No Governo desde 2015, o atual ministro da Educação assume o descontentamento dos professores, mas aponta a questão das desigualdades sociais nas escolas como o principal problema que tem em mãos. Num universo de um milhão e 300 mil alunos, 450 mil beneficiam de Ação Social Escolar. “É um número significativo”, afirma João Costa. Oiça aqui o episódio do novo podcast do Expresso, Ser ou não ser
Este ano as provas finais do 9.º ano serão generalizadas em suporte eletrónico, tal como aconteceu no ano transato com as provas de aferição.
Se as provas de aferição não contariam para a nota dos alunos, já as provas finais de 9.º ano têm um peso na avaliação final do aluno.
As provas eletrónicas seriam normais se vivêssemos num pais a sério, mas não.
Por esta altura do ano uma grande parte dos computadores entregues aos alunos já estão avariados e fora da garantia, nem existem computadores nas escolas para os alunos os usarem para a realização da prova.
Mantendo-se esta obrigação das provas finais do 9.º ano serem realizadas exclusivamente em suporte eletrónico o Ministério da Educação está a excluir da conclusão do 9.º ano muitos alunos que nunca terão acesso à realização da prova final em suporte eletrónico, pura e simplesmente porque não terão o computador para realizarem a prova.
O grande erro do ME foi ter entregue os computadores aos alunos, descurando que as escolas também tivessem computadores. Tivessem estes computadores sido entregues às escolas e este problema não se iria colocar.
As provas de aferição escritas, dos 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade, acima referidas, designadamente, Português e Estudo do Meio (25), Matemática e Estudo do Meio (26), Português (55), Português Língua Segunda (52), História e Geografia de Portugal (57), Matemática e Ciências Naturais (58), Matemática (86), Ciências Naturais e Físico-Química (88), Tecnologias da Informação e Comunicação (89), Português (85), Português Língua Segunda (82) e Inglês (81) serão realizadas em suporte eletrónico generalizadamente em todas as escolas.
No ano letivo de 2023/2024, as provas finais do ensino básico, do 9.º ano de escolaridade, acima referidas, serão realizadas em suporte eletrónico generalizadamente em todas as escolas.
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Ontem assisti na TV ao eterno Mário Nogueira, líder do sindicato Fenprof, a atacar o outro presidente André Pestana, líder do STOP, dando uma imagem de desunião perante o governo. Mas o pior de tudo é que ambos os sindicalistas tiveram afirmações totalmente absurdas a propósito das reivindicações dos professores.
Mário Nogueira ficou preso na questão do tempo de serviço e ataca desalmadamente uma nova geração de professores que não usufruiu de profissionalização paga pelo Estado como havia no tempo em que ele se formou e André Pestana faz afirmações em que convoca uma greve de duas semanas dos professores estando com este anúncio a provocar uma viragem da opinião pública contra a sua própria classe profissional que está farta de greves.
Estes dois sindicalistas estão cada vez mais a barricar-se nas suas lutazinhas pessoais dos professores unicamente com mais de 20 anos de serviço e a abdicar das situações de todas as gerações mais novas.
O governo entendeu bem o “calcanhar de Aquiles” dos professores e a melhor forma de os dividir, pondo os sindicatos a falar contra os colegas de profissão mais novos e sobre o seu pouco tempo de serviço.
Os sindicatos caíram na esparrela e atacaram os professores que têm de pagar um mestrado do seu bolso graças ao tratado de Bolonha para serem professores, ao contrário da profissionalização financiada que havia no tempo dos professores que se queixam de terem ficado com as suas carreiras congeladas por Passos Coelho.
Tenho muitas dúvidas que haja novamente uma mobilização de professores como vimos no passado e até posso arriscar dizer que o Governo ganhou a luta de levar avante as suas decisões.
A divisão numa luta enfraquece e fere de morte. A meu ver, foi o que aconteceu com a luta dos professores com o governo.
Ao contrário da “minha” que deverá ter obras lá para o Século XXII, porque o governo PS transferiu as suas competências para os municípios sem acautelar que as obras de recuperação deveriam ser da sua competência.
Não percebo como estes deputados do PS passam a atirar as culpas para os municípios PSD.
Sublinham que a escola voltou a ter “uma infiltração muito grande” com as chuvas dos últimos dias.
Os vereadores do PS na Câmara de Braga criticaram esta segunda-feira a “situação absolutamente lamentável” da EB2/3 Frei Caetano Brandão, naquela cidade. Sublinham que a escola voltou a ter “uma infiltração muito grande” com as chuvas dos últimos dias.
“Foram feitas algumas obras paliativas que não resolveram o problema. Houve uma nova infiltração muito grande neste processo de chuvadas”, apontou o vereador socialista Artur Feio. Considerando tratar-se de uma situação “absolutamente lamentável”, os socialistas questionaram a maioria PSD/CDS-PP sobre o que está previsto fazer para dotar a escola das condições necessárias.
Na resposta, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que o município está à espera que abram os avisos no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) para candidatar a obra ao respetivo financiamento. “Entretanto, já desencadeámos o processo de elaboração do estudo prévio, que está praticamente concluído e que nas próximas semanas será apresentado”, acrescentou.
Rio lembrou que até meados de 2022 a Frei Caetano Brandão estava sob responsabilidade única e exclusiva do Ministério da Educação, tendo só nessa altura sido transferida para a alçada municipal. “Aquando da transferência, o Governo assumiu o compromisso de que as obras estruturais seriam integralmente financiadas pelo ministério”, acrescentou.
O presidente da Câmara disse ainda que, entretanto, o município tem feito obras de manutenção na escola, “que não são 100% eficientes mas que têm mitigado alguns problemas”. “Mas os problemas estruturais carecem, naturalmente, de obras estruturais”, referiu, adiantando que à espera do PRR estão também as intervenções previstas para as escolas de Tadim e Palmeira e a Calouste Gulbenkian.
