Estão disponíveis para consulta as listas definitivas de colocação, não colocação, retirados e Listas de colocação administrativa da 19.ª Reserva de Recrutamento 2024/2025 e as Listas definitivas de colocação, não colocação e Colocações Administrativas da 6.ª Reserva de Recrutamento do Concurso Externo Extraordinário 2024/2025.
Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira dia 3 de fevereiro, até às 23:59 horas de terça-feira dia 4 de fevereiro de 2025 (hora de Portugal continental).
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Comunicado do Conselho de Ministros de 30 de janeiro de 2025
2. Aprovou um Decreto-Lei que adequa o currículo dos ensinos básico e secundário ao novo modelo de avaliação externa das aprendizagens dos alunos, consolidando a introdução das provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) a ser realizadas nos 4.º e 6.º anos de escolaridade. Estas provas têm como objetivo monitorizar a aprendizagem de forma sistemática e comparável, permitindo às escolas e aos professores identificar, de forma mais eficaz, as dificuldades dos alunos e promover intervenções pedagógicas ajustadas às suas necessidades;
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Todos temos um professor ou professora que marcou as nossas vidas. Seja pela forma de ensinar, pelo apoio nos momentos difíceis ou pela dedicação incansável aos alunos, os professores transformam o mundo à sua volta.
Chegou a hora de retribuir e reconhecer este impacto único! As recomendações para o Global Teacher Prize Portugal já estão abertas. Esta distinção celebra os professores que fazem a diferença e oferece 30.000€ ao vencedor para investir na comunidade escolar.
Vamos juntos valorizar quem faz da educação uma missão!
Clique o link e faça já a sua recomendação 👉 https://tinyurl.com/gtpp25-rec
O Global Teacher Prize Portugal é uma iniciativa promovida pelas Mentes Empreendedoras, em parceria com a Fundação Santander Portugal e com o apoio da Missão Continente.
Autoriza a Direção-Geral da Educação a proceder à reprogramação dos encargos relativos à aquisição de serviços para o desenvolvimento de recursos educativos digitais para o ensino secundário e ensino profissional, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, investimento com o código TD-C20-i01.01 ― Transição Digital na Educação.
Autoriza a Direção-Geral da Educação a proceder à reprogramação dos encargos relativos à aquisição de serviços para o desenvolvimento de recursos educativos digitais para o ensino básico e disciplinas de línguas estrangeiras, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, investimento com o código TD-C20-i01.01 ― Transição Digital na Educação.
Foram divulgadas, ontem, dia 29 de janeiro de 2025, as Recomendações para a Promoção do Bem-Estar Digital nas Escolas, bem como as respetivas folhas informativas destinadas aos diretores de Agrupamentos de Escolas (AE), docentes, alunos e encarregados de educação.
Os documentos podem ser consultados através dos links:
A minha prima Ameixinha, da minha geração na primária, no liceu e depois na universidade, foi a minha companhia privilegiada ao longo do percurso. Diziam que éramos namorados, mas não, uniu-nos o nosso percurso de estudantes numa aldeia onde poucos passavam da 4ª classe. Entrou na primária ainda no tempo das quatro classes na mesma turma, só meninas. O nome é uma alcunha. A receção das “caloiras” estava a cargo das mais crescidas, da 4ª classe, que pregavam partidas curiosas. Mostraram-lhe os cantos à casa, os objetos e materiais que iria utilizar e preveniram: a tinta que está nos tinteiros é sumo de ameixa azul escuro, tens de provar para ver se está doce, ao teu gosto, mas não podes exagerar. A minha prima meteu o dedo mindinho até sentir molhado, levou à boca e cuspiu horrorizada e envergonhada com a risota à sua volta. O “sumo de ameixa” valeu-lhe a alcunha que lhe ficou para a vida. Vida curta. A minha prima, querida como irmã, morreu na sua viagem de núpcias, com uma doença fulminante. Nem tempo teve para sofrer. Ainda hoje choro só de me lembrar.
Curiosidade: deixou um enorme armário onde arrumou todos os objetos de que se serviu no seu percurso, desde a ardósia e os ponteiros com que aprendeu a escrever, aos livros de leitura onde começou a ler, aos tinteiros, às canetas e aos lápis, gastos de tanto afiar, aos desenhos em papel, aos cadernos que guardam a sua escrita, as suas primeiras letras e algarismos. Morreu no tempo do sonho e pouco tempo depois morreram os pais. Chorei ao revisitar a casa onde moravam. Vivemos de afetos, sentimentos e memórias. E guardamos tudo o que fez a nossa história de vida. Os livros e cadernos da escola são repositórios de emoções, de conquistas e desgostos. Aqui de sofrimento.
