22 de Janeiro de 2021 archive

A bipolaridade no ensino e o combate à pandemia

A bipolaridade no ensino e o combate à pandemia

 

Estas decisões não tiveram nada de científico e pedagógico, mas sim de político e económico. Quantos alunos se vão desligar do ensino durante estes dias?

Na última semana tivemos decisões para todos os gostos. As escolas não fecham porque o ano letivo estaria dado como perdido, mas os centros de estudo e ATL, principal apoio dos pais e encarregados de educação, fecham!

Depois, os ATL abrem para apoiar os alunos até aos 12 anos, isto porque a partir dessa idade os jovens são completamente autónomos, aliás, se acontecer alguma coisa a um jovem de 13 anos que foi deixado em casa sozinho e por algum motivo se magoa, quero ver que CPCJ não irá investigar os pais por desleixo ou abandono!

Todos verificamos que um confinamento geral com as escolas abertas foi um fiasco. Todas as manhãs víamos o trânsito constante, a população a movimentar-se nas ruas e supermercados como se de uma situação normal se tratasse. Grande parte dos professores e uma grande quantidade de pais perceberam o risco que a comunidade educativa estava a correr. O número de alunos positivos, em isolamento e ausentes era substancial, bem como pessoal docente e não docente.

Agora, todos queremos perceber a razão de não passarmos imediatamente para o ensino à distância. Ah, pois, nem todos os alunos tiveram acesso aos meios eletrónicos prometidos pelo Governo, na voz do sr. ministro da Educação, que tantas vezes está mudo!

Esta situação é que compromete o ano letivo!

Quantos alunos se vão desligar do ensino durante estes dias, quantos é que pensarão em sair de casa, já que não têm nada para fazer e não têm qualquer obrigação ou tarefa para realizar.

Estas decisões não tiveram nada de científico e pedagógico, mas sim de político e económico.

Não brinquem, nem enganem as pessoas. Merecemos honestidade e lealdade! Que exemplo estamos a dar a estes jovens?

Isto não é uma questão política, mas de saúde pública e de salvaguarda da vida!

E, já agora, as eleições podiam esperar mais umas semanas em vez de arriscar a vida de quem quer cumprir os seus deveres de cidadão!

Planeamento e organização não rimam com governação, e com educação também não!

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

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Tiago Brandão quer desenhar o Espaço Europeu da Educação

Estamos feitos…

UE/Presidência: Educação pode ser “contributo importante” para o Pilar Social – ministro

A educação pode dar “um contributo importante” para a aplicação do Pilar Social da Europa, um dos assuntos que marca a agenda da presidência portuguesa do Conselho da UE, defendeu hoje o ministro da Educação.

Tiago Brandão Rodrigues falava à entrada do Centro Cultural de Belém, antes de dar início ao Conselho informal de ministros da Educação da União Europeia (UE), que decorre em formato virtual e que marca “um dia importante para a educação na Europa”.

“Hoje estamos aqui para desenhar a nova Europa que queremos, com o Espaço Europeu da Educação, e podermos apostar na dimensão social da Europa”, sublinhou.

Em setembro passado, a Comissão Europeia publicou um documento que define o percurso para concretizar o Espaço Europeu da Educação até 2025, e que cabe agora aos Estados-membros discuti-lo e adotá-lo.

Este Espaço Europeu da Educação visa aproveitar todo o potencial da educação e da cultura como motor da criação de emprego, do crescimento económico e da coesão social reforçada em todos os Estados-membros do bloco comunitário.

Para o ministro, a educação afigura-se também como “um contributo importante” para a “preparação da Cimeira Social Europeia”, que irá decorrer no Porto, nos dias 07 e 08 de maio, onde o Governo espera ver aprovada uma declaração que assuma o emprego, as competências e a proteção social como elementos centrais da recuperação económica da UE.