Na sexta-feira, numa publicação no Facebook, o diretor do Agrupamento de Escolas de Maximinos, que abrange a EB2/3 Frei Caetano Brandão, denunciou que, em dias de chuva intensa e contínua, aquela escola é um rio atmosférico com quase 41 anos”.
Paulo Antunes sublinha que aquela comunidade educativa pede obras “há mais de 10 anos” e avisa que, quando chover assim nas salas de aula, “correndo riscos de segurança sérios, a escola encerrará” após autorização que pedirá à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares, “na salvaguarda dos envolvidos”. O diretor lembra que dos 15 votos com que foi eleito, em 2020, “nenhum foi do município e suas influências, por causa de partidarites”.
Para Paulo Antunes, “culpar o PRR é redutor, dado que o problema tem mais de uma década”. “Invistam na Frei, nos alunos da Educação Especial, do articulado da Música e da Dança, do CLIL [Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Linguagem], nas minorias, nos migrantes, nos refugiados, na escola do mundo”, apelou.
Porque não são as escolas que tomam estas decisões, mas sim as direções regionais que colocam administrativamente os alunos na escola da área da residência.
As escolas públicas estão no limite e há já agrupamentos a aumentar o número de alunos por turma para fazer face ao aumento da procura crescente por estrangeiros em todos os ciclos, avança o Jornal de Notícias.
Segundo o jornal diário, a maior procura é registada no pré-escolar. No entanto, há alunos estrangeiros de todas as idades a chegar “quase diariamente” às escolas portuguesas.
Para isso, há já escolas a aumentar quer o número de alunos por turma, quer a desencontrar os horários ou até mesmo a recorrer a monoblocos para aumentar a resposta, como foi o caso do agrupamento de Ferreira de Castro, em Sintra, onde a lista de espera no pré-escolar é de 150 alunos. Também no agrupamento de São Teotónio, em Odemira, houve necessidade de recorrer a um contentor para acomodar as crianças do pré-escolar dado o elevado número de alunos.
Em declarações ao JN, o Ministério da Educação confirma a existência de “algumas turmas com maior número de alunos”, mas sem revelar números, acrescentando que a colocação de monoblocos e contentores é da “competência de cada município”.
Portugal tem mais de 1,13 milhões de alunos, sem incluir as crianças em idade de pré-escolar (onde o limite por sala é de 25 crianças), o que representa menos 13 mil alunos que no ano passado, mas há mais 761 turmas.
Segundo o Ministério da Educação, as turmas do 1.º ano devem ter no máximo 24 alunos e no restante 1.º ciclo, 26 alunos. Já no 5.º e 7.º ano, o máximo são 28 alunos e, nos restantes, 30 alunos.
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Há escolas públicas a rebentar pelas costuras que já aproveitam salas de professores para aulas, desencontram horários ou aumentam o número de alunos por turma. “É essencial conseguirmos mais salas”, alerta o presidente do Conselho das Escolas, António Castel-Branco, num ano letivo em que se regista uma procura crescente de alunos estrangeiros em todos os ciclos, acrescida de um maior número de ingressos no Pré-Escolar, apontam os diretores.
Recuperação das aprendizagens: há medidas que vão tornar-se definitivas Ministro da Educação diz que as acções de recuperação que “são eficazes devem tornar-se estruturais”. Mas nessa escolha estarão também em equação os recursos que cada uma mobiliza.
Uma lâmpada que não emite luz não serve para nada…
Ainda não passaram dois meses desde o início das aulas na Escola Pública e, neste momento, o ambiente geral parece ser, mais ou menos, este:
(Roubado do Pinterest-Brasil, de autor desconhecido).
O entusiasmo inicial, típico do recomeço das aulas, vai dando lugar à instalação progressiva de uma certa letargia entorpecedora, difícil de combater e de contrariar…
O cansaço vê-se e sente-se…
A desmotivação vê-se e sente-se…
Para muitos, todos os dias parecem “Segundas-Feiras”…
Sobretudo nos últimos dois anos, o cansaço e a desmotivação parecem ter aumentado exponencialmente, acumulando-se e apoderando-se de muitos Alunos e profissionais de Educação…
E começa a ser muito difícil reverter esse mal-estar, traduzido por um quase permanente “enjoo de escola”, algumas vezes expresso sob a forma de intolerância, frustração ou desânimo…
Estar “enjoado de escola” é estar saturado de escola, é estar assoberbado e asfixiado com os problemas intermináveis da escola…
O trabalho insano, os procedimentos e as tarefas replicam-se, repetem-se num círculo vicioso, num movimento ininterrupto, praticamente impossível de quebrar, sem consciência, sem senso e sem pensamento crítico, sem fim à vista e, muitas vezes, sem um propósito claro ou definido…
O “frenesim” do excesso de estímulos e os vícios de funcionamento anulam qualquer réstia de serenidade e de silêncio, imprescindíveis à reflexão individual ou colectiva…
Age-se, frequentemente, em modo de “pilotoautomático”, o mais importante é cumprir todas as ordens, mesmo as mais estapafúrdias…
Quem nunca se sentiu “enjoado de escola” que atire a primeira pedra…
Os Psicólogos também não estão isentos de se sentirem “enjoados de escola”, cansados e desmotivados… Contrariamente a alguns mitos e crenças utópicas, os Psicólogos não são criaturas “assépticas”, a quem está vedada a expressão de sentimentos, emoções ou estados de alma…
Os Psicólogos também choram, também riem, também se indignam, não são sempre serenos e tranquilos, também se irritam e também se enfurecem, e até vociferam impropérios, apesar de, por vezes, subsistir a ideia de que “o Psicólogo não é gente, é estado de espírito” (afirmação roubada da Internet, de autor desconhecido)…
Os Psicólogos não têm que ter a paciência de um Santo, nem aspirar à perfeição de um Anjo… Em suma, os Psicólogos também são gente…
Em forma de anedota, e em tom jocoso, o resumo da vida profissional de um Psicólogo talvez possa ser ilustrado desta forma:
– Quantos Psicólogos são necessários para mudar uma lâmpada?
