8 de Dezembro de 2020 archive

Cinema Sem Conflitos: “Grandma”

https://vimeo.com/306693281

Título:  “Hidden Zone” | Autores: “Ng Chee Chong

“Reflexão de um homem sobre a vida após vivenciar a morte de sua avó.”

 

Mais videos didáticos sobre Amor e Sexualidade, Bullying, Dilemas Sociais, Drogas, Emoções, Família, Racismo, Relações Interpessoais, Religião e Cultura, Violência, ambiente e gênero em  https://cinemasemconflitos.pt/

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Cinema Sem Conflitos: “Hidden Zone”

Título:  “Grandma” | Autores: “Dana Sink

“Reflexão de um homem sobre a vida após vivenciar a morte de sua avó….”

 

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A culpa é do fim dos exames e da flexibilização – Nuno Crato

 

Nuno Crato responde a João Costa: culpa é do fim dos exames e da flexibilização

O ex-ministro da Educação acusa o secretário de Estado Adjunto da Educação, João Costa, de lhe ter dirigido “acusações irresponsáveis e falsas”. A culpa de os resultados terem piorado a Matemática, defende Nuno Crato, é do fim dos exames no 4.º ano, “da flexibilização curricular e da natureza vaga das aprendizagens essenciais”.

O relatório TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study), divulgado esta terça-feira em Paris, que analisa o desempenho dos alunos do 4.º e 8.º anos a Matemática e Ciências. Os resultados dos alunos portugueses do 1.º ciclo desceram 16 pontos (de 541 alcançados em 2015 para 525 conseguidos em 2019) – uma quebra signficativa, que interrompe uma evolução positiva desde 1995 a 2015. Numa sessão de apresentação dos resultados, o secretário de Estado da Educação, João Costa, atribuiu a responsabilidade da descida às medidas aplicadas por Nuno Crato.

“É evidente que a opção pelo currículo e metas muito exigentes fez baixar níveis de desempenho superiores”, defendeu João Costa. Nuno Crato contra-atacou. Numa declaração escrita enviada ao JN, esta terça-feira, considerou ser “lamentável que a análise [aos resultados] seja evitada e substituída por acusações irresponsáveis e falsas por parte desta equipa ministerial”.

“As Metas Curriculares, que estavam em vigor em 2015 e pelas quais foram preparados os alunos então avaliados, não sofreram alterações até hoje. O que mudou foi a avaliação, ou a falta dela, e foi a “flexibilidade curricular” e a natureza vaga das “aprendizagens essenciais” que aboliram as prioridades curriculares e geraram um discurso e prática de menor ambição, menosprezando as Metas e reduzindo em muito o seu impacto positivo”, argumenta o ex-ministro. E passa a culpa: “A reversão do progresso comprovado em 2015 é, certamente, resultado de uma série de medidas entretanto adotadas”.

“Em 2015, os estudantes do 4.º que nos encheram de orgulho tinham feito todo o seu percurso escolar entre 2011 e 2015, numa cultura de exigência, de avaliação e de valorização do conhecimento. Os alunos avaliados pelo TIMSS em 2019 não tiveram esse percurso. É sobre isto que é preciso tirar lições”, lê-se ainda na declaração.

João Costa anunciou a revisão do programa de Matemática e assim das metas em vigor. Sem se comprometer com uma data de entrada em vigor, o secretário de Estado garantiu que a proposta será alvo de discussão pública e será aplicada de forma gradual. O grupo de trabalho criado pelo Governo para avaliar o ensino da disciplina, detetou problemas que decorrem das metas e programas, argumentou.

Nuno Crato começa por sublinhar que ficou “profundamente preocupado” com os resultados. “Não só com a descida, como também com o perverso aumento das desigualdades revelado”. E frisa que depois de uma década de “melhorias contínuas” a descida dos alunos portugueses merece ser “seriamente analisada”.

“A avaliação externa no 4.º ano, que vinha desde 2001 com provas de aferição e depois com provas finais em 2014, foi abolida e não foi substituída por nenhuma forma de avaliação externa. A obrigatoriedade de mais horas em Matemática e em Português e da frequência do apoio ao estudo também foi eliminada”, insiste.

