18 de Junho de 2020 archive

Propostas De Horários Para O “B-Learning” – 2020/2021

 

A indefinição do futuro nunca foi tão notória como agora, programa-se a curto prazo dando pequenos passos no sentido que se julga como mais certo.

Na Educação os passos têm sido pequenos, experimentando e analisando os resultados na perspetiva de se ter uma visão do que poderá acontecer no início próximo ano letivo.

A hora do pânico e do não se saber o que fazer já passou, os professores estão a trabalhar com os seus alunos tendo adotado as estratégias que julgaram apropriadas e necessárias. Nem tudo correu bem, nem tudo corre bem, as contingências são inúmeras e enormes, mas cada um está a dar o seu melhor dadas as circunstâncias e a falta de preparação que todos tinham e ainda têm.

O final deste ano letivo, embora tivesse sido alargado, está a chegar a passos largos. Em relação ao próximo ano letivo não convém pôr a carroça à frente dos bois, mas convém estar preparado para todas as possibilidades.

O terceiro período foi caracterizado pelo Ensino Remoto de Emergência através do «E-learning», o processo de ensino-aprendizagem interativo e à distância que faz uso de plataformas web, cujos recursos didáticos são apresentados em diferentes suportes e em que, no caso de existir um formador, a comunicação com o formando se efetua de forma síncrona (em tempo real), ou assíncrona (com escolha flexível do horário de estudo), o próximo ano letivo não pode funcionar da mesma forma.

Tem-se falado muito do «B-learning», o processo de ensino-aprendizagem que combina métodos e práticas do ensino presencial com o ensino à distância, mas ainda não se pode dizer que vamos trabalhar com este método de ensino, o avançar ou não da pandemia ditará como se iniciará o próximo ano letivo. Mas convém traçar todos os cenários possíveis, convém estar preparado para tudo.

Nesse sentido temos que ter em conta as especificidades dos diversos ciclos de ensino, logo as soluções devem diferir de uns para os outros.

As Creches e o EPE deverão funcionar em pleno com as diretrizes que já foram emanadas pela tutela e pela DGS. Os outros ciclos terão de se adaptar aos novos tempos, ainda que temporariamente, de forma a garantir um ensino de qualidade e equitativo.

No 1.º Ciclo, as coisas complicam-se nos dois primeiros anos. As crianças do 1.º e 2.º anos não são suficientemente autónomas para que o «B-Learning» possa funcionar em pleno e sem constrangimentos.

Partindo do princípio que haverá abertura da tutela ao desdobramento de turmas e horário duplo, a solução poderá passar por aí. As turmas do 1.º e 2.º anos poderão ser desdobradas (metade dos alunos e metade dos alunos de tarde) para ser possível o ensino presencial na integra. Nestes anos torna-se impossível o «B-Learning» dadas as características da idade alvo destes alunos, da falta de autonomia e do facto de serem anos cruciais nas aprendizagens. Um aluno que não seja bem acompanhado num 1.º e 2.º ano poderá sofrer consequências no resto da sua vida académica.

Quanto ao 3.º e 4.º anos poder-se-á optar pelo ensino «B-Learning». A redução de concentrações de alunos dentro dos recintos escolares é uma das razões que podem sustentar esta opção. O desdobramento de turmas também é aconselhável, ficando as escolas a funcionar em regime duplo para todos os alunos. O sistema de ensino «B-Learning» pode ser dividido em 3 horas presenciais e 2 horas não presenciais através de momentos assíncronos e síncronos, dependendo o horário da decisão dos agrupamentos ao abrigo da autonomia dos agrupamentos. Para a disciplina de Inglês e visto no próximo ano o 3.º ano já estar abrangido pela nova matriz, propõe-se que se elabore uma portaria antecipando a entrada em vigor da mesma, também para o 4.º ano de forma a uniformizar os horários.

Relativamente ao 2º e 3º ciclo, partimos do pressuposto que o ensino presencial irá manter-se nos moldes atuais, ou seja, com um corte de 50% da carga letiva semanal. Não foi incluída a disciplina de Educação Moral e Religiosa por ser facultativa, bem como a Oferta de Escola que varia muito de escola para escola.

