“Não podemos ter aulas síncronas com a mesma duração das aulas presenciais” João Dias da Silva

 

João Dias da Silva, representante da Federação Nacional de Educação (FNE), sublinha que há ainda algumas “fragilidades que o Ministério da Educação não foi capaz de preencher”, mas destaca o esforço e mobilização dos professores para manterem a atividade letiva.

A falta de material disponibilizado aos docentes pelo Governo, é uma das críticas apresentadas pela FNE.

“A responsabilidade do Ministério da Educação quando põe os professores a trabalhar em casa, para garantirem o funcionamento das aulas remotamente, era atribuir aos professores os computadores que são essenciais para que o trabalho possa ser realizado. E não atribuindo os computadores devia considerar a compensação aos professores daquilo que são as despesas que têm de fazer”, afirma.

João Dias da Silva considera “fundamental” o regresso à atividade letiva, considerando até que “já não devia ter existido este período de 15 dias sem contacto das escolas com os alunos”.

“Os professores estão fazer essa mobilização de todo o seu esforço, de toda a sua experiência adquirida já no ano passado, das formações que também foram fazendo ao longo de todo este tempo – pagando-as muitas vezes do seu bolso – para se atualizarem, para se prepararem para um segundo regresso ao ensino remoto”, diz ainda.

Desde setembro que as escolas e professores têm vindo a preparar a possibilidade de regressar ao ensino à distância. Com esta possibilidade em cima da mesa, “muito trabalho foi feito” antes mesmo da pausa letiva imposta pelo Governo. Apesar da autonomia das escolas para prepararem os horários entre aulas síncronas e assíncronas, João Dias da Silva lembra que é preciso ter em conta um conjunto de fatores.

“Nós não ignoramos que a partir de amanhã haverá famílias em que os pais estão em teletrabalho, em que as crianças vão ter aulas síncronas. E nós não podemos imaginar que podemos ter aulas síncronas com a mesma duração que têm as aulas presenciais”, explica lembrando que “é preciso que os pais compreendam que por várias razões não é possível, não é desejável, não se deve ter aulas síncronas com a mesma duração das aulas presenciais”.

Para além da gestão familiar, é também necessário não esquecer que em casa há mais distrações e que a capacidade de concentração de cada criança à frente de um ecrã é menor do que a que existe em contexto de sala de aula.

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2 comentários

    • Joana on 8 de Fevereiro de 2021 at 10:32
    • Responder

    35 horas de aulas síncronas por semana para os alunos dos cursos profissionais, está bom?!
    Assim manda quem pode…

    • Maria de Fátima Morais Fernandes Carvalho on 8 de Fevereiro de 2021 at 11:31
    • Responder

    Há equipas a dirigir as escolas que são um autêntico desastre. Nem para cantoneiros servem. Os professores são os culpados. Acusem estas situações inadmissíveis.

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