No encontro com a Imprensa, João Costa defendeu que a eliminação dos exames do 4.º ano não podiam ser invocados como causa para a redução de exigência porque a evolução dos resultados vem de trás e “antes de 2013 não havia estas provas”.

 

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Resultados do TIMMS foram divulgados hoje. João Costa

 

Resultados do TIMMS foram divulgados hoje.
Portugal mantém resultados acima da média dos países participantes, mas com descida a matemática no 4.o ano.
Algumas notas apresentadas ontem à imprensa (e de comentário ao comentador):
1. Quem são estes alunos?
Alunos que entraram no sistema educativo em 2015.
Estudaram até ao final do 1.o ciclo com as metas curriculares introduzidas em 2013.
O Perfil dos Alunos e aprendizagens essenciais, bem como a flexibilidade curricular, entram em vigor em 17/18 para as escolas piloto e em 18/19 para as restantes, apenas no 1.o ano.
A possibilidade de gerir o currículo até 25% não é novidade para as escolas privadas – porque seria um problema para as públicas?
2. O fim dos exames tem impacto nestes resultados?
Há quem defenda que, embora não tenham beneficiado das alterações curriculares introduzidas em 2017 e 2018, o facto de não terem tido exames no 4.o ano cria uma cultura de desvalorização da avaliação.
Facto: a quase totalidade dos países participantes não tem exame no final do 1.o ciclo. Portugal tem uma evolução positiva desde 1995. Até 2012, não houve exames.
Qualquer correlação é, pois, mera especulação.
3. Ação sobre a Matemática
Apesar de todo o investimento feito nesta disciplina, os resultados são maus, há menos capacidade de recuperar após uma negativa e é aquela cujos resultados mais se correlacionam com o perfil socioeconómico dos alunos.
Conforme previsto no Programa do Governo, está em curso a produção de documentos curriculares para todos os anos e de uma reestruturação da disciplina no ensino secundário.
Os alegados padrões de exigência fizeram baixar os melhores desempenhos. Neste momento, os dados convergem: TIMMS, PIRL e PISA.
Acima de tudo, importa-nos agir para que a matemática chegue a todos e não apenas aos mais privilegiados.
SE João Costa

 

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Tabelas (provisórias) de Vencimento 2021

Estas tabelas de vencimento para 2021 são provisórias, ainda poderão sofre alguma alteração com a aprovação do OE. Agradecemos à equipa do Sindicato de Professores da Zona Centro.

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A Culpa é de Nuno Crato? Alexandre Homem Cristo Responde

