No Governo desde 2015, o atual ministro da Educação assume o descontentamento dos professores, mas aponta a questão das desigualdades sociais nas escolas como o principal problema que tem em mãos. Num universo de um milhão e 300 mil alunos, 450 mil beneficiam de Ação Social Escolar. “É um número significativo”, afirma João Costa. Oiça aqui o episódio do novo podcast do Expresso, Ser ou não ser
Este ano as provas finais do 9.º ano serão generalizadas em suporte eletrónico, tal como aconteceu no ano transato com as provas de aferição.
Se as provas de aferição não contariam para a nota dos alunos, já as provas finais de 9.º ano têm um peso na avaliação final do aluno.
As provas eletrónicas seriam normais se vivêssemos num pais a sério, mas não.
Por esta altura do ano uma grande parte dos computadores entregues aos alunos já estão avariados e fora da garantia, nem existem computadores nas escolas para os alunos os usarem para a realização da prova.
Mantendo-se esta obrigação das provas finais do 9.º ano serem realizadas exclusivamente em suporte eletrónico o Ministério da Educação está a excluir da conclusão do 9.º ano muitos alunos que nunca terão acesso à realização da prova final em suporte eletrónico, pura e simplesmente porque não terão o computador para realizarem a prova.
O grande erro do ME foi ter entregue os computadores aos alunos, descurando que as escolas também tivessem computadores. Tivessem estes computadores sido entregues às escolas e este problema não se iria colocar.
As provas de aferição escritas, dos 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade, acima referidas, designadamente, Português e Estudo do Meio (25), Matemática e Estudo do Meio (26), Português (55), Português Língua Segunda (52), História e Geografia de Portugal (57), Matemática e Ciências Naturais (58), Matemática (86), Ciências Naturais e Físico-Química (88), Tecnologias da Informação e Comunicação (89), Português (85), Português Língua Segunda (82) e Inglês (81) serão realizadas em suporte eletrónico generalizadamente em todas as escolas.
No ano letivo de 2023/2024, as provas finais do ensino básico, do 9.º ano de escolaridade, acima referidas, serão realizadas em suporte eletrónico generalizadamente em todas as escolas.
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Ontem assisti na TV ao eterno Mário Nogueira, líder do sindicato Fenprof, a atacar o outro presidente André Pestana, líder do STOP, dando uma imagem de desunião perante o governo. Mas o pior de tudo é que ambos os sindicalistas tiveram afirmações totalmente absurdas a propósito das reivindicações dos professores.
Mário Nogueira ficou preso na questão do tempo de serviço e ataca desalmadamente uma nova geração de professores que não usufruiu de profissionalização paga pelo Estado como havia no tempo em que ele se formou e André Pestana faz afirmações em que convoca uma greve de duas semanas dos professores estando com este anúncio a provocar uma viragem da opinião pública contra a sua própria classe profissional que está farta de greves.
Estes dois sindicalistas estão cada vez mais a barricar-se nas suas lutazinhas pessoais dos professores unicamente com mais de 20 anos de serviço e a abdicar das situações de todas as gerações mais novas.
O governo entendeu bem o “calcanhar de Aquiles” dos professores e a melhor forma de os dividir, pondo os sindicatos a falar contra os colegas de profissão mais novos e sobre o seu pouco tempo de serviço.
Os sindicatos caíram na esparrela e atacaram os professores que têm de pagar um mestrado do seu bolso graças ao tratado de Bolonha para serem professores, ao contrário da profissionalização financiada que havia no tempo dos professores que se queixam de terem ficado com as suas carreiras congeladas por Passos Coelho.
Tenho muitas dúvidas que haja novamente uma mobilização de professores como vimos no passado e até posso arriscar dizer que o Governo ganhou a luta de levar avante as suas decisões.
A divisão numa luta enfraquece e fere de morte. A meu ver, foi o que aconteceu com a luta dos professores com o governo.
Ao contrário da “minha” que deverá ter obras lá para o Século XXII, porque o governo PS transferiu as suas competências para os municípios sem acautelar que as obras de recuperação deveriam ser da sua competência.
Não percebo como estes deputados do PS passam a atirar as culpas para os municípios PSD.
Sublinham que a escola voltou a ter “uma infiltração muito grande” com as chuvas dos últimos dias.