“É importante hoje estarmos aqui, entre todos, a discutir como é que o Pilar Social da Europa pode sempre — porque o tem que fazer — contar com a educação e com a formação”, frisou Tiago Brandão Rodrigues, lamentando, contudo, o facto de o evento não se organizar em Braga, cidade onde estava inicialmente previsto, e onde nasceu e estudou, pelo que “gostaria de mostrar” aos seus homólogos.

O ministro da Educação presidiu hoje ao Conselho informal de ministros da Educação da União Europeia, consagrado ao papel da educação e da formação no modelo social europeu, que inicialmente estava também previsto prolongar-se por dois dias, quinta-feira e hoje, mas foi reduzida a um dia devido ao agravamento da situação epidemiológica na Europa.

Além dos titulares da Educação dos 27 Estados-membros, participam na reunião o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, os comissários europeus Mariya Gabriel (Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude) e Nicolas Schmit (Emprego e Direitos Sociais) e o conselheiro da Comissão Europeia para os direitos sociais, o ex-ministro do Trabalho José António Vieira da Silva.

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Suspensão de Reservas de Recrutamento

… pelo menos até ao dia 12 de fevereiro.

 

SUSPENSÃO DE RESERVAS DE RECRUTAMENTO

 

NOTA INFORMATIVA

O Decreto n.º 3-C/2021, de 22 de janeiro de 2021, altera a regulamentação do estado de emergência decretada pelo Presidente da República, procedendo à suspensão das atividades educativas e letivas a partir do dia 22 de janeiro e, pelo menos, até ao dia 05 de fevereiro de 2021, caso se verifique renovação do estado de emergência.

Face a esta determinação as reservas de recrutamento serão suspensas até ao dia 12 de fevereiro, data em que será publicada a 17.ª RR. Para esse efeito, os AE/ENA deverão voltar a pedir horários a partir do dia 08 de fevereiro.
Os prazos associados a outras etapas dos procedimentos concursais em curso não são suspensos.

22 de janeiro de 2021,

A Diretora-Geral da Administração Escolar

Susana Castanheira Lopes

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Comunicado SINAPE – Pessoal Não Docente

 

 

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Educação pandêmica ou pandemônio educacional? – Roberto della Santa

 

Educação pandêmica ou pandemônio educacional?

A propósito do fecho ou não das escolas – um confinamento “mais duro” –, e que vem dividindo a opinião pública (e publicada) por estes dias – com um espaço cada vez mais central nos debates da imprensa, Governo, sindicatos, partidos –, sugere-se um ângulo menos casual para debater um problema que é, fundamentalmente, estrutural. Neste sentido, não nos interessam as motivações esgrimidas pelo Presidente da República contra o primeiro-ministro ou as escaramuças entre federações sindicais e editorialistas.

A discussão dar-se-á sobre o fulcro do ato de ensino, isto é, a aprendizagem em si. Adianto desde já o cerne de minha arguição: a instrução remota emergencial não é o mesmo que o chamado “ensino à distância”; o “EaD” nunca substitui o ato de ensino.

Este infeliz arremedo de “EaD” não produz nem reproduz um conhecimento autêntico. São apenas doses homeopáticas de informação fragmentada. Transforma-se, assim, o professor num instrumento de um computador que comanda programas, conteúdos, métodos, tempos e ritmos de trabalho. O docente passa daí a ser um apêndice da máquina, um novo Chaplin dos velhos Tempos Modernos. Vão aumentar e muito – por isso mesmo – o dito “burnout”, a alienação, a reificação e o sofrimento ético docentes.

É o professor-operário – um novo patamar da proletarização e do mal-estar docentes – que abre um teste padronizado, ao pior estilo à americana, e os alunos respondem, já preparados para uma futura linha de montagem na qual vão ser inseridos por este imenso neoliberalismo educacional. Expropria – ainda e mais – os alunos das classes trabalhadoras e intermédias das verdadeiras formas sociais de conhecimento. O “EaD” expropria o mestre-escola de ser criativo, e desprofissionaliza-o, além de destruir sua vida pessoal, familiar e social. Enfim – como assistimos nestes meses –, reconverte-se a sua casa em uma “unidade produtiva” sem por isso recriar as “escolas” lá do outro lado do ecrã.