– Apenas um, mas a lâmpada tem que querer mudar…
Nas escolas, há, frequentemente, “lâmpadas que não querem mudar”…
Agora, um pouco mais a sério e em jeito de “paleio” de Psicólogo:
– Não nos esqueçamos que o Humor beneficia a Saúde Mental, na medida em que nos permite lidar melhor com experiências negativas e até com situações de vida eventualmente traumáticas…
Sejam Alunos, Professores ou Psicólogos, rir faz bem à Saúde Mental, assim como ter a capacidade de gracejar com a própria “desgraça”…
(Evidentemente que também estou a antecipar a minha defesa, antes que me caia em cima o “Carmo e a Trindade”)…
À luz do que acontece com muitos dos que passam a maior parte do seu dia nas escolas, neste momento, haverá também, nesse contexto, muitos Psicólogos à beira da exaustão, sobretudo pelas inúmeras solicitações que lhes são endereçadas…
Como pano de fundo de tudo o anterior, temos uma Tutela que, de forma reiterada, não encara a realidade, que a nega ou que a tenta mascarar ostensivamente…
Uma Tutela que teima em passar a mensagem enganadora de que nas escolas tudo está bem e que tudo funciona sem perturbações, nunca se preocupará com a melhoria das condições aí existentes…
Uma Tutela que ignora o estado real em que se encontram os Alunos e as suas aprendizagens e que despreza os aspectos motivacionais que impedem o apaziguamento dos profissionais de Educação, nunca contribuirá para o sucesso e para o bem-estar de uns e de outros, nem para a satisfação de determinadas pretensões…
A actual Tutela parece uma lâmpada fundida, estragada, que não emite qualquer luz, enroscada num casquilho carcomido, que ninguém consegue mudar sem partir…
E uma lâmpada que não emite luz não serve para nada…
Paradoxalmente, a própria Tutela constitui-se como o principal foco de insanáveis disfunções, plausivelmente assentes em crenças incompatíveis com a realidade e em percepções alteradas da realidade, que dificultam a produtividade no ambiente de trabalho e que contribuem fortemente para o aumento do stress diário em contexto escolar…
“É difícil imaginar uma maneira mais perigosa de tomar decisões do que deixá-las nas mãos de pessoas que não pagam o preço por estarem erradas.” (Thomas Sowell)…
Decisões erradas e péssimos exemplos institucionais há em catadupa, quem paga por tais desvarios?
Como estamos em Portugal, aquele país onde é praticamente impossível que algum Governante se responsabilize, ou seja responsabilizado, pelos actos que pratica, e em particular pelos erros cometidos, adivinha-se a resposta à pergunta anterior:
– Como não existirão culpados, a insensatez poderá continuar…
– Outros sofrerão as consequências da insensatez alheia, todos os dias, em cada escola…
E se assim for só resta ao Ministro da Educação, na segunda-feira, resolver o Problema dos Professores.
Porque como o governo sempre disse, não poderia beneficiar uma única carreira (a dos professores) não resolvendo os problemas de outras carreiras. E se amanhã surgir um acordo não existe outra escapatória para este governo em resolver também a carreira dos professores.
O presidente do sindicato acha necessário que o Governo perceba que os profissionais de educação “não desistem de lutar por uma escola pública de excelência para todos os alunos, independentemente de serem filhos de ricos ou de pobres”.
O Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) anunciou este sábado uma greve de duas semanas, de docentes e não docentes, entre 13 e 19 de novembro, e uma manifestação nacional em Lisboa, no dia 18 de novembro.
Esta manhã, em Coimbra, numa conferência de imprensa, o presidente do sindicato considerou necessário que o Governo perceba que os profissionais de educação “não desistem de lutar por uma escola pública de excelência para todos os alunos, independentemente de serem filhos de ricos ou de pobres”.
“Num ano de crescimento económico e receita fiscal extra de mais de dois mil milhões de euros, não podemos continuar com dezenas de milhar de alunos com falta de professores, psicólogos, terapeutas, assistentes operacionais e com profissionais de educação desconsiderados, exaustos e roubados nos seus direitos”, sublinhou André Pestana.
O líder sindical considerou que a atual proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2024 “não investe, efetivamente, na escola pública, nem na dignificação de todos os que lá trabalham e estudam”.
“Queremos alertar os pais e a sociedade em geral que, se nada for feito, o próximo OE irá aprofundar a degradação da escola pública e a qualidade de ensino dos nossos filhos, comprometendo de forma irreversível o seu futuro”, salientou.
Segundo o presidente do STOP, a decisão de avançar com um “novembro de luta”, no mês da discussão do OE, foi tomada na quinta-feira à noite, numa reunião online, por mais de 100 comissões sindicais e de greve.
A greve nacional de 13 a 29 de novembro será organizada em cada escola e agrupamento, como no ano letivo anterior, através dos fundos de greve, “que são 100% legais, com total autonomia e decisão democrática dos docentes e não docentes de cada estabelecimento”.
O último dia coincide com a data da votação final do OE 2024 na Assembleia da República, para pressionar que o documento “reflita, de facto, as necessidades que a escola pública tem e que não estão refletidas”.
A manifestação nacional de 18 de novembro vai realizar-se do Ministério da Educação até à Assembleia da República.
“Nós não pedimos felicidade, apenas um pouco menos de dor”. (Charles Bukowski)
A História da Educação, nos tempos que correm, está marcada pela engenhosidade e inventividade políticadesde 2005, em que as políticas educativas se fundem com as convicções dos governantes e confundem o superior interesse público da “res publica” com acções pessoais autocráticas, de personalização do poder e do líder, autoritário e sem controlo, despótico. Em que impera a ditadura da maioria, de rompimento disruptivo e de forma distópica com a normalidade; de opressão totalitária sobre a legalidade, a regularidade e o consuetudinário.
