TIMSS: enquanto a média internacional de queda foi de 9 pontos, Portugal registou uma quebra de 25 pontos, sem paralelo entre os países europeus participantes.
Não é um bom retrato sobre as competências dos adultos portugueses. Pelo contrário. Dos 31 países que participaram no Programa para Avaliação Internacional de Competências de Adultos (PIAAC), promovido pela OCDE, Portugal só ficou à frente de um, o Chile, e bem abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Os portugueses ficam, de resto, na cauda da tabela em todos os três grandes parâmetros avaliados: literacia, numeracia e resolução adaptativa de problemas.
Literacia
Na literacia, 42% dos adultos portugueses pontuaram no nível 1 ou abaixo (numa escala de 0 a 5) – bem acima da média da OCDE (26%) -, o que significa que possuem baixa proficiência neste domínio. “As pessoas no nível 1 conseguem entender textos curtos e listas organizadas quando a informação está claramente indicada, localizar informações específicas e identificar conexões relevantes. Aqueles abaixo do nível 1 conseguem, no máximo, entender frases curtas e simples”, descreve o relatório.
Numeracia
No domínio da numeracia, 40% dos adultos portugueses obtiveram resultados iguais ou inferiores ao nível 1 de proficiência (a média da OCDE é de 25%). Segundo o relatório, “no nível 1 de numeracia as pessoas adultas são capazes de fazer cálculos básicos com números inteiros ou dinheiro, compreender o significado das casas decimais e encontrar trechos de informação em tabelas ou gráficos, mas podem ter dificuldades em tarefas que exijam várias etapas (por exemplo, calcular uma proporção).”
Resolução adaptativa de problemas
Na resolução de problemas, o estudo da OCDE mostra que 42% dos adultos portugueses obtiveram resultados iguais ou inferiores ao nível 1 de
proficiência (média da OCDE: 29%). Neste domínio, “os adultos no nível 1 conseguem resolver problemas simples com poucas variáveis e pouca informação acessória e que não se alteram à medida que se avança para a solução. Têm dificuldade em resolver problemas com várias etapas ou que exijam a monitorização de múltiplas variáveis”, explica o relatório. Já os adultos abaixo do nível 1 “compreendem, no máximo, problemas muito simples, normalmente resolvidos numa única etapa”.