A história que se segue não é aconselhável a pessoas sensíveis:
Sentado na beira de um caminho, um homem prostrado, chorava convulsivamente…
Nisto, Deus, que por ali passava, estranhando tal situação, resolveu averiguar… Aproximou-se do homem e perguntou-lhe:
– Homem, porque choras?
Por momentos, o homem parou de soluçar, limpou a baba e o ranho, levantou a cabeça e respondeu:
– Este meu país está sem Governo… Ou melhor, está e não está… Em oito anos de governação, o meu país foi transformado num lodaçal, o António Costa… Não sei se sabe quem é o António Costa…
Deus acenou afirmativamente com a cabeça e pensou para consigo: “Pronto, lá vamos nós”…
O homem prosseguiu:
– O António Costa, que sempre foi muito fanfarrão e arrogante, parece que teve uma epifania, ou lá como é que isso se chama, e agora é vê-lo muito delicodoce, cândido e gentil e, veja lá, que até já pede desculpa ao Povo…
– O Povo nem sabe o que há-de pensar, o António Costa está irreconhecível… O Povo está confuso e atordoado com este novo António Costa… O Povo viu muitos casos, difíceis de aceitar, e muitas situações embaraçosas para a nossa Democracia durante o Governo de António Costa… Não sei se sabe o que é uma Democracia…
Deus acenou afirmativamente com a cabeça e pensou para consigo: “Umm, pelo andar da carruagem, desconfio que estes tipos ainda não sabem bem o que é uma Democracia”…
O homem prosseguiu:
– Os embaraços foram tantos, que deram em muitas demissões: ele foi Carla Alves, ele foi Pedro Nuno Santos, ele foi Hugo Santos Mendes, ele foi Alexandra Reis, ele foi Miguel Alves, ele foi Marta Temido, ele foi João Galamba e, até, o próprio António Costa, veja bem… Não lhe disse todos, mas olhe que foram muitos e saíram em desgraça…
Nova crise de choro convulsivo e muita baba e ranho à mistura…
Entretanto, o homem recompôs-se e continuou:
– Veja bem, agora o António Costa até diz que tem vergonha daquele que era o seu Chefe de Gabinete e, como se isso não bastasse, também renegou o seu melhor amigo… Diga-me lá, como será isso possível, se foi ele que os escolheu e os conhecia há um ror de anos? Sim, porque os Chefes de Gabinete e os amigos escolhem-se, não são impingidos por ninguém, não acha?
Deus acenou afirmativamente com a cabeça e o homem prosseguiu:
– O Povo não percebe se foi uma epifania, ou lá como é que isso se chama, que se apoderou de António Costa ou se foi o desespero… Seja como for, de certeza, que ele tem um novo “Eu”, como dizem lá naquelas coisas do “Coaching”…
– O Povo acha que o António Costa deve andar metido naquelas coisas do “Coaching”, à procura de um novo “Eu”, e a ser aconselhado por aquilo do “Marketing Político”… O que lhe parece?
Deus acenou afirmativamente com a cabeça, revirou os olhos e pensou para consigo: “O que havia de me calhar hoje”…
Entretanto, o homem prosseguiu:
– O Povo acha que António Costa se deixou enredar numa teia que ele próprio criou, pela sua teimosia e arrogância… Mas, agora, por estar encurralado e sem opções, viu-se obrigado a pedir a demissão de 1º Ministro…
– António Costa parece que tem uma certa tendência para se relacionar com pessoas que acabam em arguidos e muitas dificuldades para percepcionar certas tropelias cometidas pelos companheiros de Partido ou pelos “amigos”, veja bem, que já são muitos:
José Sócrates, principal arguido na “Operação Marquês”, 1º Ministro de um Governo, onde António Costa foi Ministro de Estado e da Administração Interna;
João Galamba, Nuno Lacerda Machado e Vítor Escária, todos arguidos na “Operação Influencer”; Miguel Alves, arguido na “Operação Teia” e Carla Alves, com contas e património arrestados, foram escolhidos por António Costa para cargos muito importantes no Governo e na TAP… Não sei se sabe o que é a TAP…
Deus acenou afirmativamente com a cabeça e pensou para consigo: “Oh, se não sei”…
O homem prosseguiu:
– António Costa parece que é sempre o último a saber das tropelias, mas quando as coisas são descobertas é vê-lo “saltar do barco”… Percebe o que quero dizer?
Deus acenou afirmativamente com a cabeça e pensou para consigo: “Este António Costa saiu-me cá uma peça”…
O homem continuou:
– O Povo pergunta-se o que faria António Costa se as tropelias existissem, mas não fossem descobertas…
– O Povo também estranha que só no fim de oito anos é que António Costa se tenha lembrado que “o 1º Ministro não tem amigos” e não compreende que tenha traído, há uns anos atrás, António José Seguro, que era seu companheiro de Partido, motivado pela ganância do Poder…
Deus pensou para consigo: “Ai a ganância, sempre a ganância do Poder… Estes meus filhos não têm emenda”…
Depois de mais uma crise de choro convulsivo e muita baba e ranho à mistura, o homem, ainda, afirmou:
– Veja bem, em quase oito anos, António Costa e os seus Ministros muito se empenharam em destruir o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública… Estamos à beira de ter um Povo doente e ignorante, sem os devidos cuidados de saúde e com uma Escola Pública que engana todos os que se cruzam consigo, desde as crianças e os jovens, até aos Professores… Estarei certo?
Deus acenou afirmativamente com a cabeça, revirou os olhos e pensou para consigo: “Tão depressa não passo por este caminho… Devia ter ido pelo caminho de baixo”…
No meio de mais uma crise de choro convulsivo, misturado com muita baba e ranho, o homem perguntou, suplicando por uma solução:
– O que havemos de fazer com este imbróglio?
Deus fechou os olhos, respirou fundo e reflectiu um pouco…
De seguida, sentou-se ao lado do homem e chorou com ele…
Chorou, convulsivamente, com ele, mas sem baba e sem ranho, que esses fluidos corporais apenas acometem os filhos de Deus…
“Moral” desta história ligeiramente “ácida” e sarcástica:
– Com o Partido Socialista dos últimos anos não houve salvação possível para o país, começando por José Sócrates e acabando em António Costa…
Veremos o que se seguirá com Pedro Nuno Santos, que já contabilizou vários casos polémicos, desde os que envolvem a sua família e os contratos realizados com o Estado, até os que se referem à tutela política da TAP, enquanto Ministro das Infraestruturas, em particular tudo o que de inverosímil se passou com a indemnização concedida a Alexandra Reis…
Veremos com o que se comprometem todos os Partidos Políticos…
Desta vez, já não haverá desculpas: o Povo não poderá deixar de exigir o cumprimento integral das eventuais promessas eleitorais que vierem a ser formuladas…
Declaração de Interesses:
Não tenho qualquer filiação partidária e muito menos qualquer simpatia por radicalismos ou extremismos, sejam de Esquerda ou de Direita.
E abomino tudo o que me faça lembrar do Estado Novo, ou que o tente revalidar, como um Programa Eleitoral, de um qualquer Partido Político, que considere o lema “Deus, Pátria, Família e Trabalho” como parte intrínseca da sua identidade.
O “Deus” deste texto não deve ser confundido com o “Deus” do lema anteriormente referido.
O conteúdo desta Declaração de Interesses apenas me compromete a mim, que a escrevi.
(Paula Dias)
9 comentários
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O problema dos homens é que se regem por direita esquerdas ou centros… mas sim por pessoas/seres vivos, energias invisíveis. A humanidade, mas desumana era impossível de ser… cada vez está pior… num rumo sem retorno, a caminho da sua extinção!!!
Nos idos anos 90, o meu dizia muitas vezes: com este partido socialista o país não vai a lado nenhum. São uma cambada de “chupistas”. Estragam o que ainda resta do país!