É a realidade que se passa hoje na Escola Pública e a verdade que atormenta professores e educadores. A escola-arena consubstancia-se em Portugal no início do século XXI, a partir de 2005/2006, facto confirmado pelo próprio Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, que em declarações à Sic Notícias, em 2015, afirmou: “os professores foram vítimas de uma guerra injusta decretada num conselho de ministros de que fiz parte em 2006”.
Carlos Calixto
Está validada a guerra, em forma de guerrilha institucional permanente com o professorado, tendo como grandes vítimas além dos docentes, os alunos, a Escola Pública, a qualidade do sistema educativo, da sofrívilidade à mediocridade do ensino-aprendizagem. Ora de forma sub-reptícia, ora de forma explícita, o verdugo e o chicote político fere incessantemente os professores, numa tormenta persecutória que é já “assédio moral laboral”.
Vivemos o estranhamento da negatividade negacionista da centralidade do professor no sistema educativo. Uma descentralidadepremeditada e paulatinamente implantada pelo Estado. Cujo objectivo político é minar a autoridade do professor, ao disseminar, diluir o poder e arbítrio, controle e mando docente. Foi morrendo o direito legal de decisão e de se fazer obedecer. Acabada está a autoridade do professor. Afirmado está o poder político autocrático de cultura anti-escola, anti-professor e anti-educação.
Harari valoriza lidar com as mudanças e manter o equilíbrio mental no ignoto.A conjuntura actual é de indignação e revolta dos professores. De libertação da consciência de classe e da “revolução” há muito adiada. “Numa época dementiras universais, dizer a verdade torna-se um acto revolucionário”. (George Orwell)
Os professores têm entranhado o comportamentoKafkianodo MEe a vivência do desprezo, ostracismo e abandono. Dói! “O poder ilimitado nas mãos de pessoas limitadas sempre leva à crueldade”. (AleksandrSolzhenitsyn)
Politicamente falando, analisados os factos com visão histórica, concluímos da premeditação, planeamento, consciente má-fé, método e rigor, assertividade cirúrgica e escolhas minuciosas dos ataques às vertentes vitais da profissionalidadedocente. Falamos do octograma do mal. No sentido das oito ideias maquiavélicas postas em marcha: desmantelamento do Estatuto da Carreira Docente (ECD); “quadridentis” ataque à carreira, avaliação-progressão, digito-burocracia, administração e gestão escolar; detonar a autoridade e respeitabilidade docente; cianetamento do clima de escola e toxicidade-relações humanas; negação e menosprezo pela proposição, negociação e concertação.
O esvaziamento da essencialidade docente, conduziu à menoridade intelectual da figura do professor, agora funcionalizado e cada vez mais proletarizado pelos governos, numa imposição ministerial-tutelar ridículo-farsante do “faz tudo”; menos a sua missão central de pedagogo eintelectual, com autonomia e poder de decisão. Ao invés do panorama “pidesco” de vigilância apertada e “prestação de contas” humilhante, no pensar e no sentir dos professores.
O professor finge o que não sente e representa o que não é. Viola violentamente a sua própria consciência, com a ética deontológica em conflitualidade, e vê a sua axio-profissionalidadeconspurcada, numa miríade de tarefeiro-estafeta “burrocrático”. Princípio e insultodestruidor da auto-estima. A profissão não é mais fruição, atracção, valorização e realização pessoal. Para mais, quando é o próprio ministro da Educação, João Costa, a assumir publicamente que apenas 50% dos professores poderiam sonhar alcançar os três últimos escalões da carreira.
Não há motivação porque a escola-arena infantiliza a intelectualidade e maturidade do pensamento docente; é uma escola de diminuta e infinitesimal exigência e do sucesso escolar ficcionado exponenciado, na valência do “faz de conta”. Que choca o professorado na sua proximidade com o facilitismo e aproximação ao grau zero. A massa crítica docente é descrente na “escolinha dos projectos”, endeusada de “inovação” e “felicidade”.
Na escola-arena, a visão política liliputiana do professor-pigmeu faz vingar a importância raquítica da dimensão tecnológica, que não a humana e humano empenhamento dos professores, na miragem invertida e desfocada da sua medida de grandeza, em forma de “circusprovocatioabsurdum”, rumo a tempos “apocalípticos” na educação. Temos o “munduseducatus” de patas para o ar, “daquele que não é conduzido” – o aluno.
De sobra temos a burocracia estupidificante e embrutecedora “É fartar, vilanagem”. Quanto menos burocracia melhor. O professor não é burocrata.A burocracia é depreciativa do trabalho do professor. O professor é intelectual. Precisa da “ociosidade do tempo livre” para poder pensar e preparar as aulas.
Impõe-se um pacto social e político a médio-longo prazo, um novo contrato para a Educação, que recentralize a figura e a autoridade do professor na organização escolar.
Há a contingência emergente da tecno-ciência e da acção pedagógica online. A submissão da humana performance docente à ciber-cultura tecno, exponenciada pelas redes sociais, colide numa dialéctica tensional entre elementos contrários.
A mediatização e o espaço público operam a mudança e transição da “intimidade” da sala de aula para a “extimidade” da escola, num determinismo reducionista e solucionismo apressados, de pensamento único imposto, em nome da escola do futuro e das novas gerações digitalmente nativas e incapazes imberbes analógicos.
Comunicacionismohiper-mediatizado cibernético, em função à máquina, ao computador e ao tablet, contrário e ao arrepio da solidez temporizada das “humanum” ensino-aprendizagens dos professores; ficando a faltar a conexão e a alteridade do Outro, do interlocutor, do primado do humano, agora secundarizado. Donde, a perda da interacção dos sujeitos professor-aluno, com a imediaticidade a troncar o normal processo de socialização.
