A Federação Nacional da Educação (FNE) quer que o Governo contrate, pelo menos, um técnico informático para cada agrupamento escolar para garantir a manutenção e funcionamento dos computadores, caso contrário “não haverá escola digital”.
“Não teremos uma escola digital se lá só colocarmos computadores. Não basta investir em equipamentos, também é preciso investir em pessoas e são precisos técnicos especializados em informática”, defendeu João Dias da Silva.
Atualmente, a maioria dos estabelecimentos de ensino conta com a ajuda dos seus professores de informática ou então recorre a “habilidosos dentro da escola”, segundo relatos que chegam à FNE.
Mas, para João Dias da Silva, “não há escola digital com recurso a habilidosos. Têm de ser técnicos que saibam do que se trata e que garantam sistematicamente a manutenção e funcionamento dos equipamentos”.
Nos últimos dias o frio tem sido cortante na rua e em algumas salas de aula onde o bom senso não é coisa de que se faça uso.
Frio nas escolas, sempre se fez sentir, a construção das nossas escolas e o equipamento obsoleto são as causas conhecidas há muito tempo. Este ano não seria diferente se todos lessem os mesmos documentos, ou, simplesmente, se lessem…
Há escolas onde as janelas permanecem abertas durante o tempo de aula, o que resulta numa sensação térmica bastante desagradável para quem lá tem que trabalhar. Não se entende o porquê. O medo ou a ignorância? A Orientação N.º 24/2020 da DGS é bastante clara quanto à ventilação dos espaços.
Deve ser assegurada, sempre que possível, uma boa ventilação dos espaços, preferencialmente com ventilação natural, através da abertura de portas ou janelas, nos períodos do dia com menor calor. Pode também ser utilizada ventilação mecânica de ar (sistema AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado). Nestes casos deve ser garantida a limpeza e manutenção adequada, de acordo com as recomendações do fabricante, e a renovação do ar dos espaços fechados, por arejamento frequente e/ou
pelos próprios sistemas de ventilação mecânica (quando esta funcionalidade esteja disponível);
Se está frio, fecham-se as janelas no espaço temporal em que está ocupada por alunos e professores e abrem-se durante o período de intervalo ou em que não estão ocupadas. Não faz sentido que não se morra da doença e se vá morrer da cura.
No primeiro trimestre de aulas, foram detetados nove mil casos positivos na comunidade escolar e 800 turmas tiveram que ficar em confinamento. O Governo faz um balanço “muito positivo” dos primeiros três meses de escola (que findou a 18 de dezembro), num relatório doMinistério da Administração Interna(MAI) sobre o estado de emergência.
No documento, que vai ser discutido esta quarta-feira em plenário parlamentar, revela-se que, segundo oMinistério da Educação, no final do primeiro período de aulas, registavam-se “mais de nove mil casos positivos na comunidade escolar”. Mas não se especifica quantos.
Segundo ainda o reporte do ministério deTiago Brandão Rodrigues, esses casos levaram a que, desde o início do ano letivo, 800 turmas tenham tido “atividade letiva não presencial”. Um número que não coincide com o que tem vindo a ser revelado pelaFenprof, cuja listagem de escolas com casos de covid atingiram 1048 estabelecimentos de ensino, no final do primeiro trimestre. Na altura, aquela central sindical, liderada porMário Nogueira, acusou oMinistério da Educaçãode lançar números com “credibilidade muito duvidosa”.
Ainda assim, e apesar dos nove mil casos assumidos, o Governo, no relatório doMAI, faz um balanço “muito positivo” dos primeiros três meses de aulas, “tendo as atividades letivas e não letivas presenciais decorrido dentro da normalidade”.
1)Se forem disponibilizados apenas Horários completos na Mobilidade Interna – atribuídos a todos os candidatos
– Numa primeira análise, a serem disponibilizados apenas horários completos na MI, se se tiver em vista a disponibilização de horários incompletos aos docentes contratados, implicará a perda de cerca de 4000 a 7920 horários completos, uma vez que só vão a concurso as horas correspondentes à componente letiva, tendo como consequência a perda de horas que são utilizadas em tarefas que, nas disciplinas de Matemática, Português, Inglês são maioritariamente destinadas a coadjuvação, apoios educativos/Ara e, em disciplinas do secundário, em ARA;
– Ficam primeiramente colocados os colegas mais graduados, maioritariamente mais velhos, os quais já têm redução da componente letiva (artº 79-ECD) e vão sobrar pequenos horários de 2, 4 ou 8 horas, que muitas vezes são difíceis de resultar em horário completo, somando todas as horas da mesma disciplina, e, como se tem vindo a verificar, de difícil aceitação por parte dos candidatos a contratação;
– Serão perdidas as horas de trabalho que completam os horários (incompletos), que são habitualmente atribuídas às mais diversas tarefas, entre as quais aquelas já mencionadas acima.
– Muitos dos professores, menos graduados, candidatos a Mobilidade Interna não ficam colocados.
2)Se forem disponibilizados primeiro apenas horários completos e só depois horários incompletos – Mobilidade Interna
– Ficam primeiramente colocados os colegas mais graduados, maioritariamente mais velhos, os quais já têm redução da componente letiva (artº 79-ECD) e vão sobrar pequenos horários de 2, 4 ou 8 horas, que muitas vezes são difíceis de resultar em horário completo, somando todas as horas da mesma disciplina, e, como se tem vindo a verificar, de difícil aceitação por parte dos candidatos a contratação;
– Verificar-se-á um total desrespeito pela lista de graduação, uma vez que os candidatos mais graduados não terão acesso aos horários incompletos, verificando-se também um tratamento desigual, uma vez que não são dadas as mesmas oportunidades de escolha aos candidatos mais graduados.