* Oferta de escola e Educação Moral e Religiosa não foram incluídas pois não são obrigatórias

* Os horários foram elaborado tendo como base as matrizes de 2º e 3º ciclo em blocos de 50 minutos

Sobre o Ensino Secundário e cursos de formação e profissional, o modelo é semelhante, podendo ser utilizado este formato como base de trabalho.

Será recomendável um aumento de recursos humanos a trabalhar nas escolas durante o vigor destas medidas, uma vez que o desdobramento das turmas assim o requer, tal como a recuperação de aprendizagens referentes ao ano letivo de 2019/2020, traduzindo-se almejada equidade de oportunidades e redução do fosso, produzido neste 3.º período, entre alunos.

Rui Cardoso – Blogue DeAr Lindo

Alexandre Henriques – Blogue ComRegras

 

 

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Educação e pandemia – Eduardo Marçal Grilo

 

Educação e pandemia

Muito tem sido dito e escrito sobre as consequências que a pandemia do coronavírus poderá ter na evolução dos processos educativos, designadamente nas formas como se ensina e aprende nos diferentes níveis de educação desde a educação pré-escolar até ao ensino superior. Trata-se, a meu ver, de uma falsa questão, que deriva certamente de se terem encetado experiências de ensino não convencional designadas como “Ensino a Distância” mas que, como disse o Professor António Mendes numa reunião do Conselho Geral da Universidade de Aveiro, deveriam ser consideradas como “Ensino Remoto de Emergência”.

Vivem-se hoje tempos muito conturbados, mas é nestas alturas que se tem de manter a serenidade e não tratarmos questões de fundo utilizando argumentos de circunstância.

A situação vivida nas escolas portuguesas nos últimos meses constitui uma experiência interessante com mérito indiscutível desde que a consideremos apenas como uma solução provisória e temporária para atenuar e minimizar os graves danos introduzidos pelo aparecimento de um fenómeno externo às escolas, que obrigou ao seu encerramento e ao confinamento de alunos e professores nas suas respetivas casas. Foi nestas circunstâncias que os responsáveis políticos encontraram um conjunto de soluções alternativas que, em certa medida, criaram condições para que pelo menos alguns dos alunos pudessem manter-se minimamente ativos e envolvidos em processos de aprendizagem com alguma utilidade.

Em minha opinião e depois destas experiências que foram realizadas com recurso à televisão e aos meios tecnológicos mais avançados dos computadores, dos telefones celulares e dos tablets, importa que se proceda a uma avaliação séria do que correu bem e do que correu menos bem, sendo certo que haverá seguramente uma conclusão que eu tiro de imediato: o ensino presencial não tem uma verdadeira alternativa nas tecnologias do ensino a distância.

Note-se que, na avaliação que deve ser feita relativamente a todas estas experiências, importa que professores, alunos e pais identifiquem os aspetos negativos, que em minha opinião deverão ser certamente muitos, mas importa também que sejam analisados os pontos positivos, que os há seguramente, os quais podem constituir ensinamentos relevantes não apenas para a melhoria do ensino presencial, mas sobretudo para se colocarem as novas tecnologias ao serviço da educação de uma forma mais interessante e eficaz.

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Assistentes Sociais Sem Reposicionamento Remuneratório e Sem Possibilidade de Acesso para Requererem a Mobilidade

Assistentes Sociais na linha da frente nas Escolas. Sem Reposicionamento Remuneratório á vista (recebem cerca de 200€ a menos mensais) e sem  Possibilidade de Acesso para Requererem a Mobilidade pelo Ministério da Educação!

Numa altura de calamidade, o trabalho dos A.S. quadruplicou, dispararam pedidos de ajuda ás famílias. Entre telefonemas aos alunos e famílias, refeições, distribuição de cabazes com comida e apoio psicossocial, não sobra tempo para quase mais nada. O trabalho dos A.S. é visível entre a comunidade escolar, mas invisível aos olhos de quem merece o reconhecimento, o Ministério da Educação!

Sem Reposicionamento Remuneratório até ao momento, os A.S. vincularam nas Escolas entre Março e Junho (outros ainda aguardam), enterrando assim na Carreira como Técnicos Superiores, quando o termo correto seria Assistentes Sociais, não somos técnicos! Retiram aos A.S. cerca de 200€ a menos e obrigaram muitos deles a meio de março, a mudar de Escola, onde vincularam. Estes não conseguem pagar casa, pagar contas e sustentar a própria família! Foi-lhes prometido o Reposicionamento Remuneratório, através da avaliação de desempenho ou na falta desta, porque as escolas não eram obrigadas a avaliar os A.S., ser contabilizado o tempo de  exercício profissional prestado em escolas. Promessa que ficou na gaveta do Ministério da Educação! Já imaginaram, se fizerem as contas mensais, e retirarem a 1333 (Técnicos Especializados) cerca de 200€ a menos em cada um, quanto o Ministério da Educação arrecada mensalmente? E se alargarmos as contas para anualmente?