1. Saíram os resultados do TIMSS 2019. Esta é uma avaliação internacional de referência, como o PISA da OCDE, que monitoriza as competências dos alunos do 4º ano a matemática e ciências, de 4 em 4 anos. Em Matemática, os alunos portugueses pioraram claramente, entre 2015 e 2019.
2. A matemática, em 2015, Portugal teve score de 541. Em 2019, caiu 16 pontos, para 525. Este score é até inferior ao de 2011 (532). Pioria não foi só o anular dos excelentes resultados de 2015, mas queda profunda. Em Ciências, a aparente pioria não é estatisticamente significativa.
3. No detalhe, observa-se uma queda em competências-chave. No raciocínio, é brutal: 519 (2019), quando antes estava consolidada — 532 (2015) e 531 (2011). Queda também no conhecimento (548 em 2015, 523 em 2019). Seja números, geometria ou dados, a pioria acontece em todos domínios.
4. Isto reflectiu-se no ranking internacional. Em 2015, Portugal teve o 13º melhor desempenho. Em 2019, caiu 8 lugares, para a 21º posição. Isto revela que a pioria em Portugal não foi acompanhada por outros países. Ou seja, é um problema português, não é uma tendência global.
5. Estes resultados espelham os efeitos das políticas públicas do PS na educação desde 2015. Não haja qualquer dúvida: os ciclos do TIMSS estão alinhados com ciclos governativos. Em 2015, o TIMSS foi também o teste de algodão das políticas públicas então implementadas (2011-2015).
6. O TIMSS 2019 testa alunos que fizeram 1º ciclo (2015-2019) sob governo PS. No relaxamento imposto pela eliminação de exames. No desvalorizar das metas curriculares de 2012 (criticadas pelo governo desde a 1ª hora). Sob novas orientações e Aprendizagens Essenciais no seu 4º ano.
7. Do mesmo modo, o TIMSS 2015 testou alunos que fizeram 1º ciclo (2011-2015) sob governo PSD-CDS. Com provas finais de ciclo, com novas metas curriculares, com uma declarada ambição de exigência na aprendizagem da matemática. E num contexto de crise económica.
8. O contraste político entre 2015 e 2019 é absoluto. São duas visões antagónicas em confronto. Já sabíamos. Mas o TIMSS tem a vantagem de clarificar efeitos, porque alunos dessas edições são produto das visões respectivas, realizando 1º ciclo sob orientações políticas específicas.
9. Mais: em 2019, houve condições óptimas para alcançar melhores resultados. Maior orçamento na Educação, mais professores nos quadros, menos alunos (sangria demográfica) e por isso melhores rácios de recursos por aluno, contexto económico de crescimento. Mas resultados pioraram.
10. Então, o que explica a queda em 2019? Duas coisas. Primeiro, a ausência de exames, que baixaram o compromisso de aprendizagem (como a literatura científica avisou que aconteceria). Ao eliminar as provas finais do 4º e do 6º ano, o governo PS promoveu relaxamento nas escolas.
11. Segundo, as alterações curriculares — desde a flexibilidade curricular (gestão de 25% do currículo nas escolas) à rejeição das metas curriculares (acusadas de serem demasiado exigentes), passando por fim pelas Aprendizagens Essenciais, a fasquia baixou estruturalmente.
12. O governo já responsabilizou PSD-CDS/ Nuno Crato pelos maus resultados em 2019 🤣. Pelo exposto acima, a acusação é objectivamente falsa. É só desespero e spin político. Estes alunos começaram escolaridade obrigatória sob o PS e levaram com todas as alterações então efectuadas. E, já agora, pela lógica do PS, em 2015 os bons resultados seriam mérito de quem? De Isabel Alçada? 😂 Enfim, é mesmo só para rir.
13. Nota final. Entre 2001 e 2015, Portugal avaliou alunos do 4º ano, com provas de aferição ou exames finais. Desde 2016, o governo acabou com essas avaliações. Por isso, o TIMSS tem a importância reforçada de ser a única fonte de informação fiável sobre os desempenhos no 4º ano.

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Programa de Matemática vai ser revisto e integrar Programação

Programa de Matemática vai ser revisto e integrar Programação

 

O programa da Matemática vai ser revisto – não só para integrar novos temas como o conhecimento computacional e a programação mas também para reverter o “insucesso” da disciplina, assumiu o secretário de Estado Adjunto da Educação, João Costa, numa reunião com jornalistas sobre o relatório internacional divulgado esta terça-feira, em Paris. Os alunos do 4.º ano atingiram os 525 pontos, ficando em 20.º lugar entre 58 países analisados mas, ainda assim, desceram 16 pontos em relação aos resultados obtidos em 2015.

Ponte de Lima, 07/11/2019 – Escola do Freixo adoptou um sistema escolar sem reprovações.
Um professor explica a construção das palavras a alunos com dificuldades educativas.
(Rui Manuel Fonseca / Global Imagens)

 

O TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study) é um estudo internacional de avaliação do desempenho de alunos do 4.º e 8.º anos a Matemática e a Ciências. Além da queda a Matemática, os alunos do 1.º ciclo também desceram a Ciências de 508 pontos (em 2015) para 504 pontos (2019), ficando em 33.º lugar da tabela. Os mais velhos, alcançaram os 500 pontos a Matemática (18.º lugar entre 39 países) e 519 a Ciências – a última avaliação do TIMSS a alunos deste ano de escolaridade foi em 1995 e a diferença é enorme: mais 49 pontos a Matemática e 46 pontos a Ciências.

Para o secretário de Estado há “boas e más notícias”: a evolução gradual, registada numa curva que atravessou diferentes governos, é “positiva”; já o decréscimo a Matemática no 4.º ano e o facto de haver menos alunos a atingir os níveis de desempenho mais avançado a Ciências (só 2%) é negativo.

Há muito que João Costa assume manifesta preocupação com a Matemática. “É a disciplina que tem mais insucesso, aquela de que é mais difícil recuperar quando se tem uma retenção, a mais marcada pelas desigualdades socioeconómicas” e apesar de ser a que é alvo de investimento, em termos de horas e professores, os resultados não melhoram significativamente, admite.

