Ensino à Distância? Estamos vivos!

 

Em tempos Albert Einstein terá referido que os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos. Se os tempos de vida de Albert foram outros, a reflexão do cientista Einstein mantém-se atual.
Pretendendo unicamente evidenciar que a pandemia, limitando também faz desabrochar competências e novos horizontes, partilho algumas das constatações sentidas durante os períodos de “Ensino à Distância”.
Por ser novidade, a modalidade educativa ofereceu-nos uma enormidade de saberes baseados no achismo, outros tantos críticos que só veem defeitos, alguns visionários que enxergam oportunidades. É bom sinal! Estamos atentos!
De facto, com o confinamento da comunidade educativa, voltámos à modalidade possível para reduzir desigualdades e manter o sonho de que o mundo pula e avança. Porém, a realidade é agridoce, porquanto às soluções tecnológicas com impacto positivo contrapõem-se dinâmicas de aprendizagem e de motivação diferentes. Havendo infinitos recursos digitais à distância de um clic num link, proliferam muito mais dispersões pelas vielas da internet; estar numa sala de aula pode cativar mais do que o monitor de um pc / smartphone…
Há também quem percorra estradas digitais sem rede ou becos onde a mesma chega lenta e tardiamente. E aqui a pressão deverá ser feita junto das empresas operadoras que se cobram de serviços e de uma qualidade não prestada. Há quem não tenha uma câmara para acompanhar e se perca na escura solidão de um teclado sem rosto…
No concelho de Cambra são reduzidos os casos em que alunos não possuem ferramentas adequadas ao ensino tecnológico, porquanto os disponibilizam as famílias, a escola, a autarquia e, num ou outro caso, também o universo empresarial. Contudo, há manifestamente dificuldades ao nível do trabalho em rede, seja ela ótica ou de cabo!
Todavia, neste confinamento do ensino em que cada um “está” com o outro e interage, preocupa-nos a saúde social. Estando próximos e em constante articulação, haverá imensas crianças e jovens a precisar de afeto físico e esse é muito difícil de transpirar pelas plataformas eletrónicas.
Pois! Mas se na generalidade estará a correr tudo bem, até por se prever um desconfinamento escolar a breve prazo, há uma realidade individual em cada um a precisar de atenção especial. No ambiente familiar tem havido readaptação. Os jovens alunos, dependendo do grau de maturidade, tentam cumprir e vão conseguindo. Os professores procuram simultaneamente motivar e ensinar, aprendendo. A escola
reinventou-se!
E é nesta realidade que, numa destas manhãs assisti, a alguns metros de distância, a aula que realiza qualquer professor. Abstraindo-se do docente, no Domínio de Articulação Curricular de uma determinada disciplina, vinte e oito alunos interagiam respeitosa e ativamente acerca do trabalho que coletivamente teriam de apresentar e de cujo sucesso dependia o desempenho de cada um. Não havia imposições, nem gritarias, sequer descortesias, ou vontade de “sair” antes de se iniciar a aula seguinte… Sentiu-se
vida!
Começando com Einstein, com o mesmo se termina, pois o génio constatou que Se continuamos vivos é porque ainda não chegámos onde devíamos!

Nelson da Silva Martins

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2021/02/ensino-a-distancia-estamos-vivos/

1 comentário

    • Filipe on 24 de Fevereiro de 2021 at 15:39
    • Responder

    O ensino à distancia fica tal e qual nos cérebros das crianças , como e igual a ver um filme pornográfico . Depois da orgia do orgasmo vem o cansaço , e desligando o Power off , tal e qual . Um Bit representa 1 ou 0 e 8 bits é um byte …

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: