20 de Fevereiro de 2021 archive

“É pelas escolas que começará o desconfinamento”

As escolas serão o primeiro vector a desconfinar desta terceira vaga… mas ainda não há plano nenhum para a sua operacionalização!

“É pelas escolas que começará o desconfinamento”

Mariana Vieira da Silva não avança um modelo nem uma data para o regresso dos alunos às aulas presenciais.

O desconfinamento começará pelas escolas e o Governo já manifestou essa intenção, disse este sábado a dirigente socialista e ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

“Eu queria dizer que me revejo nesse problema. Não é por acaso que se procurou evitar o encerramento de escolas até ao limite do possível e que o Governo também já disse que é precisamente pelas escolas que recomeçará o desconfinamento”, afirmou a socialista, membro do Secretariado Nacional do PS, através de videoconferência.

Em seguida, a ministra da Presidência assinalou que atualmente, “apesar de as escolas estarem fechadas, são servidas cerca de 18% das refeições normais de um período de não encerramento de escolas”, considerando que “não é um valor assim tão pequeno”.

Por outro lado, Mariana Vieira da Silva realçou que “neste encerramento de escolas se incluíram medidas que não existiram no primeiro [encerramento de escolas], nomeadamente a possibilidade de alunos com terapias adicionais, com necessidades educativas especiais continuarem a ir à escola presencialmente – e estão a ir”.

Também é possível agora identificar “alunos que precisam de estar presencialmente na escola, não podem estar na escola à distância”, salientou a ministra, observando: “Muitas vezes desvalorizamos esse trabalho que está a ser feito”.

A nossa vida tem sido muito marcada pela pandemia e eu queria dizer que vai continuar a ser“, declarou.

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Os 15.000 computadores que chegavam esta semana, estão nas escolas?

 

Alguma escola recebeu computadores anunciados para chegar durante a semana que hoje termina?

“Vão começar a chegar, a qualquer momento, 15 mil computadores para os alunos mais novos. Algumas escolas podem receber já hoje outras será ao longo desta semana”, disse Filinto Lima 

Parece que os computadores que deveriam ser distribuídos pelos alunos do 1.º Ciclo devem ter ficado presos em algum lado. A culpa, de certeza, não será de ninguém e morrerá solteira. (do Tiago e do ministério da educação, a culpa, não é de certeza)

 

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Gotas no Ensino 

 

Antes de ser mar, era gota. Antes de ser parte da sociedade, era elemento de família e, antes disso, era indivíduo.

Cada gota seguiu direções diferentes, mas esta, como muitas outras, deixou-se enlevar pelas histórias do vento e, na esperança de contribuir para algo grandioso, seguiu o natural e serpenteante líquido até desaguar no reino de Neptuno.

Também o indivíduo, aquela peça minúscula que encerra em si sonhos de um mundo justo, culto e solidário, foi integrado na máquina contínua, dissimulada, sorrateira, hipócrita e corrupta. Assim como, no mar, a gota se junta a uma onda que há de remar na direção que ela não escolheu, também o indivíduo dá por si engolido por uma engrenagem, onde a sua voz cai no silêncio, os seus projetos deixam de ter lugar, a sua força perde energia.

 O que importa deveras?

 Ora, o que importa deveras? 

 Sim, o que importa deveras?

 Ora… depende da perspetiva.              

 Esclarece-me.

Bom, é preciso andar com pezinhos de lã, porque eu também faço parte da máquina e não me dá jeito ficar chamuscada.

Se começarmos por cima, que é assim que as escolas são criadas (não admira, por isso, que estejam constantemente a ruir e a “ruir”), o sucesso é o que importa.

 Bravo! (diriam os pais dedicados)

Não, não é desse tipo de sucesso que se fala, daquele em que o importante é termos a certeza de que contribuímos para o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos. O sucesso de que se fala é o das estatísticas, onde os níveis atribuídos aos alunos vão ser expostos em praça pública e que permite verificar em que lugar se encontra cada escola a nível nacional.

Embora não esteja registado em lado nenhum, atribuir nível um a qualquer aluno é, regra geral, sinónimo de novas pressões, desculpem, reuniões de avaliação antes que a pauta seja afixada com as devidas atualizações!

 Bravo! (dirão os pais que se demitiram das suas funções)

“Bravo” dirão muitos pais que mandam (sim, este é o termo) (e quando mandam) os filhos para a escola; muitos sem tomar banho, a cara deslavada e a roupa do dia anterior; muitos cujos filhos chegam a casa, comem qualquer coisa (se houver) e se fecham no quarto até à hora do jantar ou de adormecer. Convívio familiar? É óbvio que há: “Como foi a escola?” “Bem.”

