos turva a visão.
Caro Calves de um raio,
Hoje aquilo a que chamam “ESCOLA” não passa de um enorme “ARMAZEM” onde os progenitores colocam os seus rebentos para poderem desenvolver as suas atividades ludicas, profissionais ou outras…….
Hoje aquilo a que chamam “ESCOLA” não passa de uma enorme “CANTINA SOCIAL” onde se dá de comer aos FAMINTOS desta vida (Filhos de Desempregados; Filhos daqueles que vivem do Rendimento Social de Insersão (RSI); Filhos de Prostitutas; Filhos de Delinquentes; Filhos de Presidiários; Filhos daqueles que auferem o Salario Minimo Nacional no valor de 635 Euros e que levam para casa á volta de 500 euros…….
Hoje aquilo a que chamam “ESCOLA” não passa de uma enorme INTRETEM onde os designados professores dão umas TRETAS de que são exemplo as “cidadanias”, “educação ambiental”, “educação sexual”, “desporto escolar/toma lá uma bola para dares uns chutos”………..
Hoje aquilo a que chamam “ESCOLA PUBLICA” não passa de uma enorme FRAUDE onde os pobres são acolhidos…..Sim!….porque os filhos da classe média e alta são colocados em Escolas de Bandeira e em Colegios Privados onde possuem uma boa preparação para a Vida Futura.
Ao que a ESCOLA PUBLICA chegou!…….Não!….isto não merece ser chamado de “ESCOLA”…………A ESCOLA é um local de ENSINO-APRENDIZAGEM e não um HOSPICIO para os Desgraçados da Vida.
VERGONHA!……..NOJO!……………….
É isto o trabalho do Partido Socialista e do seu Grande Lider António Bosta.
Sinto Tristeza, Nojo e Repulsa por grande parte do professorado não ter discernimento para enchergar o que se passou no Ensino e, em particular, na ESCOLA PUBLICA, a qual foi transformada num CENTRO ASSISTENCIAL.
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O atento, lá vens tu com a cassete-texto.
Também já te disse muitas vezes que não é intretem. É ENTRETÉM, ENTRETÉM, ENTRETÉM.
Para TPC , aproveita os 15 dias e escreve 1000 vezes esta palavra ou,então, muda o teu nickname para DESATENTO.
Mas ainda deram para quase três anos.
Os do 10 é que se lixaram. Quando o governo estava já de cócoras para dar um tempo para a aposentaçao m, então vieram os bandidos dis sindicatos a exigir tudo.
Quem se lixou foram os do 10 que nada tiveram!
Bandidos dos sindicatos.
Não és professor de certeza. Se és, então só dás razão ao texto que comentas. O que dizes sobre empatia e trabalhar para as boas aprendizagens dos alunos já é suposto fazermos, por isso somos professores, não é preciso andar a apregoar, não descobriste a pólvora. O que fazes é desconfiar dos professores e ninguém gosta de trabalhar sob suspeita, sem crédito e com mau nome na praça. Pois efetivamente trabalhamos, uns mais, outros menos, como em qualquer profissão. E esse trabalho tem de ser compensado, também foi para isso que estudamos e tiramos um curso, para ter melhores condições de vida. Os professores também têm família que precisam sustentar e ter tempo disponível para criar os seus filhos. Os professores não são o mal da sociedade! Pelo contrário., a maioria são cumpridores mas a carga de trabalho tem limites, não são máquinas, são humanos cujo trabalho também deve ser respeitado.
Não temos de usar os nossos computadores nem a nossa net. Mas o ME já sabe que isso vai acontecer porque os professores são cumpridores e responsáveis, ao contrário do que apregoa. E já agora, toda a gente sabe que gastar uma caneta fica tão caro como usar computadores e net, é por isso que o ministério ja deu os tão prometidos kits a todos os alunos.
O Cacaves cheira mal da boca!
O Calvez nunca andou numa universidade, nunca saiu do buraco,
nunca leu um jornal, nunca leu um livro completo!
O Calves corta e cola!
O Calves é o Calves!
SOU FAVORÁVEL… A CONTINUAR O ENSINO COM SENTIDO DE PROPORCIONALIDADE. Isto é, devem ser criadas as condições para que o ensino seja viável. EU… EXIJO 3 CONDIÇÕES:
1.º O GOVERNO terá que proporcionar ou permitir um espaço na escola (ou pagar A RENDA de um local de trabalho que possa encontrar em casa pois sou eu que pago a renda mensal e não aluguei casa para servir de local de trabalho!
2.º COMPUTADOR (o QUE TINHA, custou mais de 1500 euros, e queimou-se durante uma reunião oficial online, em dezembro passado, em directo (levei-o para a escola, que, tristemente, não tem recursos para realizar reuniões online!) com um outro professor ao lado como testemunha);
3.º INTERNET com capacidade de realizar os trabalhos de ensino (a que uso, é partilhada dos dados do meu telemóvel, pagos com o meu salário, e vão à vida em poucas horas….).
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ISTO FOI o que PUBLIQUEI há muito tempo no FACEBOOK
E já informei o Agrupamento. NÃO TENHO COMPUTADOR… E NÃO POSSO DAR AULAS por TELEMÓVEL! Até porque é um recurso meu…e a bateria não aguenta!
Nem vacinas nem PC..
A escola não é uma misericórdia nem asilo de crianças. Nem os professores são “milagreiros”.
Todos temos que ajudar, mas também temos que ser ajudados. Concordo que se faça o melhor por todos, mas também devemos ser reconhecidos, e o reconhecimento que seja monetário.
Fartos de promessas andam os Portugueses. Médicos, Enfermeiros, Professores, Auxiliares.
Nesta pandemia viu-se o resultado, no mais imediato, a falta de enfermeiros, de médicos … mas eles faltam … ou porque os mandaram emigrar ou porque não se formam. Não se formam porque não existem alunos para se formarem, os alunos não existem porque também os professores foram mandados emigrar.
O Alibábá emigrou, os outros 40 ficaram.
O Luís Braga tem completa razão naquilo que afirma.
Sobre isto é que surgem muitas dúvidas e reservas: “Ou há uma atitude firme ou nunca nos respeitarão.”…
A classe docente, nos últimos anos, não tem conseguido demonstrar capacidade de união nem de firmeza e esse é talvez o seu maior desafio para os próximos tempos…
A “atitude firme” não pode ser demonstrada, em cada escola, apenas por um ou dois “tontinhos” que resolveram ser consequentes e corajosos… Sim, “tontinhos” (para o “rebanho”), mas corajosos, em qualquer caso…
E se não existirem tantos “tontinhos” quantos os necessários para deixarem de o ser, continuará tudo na mesma: submissão, silêncio, resignação e acomodação ao ritual…
Estou preparado para ir para a escola usar o material que houver. Após sondar colegas, concluí que preferem o conforto do lar. Está tudo dito.
Há sempre a alternativa de trabalhar nas instalações da escola. Problema resolvido.
Estando a escola quase vazia não haverá muitos problemas com a velocidade do acesso à Internet.
Vou para a escola…mesmo com 2 graus abaixo de zero, vidros sujos e partidos, água a entrar nas salas, falta de desinfetantes e com sniff de amianto.
Há lá cousa ma linda que morrer a trabalhar!
E também vou no autocarro à pinha para alargar o R…Há lá cousa ma linda que esticar o pernil no transporte público do país mais infetado do mundo!
Há que aproveitar a oportunidade porque tão cedo poderemos não voltar a ter hipóteses de morrer de morte matada!