Os vereadores do PS na Câmara de Braga criticaram esta segunda-feira a “situação absolutamente lamentável” da EB2/3 Frei Caetano Brandão, naquela cidade. Sublinham que a escola voltou a ter “uma infiltração muito grande” com as chuvas dos últimos dias.
“Foram feitas algumas obras paliativas que não resolveram o problema. Houve uma nova infiltração muito grande neste processo de chuvadas”, apontou o vereador socialista Artur Feio. Considerando tratar-se de uma situação “absolutamente lamentável”, os socialistas questionaram a maioria PSD/CDS-PP sobre o que está previsto fazer para dotar a escola das condições necessárias.
Na resposta, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que o município está à espera que abram os avisos no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) para candidatar a obra ao respetivo financiamento. “Entretanto, já desencadeámos o processo de elaboração do estudo prévio, que está praticamente concluído e que nas próximas semanas será apresentado”, acrescentou.
Rio lembrou que até meados de 2022 a Frei Caetano Brandão estava sob responsabilidade única e exclusiva do Ministério da Educação, tendo só nessa altura sido transferida para a alçada municipal. “Aquando da transferência, o Governo assumiu o compromisso de que as obras estruturais seriam integralmente financiadas pelo ministério”, acrescentou.
O presidente da Câmara disse ainda que, entretanto, o município tem feito obras de manutenção na escola, “que não são 100% eficientes mas que têm mitigado alguns problemas”. “Mas os problemas estruturais carecem, naturalmente, de obras estruturais”, referiu, adiantando que à espera do PRR estão também as intervenções previstas para as escolas de Tadim e Palmeira e a Calouste Gulbenkian.
Na sexta-feira, numa publicação no Facebook, o diretor do Agrupamento de Escolas de Maximinos, que abrange a EB2/3 Frei Caetano Brandão, denunciou que, em dias de chuva intensa e contínua, aquela escola é um rio atmosférico com quase 41 anos”.
Paulo Antunes sublinha que aquela comunidade educativa pede obras “há mais de 10 anos” e avisa que, quando chover assim nas salas de aula, “correndo riscos de segurança sérios, a escola encerrará” após autorização que pedirá à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares, “na salvaguarda dos envolvidos”. O diretor lembra que dos 15 votos com que foi eleito, em 2020, “nenhum foi do município e suas influências, por causa de partidarites”.
Para Paulo Antunes, “culpar o PRR é redutor, dado que o problema tem mais de uma década”. “Invistam na Frei, nos alunos da Educação Especial, do articulado da Música e da Dança, do CLIL [Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Linguagem], nas minorias, nos migrantes, nos refugiados, na escola do mundo”, apelou.
Porque não são as escolas que tomam estas decisões, mas sim as direções regionais que colocam administrativamente os alunos na escola da área da residência.
As escolas públicas estão no limite e há já agrupamentos a aumentar o número de alunos por turma para fazer face ao aumento da procura crescente por estrangeiros em todos os ciclos, avança o Jornal de Notícias.
Segundo o jornal diário, a maior procura é registada no pré-escolar. No entanto, há alunos estrangeiros de todas as idades a chegar “quase diariamente” às escolas portuguesas.
Para isso, há já escolas a aumentar quer o número de alunos por turma, quer a desencontrar os horários ou até mesmo a recorrer a monoblocos para aumentar a resposta, como foi o caso do agrupamento de Ferreira de Castro, em Sintra, onde a lista de espera no pré-escolar é de 150 alunos. Também no agrupamento de São Teotónio, em Odemira, houve necessidade de recorrer a um contentor para acomodar as crianças do pré-escolar dado o elevado número de alunos.
Em declarações ao JN, o Ministério da Educação confirma a existência de “algumas turmas com maior número de alunos”, mas sem revelar números, acrescentando que a colocação de monoblocos e contentores é da “competência de cada município”.
Portugal tem mais de 1,13 milhões de alunos, sem incluir as crianças em idade de pré-escolar (onde o limite por sala é de 25 crianças), o que representa menos 13 mil alunos que no ano passado, mas há mais 761 turmas.
Segundo o Ministério da Educação, as turmas do 1.º ano devem ter no máximo 24 alunos e no restante 1.º ciclo, 26 alunos. Já no 5.º e 7.º ano, o máximo são 28 alunos e, nos restantes, 30 alunos.
