A divisão entre as elites e as pessoas é construída na escola
E se a nossa própria escola, e o princípio meritocrático que a fundou, foram a causa da ruptura entre as elites e grande parte da população? Esta é, em particular, a tese há muito defendida pelo sociólogo François Dubet, que recentemente elaborou num livro escrito com sua colega Marie Duru-Bellat, Can School Save Democracy?, Seuil, 2020 (veja o artigo “Educação: Devemos dar prioridade aos vencidos”). Em particular, os dois sociólogos apontam que o princípio da igualdade de oportunidades e do sucesso por mérito académico tem o efeito de que a escolaridade é organizada como uma competição, com vencedores e perdedores, e não como um esforço coletivo para garantir o sucesso do maior número possível de alunos. Na França, o sistema de orientação trabalha numa lógica de eliminar alunos e nem todos serão admitidos nos cursos seletivos de ensino superior, aqueles que garantem acesso aos mais privilegiados status socioemotivos. E para muitos deles, o fracasso chega cedo.
3 comentários
Sim, é verdade.
E há ainda que distinguir as elites das elites, a nata das elites. Por alguma razão os filhos da Leitão estudam no Colégio Alemão.
Como resolver?
Nivelando por baixo (terraplanagem).
Mas tem mesmo de ser por baixo. Por exemplo, terão de eliminar qualquer tipo de avaliação sumativa.
Também terão de revogar as universidades onde atualmente a nota do último a entrar tenha sido superior a 10.
Mas esta gente anda à procura do quê?
Um novo caminho para o comunismo?
Que idiotice!!!!
O que está a fazer falta é mesmo essa clivagem!!
E luta de classes sempre existiu…
Complexos de inferioridade, inveja, sempre existiram…
Pessoas mais inteligentes do que outras e com capacidades diferentes, sempre existiram…
Cultivar a mediocridade é muito, muito mau…
Provérbio popular: “Se queres ver um vilão põe ao pobre o cajado na mão.”
Colega,
não consegue a sociedade sem classes
se continuar a permitir que os Chico Espertos
continuem a querer ir mais longe, a querem ser criativos ou até, veja bem o despautério, empreendedores.
Essa gente tem de ser penalizada, sob pena de as desigualdades persistirem.
Mas, para o conseguirmos, temos de impedir que se ultrapassem os limites do básico, do primário. Até porque ideias maiores só estão (e só devem estar) ao alcance de gente maior, tipo (lol) um Louçã ou um Secretário Costa.
Tareco, continuo gongórico?