O “EaD” não pode (e nem deve) substituir-se à educação presencial clássica, baseada esta (sempre) na instituição escolar ou universitária. Por uma série de razões de fundo. Os saberes objetivos – ensinados desde escolas, institutos, faculdades e universidades – pressupõem o processo de formação de aptidões intelectuais e morais que o estudante ainda não possui e que passará a adquirir à medida mesma que os novos conceitos científicos, filosóficos ou artísticos produzam aí novas subjetivações no seu pensamento e linguagem. Isso requer que a atividade de estudo dos alunos seja pedagogicamente guiada pelo professor, o qual oferece o suporte didático necessário para que a apropriação dos novos complexos categoriais seja, daí, objetivada por cada um dos estudantes em sala de aula, com seus diversos ritmos, intensidades de desenvolvimento humano de nexo psico-físico.

Todo o liame do ato de ensino é uma produção não-material de tipo coetâneo e similar ao que é, por exemplo, o ato médico. Explicamo-nos. Os seres humanos destacam-se das demais espécies não só por transformar a natureza, que nos rodeia, mas, também, por transformar a própria natureza humana, que nos habita. Além de hospitais, telemóveis, escolas e vacinas nós produzimos previamente conceitos, imagens, valores ou hábitos – isto é, bens não-materiais. Dentro da produção não-material existe aquela que se separa do produtor, tal qual uma tela pintada pelo artista, e aquela que dele nunca se separa, como é o ofício do médico e do professor. Diagnosticar um paciente, ou ensinar um aluno, é sempre uma “produção” coetânea ao “produto”, seja a cura do doente ou a educação do aluno. É por tais caracteres do trabalho essencial de médicos, de enfermeiros e de professores que se torna tão difícil “desumanizar-se” tais atividades vitais. A educação é produzida-consumida no mesmo espaço-tempo e supõe aí uma relação directa: essa interrelação. Os recursos didáticos são só mediações para a realização de tal ato que é interpessoal e, portanto, pressupõe a presença, de professor e aluno, em interação recíproca, dinâmica e real. O fato de haver recursos (digitais) não significa que tal ato deixe de existir ou que este deva ser substituído (ou mediado), em essência, por artefactos.

As aplicações dos conhecimentos – científico-social, técnico, histórico-filosófico e/ou artístico –, relacionados ao uso social da linguagem e do pensamento nas práticas sociais, requerem a mediação, decisiva, dos professores e das suas relações sociais nas instituições educacionais. Os professores podem e devem elaborar sínteses, seleção de informações e de contextualizações, desde as comunidades educativas, considerando a situação de todos os estudantes. O trabalho didático-pedagógico dos docentes, então, nunca é passível de ser desenvolvido de modo sistemático e aprofundado via EaD – cada vez mais articulado a descritores de competências que suprimem o conhecimento e toda a sua utilidade social. Questionar o senso comum – e as disposições ideopolíticas que o conformam – demanda teorias, métodos, programas, categorias e/ou experiências, que são daí vivificadas pela instituição escolar como um todo, e não podem ser replicadas por simulações, simulacros.

Pandemônio adquiriu expressão literária a partir do autor inglês John Milton que, ao final do livro primeiro de seu clássico poema épico (Paradise Lost, 1667), utilizou-o para evocar a alegoria de uma sorte de plenário maligno ou reunião conferencial dos diabos. Na proposição do argumento Milton refere uma profecia dos Anjos Decaídos sobre o que seria “uma nova criatura” a ser engendrada – desde as trevas – à sua imagem e semelhança. Pandæmonium é autoconstruído de um só golpe do abismo e conclama o início da sessão. Uma e outra vez, a vida imita a arte.