Retomo estas imagens porque elas traduzem o trajeto das aprendizagens. O seu suporte físico, para muitos, é aquele que melhor garante a construção do saber e não faltam estudos de pedagogos e investigadores na defesa destes percursos. Ler no livro em papel garante melhor interiorização do que ler no ecrã, escrever à mão, mobilizando os movimentos dos dedos, garante outro tipo de mecanismos cerebrais que enriquecem e reforçam a nossa construção mental. O suporte físico, material, dos instrumentos de aprendizagem melhora a sua eficácia. Os dedos, as mãos e o corpo mobilizam e reforçam os neurónios e o cérebro no seu todo, e são um ótimo reforço para uma aprendizagem mais efetiva. É um processo natural, imprescindível, insuperável na melhoria do aprender.
Não tenho saber nem argumentos para contrariar esta tese. Mas tenho a minha longa experiência pessoal, que viveu e atravessou este longo período de evolução e mudança, e observo o fluir do mundo, muito lento na escola, mas bem mais visível na sociedade, na ciência, na economia e nas tecnologias que por vezes mudam mais rápido que a nossa capacidade para as aprender e utilizar. O título desta crónica é a tradução lacónica da minha visão do mundo no seu fluir constante, do meu espírito de observação e da minha limitada capacidade de entender a inevitável evolução da escola, como sempre determinada muito mais a partir do exterior do que do seu interior.
A escola concentra em si a maior parte da população do mundo, entre alunos, pais e professores. O que significa que movimenta um dos maiores mercados à superfície da terra. Aqui se concentra o maior número de consumidores de todo o tipo, mas ponho agora o foco no material escolar e no peso que tem na economia global, nos orçamentos do Estado e no orçamento das famílias. O volume de desperdício na escola pública também passa muito por aqui.
A imperiosa desmaterialização das aprendizagens traduz-se na progressiva evolução do papel para o ecrã, que dispensa os lápis, canetas e esferográficas, que dispensa livros, dicionários, enciclopédias, revistas, teses de mestrado e doutoramento, tudo em papel. O computador supera tudo isso com enorme vantagem e economia e suporta toda a informação disponível a nível global. Só as arrobas de dicionários que usei no meu percurso académico, português, francês, inglês, latim, grego, espanhol, italiano, em duplicado, da língua estrangeira para português e vice versa, tudo se transformou em cadáveres sem valor, ultrapassados pelo tempo. As línguas estão em permanente evolução, os dicionários ficam parados no tempo. As enciclopédias, então indispensáveis, ocupavam longas prateleiras na estante, mas não acompanham a inovação da ciência. Hoje, o meu dicionário plurilingue está no computador à distância de um clique, as minhas enciclopédias estão no Google, no Chat-GPT, na Wikipédia, nos vários browsers que são o repositório sempre disponível. Sem estantes. E sem perdas de tempo.
Alguns países já abandonaram a escrita à mão, em papel, com lápis ou esferográfica. Pesem embora os sentimentos de perda da maioria dos que ainda aprenderam com os velhos instrumentos, o caminho vai ser o computador. O teclado físico está a evoluir para modelos mais ergonómicos e para telas sensíveis ao toque, como nos smartfones e teclados holográficos, que não precisam de suporte físico. As investigações em curso abrem a porta para transformar a voz em escrita, sem necessidade de teclados físicos, e para transcrever a leitura labial, meio de comunicação tão grato aos surdos, sobretudo os que nasceram ouvintes e aprenderam a pronunciar as palavras antes de ensurdecer.
Merecem ainda referência as interfaces cerebrais. Desde há muito que a aprendizagem das línguas estrangeiras abriu espaço para as ligações de gravadores de som à superfície craniana, durante o sono, através de auscultadores. A consciência adormece, o cérebro, não. As barreiras físicas não impedem a passagem do som. Muitas mães falam com os seus bebés ainda no útero. É um gesto de amor e carinho muitas vezes sem consciência do que isso representa para a criança. A verdade é que é uma excelente fonte de afetos e dá enormes vantagens e avanços na aquisição da linguagem. As crianças ouvem antes de nascer.
