“Burrocracia” do papel…

 

O Paulo Tem toda a razão…

Se Bem Percebo…

… há quem nem tenha considerado a possibilidade destas circunstâncias anómalas justificarem um aligeiramento dos procedimentos burrocráticos. Pelo contrário, parece motivo para toda uma nova batelada de documentação a preencher por causa da “recuperação das aprendizagens” e outras coisas assim. Tudo bem registadinho em papel e em digital, só faltando ser em 25 linhas e com assinatura daquelas com chip.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2020/09/burrocracia-do-papel/

8 comentários

Passar directamente para o formulário dos comentários,

    • maria on 7 de Setembro de 2020 at 10:53
    • Responder

    O que poderia perfeitamente ficar escrito em 10 linhas, em Portugal é traduzido em páginas e páginas, regra geral pessimamente redigidas. Tique característico de gente intelectualmente pouco hábil e, no caso vertente, criaturas de poucas letras, arrivistas das “ciências” da educação , que verdadeiramente nunca souberam o que é estudar .

    A título de exemplo. Atente-se na dimensão dos documentos referentes aos “Planos Nacionais de Recuperação Econónica” – UE :
    Portugal – 127 páginas ; Alemanha ficou-se pelas 35 . Elucidativo…

    • Dora on 7 de Setembro de 2020 at 12:33
    • Responder

    Pelo contrário, “as circunstâncias anómalas” estão a ter como consequência um acréscimo de papéis e de registos online.
    Tudo em duplicado e triplicado na plataforma moodle, no Inovar , nos registos de actividades semanais. Para além de novas planificações que serão reformuladas para substituirem as que durante 3 meses foram trabalhadas no ano passado de acordo com as aprendizagens essenciais e o perfil dos alunos . Aparecem as metalinguagens, com as “rubricas” que substituem não sei bem o quê. E, ó gente, juro que li 3 palavras sobre a avaliação, a saber: “avaliação formativa holística” .

    E os professores aceitam e calam (a maioria), aceitam e batem palmas (alguns, especialmente quem fez aquilo) ou dão uma opinião , precisamente chamando a atenção para a burocracia estéril para memória futura.

    Estes últimos, pouquíssimos , levam uma reprimenda do sr director e são ameaçados de várias formas, qual delas a mais tonta.

    Não consigo conversar com quem se cala. E admito o meu total desprezo.

    • Maria Indignada on 7 de Setembro de 2020 at 13:53
    • Responder

    Como vos subscrevo inteiramente. É isso e a corrupção.

    Aqui a competência mede-se pela quantidade de papeis produzida.

    M… de país.

    Espero por-me a andar daqui para fora em pouco tempo, junto com os meus filhos. E depois venham com “incentivos” fiscais para aliciar as populações mais jovens a regressarem…

    • JJM on 7 de Setembro de 2020 at 18:18
    • Responder

    A maior responsabilidade não é da Assembleia da República, não é do primeiro ministro nem do ministro da educação. Também não é do (a) diretor (a) da escola.
    Apesar de haver cobertura hierárquica para a “burrocracia”, a grande responsabilidade é daquele (a) colega que na reunião de grupo inventa mais 4 documentos, daquele (a) outro (a) colega que na reunião de departamento inventa outros tantos e outros (as) colegas que no pedagógico inventam ainda mais. Ou seja, a maioria dos professores que condena os muitos documentos inúteis e redundantes que é obrigada a preencher é a mesma maioria responsável pelo trabalho inútil.

    • maria on 7 de Setembro de 2020 at 18:38
    • Responder

    JJM

    Desconhecia o que acabou de referir . A ser verdade – se o diz é por que é – desoladamente concluo que boa parte da classe docente é sadomasoquista

    • maria on 7 de Setembro de 2020 at 18:52
    • Responder

    ” se o diz é porque é”

    • JJM on 8 de Setembro de 2020 at 0:02
    • Responder

    A percepção que se tem é a de que os docentes muito organizadinhos ( e como adoram ser, parecer, e aparecer organizadinhos ) acarretam consigo resmas de papel, sem esquecer o original, o duplicado, a cópia, a fotocópia e o digital. Pela dúvida, traz mais um para o fulano e sicrano assinarem, mais o presidente da junta e o piriquito.

    • pedro on 8 de Setembro de 2020 at 1:52
    • Responder

    Trabalho algures num sítio em que a pandemia serviu para que passasse a prática corrente e para sempre o seguinte: para cada aula deve ser preenchido com bastante pormenor um formulário em word (!) em que constam informações como dia e hora da aula e das 5 aulas que se seguem, local, manual utilizado, atividades com ligações para materiais, trabalho que os alunos devem entregar e como e objetivos. Depois, esse plano deverá ser enviado aos pais por email com antecedência – em pdf anexo, não no corpo da mensagem – e guardado o pdf numa pasta na nuvem com o título planosemanal+número+turma. Isto depois de uma reunião em que se pediram e ignoraram sugestões para tornar este processo mais célere, para depois se fazer questão de sublinhar o imperativo de seguir ao pormenor os aspetos mais improdutivos e burocráticos do “sistema”, em que se replicam tradições do tempo do papel selado no mundo digital. Obviamente, este processo não substitui, antes se sobrepõe a práticas de gestão das aulas como planificações de ano/unidade e sumários. Da experiência da quatentena, esta comunicação semanal rapidamente se torna ruído na vida dos pais, que acabam por não ler as mensagens. Desmoralizante.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: