Ao dia de hoje tenho o seguinte balanço dos equipamentos digitais entregues aos alunos, mas em primeiro lugar importa verificar os prazos das garantias de todos os equipamentos que recebi na escola ao longo dos últimos dois anos e meio.
Apenas os equipamentos da fase 2 ainda tem computadores na garantia, mas muito em breve essa garantia termina e os da fase 1 e 1A já terminaram todas.
Num Agrupamento com cerca de 1.000 alunos com direito a um destes equipamentos (1.º ao 9.º ano), apenas 693 alunos têm o computador com o hotspot, mas mesmo neste números existem alguns equipamentos para manutenção ou que são recuperáveis dentro da garantia.
Acrescem mais 75 computadores sem condições de serem atribuídos, porque não funcionam e estão fora da garantia.
Mas só irei descobrir se os 693 computadores que a base de dados me diz que estão entregues funcionam, quando os alunos os trouxerem para a escola, porque desconfio que grande parte deles já não devem ligar.
Mas mesmo que os 75 estivessem todos operacionais ainda faltavam mas de 100 computadores para que todos os alunos tivessem o computador.
E alguém acha possível que se façam as provas de aferição e finais exclusivamente em formato eletrónico?
A não ser que o IAVE se lembre de retirar os computadores aos alunos dos anos em que não se realizam as provas eletrónicas que são os 1.º, 3.º, 4.º, 6º e 7.º anos.
A Plataforma PORDATA regista, no ano de 2022, a existência de 150.649 Docentes em exercício de funções nos Ensinos Pré-Escolar, Básico e Secundário…
Que força têm cento e cinquenta mil, seiscentos e quarenta e nove (150.649) Docentes?
Que força têm os Sindicatos de Educação, que supostamente representam cento e cinquenta mil, seiscentos e quarenta e nove (150.649) Docentes?
Sendo realista e honesto, as duas perguntas anteriores, não poderão deixar de ter a mesma resposta:
– Nenhuma…
Sobretudo em momentos de crise, a eficácia da luta de qualquer classe profissional não pode deixar de ser medida pela sua capacidade reivindicativa, nomeadamente pelas pretensões que consegue ou não alcançar junto daqueles que tutelam a sua actividade…
No caso da Educação, no momento presente, o resumo da capacidade reivindicativa da Classe Docente parece ser este:
– Professores sem rumo definido e Sindicatos à deriva…
Que contestação visível existe, neste momento, dentro de cada escola?
– Nenhuma…
As últimas Greves, à Sexta-Feira, resolveram algum dos problemas que afectam a Classe Docente?
As últimas Greves, à Sexta-Feira, permitiram alcançar alguma das pretensões Docentes?
Sendo realista e honesto, a resposta às duas perguntas anteriores, não poderá deixar de ser esta:
– Não…
As estruturas sindicais que supostamente representam os Professores parecem ter-se transformado em caricaturas de Sindicatos:
– Uns “em frangalhos” (STOP), outros “de pantufas” (FENPROF)…
Que crédito poderá ser reconhecido a tais Sindicatos?
Que capacidade negocial lhes poderá ser reconhecida?
Os Professores estão, efectivamente, “órfãos de Sindicatos”, abandonados à sua sorte…
Quem conseguir, que demonstre que essa não é uma realidade factual…
Parece incontestável que a banalização das folclóricas Manifestações de rua e as habituais Greves à 6ª feira não têm operado qualquer mudança significativa dentro de cada escola, nem removido as políticas perversas e injustas concebidas pela Tutela…
E já se chegou àquele ponto em que não é possível deixar de imputar aos Sindicatos a principal responsabilidade pela desunião Docente e pela incapacidade reivindicativa dessa classe profissional…
Quando as duas principais estruturas sindicais, FENPROF e STOP, optam por digladiar-se em plena praça pública, parece óbvio que abdicaram da defesa comum dos interesses dos seus supostos representados…
Quem conseguir, que demonstre o contrário…
Afinal, o que move essas estruturas sindicais?
O tempo corre a favor de uma Tutela perversa, ardilosa e incapaz de reconhecer e assumir a realidade…
Alguma vez existirá a coragem para fechar as escolas por tempo indeterminado?
O que poderá, ainda, mobilizar os Professores, enquanto classe profissional?
Os Professores aceitam resignar-se e “arrumar as botas” de vez, fazendo de conta que a luta, afinal, não passou de um “erro de casting” ou de um equívoco?
Que força têm cento e cinquenta mil, seiscentos e quarenta e nove (150.649) Docentes?
São 640 os horários em concurso em contratação de escola na semana de 28 de outubro a 3 de novembro. São 640 horários numa semana de 4 dias, o que dá em média 160 horários por dia.
Só Lisboa tem quase metade dos horários em concurso.