Entretanto, a gota, isto é, o indivíduo continua ali, a lutar, que, neste caso, significa fazer das tripas coração para que nenhum aluno vá de mãos vazias para a realidade da vida. E continua a acreditar que vai ser construída uma escola prática, orientada para os alunos sem perfil para o ensino regular. Não uma daquelas escolas em que se mantêm os mesmos conteúdos das disciplinas teóricas e se inventa um espaço sem condições para as aulas práticas.  

Há cerca de 18 anos que a escola onde leciono precisa de obras estruturais. Como é possível passar-se tanto tempo e nenhum governo fazer efetivamente o que é necessário e está à vista de todos? 

Mas é apenas isto que importa? 

 O que importa deveras?

 O que importa é que o trabalhador se sinta feliz…

 O que importa é que o trabalhador não se sinta roubado ao congelarem-lhe anos de trabalho…

 O que importa é que o trabalhador não se sinta injustiçado.

– Injustiçado? 

– Quando o governo, subtilmente tentando virar professores contra professores, conta anos de serviço de forma desigual; 

– Quando o governo não considera o material gasto despesas dedutíveis em IRS (a menos que as metas pelos filhos ou ilegalmente), bem como despesas de deslocação e outras que sempre foram realizadas em casa. Sim, porque essa questão dos computadores portáteis é, para mim, o transbordar do copo.

Apesar deste afunilamento, continua a haver professores a subir de escalão.

 Ótimo! Quer dizer que o sistema funciona!

Sim, funciona. Funciona mal!! Ou o teu “grau de parentesco” está bem atualizado e as tuas amizades bem selecionadas, ou todo o teu esforço vai por água abaixo, quer dizer, fica na bolsa das cotas… e, devido à faixa etária média dos docentes, acho melhor irem lá mudar a fralda com frequência, pois, pelo que vejo, vamos ter de esperar anos para de lá escapar.

Ó “contentamento muito descontente”!!!

                                                                                                                                                               Teresa

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“Viver para a escola”, a vã tentativa de “glorificação” pelo trabalho…

 

“Viver para a escola”, expressão tantas vezes utilizada, por tantos…

O que significa “viver para a escola”?

Significa que alguém absolutamente dedicado, e de forma abnegada, prescinde de ter vida própria em função da escola?

Significa que alguém faz sempre o que lhe mandam, sem nunca questionar ou hesitar, estando disposto a passar horas infinitas dentro e fora da escola, muitas vezes sem um propósito claro ou em tarefas de duvidosa pertinência e eficácia?

Significa que alguém manifesta um comportamento dependente, aditivo e compulsivo em relação ao trabalho? Significa que esse comportamento é um reflexo de ser viciado em trabalho ou, se se preferir, que apresenta características e sintomas compatíveis com a designação de “workaholic”?

 Ser viciado em trabalho surge, quase sempre, como uma necessidade permanente de procurar notoriedade e reconhecimento social, traduzidos pela busca incessante e contínua em ser aceite, respeitado e aprovado pelos outros… Convencer os outros de que se é muito competente importa, e muito…

 Como qualquer comportamento aditivo, esconde, muitas vezes, um défice de inteligência emocional, patente na dificuldade em tolerar afectos e gera, quase sempre, ansiedade e frustração, numa espécie de manifestação da síndrome de abstinência, motivada pela privação, quando, por qualquer motivo, não é possível a dedicação ao trabalho; costuma ser frequente em personalidades narcísicas com um carácter rígido, actuando defensivamente, com o objectivo de camuflar uma realidade interior sublimada e angustiada…

 O vício em trabalho surge, quase sempre, como um refúgio e serve, amiúde, como “desculpa” para evitar o investimento emocional e afectivo na família, nos amigos ou no lazer… No âmago, procura-se a fuga ao investimento nas relações interpessoais…

 “Viver para a escola” também pode ser visto como um vício em trabalho. E pode tornar-se numa espécie de “prisão”, claustrofóbica, “asfixiante” e altamente redutora…

 “Viver para a escola” nunca é uma coisa boa.

