As propostas do BE, do PCP e do PAN foram aprovadas para a criação do grupo de recrutamento de Intervenção Precoce. O governo tem, agora, nas mãos “o menino”. Por estranho que pareça, a bancada do PS foi o única a votar contra a criação deste grupo de recrutamento.
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Há quem esteja a ver a pandemia como uma oportunidade de mudança de certos paradigmas instituídos. Na questão da avaliação dos alunos e das suas aprendizagens este tema é recorrente.
A defesa do abandono dos testes como ponto central da avaliação é hoje em dia um debate aceso. A impossibilidade da idoneidade na realização de testes à distância, trouxe uma adaptação forçada de elementos avaliativos. Os defensores do método “alternativo” viram a oportunidade e estão a aproveitá-la, contra a frustação dos que defendem os testes como única e exclusiva forma de aferir conhecimentos.
Diretores e professores concordam: o sistema avaliativo tradicionalmente aplicado na vasta maioria das escolas deve ser alvo de uma reforma. Uma transformação que pode ser instigada pela adaptação que as escolas já foram obrigadas a fazer, devido ao ensino à distância.
iretores e professores consideram que este é apenas um passo no caminho certo, aquele que já deveria ser o da educação, e que as escolas devem aproveitar esta oportunidade para mudar o paradigma.
“Toda a gente dá valor” a um teste escrito, “professores, pais e alunos”. “Até dá a ideia de que se não houvesse testes escritos o aluno não poderia ser avaliado, e pode”, diz o dirigente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
A discussão adensa-se com o anúncio da possibilidade de um próximo ano letivo híbrido (com ensino presencial e à distância), por força da ausência de uma vacina que trave a atual pandemia de covid-19. Pode este critério de avaliação prevalecer com a mesma ponderação? Filinto Lima diz que “há outros critérios que devem ter maior ponderação, como a apresentação oral de trabalhos”.
Questionado pelos jornalistas a propósito das palavras da ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, que garantiu que os cortes salariais “não serão a primeira opção” do Governo num cenário de austeridade, Marcelo Rebelo de Sousa lembra “que isso terá de ser ponderado no quadro de um orçamento complementar que ainda está a ser ponderado”.
Há quem não concorde com as diretrizes do governo sobre as aulas no 11.º e 12.º ano, continuando a assegurar aulas não presenciais aos alunos que não vão à escola. Isto sim, é um ato de revolução, de profissionalismo e ética.
A presença nas aulas presenciais que arrancaram no dia 18 de maio para os 11.º e 12.º anos não é obrigatória, mas “grande parte dos alunos estão a ir” e “o número deve aumentar à medida que o tempo passa”. A certeza é de Filinto Lima, dirigente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). Para aqueles que faltem, a escola não está, de acordo com as diretrizes do Governo, obrigada a garantir-lhes o ensino à distância, a não ser aos alunos que pertençam a grupos de risco (mediante apresentação de um atestado). Mas há professores que têm ido além do seu horário laboral nas salas de aula para garantir o acompanhamento de todos.
Enquanto o SE da Educação fala em como o E@D foi um remendo, dadas as circunstâncias, para que o ano letivo não terminasse na Páscoa, o ministro da Economia fala em revolucionar tecnologicamente a Educação. Avançar com o Plano de Educação Digital parece que é uma prioridade. Será que depois de tudo o que se fez até agora à custa dos professores e alunos, vão dar-nos condições de trabalho? Espero bem que sim. Que isto não seja mais um plano para “inglês ver”, sugando os professores e alunos, tal como desenvolvendo fossos sociais entre a comunidade educativa.
Nas ultimas declarações do primeiro ministro sobre o assunto, o mesmo anunciou que, para combater as desigualdades, pretende que todos os alunos tenham acesso a equipamentos e internet. Para alguns alunos será um “esforço” para breve, mas a medida será “universal” no próximo ano letivo. Resta saber se o governo e a escola vão continuar a viver à custa dos computadores dos professores…
O Plano de Educação Digital tem de ser acelerado no próximo ano letivo. O ministro Pedro Siza Vieira diz que o projecto está já em curso e não pode esperar mais, até para precaver uma eventual segunda vaga da pandemia de Covid-19.