 

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A verdade para além do discurso de encerramento das escolas

 

Nas condições atuais concordo com a decisão de uma interrupção letiva, embora não acredite que terá, apenas, a duração de 15 dias.

Mas tem que se ir além do discurso do primeiro ministro.

A decisão de encerrar as escolas interrompendo as atividades letivas em vez de se cumprir os planos de ensino misto ou não presencial deve-se ao incumprimento, ou “inconseguimento” (como dizia uma tal senhora) de um compromisso assumido, pelo PM, em abril, a universalidade do acesso em plataforma digital, rede e equipamento, para todos os alunos do básico e do secundário no início do ano letivo 2020/21.

Se o compromisso tivesse sido cumprido estaríamos perante um cenário de ensino online. Os alunos e professores estariam na posse de equipamento informático para transitarem do ensino presencial ao ensino não presencial sem grandes demoras.

Em vez disso tapa-se o sol com a peneira e desresponsabiliza-se o governo. O PM não quer ser acusado de, mais uma vez, criar disparidades no ensino e não promover a igualdade de oportunidades, pondo em risco as aprendizagens dos mais desfavorecidos. Mas pôs e continuará a pôr.

Do equipamento informático adquirido já foram entregues 100.000 computadores, adquiridos mais 335.000, que ainda não foram distribuídos, e 75.000 em fase de compra. Um total de 515.000 computadores. o suficiente para equipar os alunos e parte dos professores do 3.º ciclo e secundário.

Se estes equipamentos estivessem nas mãos dos alunos e professores, acredito que a decisão do governo seria transitar os alunos destes ciclos de ensino ao ensino não presencial, ficando nas escolas os alunos até ao 2.º ciclo.

A decisão de uma interrupção letiva nesta altura do ano, desrespeitando as próprias instruções de início de ano letivo, tiveram, unicamente, uma razão politica e não a que foi defendida no discurso de quinta-feira.

O governo tem 15 dias para fazer com que os 335.000 computadores, já adquiridos, cheguem às mãos dos alunos para que estes possam continuar confinados quando a interrupção letiva acabar ou terá que ir a prolongamento…

Tudo o resto é folclore politico. (até o confinado desconfinou para dizer umas balelas)

 

 

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Medidas de apoio no âmbito da suspensão das atividades letivas e não letivas presenciais

 

Decreto-Lei n.º 8-B/2021

Estabelece um conjunto de medidas de apoio no âmbito da suspensão das atividades letivas e não letivas presenciais

 

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A contradição…

 

Fecha-se tudo para que o povo, irresponsável, se feche em casa.

Ao mesmo tempo…

Apela-se a que o mesmo povo, responsável do seu dever cívico, saia de casa e vá votar.

 

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“A fatia de pão cai sempre com o lado da manteiga para baixo”

 

“A fatia de pão cai sempre com o lado da manteiga para baixo”, uma das Leis de Murphy…

Poderia parecer o tipo de pensamento de um pessimista ou de um fatalista céptico. Mas não é. As Leis da Física e a Teoria das Probabilidades explicam o acontecimento, que nada tem a ver com pessimismo ou fatalidade… Por outras palavras, a explicação científica, assente em factos comprovados como verdadeiros, desmistifica aquilo que poderia parecer azar e/ou cepticismo…

 O país, mormente as pessoas, está imerso numa inegável catástrofe… Quem reconhece e aponta os vários aspectos desse desastre é “catastrofista” ou “alarmista”, como alguns teimam em designar? Não falar da catástrofe, ignorando-a, ameniza-a ou apaga-a, como se de um pensamento mágico se tratasse?

