Em Portugal, os professores que lutam pelos direitos e a lei ouviriam o discurso… “Não é a hora”, “Depois vemos”, “e o amor à camisola”… somos todos muito patriotas. Mas a barriga não se enche de patriotismo…
depois de 15 anos a levar pontapés de consecutivos governos, no momento em que podemos negociar por estarmos em posição de vantagem, vêm com a conversa do “este não é o momento”. Os falsos moralismos levaram-nos à situação onde nos encontramos. Se este não é o momento para lutar, qual será? Quando acharem que já não somos essenciais? Será esse o momento certo? Quando estivermos novamente em desvantagem perante um poder autoritário e autista?
Vejam o exemplo dos sindicatos do Reino Unido…
Sindicato torpedeia planos para a recuperação da escola depois de insistir que professores devem acordar novos contratos para executar aulas fora de horas ou dar aulas durante as férias de verão
Sindicato Nacional da Educação diz que planos para prolongar prazo exigem novo acordo salarial
Secretário-geral conjunto do sindicato disse ao Telegraph que os planos exigem negociações contratuais
Vem depois de Boris Johnson ter prometido ir ‘para fora’ para ajudar as crianças a recuperarem
Os planos para ajudar os alunos da escola a recuperar de um ano de perturbação do Covid foram postas em causa ontem à noite, depois dos sindicatos de professores terem emitido uma nova exigência salarial.
O maior sindicato de professores britânico, a União Nacional de Educação (NEU), disse que quaisquer planos para prolongar o dia escolar ou prolongar as datas dos termos exigiriam um novo acordo salarial.
Isto depois de Boris Johnson ter prometido sair “sem rodeios” para ajudar as crianças a recuperarem a aprendizagem perdida durante o bloqueio – incluindo a possibilidade de planos para prolongar o ano letivo em Inglaterra.
“Depois há a questão da praticidade – o horário de trabalho dos professores já é muito longo. Isto requer uma conversa com a classe.
A chamada foi apoiada por Geoff Barton, secretário-geral da Associação de Dirigentes Escolares e Universitários. ( os nossos Filinto e Pereira)
6 comentários
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Meu caro, depende da luta. Às vezes parece que a luta é um objetivo em si mesmo…
Claro que se vierem com medidas extra que alarguem horários de trabalho, sejam diárias sejam anuais, SEM QUALQUER compensação, seria inadmissível e haveria que lutar. Completamente de acordo (já agora, isso do amor à camisola, nos dias de hoje, é uma parvoíce, também estou de acordo).
MAS a alteração do ano letivo, em Portugal, não é bem isso…
Muito menos a luta pelos equipamentos no ensino à distância (que vou vendo por aqui), pois é medida já tomada e que durante anos ninguém fez nada sobre o assunto.
Finalmente, sinceramente a expressão “por estarmos em posição de vantagem” soa-me um bocadinho cobarde. Bater o pé quando o outro está fraco, não é falso moralismo, é cobardia pura e simples. A luta deve ser deita sempre que é justa, não por se estar em vantagem, principalmente numa situação de emergência absolutamente excecional. Sempre que a luta for justa, venha ela. Mas oportunista, não obrigado. E esta questão do oportunismo também vale para o lado do patrão, pois não me admira nada que se venha a aproveitar de algumas práticas excecionais para as impor como normais. Aí, espero que os professores vão à luta. E com força. E a (verdadeira) moral de não se terem aproveitado também da alegada posição de vantagem…
Absolutamente de acordo com o comentário anterior.
Concordo totalmente com o post. O masoquismo moralista de quem se quer expor a uma opiniao pública sempre contra os professores e a escola é uma tontice, usualmente assente em fretes ideológicos ou partidários.
Se fossemos esmiuçar quem defendes essas posições, ficaríamos esclarecidos…
Esmiuce, esmiuce, e é capaz de ter uma surpresa 😀
Pode ser que descubra onde andam os fretes partidários e ideológicos, se ainda não percebeu!
A classe docente é uma classe apagada, sem brilho de luta, de reinvidicação, seja em tempo de pandemia ou não.
Não existe união nesta classe, é cada um por si, por causa da avaliação e do “n.º clausulus” para alguns escalões. Não se atribui mérito aos docentes, baixam-se classificações de Muito Bom para Bom por causa das quotas. Nomeiam-se para cargos de Coordenadores de Diretores de Turma (aliás, que são sempre bem avaliados) os amigos, os mais simpáticos, os que não questionam, e dizem a tudo que sim. Nomeiam-se para Coordenadores de Projetos e da Segurança (aliás cargos vitalícios em algumas escolas!) só porque é amigo do(a) diretor(a) não por mérito! Nomeiam-se os Diretores de Turma, sem ainda os conhecer, porque dá jeito no horário daquele grupo, enquanto docentes com experiência, com formação, não são nomeados, só porque “pensam”. Tudo isto se passa no interior na maioria das escolas! e nada se diz nem se faz! Os sindicatos não mexem uma palha, agora andam admirados com os 70% da carga letiva on-line em regime síncrono, quando isto já estava indicado no início do ano letivo caso se regressasse ao E@D.
Não existe luta nem reivindicação possível numa classe que está sempre a puxar o tapete ao colega, junto dos alunos, dos Encarregados de Educação.
Deixem os britânicos fazerem o que devem fazer, têm dado mostras que são melhores que nós: confinaram quando deviam, não tiveram receio de fechar escolas e não ouvimos peritos da educação inglesa a dizer que os alunos iam ficar obesos, doentes, por estarem em casa. Já vacinaram mais de 10 milhões de cidadãos. Dão uma informação exata e em tempo útil aos seus cidadãos e não de forma trapaceira como se tem visto em terras lusas.
A educação com ou sem vírus precisa urgentemente de mudar, precisa de reformar mentalidades, precisa de abrir portas a sistemas, métodos e modelos de ensino eficazes e eficientes e não estar a copiar modelos de países nórdicos que já estão ultrapassados nesses países.
Deem à educação a tão ensejada “Ordem”, uma ética, um código e uma conduta, para que não haja abusos, num tema tão delicado que é a educação.
Cobardia foi a ameaça de um 1º ministro de demissão perante a JUSTA devolução do tempo de serviço aos professores. Somos FRACOS porque estamos DESUNIDOS e CONFORMADOS com uma comunicação social que nos mALTRATA quando reivindicamos seja o que for. Estamos demasiados preocupados com a TRETA da opinião públicada de um naipe de jornalistas habituados a fazer convenientes fretes PODER.
TODOS PARA AS ESCOLAS, JÁ E EM FORÇA!