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Fev 15 2021
Antes de mais, recupere-se alguma memória. Os portugueses são, em regra, filhos, netos ou bisnetos de pessoas pouco alfabetizadas e muitas vezes pobres. Mas essa condição não significou serem educados com menos amor, sentido ético ou ambição escolar. E se o aumento da escolaridade das nações se deve à melhoria socioeconómica, a ambição escolar é o outro factor determinante. E Portugal, e apesar das políticas para o sistema escolar, é um bom exemplo da elevação dos dois indicadores, como reafirmam os números recentes: 91,1% dos jovens entre os 18 e os 24 anos de idade entram no mercado de trabalho com o ensino secundário completo; é uma evolução assinalável e consistente durante as últimas quatro décadas, embora não reveladora da qualidade da formação nem sequer dos resultados no mercado de trabalho.
Dito isto, é meritória e generosa a preocupação pandémica com os mais pobres (cerca de dois milhões que incluem 500 mil crianças). Revela sentido de Estado. E não só com as aprendizagens escolares, mas também com as refeições em dias úteis (a ironia diria que não comem nas férias nem nos fins-de-semana e feriados). Mas a pobreza não justifica tudo no não-encerramento das escolas, e no descontrolo da pandemia, nem sequer na impossibilidade do ensino à distância. Se não será fácil a condição de pobreza, a intensa mediatização das “culpas” reforçará um justo sentimento de indignação.
Recorde-se que as nações que falham durante décadas, e séculos, têm nas turmas numerosas um factor decisivo para as desigualdades. Portanto, o encerramento das escolas não aumentou as desigualdades; apenas tornou mais visíveis as existentes. O que é certo em relação a este assunto, é simples: o fecho das escolas aumentou o espaço entre as pessoas, categoria que inclui pobres, e o vírus. E a pobreza também não tem qualquer responsabilidade na inacção em medidas que reduziriam os 3 C’s dentro e fora das escolas: horários desfasados, turmas mais pequenas ou por turnos, desconcentração de intervalos, pequenas interrupções a cada quatro ou cinco semanas de aulas e redução temporária da carga curricular.
Aliás, esta última variável seria crucial na transição para o que temos: ensino remoto de emergência. A pobreza não tem culpa desse imperdoável esquecimento nem sequer com o que corre mal para além da falta de computadores e das falhas na rede ou nas plataformas. E se há milhares de encarregados de educação que estão em teletrabalho com crianças e jovens em casa (o que exigiria um computador para cada um e casas com espaços adequados), e com horários replicados da escola como se estivessem em aulas presenciais, a culpa também não é dos pobres. A propósito, José Morgado, psicólogo da Educação, questiona-se: “O que é isto, gente?” E acrescenta: “no PÚBLICO lê-se que existem várias escolas que replicam em actividade online os horários presenciais dos respectivos anos. Representantes dos directores escolares corroboram a existência desta situação ainda que, naturalmente, não se saiba a sua expressão.” E a questão agrava-se por se associar o conceito de síncrona (em simultâneo e apenas isso) ao uso da câmara. Ou seja, turmas numerosas com o horário do presencial, e com ligação das câmaras em todos os tempos, é uma insensatez que o tempo transformará em insanidade. É uma pena e sem qualquer culpa da pobreza. João Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, tem até uma afirmação importante em que também iliba os pobres: “O ensino à distância é o modelo por excelência do ensino em proximidade e em que não há alunos em última fila como nas escolas; só que está tudo por fazer.”
E como se regista a descida abrupta do número de infectados, o encerramento de escolas também prova que os alunos pobres não se infectam mais em casa; nem nas cinturas industriais do grande Porto e da grande Lisboa como diziam “cientistas pela verdade”. Por outro lado, também se culpa a pobreza pelo aumento de crianças, e jovens, maltratadas com o fecho das escolas. A sinalização das assoberbadas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) terá dados importantes. Mas maltratar crianças e jovens pode ser um fenómeno sofisticado que não chegará sequer às CPCJ. É é, principalmente, de uma tremenda injustiça relacioná-lo exclusivamente com a pobreza. Como se disse no início, ser pobre não significa educar com menos amor, sentido ético ou ambição escolar.
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Fev 15 2021
Governo quer pôr um computador nas mãos de todos os alunos e professores do país, num total de um milhão e cento e trinta mil máquinas, todas acompanhadas de um hotspot com internet grátis. O número representa cerca de 12% da população portuguesa e, de forma a evitar abusos e a não arrasar com o setor das telecomunicações, está previsto que as operadoras limitem o serviço apenas às atividades relacionadas com o contexto escolar.
Em entrevista ao ECO, o secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo, explica porque é que, dos 435 mil computadores que já estão contratualizados, apenas 84 mil, menos de 20%, chegaram efetivamente aos alunos mais carenciados: há escassez de equipamentos no mercado, até a nível internacional, e falta de componentes.
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Fev 15 2021
Informam-se todos os interessados que o Estado do Utah (EUA), se encontra a recrutar Professor de português em classe de Imersão dupla para atuar de 1ª-10ª séries, em escolas públicas no estado de Utah, EUA iniciando em agosto de 2021. (o ano escolar termina em maio ou no início de junho, dependendo do distrito escolar).
Os candidatos viáveis para esta posição devem ter os seguintes requisitos (não dispensa consulta das informações constantes do documento oficial):
Os candidatos posição devem entregar:
Os candidatos interessados devem enviar os documentos (conforme listados acima) até 01 de março de 2021 para Shauna Winegar, Diretora do Programa de Imersão dupla em português no seguinte endereço de e-mail: shauna.winegar@utahdli.org.
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