 Manifestar a capacidade de tolerância à frustração e à angústia, potencialmente provocadas por acontecimentos negativos ou contrariedades, é algo que se espera de um adulto, ao invés do comportamento de fuga. “Fugir” do problema não o elimina, apenas confere uma falsa sensação de conforto e de adiamento…

A catástrofe existe, não é imaginação de ninguém, nem teve origem em propaladores de boatos, com fins nefastos. É explicada por inúmeros especialistas, das mais diversas áreas do conhecimento, recorrendo a factos científicos, não ideológicos e não baseados no senso comum… Ou seja, a realidade presente desmente e nega liminarmente qualquer atribuição causal dos acontecimentos negativos ao azar ou ao acaso…

 Também sabemos que o padrão atribucional ego-defensivo costuma levar os sujeitos a atribuir os sucessos mais a si próprios (ou a factores de ordem interna) e os fracassos mais a factores de ordem externa, normalmente incontroláveis pelos próprios, como por exemplo o azar ou o acaso. Esse padrão que, do ponto de vista psicológico, é benéfico para os sujeitos, tendo como principal função proteger o ego e manter e/ou elevar a auto-estima, também pode, no entanto, influenciar negativamente a sua acção, por limitar ou até mesmo impedir o questionamento e a reflexão acerca de si e das respectivas práticas. Se não estivéssemos numa pandemia, com efeitos devastadores, até seria aceitável, e de certo modo saudável em termos mentais, a observância do padrão descrito, mas infelizmente estamos…

 O ponto calamitoso a que chegámos não se deve ao azar, mas antes, e em primeiro lugar, à irresponsabilidade e à incompetência de quem nos governa e, em segundo, à inconsciência de muitos cidadãos que ainda não perceberam as consequências gravosas de alguns actos… A condição de cidadão que lhes confere direitos, mas também deveres, parece ter sido completamente ignorada ou minimizada…

 A negação das evidências científicas e estatísticas por alguns, traduzida pela recusa em tomar consciência ou percepcionar os factos que se impõem do mundo exterior, compreende-se como um mecanismo de defesa individual, no sentido de evitar emoções negativas ou desagradáveis, mas torna-se inaceitável se essa negação provir de um ou de mais cidadãos com funções governativas…

 Neste momento, já não há forma de ignorar o problema. O problema tornou-se demasiado evidente e grave para não ser visto nem falado… Denunciar o que se considera estar mal faz parte do exercício da Cidadania e, nesse âmbito, deveria ser entendido como algo próprio a qualquer Democracia, que se quer viva e participativa…

E não há qualquer prazer mórbido em falar sobre assuntos desagradáveis e insistir em falar sobre temas não gratos… Quem o faz, tenta lutar contra a adaptação ao ritual e contra a resignação acomodada, tão típicas de quem já se esqueceu de resistir por si e pelos outros. E isso não é ser pessimista, é estar consciente da realidade e disposto a enfrentá-la…

 O fecho das escolas era inevitável e já devia ter acontecido há muito tempo. Não reconhecer isso parece ser uma manifestação de “cegueira” ideológica ou então de total desconhecimento e ignorância sobre o funcionamento e o ambiente que se vivia dentro de cada escola…

 A todos aqueles que consideram que outros se lamentam de mais e que isso é deprimente, lança-se este desafio: demonstrem, factualmente, que não existem motivos nem fundamentos para queixas ou lamentações e que a satisfação com o estado actual do país, e da Educação em particular, se justifica plenamente…

 Resumindo, a pergunta a colocar será esta: adoptamos o optimismo panglossiano ou o pessimismo do Velho do Restelo? Nem um nem outro… Talvez Ariano Suassuna tivesse razão: “O optimista é um tolo. O pessimista é um chato. Bom mesmo é ser realista esperançoso”

 Nesse sentido, quando a fatia de pão voltar a cair com o lado da manteiga para baixo, o melhor que temos a fazer é aceitar que tal não sucedeu pelo infortúnio, mas antes se deveu às Leis da Física e às Probabilidades e nunca, mas nunca, desistir de preparar outra fatia…

E quem, como eu, considera a experiência de comer pão com manteiga quase metafísica e transcendental, por certo, não se vai deixar vencer por vicissitudes tão terrenas como a Física ou as Probabilidades…

 

(Matilde)

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