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Há escolas públicas a rebentar pelas costuras que já aproveitam salas de professores para aulas, desencontram horários ou aumentam o número de alunos por turma. “É essencial conseguirmos mais salas”, alerta o presidente do Conselho das Escolas, António Castel-Branco, num ano letivo em que se regista uma procura crescente de alunos estrangeiros em todos os ciclos, acrescida de um maior número de ingressos no Pré-Escolar, apontam os diretores.
Recuperação das aprendizagens: há medidas que vão tornar-se definitivas Ministro da Educação diz que as acções de recuperação que “são eficazes devem tornar-se estruturais”. Mas nessa escolha estarão também em equação os recursos que cada uma mobiliza.
Uma lâmpada que não emite luz não serve para nada…
Ainda não passaram dois meses desde o início das aulas na Escola Pública e, neste momento, o ambiente geral parece ser, mais ou menos, este:
(Roubado do Pinterest-Brasil, de autor desconhecido).
O entusiasmo inicial, típico do recomeço das aulas, vai dando lugar à instalação progressiva de uma certa letargia entorpecedora, difícil de combater e de contrariar…
O cansaço vê-se e sente-se…
A desmotivação vê-se e sente-se…
Para muitos, todos os dias parecem “Segundas-Feiras”…
Sobretudo nos últimos dois anos, o cansaço e a desmotivação parecem ter aumentado exponencialmente, acumulando-se e apoderando-se de muitos Alunos e profissionais de Educação…
E começa a ser muito difícil reverter esse mal-estar, traduzido por um quase permanente “enjoo de escola”, algumas vezes expresso sob a forma de intolerância, frustração ou desânimo…
Estar “enjoado de escola” é estar saturado de escola, é estar assoberbado e asfixiado com os problemas intermináveis da escola…
O trabalho insano, os procedimentos e as tarefas replicam-se, repetem-se num círculo vicioso, num movimento ininterrupto, praticamente impossível de quebrar, sem consciência, sem senso e sem pensamento crítico, sem fim à vista e, muitas vezes, sem um propósito claro ou definido…
O “frenesim” do excesso de estímulos e os vícios de funcionamento anulam qualquer réstia de serenidade e de silêncio, imprescindíveis à reflexão individual ou colectiva…
Age-se, frequentemente, em modo de “pilotoautomático”, o mais importante é cumprir todas as ordens, mesmo as mais estapafúrdias…
Quem nunca se sentiu “enjoado de escola” que atire a primeira pedra…
Os Psicólogos também não estão isentos de se sentirem “enjoados de escola”, cansados e desmotivados… Contrariamente a alguns mitos e crenças utópicas, os Psicólogos não são criaturas “assépticas”, a quem está vedada a expressão de sentimentos, emoções ou estados de alma…
Os Psicólogos também choram, também riem, também se indignam, não são sempre serenos e tranquilos, também se irritam e também se enfurecem, e até vociferam impropérios, apesar de, por vezes, subsistir a ideia de que “o Psicólogo não é gente, é estado de espírito” (afirmação roubada da Internet, de autor desconhecido)…
Os Psicólogos não têm que ter a paciência de um Santo, nem aspirar à perfeição de um Anjo… Em suma, os Psicólogos também são gente…
Em forma de anedota, e em tom jocoso, o resumo da vida profissional de um Psicólogo talvez possa ser ilustrado desta forma:
– Quantos Psicólogos são necessários para mudar uma lâmpada?