A proposta de revisão vai ser pedida ao grupo de trabalho que, em 2018, apresentou um relatório com recomendações para a melhoria das aprendizagens. Desta vez o objetivo, explica João Costa, é “olhar para o programa como um todo”. O programa em vigor desde 2009 antecipou metas, por exemplo do 5.º para o 3.ºano, que exige aos alunos um nível de raciocínio abstrato que terá sido identificado pelo grupo de trabalho como uma das causas que gerou “maiores dificuldades na aprendizagem”.

O secretário de Estado recusou comprometer-se com uma data para a entrada em vigor do novo programa. A proposta será alvo de consulta pública e a sua aplicação será “sempre gradual”, garantiu.

Críticas a Nuno Crato

João Costa atribui responsabilidades às medidas aplicadas pelo ex-ministro Nuno Crato.

“É evidente que a opção pelo currículo e metas muito exigentes fez baixar níveis de desempenho superiores”, frisou atribuindo diretamente a culpa pela estagnação ou queda de resultados às reformas aplicadas entre 2012 e 2015.

Mais de 70% dos alunos do 4.º ano revelaram um nível de desempenho Intermédio a Matemática, o que significa que conseguem aplicar conhecimentos em situações simples; 9% atingiram o nível avançado, conseguindo resolver uma variedade de situações relativamente complexas, explicando o seu raciocínio. Já a Ciências, apenas 2% dos alunos atingiram o nível avançado de desempenho (“compreensão das Ciências da Vida, das Ciências Físicas e das Ciências da Terra e conhecimentos do método científico”) e 67% o nível Intermédio (“alguns conhecimentos básicos sobre plantas e animais”).

No 8.º ano, 63% conseguiram resultados Intermédios e 5% a Matemática. E a Ciências, 73% atingiram o nível Intermédio e 7% o Avançado.

Quais os fatores que mais condicionam os resultados?

O contexto socioeconómico das famílias é o mais pesado: os alunos do 4.º ano com mais recursos em casa que favorecem a aprendizagem (como livros, ligação à Internet ou pais com cursos superiores) tiveram em média, mais 108 pontos a Matemática e mais 94 pontos a Ciências do que os colegas com poucos recursos. No 8.º, essa diferença foi respectivamente de 93 e 85 pontos.

“Em média, os alunos portugueses referiram ter entre 25 e 100 livros em casa; um quarto próprio ou ligação à internet, e os seus pais indicaram a existência de 10 a 25 livros infantis em casa e que detinham o ensino pós-secundário. Os pais dos alunos do 4.º ano indicaram ainda possuir profissões ligadas aos serviços ou proprietários de pequenas empresas”, lê-se num dos documentos relativos aos resultados portugueses elaborado pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).

A frequência do Pré-Escolar é outro fator determinante. Os alunos do 4.º ano que não frequentaram Jardim de Infância tiveram os piores resultados, abaixo dos 500 pontos (média internacional), tanto a Matemática (484) como a Ciências (478) – respectivamente menos 49 e 31 pontos do que a média alcançada pelos que tiveram três anos de Pré-Escolar.

O contexto socioeconómico da escola também influencia. Em média quem estuda numa escola “favorecida” tem entre mais 20 pontos a Ciências no 4.º ano e mais 42 pontos a Matemática no 8.º ano. Aliás, os colégios privados conseguiram sempre melhores médias do que os as escolas públicas. No entanto, os resultados alcançados pelos alunos de escolas desfavorecidas portuguesas são sempre superiores, nas duas disciplinas e anos de escolaridade, à média internacional registada em estabelecimentos desfavorecidos nos outros países.

Alunos que sofrem de Bullying têm piores resultados

As diferenças não atingem os valores determinados pelo contexto socioeconómico mas também pesam. Quase um terço dos alunos do 4.º ano (32%) disseram sofrer situações de bullying “mensalmente” e 7% “semanalmente” – esses alunos atingiram uma média inferior 9 e 52 pontos mais baixa, respectivamente, em relação aos que disseram “nunca ou quase nunca” ser alvo de violência nas escolas.