A virtualidade e “modus operandi”da pedagogia online, na actual Escola Pública em metamorfose, descentra o professor e descentra a proeminência da palavra do professor, “mutatismutandis”, com descrédito valorativo e nada atractivo para o capital humano e social – subvalorizado e deflaccionado do professor.
Urge acabar com a reduflação do professor e ressignificar o humano na clássica relação da escola de sempre, com os alunos do séc. XXI, 3º milénio d.C., que já nasceram “conectados” às telas, ecrãs e filtros; viciados e isolados socialmente nos recreios das escolas por treinamento contínuo com os smartphones. Sendo os telemóveis uma extensão da sua própria idiossincrasia, de “olhos em bico” em pequenos monitores, dedando freneticamente.
Estar cara a cara, o respirar e o sentir a cumplicidade professor-aluno, o pulsar de interacçãoe emocão e o olhar de duas pessoas, é muito diferente de qualquer interface e de uma qualquer interactividade.
Ser professor é ser humano; não é ser máquina automática, numa escola “travestida” de digitalizações e Inteligência Artificial (IA), apagantedo “homo sapiens”. O sinal e estímulo telemático do paradoxal coercivo tem de acabar já, e o professor, sem demoras, tem de voltar a ocupar a centralidade natural da sua relevância institucional na escola, na comunidade e na sociedade portuguesa.
A escola-arena metamorfoseada, da apologéticapolítica digital, do ChatGPT e da IA faz uma rupturacom a ancestral continuidade educativa, algo deabsolutamente estranho à emocionalidade, centralidade e significação humana e de valores humanistas do professor; em vivência de subalternidade a uma ciber-cultura invasora e arrasadora de métodos, pedagogias, didácticas, hábitos, valores e cultura de escola. O assalto assumido e a assumpção de uma nova “territorialização” que assusta e intimida. De eficácia fracassada e comprovada.
Vem vencendo o projecto tecnológico e tecnocrático e perdendo o projecto humano e de auto-realizaçãohumanista. E o erro, o erro está em pensar que o devir é tecnológico e o passado é antropocentrista, secundarizando e descentrando o papel do professor.
Nada mais errado por parte das “iluminárias das trevas” do ME, deslumbradas com o imediatismo efascínio de digi-modas que agora cá chegam, mas que no estrangeiro avançado e culto, nomeadamente na Europa do Norte, estão a ser abandonadas. Com a agravante da perda da identidade do professor. Facto é que o poder político legitimou e afirmou o primado do wi-fi e do tecno– ensino-aprendizagem, em detrimento da pessoa humana do professor.
O professor vê-se encurralado, emparedado, perdido num labirinto que o esmaga entre a “obsolescência” de toda uma vida profissional em concreto, e a “insânia” da tutela na insistência de ambiguidades, projectos e contradições dialécticas doentias, ao martelar o “entranhar o estranhamento”, numa atitude provocatória do ME, que tem como resposta a resistência de toda a classe docente. Liderar não é impor. Liderar é despertar no outro a vontade indomável de acreditar e fazer. Não se reforma por Decreto!
O Governo e o Ministério da Educação (ME) estão a precisar de uma operação de catarse em larga escala, para limpeza conceptual e purificação ideológica. “The Great Reset”. Apagar para começar a grande reinicialização.
É que o “deliriumtremens” de mirabolantes melhorias e sucesso educativo nas aprendizagens “pandémicas”, não passa de uma monumental esquizofrenia e surreal mentira.
A escola-laboratório de projectos falhados, de experiências estrangeiras e influxos “importchanges” falhadas, fundamentalista anti-papel por troca com o e-book de formato digital, de ideários fervilhantes, é tempo devoltar à escolaintemporal da axiologia humanista, das pessoas e para as pessoas, tendo como Maestro o Professor.
Só as vítimas da dor sentem a dor e a intensidade do sofrimento da dor que tanto dói e destrói. Entender a dor do Outro é pensar, passar e sentir a mesma doída dor.
“A espécie de felicidade de que preciso não é tanto fazer o que quero, mas não fazer o que não quero”. (Rousseau)
Disse.
Nota: professor que escreve de acordo com a antiga ortografia.
Os alunos estão a escrever pior? São vários os colegas que confirmam nesta peça da CNN e eu acrescentaria que estão a perceber muito pior qualquer pequeno texto ou instrução escrita ou mesmo oral, se não for explicadinha às migalhinhas. Cada vez mais, é necessário entrar em detalhes que há uma década eram desnecessários para que os alunos de 5º-6º ano (a minha “clientela”) entendam o que se pretende com algo como“preenche o quadro seguinte com um território do Império Português no século XVIII” (atenção que não é de memória, pois antes vem um mapa com os nomes) ou “de todos os territórios assinalados no mapa, do qual vinham mais riquezas para Portugal?”