Decorreu no dia 4 de janeiro, uma reunião extraordinária da Comissão Municipal de Proteção Civil, através de videoconferência, para fazer um ponto de situação sobre a situação pandémica vivida durante o mês de dezembro e fazer uma projeção da evolução da pandemia esperada para o mês de janeiro.
Para além disso, os integrantes focaram-se em analisar dois importantes tópicos: a recomendação ao Governo da possibilidade de ensino à distância para os alunos de todos os ciclos de ensino e as medidas de mitigação da pandemia a serem implementadas no imediato.
Sobre o primeiro tópico, foi aprovada uma recomendação a enviar ao Governo Português (Ministério da Educação) para autorizar, para as próximas semanas, o regime de ensino à distância para o pré-escolar, 1º e 2º ciclo do Agrupamento de Escolas, à semelhança do que aconteceu com os alunos a partir do 7.º ano. Apesar de poder não ser fácil para os encarregados de educação, a Comissão acredita que esta será a melhor opção para proteger a comunidade educativa e evitar o surgimento de surtos em contexto escolar, sobretudo num momento em que crescem os casos de contaminação no seio familiar.
À semelhança do que já aconteceu no passado ano letivo, o Município compromete-se a garantir os meios técnicos aos alunos do 1.º ciclo, assim como, apoiar o Agrupamento de Escolas no ensino presencial para os filhos de profissionais de saúde, socorro e segurança, que não possam ter o acompanhamento dos seus encarregados de educação em casa.
No fim do ano mais estranho das nossas vidas, é tempo de balanço e prospectiva. Não é rosa o meu olhar numa e na outra vertente porque, enquanto o intelecto me o permitir, não me limitarei a ir com os outros. Outrossim, procurarei chamar a atenção para os bloqueios que atrasam o desenvolvimento do país, protegendo a minha autonomia de pensamento e saúde mental, determinantes da minha condição humana.
No momento em que escrevo vem a caminho o oitavo estado de emergência. Com tanta emergência, talvez fosse altura de nos entendermos sobre o futuro. Três tópicos para reflexão:
1. Teremos um 2021 com desigualdades sociais agravadas, com a dignidade de muitos posta em causa, designadamente a daqueles que são abandonados em lares, com o pior da crise económica a chegar e a agravar as más condições de habitação, de transportes e de saúde dos que sobrevivem com o salário mínimo ou estão desempregados. Encontrar respostas estruturais justas para estas questões é que é uma verdadeira emergência nacional.
2. Em matéria de Educação, o ano de 2020 aprimorou a tónica da legislatura: uma liderança política incapaz que, ao invés de os remover, cria obstáculos. E assim continuaremos em 2021.
O anunciado estudo, envolvendo 30 mil estudantes, com o objectivo de apurar os impactos da suspensão das aulas nas aprendizagens da Matemática, Ciências e Leitura, para depois habilitar as escolas a desenvolverem estratégias de recuperação é, do que afirmo, um exemplo. Uma conclusão genérica sobre situações que mudam de escola para escola, que acrescentará, a cada uma delas, que cada uma delas não saiba já? Que utilidade prática terá este estudo, quando apresentar resultados com a primeira metade do ano corrida? Aquilo de que as escolas necessitariam são recursos e autonomia para resolver os seus problemas. Não de estudos de teóricos líricos, que voam sobre ninhos de fantasias.
No presente, mais do que avaliar o que sabem, era importante perceber o que sentem as crianças privadas de brincar e abraçar os amigos, violentamente impedidas de continuar os seus processos de vinculação social. A pedagogia que vai minando o nosso sistema de ensino é cada vez mais especulativa, normativa e distanciada das evidências empíricas.
3. O relatório anual do Conselho Nacional de Educação divulgou os números apurados em 2019. São muitas constatações. Retenhamos duas:
– Quase um terço dos alunos dos 11 aos 15 anos não gosta da escola e das aulas. Diz o relatório que para 87,2% dos alunos dessa faixa etária a matéria é demasiada, para 84,9% é aborrecida, para 82% difícil e para 77% a avaliação é stressante.
Se há sinal distintivo na pedagogia deste Governo é o retorno ao “eduquês”, com todo um cortejo de inutilidades e facilidades, que promoveram a desconstrução curricular e o laxismo avaliativo. E mesmo assim as crianças e os jovens rejeitam e bocejam? E se retirássemos, por momentos, a atenção das escolas e a fixássemos nos efeitos perniciosos da imersão das novas gerações numa realidade virtual, permissiva e imediatista, que resulta do uso impróprio e alienante de telemóveis, internet e redes sociais?
– A percentagem de docentes do ensino público não superior, com idade igual ou superior a 50 anos, (54,1%), não pára de aumentar. A percentagem dos que têm menos de 30 anos (0,6%) não pára de diminuir. Até 2030, mais de metade dos professores do quadro poderá aposentar-se. Das 739 vagas para formação inicial de professores de Educação Básica, em 2019, apenas 384 foram preenchidas.
O que o CNE constata é o resultado da acção soez de Maria de Lurdes Rodrigues contra a dignidade dos professores, com a cumplicidade de boa parte da comunicação social e comentadores políticos de então. Muitos dos que hoje clamam por medidas de combate ao envelhecimento da classe encheram linguados de papel difamando-a e criando o ecossistema social que a sinistra ministra cavalgou: operando a degradação do estatuto remuneratório por via da alteração dos escalões da carreira e das regras de transição entre eles; alterando o modelo de gestão das escolas, que substituiu o controlo democrático que os professores tinham sobre elas por directores, na maior parte dos casos simples factotums do Ministério da Educação; sobrecarregando os docentes com tarefas burocráticas absurdas, por forma a transformá-los em seres exauridos, com a reforma por último desígnio.
In “Público” de 6.1.21