No 8.º ano, os valores baixam: 16% disseram sofrer de bullying “mensalmente” e a diferença, em termos de média, para os que “nunca ou quase nunca” sofrem de violência é de menos 9 pontos a Matemática e menos 7 pontos a Ciências. Apenas 2% dos alunos assumiram ser alvo de bullying “semanalmente” e por ser uma percentagem “muito reduzida” o IAVE optou por não divulgar as suas médias.

Além dos testes aos alunos, o TIMSS também faz questionários aos diretores e professores. De acordo com as respostas dos dirigentes, quase metade das escolas de 1.º ciclo (46%) e um terço das básicas ou secundárias com 3.º ciclo (32%) têm problemas disciplinares “quase inexistentes”; e 9% (4.º ano) e 8% (8.º ano) têm problemas disciplinares “moderados a grave”. O impacto nos resultados é menor: 22 pontos de diferença a Matemática e 16 a Ciência, no 4.º ano, entre as escolas sem indisciplina e as que têm problemas graves; no 8.º ano, essa diferença é de 26 pontos a Matemática e 21 pontos em Ciências.

No questionário feito aos professores, os docentes revelaram considerar que apenas 11% dos alunos do 4.º ano e 14% dos do 8.º manifestam disponibilidade para aprender – percentagens bem inferiores às reportadas nos outros países, cuja média é de 36 a 37% no 4.º ano e 24 a 26% no 8.º.

Cerca de 70% dos professores portugueses assumiram que precisam de formação para integrar novas tecnologias nas suas aulas para desenvolverem o pensamento criativo dos alunos.

Rapazes bem melhores do que raparigas

Eles conseguiram melhores médias do que elas tanto nas duas disciplinas como nos dois anos de escolaridade. A Matemática no 4.º ano foi onde se registou maior diferença: 17 pontos separam os 533 pontos alcançados pelos rapazes dos 516 conseguidos pelas raparigas. No 8.º, essa diferença foi de 10 pontos e a Ciências foi de 5 pontos no 4.º ano e de 6 pontos entre os alunos mais velhos. É uma tendência que no caso da Matemática entre os mais novos aumenta desde 1995 (quando a diferença era apenas de 4 pontos).

Luís Santos explicou que também na avaliação externa, nos últimos 10 anos, os rapazes revelam melhor desempenho a Matemática e Ciências no 1.º e 2.º ciclos mas que a diferença vai diminuindo, sendo que nos exames do Secundário são ultrapassados pelas raparigas em todas as provas à exceção de Geometria e Geografia.

Tanto o diretor do IAVE como o secretário de Estado consideram este resultado aponta para a necessidade de diversificação das metodologias em sala de aula – objetivo, sublinhou João Costa, definido na flexibilização curricular.

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Queda na Matemática e nas Ciências

Avaliação internacional. Alunos do 4.º ano estão piores a Matemática do que em 2015 – Governo culpa reformas do tempo de Passos Coelho

 

Desempenho dos alunos portugueses na avaliação internacional TIMSS de 2019 caiu em relação ao último estudo, mas os resultados continuam acima da média. Secretário de Estado da Educação atribui descida a reformas educativas do ex-ministro Nuno Crato. A prestação nos testes de Ciências também caiu, mas não de forma significativa. Países asiáticos continuam a dominar

Infografia

No primeiro ano em que se realizou o estudo Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), em 1995, Portugal foi um dos países participantes, mas com uma estreia pouco auspiciosa. Os alunos do 4.º ano tiveram dos piores desempenhos a nível internacional. De então para cá, os resultados evoluíram de forma positiva e sustentada, com Portugal a abandonar o fim da lista. A má notícia é que entre a edição do TIMSS de 2015 e mais recente, realizada no ano passado e cujos resultados acabam de ser divulgados, os resultados pioraram.

Depois do brilharete em 2015, quando os alunos portugueses do 4.º ano conseguiram melhores resultados a Matemática do que os colegas finlandeses, 2019 registou uma descida na média de 541 para 525 pontos – ainda assim, estatisticamente acima da média de 500 pontos na escala usada pelo TIMSS e que vai de 0 a 1000. Os resultados colocam o país na 20.ª posição entre os 58 países e regiões participantes. Há cinco anos, ficou no 13º lugar.