A aula vai começar e, enquanto os alunos vão entrando, inicia-se o ritual que se repete várias vezes ao dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Dado que os computadores das salas de aula, em avançada fase geriátrica, com mais de uma década, com software e hardware desatualizados, não oferecem garantias de bom funcionamento e deixaram de ser opção confiável, o professor retira da sua mochila o computador pessoal, o rato, a pequena coluna de som, o adaptador para ligar o cabo VGA do videoprojetor e o hotspot que garantirá uma internet razoável sempre que a rede WiFi da escola falhar, pois todos sabem que isso acontece amiúde e quando está disponível move-se apenas em duas velocidades – devagar e devagarinho. Quanto ao sumário, já nem se tenta registar na aula, pois o programa informático para o efeito (designado por E360, embora lhe assentasse melhor EZero), da responsabilidade direta do Ministério da Educação e pago com o dinheiro dos contribuintes, é uma vergonha inominável: lento e nada intuitivo, incapaz de devolver estatísticas e relatórios significativos, ou sequer numerar os sumários automaticamente, não permite a justificação de faltas pelos encarregados de educação (daí resultando um acréscimo de trabalho burocrático) e mantém alertas de excesso de faltas, na página de entrada, relativos a alunos que estão agora, três anos depois, a concluir o Secundário noutras escolas. Brilhante! Fechado este parêntesis e reunida a parafernália tecnológica que parece ser suficiente para uma aula mais envolvente, dinâmica, motivadora e enriquecedora, passamos à próxima fase de desenvolvimento do processo educativo: no meio do calor sufocante que faz com que os alunos já tenham tirado umas folhas dos cadernos para improvisarem uns leques, pois isto não é bem uma aula, é uma visita de estudo a uma sauna, liga-se o videoprojector, que grita (numas salas com mais ruído que noutras) há muito tempo por substituição e logo surge no ecrã o aviso que já ninguém nota: “substituir lâmpada”! Logo de seguida, surge também o pedido do professor a que os alunos já se habituaram: “apaguem as luzes e desçam os estores, por favor” (aqueles que se conseguem descer, pois muitos estão avariados, esperando por intervenção da autarquia há longos meses). Mesmo assim.… com a sala escurecida no máximo das possibilidades, o que se consegue vislumbrar no ecrã é pouco mais que uma imagem ténue, desfocada e difusa, pois a lâmpada do videoprojector já ultrapassou há muito o seu tempo útil de vida e faltam lumens, precisamos de lumens, e não há lumens!
Também precisamos de recuperar o tempo de serviço congelado, precisamos de ter menos turmas por professor, menos alunos por turma, menos falta de professores (com a devida qualificação científica e pedagógica) menos indisciplina e mais respeito, menos falta de técnicos especializados, psicólogos, terapeutas, mediadores sociais, professores de apoio e educação inclusiva, menos instabilidade e mais justiça nos concursos de colocação de professores, menos hipocrisia política e mais verdade, com efetivas ajudas de custo à deslocação e alojamento, menos professores qualificados a abandonar o sistema e uma carreira mais atrativa que cative os melhores, menos medo e mais direitos e poder deliberativo dentro da escola, menos absolutismo e mais inteligência emocional na gestão escolar, menos competição e menos injustiças no processo avaliativo, menos burocracia, menos papéis, menos redundâncias, tabelas e grelhas, mais tempo para pensar, ler, estudar e organizar, menos pressão para um sucesso estatístico e mais confiança no trabalho dos professores, menos foguetório panegírico nos Planos de Atividades e mais auditórios dignos desse nome, que abram portas a mais Cultura e Cidadania.
Enfim, precisamos de tudo isto e muito mais, mas o professor Ricardo, naquele dia e àquela hora, precisava mesmo era de lumens, e lumens era o que não havia, e quase nada se via, mesmo com as luzes apagadas e cartolinas pretas, coladas de improviso, nas janelas novas com estores velhos e danificados. Ainda assim, e apesar de todas estas limitações, a aula avança, o trabalho decorre, há textos para ler e analisar, animações, vídeos, tabelas, mapas, gráficos e outros documentos para ilustrar, interpretar, demonstrar e explorar, e lá vão trabalhando… professor e alunos, em colaboração constante, “navegando à bolina” da tecnologia disponível, mesmo que às vezes, quando se pretende registar e preencher no quadro, com a participação dos alunos, um esquema, um mapa de conceitos, um friso cronológico, ou fazer qualquer tipo de anotação, seja necessário desligar o projetor e subir o ecrã, pois o quadro (que tem 40 anos e também já pede reforma) fica por detrás do ecrã onde se projeta a imagem do videoprojetor. Logo depois, voltaremos a ligar o projetor, descer o ecrã e continuar a aula, com as condições que (não) temos! Podíamos trabalhar só com o manual e com fotocópias, acetatos, retroprojetores, ou com mapas pendurados no quadro, cassetes VHS e aulas meramente expositivas? Poder, podíamos, mas… não era a mesma coisa! Agora, há mapas interativos, e animações 3D, e visitas virtuais a monumentos e outros destinos de interesse histórico e patrimonial, e Google Arts & Culture, e tantas outras bibliotecas digitais e plataformas de recursos educacionais, gamificação e avaliação formativa, enfim, ferramentas que enriquecem o processo educativo e que devem estar disponíveis para todos, em todas as aulas, em todas as salas, em todas as escolas! Naquela sala de aula, naquele dia, a aula chegou ao fim e, apesar do calor sufocante e de todas as limitações, trabalho foi feito, aprendizagem foi conseguida, com a dedicação e empenho de professor e alunos! Como acontece em tantas salas de aula semelhantes, e com tantos milhares de alunos e professores por este país fora! Com vergonha alheia de um ministro e um governo, que (mal)trata assim a Escola Pública e todos aqueles que lhe dão vida e sentido! E que merecem mais, muito mais, em particular, Respeito, Justiça, Valorização e… Investimento!
Aquela aula terminou, mas o dia continuou, outras aulas se seguiram e à noite houve trabalho de direção de turma para fazer, documentos para preencher, dados para coligir, registos diversos para inscrever em papeladas sem fim, aulas para pensar e organizar, correspondência eletrónica para colocar em dia, um sem número de tarefas, que consomem e aspiram tempo da vida pessoal e familiar, muitas vezes adiada e irrecuperável. É assim a vida de um professor, com a sorte de ter a família sempre por perto e a estabilidade profissional que muitos milhares de colegas ainda não alcançaram! E é por tudo isto, e por todos nós, que vale a pena continuar a lutar, em defesa da Escola Pública, de uma Educação de Qualidade, e de um País com futuro! Aos pais, e respetivas Associações, que leram este texto, deixo a pergunta direta e sentida: o que falta ainda, para chegarem?
