(texto longo porque o caso é mesmo grave)
A polémica dos serviços mínimos prossegue.
Vai haver dias (e esse vai ser um deles) em que quem vai impor os serviços mínimos a quem os tiver de fazer vão ser a FENPROF e suas adjacências.
OS NÃO DOCENTES E OS SERVIÇOS MÍNIMOS
Para os não docentes, faz-se uma lista de trabalhadores em serviços mínimos e os que nela forem incluídos têm de trabalhar. Os outros podem fazer greve.
Mesmo que a decisão dos serviços mínimos venha a ser, daqui a uns meses, ilegal (com fundamento, no limite, em iliteracia dos autores, acho eu – até a eutanásia lá voltou para trás por causa de uma copulativa….).
Só o STOP tem greve para eles. Não há que relacionar com outros pré-avisos coincidentes.
A FENPROF E OS SERVIÇOS MÍNIMOS. ENTERRAR A FACA EM QUEM FAZ SOMBRA
No caso DOS DOCENTES, a FENPROF e suas ilhotas adjacentes vieram com uma doutrina, num comunicado, absolutamente bizarro, que já não esconde a intenção de punir os sindicalizados e simpatizantes do STOP.
Essa doutrina diz assim, passo a citar, “Ao serem elaboradas listas de docentes afetos aos “serviços mínimos” para a greve que a eles está sujeita, deve ter-se em conta que não podem ser incluídos os associados das organizações que convocaram a greve que não tem “serviços mínimos” (FENPROF e etc, nota minha), bem como os não sindicalizados que a ela pretendam aderir.”
Ora, isto, significa que, estando nesse dia 2 greves de um dia a decorrer simultaneamente no distrito de Viana (decorrem nas mesmas escolas, para o mesmo universo de profissionais, para o mesmo dia) teriam os dirigentes escolares de, perante a decisão prévia de escolher quem faz serviços mínimos, fazer duas ilegalidades (perguntar, a todos os que prestem serviço nesse dia, que greve fazem – pergunta ilegal e punível – e questionar a sua sindicalização – outra coisa ilegal e impossível de apurar com rigor sem perguntar).
SER DO CLUBE FENPROF DÁ DISPENSA DE SERVIÇOS MÍNIMOS, PORQUÊ?
Quem for do clube FENPROF está dispensado, dizem os dirigentes do clube.
Os outros, sindicalizados ou não, têm sido maus meninos e ficam de castigo. No ensino especial, dizem eles, livram-se do castigo se alinharem com a FENPROF e renegarem as más companhias.
Eu não renego os que lutam comigo. Quem esteve na concentração de Viana um destes sábados sabe que, a dada altura, perguntei quem não era do STOP e estava ali em nome da unidade. A maioria não era. Mas eu sou e não o renego. Porque escolhi ser.
Assim, se a FENPROF quer, para si, um direito de greve premium com cartão passe atribuído pelo governo por bom comportamento, que me nega a mim, eu não estou lá.
Quero manter-me com os malcomportados que foram às 3 manifestações destes meses.
E não me importo nada de ir contra o grande dogma da “unidade a toda a brida”. Os nazis indubitavelmente uniram a Alemanha e vejam no que deu. Eu sei que a comparação exagera, mas o argumento tem base lógica, salvo a escala da coisa.
(Recordo que agora que já li a decisão toda da arbitragem e a incrível base da fundamentação dos serviços mínimos que é “tem havido greves a mais”, o que devia por os velhos sindicalistas alerta para a reação a ter e como gerir com inteligência isto tudo. Mas não, tinham de ir com sede ao pote).
Em vez de pedirem reuniões com a vítima, espetam mais a faca.
Calculo que a fantasiosa isenção de serviços mínimos para os seus, seja só para os dias em que haja greves da Fenprof.
Logo, nos dias em que não haja greves da Fenprof e anexos, já podem ser convocados para serviços mínimos. O que mostra o absurdo da coisa e de como isto é tudo divisionismo puro e duro.