Esta avaliação internacional realiza-se de quatro em quatro anos, é coordenada pela International Association for the Evaluation of Educational Achievment e, ainda que não tenha a projeção do PISA (a maior avaliação em Educação, realizada pela OCDE), permite perceber como evoluem e se comparam os alunos a Matemática e Ciências, em dois momentos diferentes do sistema de ensino: no 4.º e no 8.º ano.

A Ciências, os resultados já tinham baixado em 2015 e voltaram a cair em 2019, ainda que de forma estatisticamente irrelevante. O desempenho está agora na média internacional.

Para o secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, a descida é o resultado das políticas educativas aplicadas pelo ex-ministro Nuno Crato, durante o Governo de Passos Coelho (2011-2015). Isto porque os alunos do 4.º ano que realizaram o TIMSS 2019 são a “geração das metas curriculares (aprovadas em 2013) e que as seguiram desde o 1.º ano de escola”, argumentou o governante numa sessão online de apresentação dos resultados à comunicação social.

As metas curriculares foram definidas para todas as disciplinas do ensino básico e secundário e serviam como um guião concreto e preciso sobre os conhecimentos que os alunos deviam adquirir no final de cada ano de escolaridade. Mas o que aconteceu, continua João Costa, é que a exigência associada a estas metas acabou por fazer baixar os desempenhos. “Os resultados dos alunos portugueses nos últimos estudos internacionais – TIMSS, PIRLS (leitura) e PISA – são coerentes e espelham os efeitos das reformas aplicadas entre 2012 e 2015”.

Por oposição, continua o secretário de Estado, a eliminação dos exames nacionais no final do 4.º (e também do 6.º ano) não pode ser apontada como causa explicativa, porque a evolução dos resultados vem de trás e “antes de 2013 não havia estas provas”.

A IMPORTÂNCIA DO QUE SE TEM EM CASA

Mas o que estes estudos internacionais também têm demonstrado inequivocamente – e o TIMSS não é exceção – é que há outros fatores para além das políticas educativas que têm grande influência.

Um deles é a frequência da educação pré-escolar. Os alunos que nunca frequentaram o jardim de infância obtiveram em média menos 49 pontos do que os que frequentaram durante três ou mais anos. A Ciências, no 4.º ano, a diferença é de 31 pontos.

Outros têm a ver a com a composição socioeconómica da escola frequentada, a importância atribuída pelos diretores ao sucesso escolar ou o ambiente escolar mais seguro e organizado. Mas mais determinante ainda são os recursos para a aprendizagem disponíveis em casa, como a existência de livros ou ligação à Internet.

A diferença de desempenho entre os alunos com mais recursos em casa, tanto em Portugal como na média internacional, ronda e chega a superar os 100 pontos face a quem tem poucos meios de apoio no contexto familiar.

Por níveis de desempenho, 74% dos alunos do 4.º ano atingiram o patamar intermédio a Matemática e 67% a Ciências. Ao nível mais elevado da escala chegaram 9% e 2%, respetivamente, enquanto 5% e 7% não alcançaram o mínimo exigível (abaixo dos 400 pontos).

O TIMSS também testa os desempenhos no 8.º ano, que contou na edição de 2019 com menos países participantes. Portugal entrou pela segunda vez (a primeira tinha sido em 1995) e, como seria de esperar, os resultados melhoraram bastante ao longo do tempo.

Outras constantes evidenciadas por esta avaliação prendem-se com as diferenças de género e de tipo de escola. As diferenças, para as quais entram várias explicações, incluindo a composição da população, são significativas em favor das privadas.

Os rapazes também voltam a apresentar resultados médios superiores aos das raparigas, ainda que estas diferenças se esbatam com a idade e haja até uma inflexão mais tarde, como demonstram as classificações nos exames do secundário.

O SUCESSO ASIÁTICO

A nível internacional, os países/economias da Ásia Oriental voltam a destacar-se, nota-se no relatório do Instituto de Avaliação Educativa, que coordena este e outros estudos internacionais em Portugal.

Singapura, Taipé-Chinês, Coreia, Japão e Hong Kong foram os que obtiveram melhores resultados nos testes TIMSS, sendo que Singapura lidera todos os rankings. A Matemática, tanto os alunos do 4.º como os do 8.º ano conseguiram uma média acima dos 610 pontos.

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Aquilo que o Costa não sabe… escolas precisam dos professores

 

Escolas precisam dos professores, diz diretor de Cinfães

As escolas precisam dos professores, defende Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares e diretor do Agrupamento de Escolas Serpa Pinto, em Cinfães.

O responsável reage assim à possibilidade de docentes sem aulas poderem ser chamados a ajudar as equipas de rastreio à Covid-19, conforme determinado recentemente pelo Governo, tal como prometido pelo primeiro-ministro.

“As escolas precisam de todos os recursos, e muito mais num tempo como este em que temos muitas vezes professores a ficarem em casa por ordem da autoridade de saúde e precisamos que eles sejam substituídos para que os alunos não fiquem sem aulas”, defende Manuel Pereira.

No entanto, o diretor escolar admite que pode haver escolas com excesso de professores, o que, nestes casos, compreende “que se possam libertar alguns”. “Mas, neste tempo, todos os recursos não são demais”, frisa.

Manuel Pereira acrescenta que, a seu ver, é preciso apoiar alunos “que, no último ano letivo, perderam muitas das competências que era suposto que tivessem adquirido”, sugerindo um “processo de mentoria e acompanhamento” dos estudantes.

O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares defende que os professores que sejam requisitados para as equipas de rastreio Covid devem ter formação para que possam desempenhar as suas funções.

“Para que se possa fazer um trabalho sério e responsável, é preciso que as pessoas tenham os instrumentos necessários para que o possam fazer. Se um professor da área de educação tem de ir trabalhar noutra área temporariamente, faria todo o sentido que fosse apoiado na formação para que possa trabalhar nessa outra área com rigor e que possa rentabilizar o seu esforço”, argumenta.

 

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ME é responsável pelos milhares de alunos sem aulas

 

ME é responsável pelos milhares de alunos sem aulas

A tutela não tem tido o engenho e a arte para a criação de condições que levem os professores no desemprego a aceitarem horários que lhes permitam o mínimo de sobrevivência. O atual ministro da Educação, esse, está na iminência de se tornar o político há mais tempo na pasta e o que menos vezes reuniu com os representantes de educadores e professores
Em encontro por videoconferência neste sábado de mais de meia centena de dirigentes pertencentes à Direção do SPZC resultou um profundo levantamento da atual situação das escolas e da complexa situação em que se encontram os professores.
O espaço público e mediático tem sido invadido com a ideia de que muitos dos milhares de alunos que estão sem aulas se deve à falta de professores. A realidade comprova que há docentes disponíveis e, contrariamente ao que seria de esperar, no desemprego. Esta aparente contradição deve-se ao facto de as regras para as colocações estarem desfasadas das reais e efetivas necessidades da oferta e procura. Muitos dos horários que vão a concurso têm um número de horas de tal forma reduzido que torna impossível aos candidatos arcarem com as despesas de uma eventual deslocação para fora da sua área de residência. A não ser que paguem para trabalhar.
Compete única e exclusivamente ao Ministério da Educação (ME), sem qualquer demora ou hesitação, adaptar a colocação dos professores com a realidade. Diminuir a área geográfica dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) e aumentar o número mínimo de horas dos horários a concurso seriam, desde logo, duas possíveis e excelentes medidas a serem tomadas.
Outro aspeto que deve merecer imediata correção é a exigência aos docentes de múltiplas tarefas que se traduzem numa enorme sobrecarga de trabalho. A sua permanência deve restringir-se unicamente às tarefas presenciais com os alunos.
À sua maneira, também os docentes estão na linha da frente da COVID-19. É urgente uma solução eficaz para os educadores e professores dos grupos de risco. Não se compreende que uns e outros não se encontrem nas prioridades da vacinação.
Por último e não menos importante, os elementos da Direção do SPZC criticam de forma vincada a não resposta da tutela aos constantes pedidos de reuniões. O objetivo é o de, no quadro negocial e de concertação, encontrar as melhores soluções para o vasto leque de problemas do sector. O despudorado distanciamento é de tal ordem que o atual ministro, apesar de ser o que mais tempo ocupou o lugar, se arrisca a ser aquele que menos vezes reuniu com as organizações representativas dos docentes.
A Direção

 

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