Não sabia o que estava para vir, pois faleceu em 2002, com 72 anos.
Sra. dona Paulinha a Dias, que história mais comobente!
Santa ingenuidade. O problema não esta nas políticas, pois todas elas têm opções menos boas, o problema está no caráter muito “latino” de grande parte dos nossos políticos.
Bravíssimo!!!!
Demorou-me algumas décadas para acreditar nisso, na realidade, demorou-me algumas décadas pois só quando fui confrontada in loco (isto é, fiz amizades com europeus nórdicos e por lá comecei a passar largas temporadas) é que percebi como a nossa “cultura” tem como epicentro um profundo egocentrismo e desinteresse (ou incapacidade) total na planificação do longo prazo.
Por isso, TLDR:
NÃO – o nosso país não tem futuro
ou
SIM – o nosso país tem futuro se a nossa bitola forem outras economias e sociedades terceiro mundistas.
Corruptos, ordinários e ditadorzinhos de mrd.
Mas é pior. Não são só os políticos.
O portuga é assim. Quando se vê com poder, transforma-se num ditadorzinho nojento. Dá de mamar aos seus amigos para eles o servirem. Dá um rebuçado ao pobre para que ele lhe lamba o dito-cujo. Dá um chouriço a quem lhe deu um porco.
E isto é válido para homens e mulheres. Estão por todo o lado. As escolas são o exemplo claro disso.
Muitos pseudo-professores, que não gostam de dar aulas, candidatam-se a diretores e transformam-se logo em ditadores, ou ditadoras, nojentas, bem ao estilo Lurdinhas sinistra.
Um país assim, cheio de aldrabões, mentirosos e carneirada de pacotilha não tem futuro.
Exatamente.
Um país só tem futuro com gente séria, honesta e trabalhadora, com empatia pelos demais, generosidade e respeito pelos outros.
O que temos são cada vez mais pessoas em contraponto a estes valores. Na verdade, totalmente ao contrário. Egoistas, centradas em si proprias, sem o mínimo de decência e respeito pelos outros. Que manipulam os demais a seu belo prazer, apenas pensando nos seus proveitozinhos pessoais. Que abusam dos outros, os subjugam ou escravizam, acenando-lhes com uma possível cenoura podre no futuro longínco, ou dando-lhes um rebuçado a troco da vida.
Temos aldrabões, que subvertem a verdade e a moldam a seu belo prazer, para convencer os outros de que está tudo bem e eles são os maiores do bairro, mais uma vez pensando nos seus interesses, mesmo que tal implique rebentar com os interesses da sociedade.
Tudo isto é visível nas escolas, que não são mais do que o espelho da sociedade.
É isto o que se vem passando aos alunos há anos. Com mentiras, aldrabices e fugas para a frente, dando-lhes a sensação que até sabem muito, mas, na verdade, irão passar sem saber nada, porque se os professores não os passarem são eles que são postos em causa.
É na perfídia e na mentira que o nosso país está há anos, independentemente da cor do governo.
Os bons, competentes e honestos foram-se afastando da política, expulsos ou arrastados para isso pela “má moeda”, como alguém diria. Restaram os que mentem com a boca cheia, e não têm o mínimo pejo em usar os outros para atingir os seus fins, mesmo que isso implique por em causa o futuro de todos.
O que esperar disto? Coisa boa não será.
Daqui a poucos meses uma certa revolução fará 50 anos. Será que os seus valores ainda subsistem? Será que aqueles que fizeram essa revolução pensando na melhoria das condições de vida das populações, no desenvolvimento e na democratização (pelo menos estes 2 D) continuam a acreditar que o caminho é o que se tem seguido nos últimos 25 anos?
Estaremos nós a viver uma distopia, entafulhada aos poucos nas nossas mentes?
Onde está o desenvolvimento que vinhamos tendo até meados dos anos 90?
Houve exageros? Corrijam-se. Mas não se destrua. E, sobretudo, não se engane.
Concordo com tudo, e a confrontação com tal realidade foi excruciamente dolorosa.