MAS ISTO TEM ALGUMA LÓGICA, ALÉM DE TENTAR ATACAR O STOP?
Qual é a lógica legal, constitucional, moral ou, até simplesmente lógica, de um disparate destes?
Há grevistas que podem no mesmo dia, com sanções legais, à mesma hora e na mesma escola, ser obrigados a não poder exercer o seu direito a um dia de greve se forem (e se declararem) da greve do STOP.
Mas se forem da greve da FENPROF (e o declararem) já podem. Porque o governo escolheu uma greve e não outra para atacar.
E a Fenprof alinha?
Anos a dizer que não se pode perguntar por greves (como a lei dispõe) para acabarem assim?
O SIGNIFICADO PROFUNDO DISTO TUDO
O que a FENPROF quer provar é que não tem direito a existir quem não esteja no seu redil e não se sujeite à sua forma interna de funcionar.
E isso para mim é inaceitável.
Foi uma das causas da criação do STOP e continua válida.
A unidade não se faz a espezinhar os divergentes, que é o método Mário Nogueira e CDMPC (quem quiser, depois explico a sigla).
Eu, no dia 3, ía fazer greve e ajudar a mobilizar (há testemunhas e coisas escritas) em Viana. A da Fenprof que, na prática, era a mesma que a do STOP nesse dia.
Com este comportamento da FENPROF, que insiste nestas distinções divisionistas entre sindicatos e greves e constatando a manhosice, disfarçada de juridiquês, já não faço.
E podem vir com a conversa seráfica da unidade. Não há unidade com gente que funciona assim.
O QUE VOU FAZER DIA 3…..VOLUNTARIAR-ME PARA SERVIÇOS MÍNIMOS.
Vou oferecer-me ao meu diretor para serviços mínimos e nesse dia vou ficar numa biblioteca a vigiar crianças.
Considerem que é o meu ato de solidariedade com todos os colegas que declararem a greve do STOP, que vão ter o seu direito à greve perturbado em todo o país, só para a Fenprof provar nesses dias que ainda mexe, que tem uma relação especial com o Governo e só ela tem o direito hereditário de ser o sindicalismo docente.
E que serão esmagados todos os que se rebelarem.
MAS ESTE ATO IGNÓBIL DE AJUDAR A CASTIGAR GREVISTAS VALE A PENA?
A FENPROF quer ver os que a afrontaram com greves à séria a assistirem no banco de castigo à sua greve fofa?
Não me digam que ainda vão visitar os colegas do STOP ou que não adiram à sua greve, que condenam aos serviços mínimos, de que exigem libertar os seus e vão fazer caretas como as criancinhas?
Ou querem só mostrar a sua especial relação com o Governo que até os supostamente isenta de serviços mínimos no dia em que os outros estão de castigo? É preciso um golpe destes para mostrar que ainda mexem?
No dia em que houver greve só do STOP já podem cumprir serviços mínimos, é isso?! Aí são para todos. Portanto, nos outros dias manda a FENPROF. No dia do passe premium é só para a malta que alinhar com o STOP.
E no dia da “sua” greve não cumprem a lei de todos os outros, porquê?
O que tem um pré-aviso de um dia de diferente de outro pré-aviso de um dia?
…………
Saí de 4 dias de tosse. A única vantagem da imoralidade e lata extrema vertidas neste comunicado foi tirar-me a tosse com a incredulidade.
15 comentários
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Curiosa a questão da ilegalidade sobre questionar sobre a sindicalização dos professores, quando o Luís Sottomaior Braga já sugeriu que as direções (incluindo o proprio, direta ou indiretamente) deveriam nomear socios da Fenprof para os serviços mínimos. Nesse caso já não era ilegal?
As moralidades e ilegalidades só funcionam para um dos lados?
É verdade que sugeriu isso?
Não acredito.
Pelo menos, não quero acreditar.