– Apenas um, mas a lâmpada tem que querer mudar…
Nas escolas, há, frequentemente, “lâmpadas que não querem mudar”…
Agora, um pouco mais a sério e em jeito de “paleio” de Psicólogo:
– Não nos esqueçamos que o Humor beneficia a Saúde Mental, na medida em que nos permite lidar melhor com experiências negativas e até com situações de vida eventualmente traumáticas…
Sejam Alunos, Professores ou Psicólogos, rir faz bem à Saúde Mental, assim como ter a capacidade de gracejar com a própria “desgraça”…
(Evidentemente que também estou a antecipar a minha defesa, antes que me caia em cima o “Carmo e a Trindade”)…
À luz do que acontece com muitos dos que passam a maior parte do seu dia nas escolas, neste momento, haverá também, nesse contexto, muitos Psicólogos à beira da exaustão, sobretudo pelas inúmeras solicitações que lhes são endereçadas…
Como pano de fundo de tudo o anterior, temos uma Tutela que, de forma reiterada, não encara a realidade, que a nega ou que a tenta mascarar ostensivamente…
Uma Tutela que teima em passar a mensagem enganadora de que nas escolas tudo está bem e que tudo funciona sem perturbações, nunca se preocupará com a melhoria das condições aí existentes…
Uma Tutela que ignora o estado real em que se encontram os Alunos e as suas aprendizagens e que despreza os aspectos motivacionais que impedem o apaziguamento dos profissionais de Educação, nunca contribuirá para o sucesso e para o bem-estar de uns e de outros, nem para a satisfação de determinadas pretensões…
A actual Tutela parece uma lâmpada fundida, estragada, que não emite qualquer luz, enroscada num casquilho carcomido, que ninguém consegue mudar sem partir…
E uma lâmpada que não emite luz não serve para nada…
Paradoxalmente, a própria Tutela constitui-se como o principal foco de insanáveis disfunções, plausivelmente assentes em crenças incompatíveis com a realidade e em percepções alteradas da realidade, que dificultam a produtividade no ambiente de trabalho e que contribuem fortemente para o aumento do stress diário em contexto escolar…
“É difícil imaginar uma maneira mais perigosa de tomar decisões do que deixá-las nas mãos de pessoas que não pagam o preço por estarem erradas.” (Thomas Sowell)…
Decisões erradas e péssimos exemplos institucionais há em catadupa, quem paga por tais desvarios?
Como estamos em Portugal, aquele país onde é praticamente impossível que algum Governante se responsabilize, ou seja responsabilizado, pelos actos que pratica, e em particular pelos erros cometidos, adivinha-se a resposta à pergunta anterior:
– Como não existirão culpados, a insensatez poderá continuar…
– Outros sofrerão as consequências da insensatez alheia, todos os dias, em cada escola…
E se assim for só resta ao Ministro da Educação, na segunda-feira, resolver o Problema dos Professores.
Porque como o governo sempre disse, não poderia beneficiar uma única carreira (a dos professores) não resolvendo os problemas de outras carreiras. E se amanhã surgir um acordo não existe outra escapatória para este governo em resolver também a carreira dos professores.
O presidente do sindicato acha necessário que o Governo perceba que os profissionais de educação “não desistem de lutar por uma escola pública de excelência para todos os alunos, independentemente de serem filhos de ricos ou de pobres”.
O Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) anunciou este sábado uma greve de duas semanas, de docentes e não docentes, entre 13 e 19 de novembro, e uma manifestação nacional em Lisboa, no dia 18 de novembro.
Esta manhã, em Coimbra, numa conferência de imprensa, o presidente do sindicato considerou necessário que o Governo perceba que os profissionais de educação “não desistem de lutar por uma escola pública de excelência para todos os alunos, independentemente de serem filhos de ricos ou de pobres”.
“Num ano de crescimento económico e receita fiscal extra de mais de dois mil milhões de euros, não podemos continuar com dezenas de milhar de alunos com falta de professores, psicólogos, terapeutas, assistentes operacionais e com profissionais de educação desconsiderados, exaustos e roubados nos seus direitos”, sublinhou André Pestana.
O líder sindical considerou que a atual proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2024 “não investe, efetivamente, na escola pública, nem na dignificação de todos os que lá trabalham e estudam”.
“Queremos alertar os pais e a sociedade em geral que, se nada for feito, o próximo OE irá aprofundar a degradação da escola pública e a qualidade de ensino dos nossos filhos, comprometendo de forma irreversível o seu futuro”, salientou.
Segundo o presidente do STOP, a decisão de avançar com um “novembro de luta”, no mês da discussão do OE, foi tomada na quinta-feira à noite, numa reunião online, por mais de 100 comissões sindicais e de greve.
A greve nacional de 13 a 29 de novembro será organizada em cada escola e agrupamento, como no ano letivo anterior, através dos fundos de greve, “que são 100% legais, com total autonomia e decisão democrática dos docentes e não docentes de cada estabelecimento”.
O último dia coincide com a data da votação final do OE 2024 na Assembleia da República, para pressionar que o documento “reflita, de facto, as necessidades que a escola pública tem e que não estão refletidas”.
A manifestação nacional de 18 de novembro vai realizar-se do Ministério da Educação até à Assembleia da República.