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Está nas ruas um cartaz “publicitário” de propaganda do governo, no qual se pode ler “Governar a pensar nas pessoas”. Suponho que esta frase e o cartaz, sem dúvida sugeridos pelos seus “assessores de imprensa”, surgiram como tentativa de contrariar uma evidência: este governo desistiu, há muito, de governar para as pessoas e está apenas a governar para as estatísticas económicas. António Costa e Medina querem ultrapassar Salazar na sua preocupação com as “contas certas”, nem que para isso tenham de destruir o Serviço Nacional de Saúde, o sistema público de ensino, o sistema de justiça e a classe média. Com uma hipocrisia política inqualificável, este governo adota políticas contra as pessoas e manda colocar cartazes nas ruas para as tentar convencer do contrário.
Podia apresentar, agora, alguns parágrafos com argumentos que sustentassem o que acabei de afirmar. No entanto, mais do que em fundamentos ou argumentos, as políticas e a propaganda de António Costa e de Medina esbarram de frente com a REALIDADE.
Aqui ficam alguns factos noticiados nos últimos meses em Portugal, com indicação das respetivas fontes:
“Grávida enviada para casa com bebé morto na barriga por falta de vaga no Beatriz Ângelo” – CNN Portugal, ontem, às 14:27
“Segundo o portal da transparência do SNS, em abril de 2022 um total de 1.299.016 milhões utentes não tinham médico de família atribuído, número que aumentou para 1.678.226 um ano depois. Perante isso, o número de utentes acompanhados por esses especialistas de medicina geral e familiar baixou de cerca de 9,1 milhões para pouco mais de 8,8 milhões no mesmo período, indicam os dados oficiais.” – Lusa/DN, 18 Maio, 2023, 07:44
“As cativações finais em 2022 ascenderam a 444 milhões de euros, o valor mais alto desde 2019, segundo um relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) publicado esta quinta-feira. De acordo com o relatório “Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2022” do CFP, as cativações iniciais sobre a despesa na administração central ascenderam a 1.017 milhões de euros no ano passado, às quais acresceram cativações realizadas durante a execução orçamental de 67 milhões de euros, totalizando 1.084 milhões de euros.” – Lusa/ECO, 11 Maio, 2023
“Os lucros agregados dos cinco maiores bancos que operam em Portugal somaram 1.994 milhões de euros no primeiro semestre, num aumento de 58,4% em termos homólogos, segundo contas da Lusa. Assim, a soma dos resultados líquidos destes bancos foi superior à registada no final dos primeiros seis meses de 2022 em 735 milhões de euros, continuando estes a serem impulsionados pelo aumento das taxas de juro nos créditos.” – Lusa/Observador, 28 jul., 2023, 21:33
“O ano de 2022 fica marcado pela crise e subida galopante dos preços dos alimentos, mas os dois grandes grupos nacionais de retalho alimentar – Jerónimo Martins e MC – registaram resultados positivos. Em conjunto, as empresas detentoras dos supermercados Pingo Doce e Continente somaram lucros de 769 milhões de euros no ano passado.” – DinheiroVivo, 23 março, 2023, 07:00
“Aulas começam com cerca de 80 mil estudantes sem professor a uma ou mais disciplinas. Zona sul do país é a mais afetada com falta de docentes, mas o problema alastra-se a todas as regiões. Entre setembro e outubro, mais 726 docentes vão aposentar-se.” – DN, 12 Setembro, 2023, 01:34
“Falta de professores: Matemática e Português são casos mais críticos. A realidade mostra que a profissão de professor está em declínio, sobretudo em disciplinas centrais. Matemática perdeu mais docentes, enquanto Português tem os mais envelhecidos.” – SIC NOTÍCIAS, 02 out., 2023, 14:08
“Zona euro registou um défice de 3,3% do PIB, no terceiro trimestre de 2022, com Portugal a apresentar o segundo maior excedente das contas públicas (1,2%). A zona euro registou um défice de 3,3% do PIB, no terceiro trimestre de 2022, e a União Europeia (UE) de 3,2%, com Portugal a apresentar o segundo maior excedente das contas públicas (1,2%), divulga o Eurostat.” – Lusa/Observador, 23 jan., 2023, 10:09
“As classes médias portuguesas estão entre as que têm menor poder de compra dentro da União Europeia (UE), revela um estudo do EconPol, uma rede europeia de universidades e centros de investigação que avaliou os rendimentos, o custo de vida e os impostos de 28 países. A classe média alta portuguesa seria média baixa em Espanha ou Itália.” – JN, 08 outubro, 2023, às 08:03
“O Ministério das Finanças ainda controla a grande fatia das cativações, conclui a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) no relatório de apreciação à proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2024, publicado esta quarta-feira. Os instrumentos de controlo de despesa totalizam 2.521 milhões de euros no OE, dos quais mais de dois terços, isto é, 1.697 milhões, ainda estão dependentes do “ok” de Fernando Medina para serem libertados, de acordo com o mesmo documento.” – CNN Portugal, 25 de outubro 2023, às 15.42
“Em diversos pontos do país, o défice crónico de oficiais de justiça agudizou-se em 2021, revelam os mais recentes relatórios das 23 comarcas judiciais portuguesas. Para além disso, não abrem concursos para esta carreira há vários anos. “Se a administração central mantiver a não-contratação de novos funcionários e a não promoção a cargos de chefia, a curto prazo assistiremos a um colapso dos serviços”, escreve no seu relatório o juiz que dirige a comarca de Braga, João Paulo Dias Pereira.” – Expresso, 21 março, 2022, 07:58
RESUMINDO E CONCLUINDO: segundo os meios de comunicação social portugueses, não há médicos suficientes no SNS, nem professores suficientes nas escolas públicas, nem profissionais suficientes nos tribunais para atender os mais pobres ou para atender a classe média, mas as contas públicas do país revelam um excedente, à custa de cativações, e as grandes empresas e os grandes bancos, em alguns casos dominados por grupos financeiros internacionais, estão a aumentar consideravelmente os seus lucros nos últimos anos. E um governo que não resolve os problemas na Saúde, nem na Educação, nem na Justiça, apesar de ter disponibilidade de verbas públicas para isso e que, ao mesmo tempo, permite a concentração da riqueza produzida no país nas mãos de meia dúzia de multimilionários nacionais e estrangeiros, é o mesmo governo que quer que nós acreditemos que está a “governar a pensar nas pessoas”?!?! Eles estão é a governar a pensar (no futuro de algumas) pessoas, por exemplo, no de António Costa e no de Medina. Ainda se arriscam os dois a ganhar uma “medalha europeia”, nem que para isso tenham de destruir o que o socialismo e a social-democracia construíram em Portugal nos últimos 50 anos…
Nesta Entrevista Dura, o líder do STOP diz que vai processar Renata Cambra (do MAS) e explica porque fez cair a anterior direção do STOP. Revela convites e ataca o PCP e o BE. E jura que sabe pouco sobre o novo partido Mudar, mas não o descarta no futuro.