Quanto á Mobilidade, muitos dos os A.S. ficaram vinculados a cerca de 300 km de casa, e estão impossibilitados de pedir a sua mobilidade, porque o Ministério da Educação, alega a quem o faça que não terá autorização. Como pode um A.S. subsistir, apoiar alunos e famílias se ele próprio vê negado direitos que lhe são essenciais?

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Hipocrisia à distância: a escola finge ser educadora e os pais fingem que os seus filhos estão a aprender

Hipocrisia à distância: a escola finge ser educadora e os pais fingem que os seus filhos estão a aprender

Não quero aulas online para os meus filhos enquanto enfrentamos uma pandemia mundial. Quero que estejam seguros em casa sem outra preocupação de terem de realizar mil tarefas. Não me interessa se terminarem o ensino secundário aos 17 ou 18 anos. Na frente, isso não vai fazer a mínima diferença. A saúde mental e emocional importa mais do que o conteúdo.
Aceito, com carinho, sugestões de links para visitar museus e vídeos de desenhos educativos. Nem precisaria, mas entendo que as escolas privadas precisam de manter esta caução para justificar o pagamento das propinas.
Não quero que os professores dos meus filhos se tornem, de um dia para o outro, youtubers destreinados que fazem vídeos de qualidade duvidosa. Estes profissionais merecem respeito. Não quero que tenham as suas imagens expostas, que sejam cobradas por algo que não foram contratadas para fazer, e que se Encarreguem com gravações, edição e tudo o mais que envolva fazer vídeos.
Não quero que a minha família tenha mais preocupação além de passar o dia a cozinhar, a limpar, a desinfetar a casa e a passar álcool num saco de mercado. Estamos em modo de sobrevivência. Há uma diferença entre ajudar a fazer os trabalhos de casa e passar três horas por dia a ser responsável por uma obrigação que está na escola e que não consegue cumprir por razões óbvias. Por mais que faças um vídeo intrigante, não se chama Educação.
Não quero que os meus filhos estejam à frente do aluno da escola pública porque aqui há um computador para todos e espaço para eles estudarem. Se todas as crianças não podem seguir aulas online por falta de recursos, não quero que os meus filhos tenham esta “vantagem” porque podemos pagar. A pandemia não pode ser outra razão para alargar a divisão social.
Quero que a escola se reinvente e se reinvente não significa transformar um professor num youtuber, mas aprender a desistir de conteúdos, entender que a aprendizagem vai além do que é dado pela escola e aceitar que o ano letivo já não se enquadra em 2020.
O oposto disso é apenas pretensão. A escola finge estar a cumprir o seu papel e os alunos fingem que estão a aprender. Uma hipocrisia à distância.

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Sérgio Afonso É O Novo Delegado Regional Do Norte

Sérgio Afonso É O Novo Delegado Regional Do Norte

Sérgio António Moreira Afonso, o atual Diretor do Agrupamento de Escolas Gaia Nascente, foi nomeado como novo Delegado Regional do Norte da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares, face à saída do seu antecessor, João Gonçalves, para novo Diretor Geral da DGEstE.

Desde 2015 Diretor do Mega-Agrupamento de Escolas Gaia Nascente (1 Secundária, 2 Básicas EB23 e 8 Básicas 1.º Ciclo), Sérgio Afonso é ainda Membro do Conselho Municipal de Educação de Vila Nova de Gaia e Vice-presidente da Comissão Pedagógica do Centro de Formação de Associação de Escolas Gaia Nascente, sendo reconhecido entre os seus pares como um perito em legislação educativa.

Antes ainda conta com um percurso profissional intimamente ligado ao sistema educativo, onde foi Adjunto do Diretor do Agrupamento de Escolas Gaia Nascente, Subdiretor e Vice-presidente do Agrupamento de Escolas Adriano Correia de Oliveira, tendo exercido funções como Professor Cooperante da Prática Pedagógica do Curso de Professores do Ensino Básico, grupo de recrutamento (110) de onde é oriundo.