Não acredite ….. Uma coisa é a ironia e a demonstração pelo absurdo, outra é afirmar.Realmente como uma pessoa que partilha os apelidos comigo já explicou, numa base alternativa, se a FENPROF acha o que diz (que está isenta de serviços mínimos) bastava como dignidade dizer a todos os nomeados para SM para fazerem a sua greve e irem a correr dizer aos Diretores e não havia serviços mínimos. Mas isso é diferente da atitude….”os outros que alombem”.
Se a tese da FENPROF fosse verdadeira que não é (porque quem se recusar aos serviços mínimos que se prepare para os problemas, ainda lhe vão é perguntar pelas outras greves anteriores) isso significava que para não haver serviços mínimos nunca bastava marcar para o mesmo dia outra greve de outro sindicato sem eles ….. Um absurdo jurídico.
E neste caso concreto sugerir tal ideia é além disso uma falta de solidariedade…..
Eu por exemplo que levo vários dias de greve em dias e tempos só mentindo posso dizer que “só faço greves da FENPROF”….
Certo.
Só agora vi o seu comentário/resposta.
Li, muito depois de ter feito o comentário nº4. (que não deixa de ser matéria, também, para reflexão).
Bom;
Ora nem mais. Deixemos as mentiras para os costas…
Ainda bem que voltei aqui. Deu, agora, para clarear o nevoeiro. Agradecido pela sua Resposta.
A Luta tem que continuar, apesar de certas “confusões sindicais” e “fake news”.
Educação especial e não, “ensino especial”!!!!!!!
Matéria para reflexão…
Segundo entendi, um docente que tenha que cumprir Serviços Mínimos pode não os cumprir se disser que está a fazer uma Greve, mas não a do STOP?! E um não sindicalizado também pode não cumprir se disser que está em Greve da FENPROF?! E um sindicalizado na FNE, PODE FAZER GREVE SE DISSER QUE ADERIU À Greve da Fenprof?!
Mas quem vai perguntar, previamente, quem adere à greve do STOP, sindicalizado ou não, ou adere à Greve Distrital da FENPROF?!
Matéria para reflexão…
Percebi bem?
Sendo associado do STOP pergunto se tenho proteção jurídica do Sindicato quando me recusar a fazer os serviços mínimos para os quais, por ser do STOP, é quase inevitável ser convocado.
Incumprir os Serviços Mínimos levará o Governo para a Requisição Civil.
O STOP vai contestar, mas não apela ao seu incumprimento.
É um erro colossal o STOP não contestar os serviços mínimos. Colegas como o comentador “Proteção” que estavam dispostas a desafiar essa ilegalidade, ficam sem armas para o fazer, porque uma coisa é um processo disciplinar arquivado quando os serviços mínimos forem declarados ilegais. Outra é um procedimento disciplinar que se mantém, porque o STOP não contestou. A meu ver, é o maior erro do STOP desde o início da greve
Vai contestar, sim.
Entretanto, não apela ao incumprimento (atenção que o Governo até queria que não houvesse cumprimento, pois, iria para Requisição Civil).
Os sócios da Fenprof é que devem repensar se vale a pena manter o seu “cartão de sócio”!?!
Caro Luís, aconselho-o, apesar de não me ter pedido, a que dedique as suas energias
à luta contra tudo o que está mal, e é muito, neste pobre mundo da escola portuguesa.
O ministério da educação já está a ganhar, os professores dividem-se…
Temos de ter mais bom senso que os sindicalistas. MAIS DO QUE NUNCA, UNIDADE, PRECISA-SE.
Cantor & Torneira , não rimam neste caso. Desmontar & Arqueiro também não.
Quem passa o tempo a falar, não tem tempo para pensar.
Não ataquem a FENPROF
Tal & qual o partido político Chega , o sinal de parar vai liquidar a criatura que segue para o abismo.
Muitos irão atrás dele e o caminho ficará mais livre.
Para bom entendedor.