Emissões em directo na RTP Memória estão longe dos números apresentados no ano passado, mas reflectem o regresso dos alunos a casa. Procura dos conteúdos online também duplicou no mesmo período.
“Desde o início do ano letivo que todas as escolas estão preparadas para várias possibilidades de trabalho. Todas as escolas prepararam durante o período de Verão planos de Contingência para dar resposta a todas as situações possíveis. Para avançar com ensino presencial; Ensino Misto ou Ensino à distância. Portanto todas as escolas, desde setembro passado, estão preparadas para qualquer uma dessas três possibilidades”, explicou ao SAPO TEK Manuel António Pereira, presidente da ANDE – Associação Nacional de Dirigentes Escolares. Mas avisa também que “sobram problemas que nunca foram totalmente resolvidos”, entre os quais os computadores prometidos, apenas chegaram para alunos do Ensino Secundário apoiados pela ASE (Ação Social Escolar).
Segundo adiantou em entrevista, na região da Grande Lisboa e Algarve também chegaram para os outros alunos do Ensino Básico.
Para Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, “estão em falta milhares de computadores, tendo em conta a promessa referida e as necessidades de cada escola, tendo em conta o levantamento efetuado”.
Manuel António Pereira diz que não tem o levantamento rigoroso das necessidades, mas que “pensamos que só para os alunos que são apoiados pela ASE serão ainda necessários cerca de 300.000 computadores”, e a este número somam-se também as necessidades das escolas.
“É PRECISO TAMBÉM PENSAR QUE AS ESCOLAS PRECISAM URGENTEMENTE DE VER O SEU PARQUE INFORMÁTICO ATUALIZADO PARA ALÉM DE QUE, TAMBÉM, SERÁ NECESSÁRIO APOIAR ALGUNS PROFESSORES”, AFIRMA O PRESIDENTE DA ANDE.
Na prática a situação é bastante melhor do que foi em março de 2020, admite, até porque entretanto houve vários apoios, nomeadamente de autarquias, que forneceram alguns computadores e disponibilizaram acesso à internet para alguns alunos.
“Sobrarão ainda assim muitos alunos sem meios informáticos disponíveis. Para esses, agora bem menos, está previsto recorrer a diversos apoios locais ou paroquiais para que ninguém seja esquecido ou abandonado”, justifica, dizendo que “o grande desafio é, em todas as circunstâncias, não deixar ficar ninguém para trás e garantir o cumprimento de princípios constitucionais básicos fundamentais como o direito à igualdade e à equidade”.
As autarquias mas também algumas iniciativas solidárias têm vindo a mobilizar-se para fornecer equipamentos aos alunos mais necessitados. A Student Keep, por exemplo, já terá entregue 2 mil computadores recondicionados.
Equipamentos à parte, a experiência de ensino à distância no final do ano passado, que teve de ser preparada em muitos casos com grande dose de improviso, é uma mais valia para esta nova fase. “A experiência fez aumentar as competências digitais e informáticas dos nossos alunos e professores, recorrendo a diversas metodologias para aprender/ensinar”, defende Filinto Lima.
Colegas, o Ministério da Educação, através da Senhora Secretária de Estado da Educação Inês Ramires, convocou ontem o S.TO.P. para uma reunião de NEGOCIAÇÃO, a realizar no dia 2 de fevereiro de 2021, pelas 16h30, com a seguinte agenda:
– Alteração ao Despacho n.º 7424/2018, de 6 de agosto de 2018, que prevê o reconhecimento da profissionalização em serviço mediante a conclusão do curso ministrado pela Universidade Aberta ou outra instituição de ensino superior;
– Alteração ao Despacho n.º 779/2019, de 18 de janeiro, que define as prioridades de formação contínua dos docentes, bem como a formação que se considerada abrangida na dimensão científica e pedagógica;
– Normas que estabelecem medidas excecionais e temporárias na área da educação, no âmbito da pandemia da doença COVID-19.
TODOS os Profissionais de Educação (pessoal docente e não docente) que queiram fazer propostas para o S.TO.P. levar a essa reunião, podem fazê-las até dia 1 de fevereiro às 14h00 nos comentários a esta publicação ou enviá-las (em anonimato) para o email: S.TO.P.SINDICATO@GMAIL.COM (com o assunto: Reunião com o ME a 2 de fevereiro).
Como sempre, tentaremos continuar a ser A VOZ DOS SEM VOZ em defesa de TODOS os Profissionais de Educação e de uma Escola de qualidade para TODOS.
No dia 11 de abril de 2020, o primeiro-ministro António Costa prometeu entregar computadores a todos os alunos no início do novo ano letivo em setembro. Em janeiro de 2021, porém, ainda só foram distribuídos 100 mil computadores, faltando 350 mil. No dia 28 de janeiro, o ministro da Educação garantiu que “estão a caminho 335 mil computadores”. É verdade, mas cerca de 258 mil desses computadores só foram encomendados no dia 31 de dezembro de 2020, mais de três meses após o início do ano letivo e mais de oito meses após o anúncio de Costa em forma de promessa.
“Há bemmais computadoresdo que tínhamos no início do ano. É importante não nos centrarmos única e simplesmente no passado, mas vermos qual é o momento atual”,afirmouo ministro da Educação,Tiago Brandão Rodrigues, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros de 28 de janeiro, na qual anunciou que o modelo de ensinoonline(em vez do presencial, devido ao confinamento em vigor) vai ser retomado a partir de 8 de fevereiro.
“O boletim do Instituto Nacional de Estatística, lançado em novembro, tinha um dado que dizia que famílias ou agregados familiares que têm uma ou mais crianças até aos 15 anos, 98,2% desses agregados familiares tinham acesso à Internet. Agora o que temos claramente, depois de termos dadomais 100 mil computadores,de 335 mil computadores estarem a caminho, de a sociedade civil se ter organizado, de as câmaras municipais terem distribuído, ou mesmo as juntas de freguesia, centenas de milhares de computadores, é que necessariamente estamosmais preparados. E quem o diz são os diretores de escola”, sublinhou Brandão Rodrigues.
Na mesma intervenção, o ministro da Educação considerou ser “importante também dizer queexistem constrangimentos relativamente aos computadores. Tem havido muita reportagem relativamente a isso, relativamenteaos problemas de logística,aos problemas doschips… Aqueles que se interessam por estas questões sabem que a logística tem problemas, mas que todos os países europeus, que foram bem mais audaciosos do que nós, estão neste momento, exatamente, com uma situação de não poder responder como queriam responder, independentemente do poder local, regional ou nacional, porque existem muitos constrangimentos a todo este processo”.
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Em conclusão: o Governo só encomendou 258 mil dos novos computadores para os alunos no dia 31 de dezembro de 2020, mais de três meses após o início do ano letivo e mais de oito meses após o anúncio de Costa em forma de promessa.