Nos tempos que correm, a escola é uma entidade muito pouco humanista. E quem procura o reconhecimento institucional do esforço e do investimento pessoal realizados, dificilmente o terá… Não ter a noção disso, é procurar desilusões e criar expectativas irrealistas, que resultam numa implacável frustração…

 Em qualquer caso, “viver para a escola” parece ser, quase sempre, uma opção voluntária de vida porque, e até prova em contrário, ninguém, à partida, é obrigado a fazer essa escolha…

Decorrem daí duas alternativas: ou se assume explicitamente que se vive para a escola e que se está disposto a aceitar todas as vicissitudes daí decorrentes e, sendo assim, não há lugar para a validação de vitimizações, lamentos ou queixas; ou se rejeita liminarmente a possibilidade de tal acontecer, assumindo que há vida para além da escola e que não se abdica dessa prerrogativa…

 Há quem goste de fazer alarde de que “vive para a escola”, parecendo procurar a “glorificação” e o reconhecimento social pelo trabalho. Esses costumam, com alguma ufania, anunciar o seu imenso sacrifício pessoal, atirando-o aos outros como se fosse uma “Medalha por Bravura” exibida na lapela, destinada a atestar a incondicional e irrefutável dedicação a essa causa…

Mas, na escola, só abraça essa causa quem quer e se alguém o faz é por vontade própria. E não será certamente por ingenuidade… Portanto, nessas circunstâncias, não parece válida a existência de feitos heróicos alcançados à custa de sacrifícios pessoais, tornando vã a tentativa de fazer parecer o contrário…

E há Director@s assim? Há… E também há aspirantes a determinados cargos assim… E também há quem mantenha cargos por ser assim…

 Por absurdo que pareça, muitos dos que afirmam “viver para a escola” tendem a considerar que os outros também devem partilhar desse desígnio e alguns chegam mesmo a ver isso como uma obrigação. A explicitação desse desejo aparece, por vezes, sob a forma de afirmações deste género: “se eu vivo para a escola, tu também deves viver!” ou “se eu vivo para a escola, espero que tu também vivas”…

Enfim, mentes patologicamente narcísicas, incapazes de se descentrarem da sua obsessão pelo trabalho e do “culto” da própria personalidade…

Desempenhar funções de forma responsável, diligente, disponível e estabelecer um compromisso com o serviço atribuído, não é o mesmo que “viver para a escola”. Em relação à primeira estão todos obrigados, mas em relação à segunda só está quem quer e quem manifesta essa vontade…

 De uma forma ou de outra, é escusado acalentar ilusões: não há profissionais de educação insubstituíveis, sejam eles docentes ou não docentes, afirmem ou não “viver para a escola”…

Apesar de alguns parecerem ter dificuldade em aceitar e em reconhecer essa inevitabilidade, todos, num determinado momento, podem ser descartáveis, transitórios, efémeros… Em última análise, os únicos impreteríveis serão sempre os alunos…

 Metaforicamente, a escola actual parece uma caixa de maçãs calibradas e normalizadas, todas com muito brilho e apelativas em termos estéticos, mas sem qualquer atractivo em termos de sabor… A escola actual é enganadora e vive de aparências…

E, nesse contexto, ainda se compreende menos a vontade de alguém em “viver para a escola”. Nesse contexto, só “vive para a escola” quem não tem ou quem não quer ter outra coisa para fazer…

 A bem da saúde mental e física, de forma a evitar o esgotamento físico e psicológico, é preciso conseguir “desligar” e procurar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal… E também é preciso ser corajoso e conseguir, em determinados momentos, dizer “Não!”… 

 Há Vida para além da escola. Tem que haver Vida para além da escola…

 E o modo como cada um gere a sua liberdade de escolha entre assumir que quer “viver para a escola”; permitir que o “obriguem” a “viver para a escola”; ou rejeitar cabalmente “viver para a escola”, depende apenas de si próprio…

 Convém, no entanto, ter em atenção que: “Se não sabes para onde queres ir, qualquer caminho serve”… (afirmação do Gato de Cheshire dirigida à Alice em Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll).

 E, no final, apetece mesmo afirmar: “Get a life!”…

 

(Matilde)

 

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Diretor de Escola vacinado contra a Covid-19 sem se conhecer critérios para o efeito

O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares foi um dos vacinados contra a Covid-19 com as sobras das doses que estavam previstas para os Bombeiros Voluntários de Cinfães. Manuel Pereira, diretor do Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto de Cinfães, foi vacinado no último fim-de-semana e não são conhecidos os critérios que levaram as autoridades de saúde a convocá-lo.

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Para quando o plano de reabertura das escolas?

 

Já para não perguntar como é que o estão a pensar delinear e quem estão a consultar…

Iniciativa Liberal pede ao Governo plano de reabertura das escolas com urgência

Proposta de resolução apresentada por João Cotrim Figueiredo alerta para “reflexo permanente na vida das crianças e jovens afetados” pelo encerramento das escolas. E advoga aplicação de testes rápidos de antigénio de “forma massiva, recorrente, voluntária e gratuita” a alunos, professores e outros funcionários.

 

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