Fonte: Comregras

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É preciso menos alunos por turma para o regresso às aulas

 

É preciso menos alunos por turma para o regresso às aulas

O Orçamento Suplementar apresentado ontem no Parlamento pelo novo ministro das Finanças foi anunciado como o balão de oxigénio de investimento público para responder à pandemia. A recuperação económica e o reforço dos serviços públicos foram objetivo anunciado – daí chamarem-lhe suplementar, e não retificativo.

Era legítima a expetativa de quem foi ao Orçamento à procura de verbas suplementares para serviços públicos essenciais que estiveram e estarão na linha da frente do combate à crise e aos seus efeitos, e é compreensível a indignação de quem não encontrou no documento uma única referência à escola pública e às necessidades do próximo ano letivo.

Pelo contrário, quem ler o Orçamento verá que o quadro plurianual de programação orçamental 2020-2023, acrescentado noutras rubricas, mantém inalterado o valor para o ensino básico e secundário e administração escolar em 5708 milhões, e nem mais um euro.

Segundo o Orçamento Suplementar, o próximo ano letivo será igual a todos os anteriores ou, pior, igual aos últimos meses. Ambas as ideias são trágicas. A primeira, porque não é concretizável face à pandemia e não fazer nada só agravará alguns problemas estruturais da escola pública. A segunda, porque se baseia na perigosa ilusão de que o sucesso do ensino à distância depende de equipar os alunos, os docentes e as escolas.

Sem equívocos, o programa de modernização digital é uma boa notícia que só peca por tardia, mas não resolve o problema essencial da educação em 2020/2021. As limitações do contacto educativo à distância não decorrem do acesso a computadores, mas do afastamento das crianças e jovens em relação à escola. Esse afastamento tem consequências pedagógicas e sociais e prejudica até direitos fundamentais das crianças e dos jovens.

É dado adquirido que o ensino à distância agrava as desigualdades. A Fenprof realizou um inquérito a 3500 docentes e 93,5% consideraram que o ensino à distância veio agravar as desigualdades entre os alunos. Particularmente preocupante é a ideia de que, em meados de maio, mais de metade (54,8%) dos professores continuava sem conseguir contactar os seus alunos, mas 70,5% estavam a lecionar novos conteúdos. Há dimensões da escola e da educação pré-escolar que não são substituíveis pelo ensino à distância, mesmo que ele se realizasse em condições pedagógicas perfeitas, o que está muito longe de se verificar. A socialização com os pares e com os docentes, dentro e fora das salas de aula, é um contributo insubstituível no percurso de desenvolvimento das crianças e dos jovens. O confinamento em casa impede essa socialização e prejudica de forma particular as crianças e os alunos com necessidades educativas especiais.

Os danos do afastamento serão tão mais permanentes quanto o tempo que ele durar. O que devia estar no centro do debate não são apenas os instrumentos do ensino à distância, mas as condições para o regresso às escolas em tempos de pandemia. Há muitos fatores que têm de ser tidos em conta, mas há um ao qual não é possível escapar: a diminuição do número de alunos por turma e o acompanhamento dos alunos que ficaram para trás durante este período. Vai ser preciso contratar mais professores, mais assistentes operacionais, mais técnicos especializados.

Sobre isto, nem uma palavra no Orçamento Suplementar. Devemos um agradecimento a todas as escolas que se empenharam na resposta de emergência à distância, mas desengane-se quem viu nela a panaceia para todos os males. O direito à educação desta geração vai jogar-se na possibilidade do seu regresso à escola.

Certamente que a adaptação das escolas à educação presencial em tempos de pandemia custa dinheiro. Mas quanto custará abdicar da igualdade social, da diminuição do abandono escolar, da elevação geral do povo pela educação, conquistas da escola pública? Tudo isto é demasiado importante para ficar resolvido por uma inexistência no Orçamento Suplementar.

 

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João Costa reeleito presidente do TALIS

 

Secretário de Estado Adjuto e da Educação, João Costa, reeleito por unanimidade presidente do TALIS por mais 3 anos. O Teacher Language International Survey é o único estudo internacional que reflete apenas a voz dos professores e diretores sobre o exercício da profissão.

 

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