Falta felicidade às escolas.
Falta felicidade às escolas.
E não: a culpa não é dos professores, é de um sistema que castra, imutável, de uma sala de aula que não sabe brincar, que não foi feita para brincar — e que por isso não brinca, não aprende a brincar, não ensina a brincar. A culpa é de uma sala de aula que não evoluiu, que não se adaptou, que não soube mudar: que cristalizou e que tem medo de partir, que tem medo de fazer de novo, de criar de novo, de ser de novo.
Falta felicidade às escolas.
Falta, por isso, felicidade a quem nelas habita. A todos os que nela habitam. Por mais que tentem, e tentam, por mais que queiram, e querem, os habitantes da escola precisavam que ela tentasse também, que quem a governa tentasse também.
Falta felicidade às escolas.
E é por isso que não lhe faltam tristezas, depressões, pessoas de todas as idades apagadas, desmotivadas, desligadas, a contarem o tempo para sair da aula, para sair da prisão, para sair para si.
Falta felicidade à escolas.
E falta espaço. Espaço para a liberdade. Espaço mental, espaço emocional, espaço estrutural. Espaço para errar, para cair, para levantar. Espaço para ser. Na escola que ainda temos, os melhores alunos são os que erram menos, os que por isso arriscam menos. Estamos a aplaudir o medo, a aplaudir o mais do mesmo. Estamos a aplaudir a continuidade, nunca a criatividade.
Falta felicidade às escolas.
7 comentários
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Mais uma “comovente” história da Carochinha numa linguagem enfaticamente vazia e nauseante.
Triste texto.
Os miúdos já não têm brilho nos olhos porque os ecrãs, as futidades da vida virtual e a sociedade do consumo rápido lhes roeram os sonhos, o espirito de aventura e o gosto pelos desafios.
A escola, melhor ou pior, tenta desenvolver o espirito cientifico, o pensamento crítico e criativo.
O mundo atual pretende criar seres padronizados, apáticos, consumidores compulsivos de novas tecnologias, manipuláveis e pouco reivindicativos. Felizes com pouco: cama, mesa e um smatphone ligado à net.
Verdade que falta felicidade na Educação em Portugal. Mas há felicidades em alguns professores, em algumas salas de aula, em alguns alunos. Há professores que brincam muito, que aplaudem o erro, que incentivam e exploram os diferentes talentos, que vão para além do currículo. Que estimulam a imaginação, a criatividade, o pensamento crítico e criativo. Que dão voz aos alunos, que são equipa com os alunos. Que focam o trabalho no autoconhecimento, na promoção da Inteligência Emocional, dos valores, das forças de carácter. Há alunos felizes nas escolas, há professores que são felizes…mas ainda há muito a fazer pela educação em Portugal. Felizmente, já há quem faça a sua parte, há quem seja a mudança que quer ver no mundo e procure ser exemplo para os olhinhos curiosos que os observam com tanta admiração e esperança. 🙏🏼
Quem é este?
Deve ser uma daquelas mentes brilhantes do Ministério!
Sim. Há. À custa dos professores que Esquecem o que os Castiga, quando estão com os seus Alunos. É o Espírito de Missão que os Governos deste País nunca Agradecem.
A grande verdade é que há 18 anos a esta parte, a motivação para se ser professor e, sobretudo, um ótimo professor vem sendo consumida pelo desrespeito, consideração e abandono de que esta classe profissional tem vindo a ser vítima de governo atrás de governo político.
Que futuro para uma nação que naõ investe na Educação!