Tem sido umannus horribilispara André Pestana. Em plena consolidação do STOP – o sindicato de que é o principal rosto desde a criação, em 2018 – e, quando o setor da educação está na ordem do dia há meses, rebentaram-lhe guerras internas por todo o lado. Primeiro no partido MAS, de onde saiu por alegadamente estar envolvido na criação de um novo partido, o Mudar. Daqui nasceu um conflito aberto dentro do STOP, que levou à queda da direção (de que fazia parte) é à eleição de uma nova (de que faz parte, mas já sem os críticos). No STOP e no MAS acusam-no de sequestrar emails e senhas de redes sociais. Defende-se de tudo nesta entrevista em Coimbra.
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A Greve Nacional da Administração Pública teve uma elevada adesão nos diversos setores, o mesmo acontecendo na Educação, com cerca de 90% das escolas sem aulas. Os efeitos desta greve foram sentidos nos jardins de infância, nas escolas básicas e secundárias e, também, no ensino superior, onde muitos docentes e investigadores aderiram à greve.
Para este dia praticamente sem aulas contribuiu a conjugação da greve dos docentes com os não docentes, tendo a adesão dos trabalhadores não docentes provocado, mesmo, o encerramento total da esmagadora maioria das escolas em que não houve aulas.
Desde 2018 todos os anos é publicada a lista de acesso ao 5.º e ao 7.º escalão com os docentes que obtiveram vaga.
Desde então a lista definitiva a cada ano que passa tem sido publicada cada vez mais tarde.
Em 2018 foi publicada no dia 1 de junho e só no ano seguinte voltou a ser publicada nesse mês. Em 2020 já foi publicada em julho e em 2021 no fim de agosto. O ano passado foi publicada a lista definitiva de acesso ao 5.º e ao 7.º escalão apenas no dia 15 de novembro.
Este ano tudo aponta que o atraso na publicação desta lista siga o exemplo do ano passado e que só em novembro a mesma seja publicada. Mas quem considere que o sucessivo atraso também vigore este ano, então apontem para o mês de Dezembro.
A aula vai começar e, enquanto os alunos vão entrando, inicia-se o ritual que se repete várias vezes ao dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Dado que os computadores das salas de aula, em avançada fase geriátrica, com mais de uma década, com software e hardware desatualizados, não oferecem garantias de bom funcionamento e deixaram de ser opção confiável, o professor retira da sua mochila o computador pessoal, o rato, a pequena coluna de som, o adaptador para ligar o cabo VGA do videoprojetor e o hotspot que garantirá uma internet razoável sempre que a rede WiFi da escola falhar, pois todos sabem que isso acontece amiúde e quando está disponível move-se apenas em duas velocidades – devagar e devagarinho. Quanto ao sumário, já nem se tenta registar na aula, pois o programa informático para o efeito (designado por E360, embora lhe assentasse melhor EZero), da responsabilidade direta do Ministério da Educação e pago com o dinheiro dos contribuintes, é uma vergonha inominável: lento e nada intuitivo, incapaz de devolver estatísticas e relatórios significativos, ou sequer numerar os sumários automaticamente, não permite a justificação de faltas pelos encarregados de educação (daí resultando um acréscimo de trabalho burocrático) e mantém alertas de excesso de faltas, na página de entrada, relativos a alunos que estão agora, três anos depois, a concluir o Secundário noutras escolas. Brilhante! Fechado este parêntesis e reunida a parafernália tecnológica que parece ser suficiente para uma aula mais envolvente, dinâmica, motivadora e enriquecedora, passamos à próxima fase de desenvolvimento do processo educativo: no meio do calor sufocante que faz com que os alunos já tenham tirado umas folhas dos cadernos para improvisarem uns leques, pois isto não é bem uma aula, é uma visita de estudo a uma sauna, liga-se o videoprojector, que grita (numas salas com mais ruído que noutras) há muito tempo por substituição e logo surge no ecrã o aviso que já ninguém nota: “substituir lâmpada”! Logo de seguida, surge também o pedido do professor a que os alunos já se habituaram: “apaguem as luzes e desçam os estores, por favor” (aqueles que se conseguem descer, pois muitos estão avariados, esperando por intervenção da autarquia há longos meses). Mesmo assim.… com a sala escurecida no máximo das possibilidades, o que se consegue vislumbrar no ecrã é pouco mais que uma imagem ténue, desfocada e difusa, pois a lâmpada do videoprojector já ultrapassou há muito o seu tempo útil de vida e faltam lumens, precisamos de lumens, e não há lumens!
Os professores explodiram de indignação e exaustão em Novembro de 2022. Ninguém os poderá acusar de terem cruzado os braços. Rebocaram os seus intermediários, os sindicatos, e abalaram a inamovível inércia governativa. Há inúmeros sinais de uma nova explosão, que se tornou um movimento cíclico e estrutural desde 2008. São notórios os instrumentos de proletarização dos professores, de fuga a esse exercício fundador do ensino e de queda da escola pública. A situação agrava-se com tanta dificuldade em ouvir. Perdem os profissionais da educação e perdem os alunos e a democracia.