O eventual desentendimento insanável entre Sindicatos de Educação não poderá ser considerado pelos profissionais desta Área como um tema interdito, uma espécie de tabu, que não deva ser falado nem discutido, por poder ser causador de algum tipo de melindre…
Convirá, talvez, também recordar que essa indesejável possibilidade não desaparecerá só porque se evita falar dela…
Portanto, aqui vai:
O discurso da “cassete” do Velho Sindicalismo está gasto, decrépito, é completamente previsível e já não encoraja, nem convence ninguém…
O Velho Sindicalismo está enfermo de caducidade, tem-se mostrado muito pouco inspirador, ultrapassado pela realidade e não tem conseguido capitalizar a confiança daqueles que supostamente representa…
Incapaz de defender imparcialmente os interesses dos seus representados, o paladino desse Sindicalismo, Mário Nogueira, parece ter agido, nos últimos anos, como se fosse um “Semideus” do Sindicalismo, seguindo cegamente uma cartilha política, plausivelmente vinculada a agendas e a fretes partidários…
Pela Entrevista concedida pelo líder da FENPROF ao Jornal de Notícias/TSF, em 29 de Janeiro de 2023, depreende-se que Mário Nogueira, em prol do seu próprio protagonismo, estará disposto a abdicar de qualquer união entre Sindicatos, esquecendo que pretensas “divindades” e plausíveis interesses individuais não servem à presente luta dos profissionais de Educação…
Mário Nogueira, que parece ter “hibernado” nos últimos 7 anos, vem agora, pela referida Entrevista, fazer o papel de “puritano”, plausivelmente, como estratégia para dissimular o seu ressabiamento…
Vamos lá “avivar a memória” porque o tema não pode ser escamoteado:
– Em 2010, a FENPROF, liderada por Mário Nogueira, cedeu a um trágico acordo com o Ministério da Educação, conseguindo a proeza de desbaratar toda a força e união, alcançadas em 2008, pela maior Manifestação de Professores alguma vez realizada em Portugal, contribuindo de forma determinante para o estado comatoso em que se encontra a Carreira Docente…
– Durante os seis anos de Governo pela “Geringonça”, a postura do Velho Sindicalismo foi pautada pela bonomia e pela aceitação, fazendo de conta que reivindicava e que reclamava, mas mostrando-se incapaz de encetar acções efectivamente consequentes ou de ruptura…
Mário Nogueira parece ter esquecido que a sua actuação nos últimos anos foi dominada pela cedência e pela inércia, expressas por “pactos de não-agressão” face às políticas educativas do Ministério da Educação, pelo menos em termos tácitos…
Perante tudo o anterior, esperará, agora, ser tido em muita consideração e levado muito a sério?
Com o aparecimento e consolidação do Sindicato S.T.O.P., Mário Nogueira tem vindo a perder margem de manobra e protagonismo, mas isso será apenas o culminar de algo que já se observava há alguns anos…
A FENPROF de Mário Nogueira arrisca-se a ficar conotada com recorrentes “traições” aos profissionais de Educação, de que é exemplo mais recente a deserção da Greve por tempo indeterminado decretada pelo Sindicato S.T.O.P.…
Mário Nogueira terá tido, com certeza, vários méritos ao longo da sua Carreira enquanto Sindicalista, mas no momento actual é praticamente impossível ignorar a imagem desgastada e quase deprimente, de alguém “agarrado” ao Poder conferido por um cargo, talvez até comprometendo a própria dignidade…
Insolitamente, Mário Nogueira e o Ministro da Educação parecem ter isto em comum:
– Um e outro, não terão ainda aceite que o seu tempo acabou e que não é possível esquecer os inúmeros “erros de casting” protagonizados por ambos…
– Os erros cometidos por e por outro já causaram demasiados prejuízos a terceiros para poderem ser esquecidos ou apagados…
A ambos se afirma: Haja a humildade e a hombridade para se retirarem de cena…
Indubitavelmente, a acção de Mário Nogueira é um mau exemplo de liderança sindical…
Apesar disso, os profissionais de Educação irão continuar a fazer melhor do que um líder sindical e mostrar que a sua união é mais forte do que algumas vaidades patéticas, imbuídas pela arrogância, pelo egocentrismo e pelo elitismo corporativista…
A presente luta precisa de todos e todos valem o mesmo, não há quem seja mais importante ou imprescindível do que outro… Todos os contributos são indispensáveis…
(Paula Dias)
6 comentários
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No momento que vi a proposta da criação de um “Conselho de diretores”, regredi ao tempo dos mini concursos e, às posteriores, ofertas de escola. Como todos sabemos, eram repletas de cunhas e outras formas de corrupção. Prova de facto que os sindicatos andaram de braços cruzados apenas a pensar nos cargos dos seus diretores e cor política. O STOP veio dar uma lufada de ar fresco e tornou se uma última esperança. Confesso que já rasguei o meu cartão de sindicato a algum tempo, veremos se no fim desta batalha me inscrevo neste novo sindicato.
Erro a escrever no tlm: há algum tempo
O Costa, António, vai esta noite à RTP fazer o seu tempo de antena: uma suposta entrevista com o amigalhaço de partido António José Teixeira.
Seria óptimo ter uma recepção à medida:
https://www.rtp.pt/rtp1
… A FENPROF em 2010 assinou um acordo…
Já agora, a FNE também assinou ou não?
(tenho a ideia que sim).
Com este sindicato, Fenprof (e a Fne também), não vamos a lado nenhum! Não fomos em 20 anos.
É altura dos “sócios” deste sindicato repensarem se vale a pena manter o “cartão de sócio”?!!
O seu representante acordou agora para não perder o lugar. E penso que luta pelo tempo congelado dos professores não pelos professores mas a pensar na sua reforma antecipada.
Sabe lá o que que é uma sala de aula desde há 20 anos!
Existem por aí muitos Mario’s Nogueira!!, tanto na Fenprof como na Fne, que nunca lecionaram na Escola Pública… Vão trabalhar seus malandros!!!!!!