Aulas não presenciais regressam a Mangualde esta segunda-feira, dia 4 de janeiro, na abertura do segundo período letivo. A medida foi aplicada pela Direção-geral da Saúde (DGS) devido ao agravamento da situação pandémica no concelho, que o coloca em risco extremo de contágio.
Os ensinos do pré-escolar, 1.º Ciclo e 2.º Ciclo continuam com aulas normais, mas os alunos que frequenta o 3.º Ciclo e o ensino Secundário passam a ter aulas online até à próxima sexta feira, dia 9 de janeiro.
O diretor do Agrupamento de Escolas, Agnelo Figueiredo, contou ao Jornal do Centro que, perante a situação “crítica” sugeriu as alterações à DGS, que por sua vez entendeu que seria a melhor opção. O responsável acrescenta que a próxima semana é importante manter os alunos em casa depois de dois momentos (Natal e Ano Novo) em que houve maior movimentação e ainda pelo facto de “o vírus estar a circular na comunidade”. “Desta maneira iremos diminuir a possibilidade de haver contágios dentro da escola. Foi uma decisão muito boa da senhora delegada geral da saúde, que eu saúdo e que pode ser muito boa para Mangualde”, explica Agnelo Figueiredo.
Ausência de estratégias de distribuição, apoio e manutenção dos equipamentos informáticos e falta de recursos humanos nos estabelecimentos de ensino. Estas são duas das preocupações da Associação Nacional de Professores de Informática.
A transição digital é um plano bem-vindo para as escolas. A construção de uma sociedade digital, como uma oportunidade de desenvolvimento a vários níveis, é essencial para a inovação e conhecimento. No entanto, há dúvidas e várias questões. A Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI) está preocupada com a ausência de estratégias de distribuição, apoio e manutenção dos equipamentos informáticos e falta de recursos humanos nos estabelecimentos de ensino. A Comissão Europeia, por seu turno, garante que vai apoiar a comunidade escolar da União Europeia a aumentar as competências digitais.
A ANPRI congratula-se com o Plano de Transição Digital. Os professores de Informática concordam com a implementação do Programa Escola Digital Kit de Computador e de Conectividade, que disponibilizará um computador com acesso à internet a cada aluno e professor. Mas há outras questões. A começar pelo facto da maioria dos agrupamentos escolares não ter um técnico de informática para desempenhar as atividades previstas e escritas num guião distribuído em novembro. “Estas tarefas, a serem realizadas por professores de Informática ou outros docentes, constituem um claro abuso das suas competências definidas no Estatuto da Carreira Docente”, avisa a ANPRI, em comunicado.
A não assunção do perfil, das atividades, e do tempo a atribuir à Equipa de Desenvolvimento Digital de cada escola, é outro problema. Segundo a associação, deixar a definição desta situação ao critério dos órgãos de gestão das escolas “não é correto e não é coerente com a linha de atuação dos outros projetos em vigor”.
A segurança dos alunos, que passam a transportar mais equipamentos, “e quem está nas escolas tem a noção dos roubos, quer no interior das escolas, quer nas imediações”, e a ausência de um envelope financeiro, seja do Ministério da Educação, seja por parte dos municípios, “para o reforço das estruturas, cablagens e tomadas elétricas e o provável aumento da potência da eletricidade”, são outros pontos levantados pela ANPRI.
“Apoiamos a intenção de que os computadores, apenas, sejam cedidos aos alunos e não doados. A situação garante o acesso a todos os alunos à tecnologia como meio de aprendizagem e garante que os equipamentos continuem ao serviço da comunidade educativa da respetiva escola, evitando o erro da estratégia do passado Plano Tecnológico da Educação”, sublinha.
Definir perfil e âmbito de ação A ANPRI ouviu os professores de Informática e sugere algumas soluções, nomeadamente criar uma equipa de transição digital nas escolas, bem como definir o perfil e âmbito de ação “assente em princípios pedagógicos e didáticos, atribuindo um tempo mínimo semanal definido pela tutela, à imagem dos embaixadores e coordenadores dos outros projetos”. A contratação de, pelo menos, um assistente operacional ou administrativo com competências de técnico de informática é outra proposta.
A ANPRI refere ainda que não é claro como devem as escolas proceder, na prática, se um computador for danificado, “sem ser uma avaria justificada ou pelo desgaste do equipamento ou vendido, se relembramos o passado dos computadores Magalhães”. E, além disso, em seu entender, “não está definida a reposição e manutenção gradual, para que daqui a uns anos não seja necessário outro grande plano tecnológico”.
“Parece-nos evidente que deveríamos ser capazes de tirar ilações da fase complexa que vivenciamos nos últimos meses. A vida encarregou-se de nos mostrar, e a toda a comunidade educativa, que as escolas não podem continuar com estruturas e equipamentos tecnológicos frágeis e obsoletos. Face à necessidade de reagir a uma situação imprevisível e complexa, teria sido mais fácil, se as escolas tivessem equipamentos para poder disponibilizar aos alunos que os não possuíam”, sustenta.
A pandemia acelerou a utilização das tecnologias digitais, porém, há muitas famílias sem acesso a computadores e à internet. A Comissão Europeia quer ajudar nessa transição digital da comunidade educativa. “A Comissão Europeia vai apoiar professores e alunos a aumentar competências a nível digital”, referiu Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, numa mensagem que abriu a III Cimeira Europeia da Educação, em formato de videoconferência. “É admirável como professores, alunos e escolas cooperaram nestes tempos de coronavírus, é a resiliência no seu melhor e um exemplo a seguir”, acrescentou.