A possibilidade existe de o simples pensamento poder ser fonte de registo escrito. A IA vai levar-nos muito mais longe, mas o que já sabemos é suficiente para dar uma nova dimensão à escola, sabendo que é preciso começar de novo, com novos saberes, com professores preparados e com novos instrumentos de trabalho e de aprendizagem. As novas vias, instrumentos e estratégias de aprendizagem, são caminhos de autonomia e de iniciativa para todos, professores e alunos. A pesquisa e a descoberta são a porta larga para a emancipação.
José Afonso Baptista. PHD Ciências da Educação
Diário As Beiras 30.01.2025
Um candidato a professor, licenciado em Psicologia, a candidatar-se a uma vaga do GR 910, sem especialização, como tendo habilitação profissional, com 20 dias de serviço após a profissionalização e… pasme-se… com média final de curso de 20,000 valores…
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o decreto-lei que altera o Estatuto do Bolseiro de Investigação para permitir que doutorandos em trabalho científico possam dar aulas em escolas, suprindo a falta de professores.
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Procede à primeira alteração à Portaria n.º 242/2012, de 10 de agosto, que define o regime de organização e de funcionamento dos cursos científico-humanísticos de nível secundário de educação, na modalidade de ensino recorrente, e estabelece os princípios e os procedimentos a observar na avaliação e na certificação dos alunos dos referidos cursos.
De 3 horários completos e temporários que tive de colocar para a Reserva de Recrutamento 18 para o grupo 110 foram colocados 3 docentes.
Hoje à meia noite termina a aceitação do horário e nenhum dos 3 aceitou o horário o que vai atrasar ainda mais uma semana a eventual substituição destes 3 docentes.
Já por diversas vezes abordei este assunto aqui no blog e deveria ser possível haver uma fase em que os candidatos pudessem abandonar as colocações na Reserva ou mudar preferências, caso contrário é melhor que as colocações por Reserva de Recrutamento desapareçam no final do 1.º período.
Quando andei na escola era muito pequeno. A minha alcunha era o “Piolho”. Tinha outras, (Spec, mistura de meio Spock meio Spectrum, etc) mas esta era a que vinha do meu tamanho. Não me tornei muito grande, mas, se o meu 1,63 não é assim tão baixo em adulto, em pequeno era mesmo minorca.
Contava com os meus colegas de turma para andar seguro. Essa solidariedade é das recordações mais bonitas do tempo de escola.
Um dia, no ciclo, alguém andava a roubar-nos as pastas que deixávamos num pátio. E eu, subdelegado de turma, andei a ver quem o fazia. Avisados os ladrões de malas, ao tempo, atividade de baixo perfil, ameaçaram-me que “lá fora vais ver”.
Viram eles: os meus colegas a sair da escola até casa comigo (e tiveram de subir uma encosta e voltar para trás).
No Liceu (era assim que ainda chamávamos à escola) tínhamos um colega a quem chamavam calhorda. Um dia, em grupo, decidimos avisar alguns, de outras turmas, que moderassem a língua. Na turma, havia quem chamasse também, mas, na linha daquelas contradições típicas de putos, alinharam também em avisar para parar. Eu fui porta-voz. E ameaçado pela ousadia. Mais uma vez tive escolta para casa.
O clima era diferente da total ausência de apoio e ajuda dos colegas ao miúdo sovado na Moita. Vemos tudo o que se passou (se não houvesse telemóveis ficava oculto) mas, tanta gente a ver, e ninguém faz nada. Não vimos adultos.
O dirigente da escola fica mal na fotografia porque muita gente diz, no concreto, que, no seu trabalho de gestão liga pouco ao problema da indisciplina. Ou não tanto como devia.
Pelos vistos, problema generalizado. Uma parte substancial dos diretores lava as mãos na indisciplina.
Muitos projetos, projetinhos, selos e cartazes, etc ….Muito gabinete, consenso e não fazer ondas com pais. Muita parra e pouca uva.
Muitos diretores acham que a sua função é de burocratas e de produtores, como fábricas de salsichas de papéis e processos arrevesados de apicultura. Mas atacar a indisciplina é processo que não cabe num despacho, ata ou ordem de serviço, nem dá para pairar como as abelhas. Têm ferrão de vespa, os casos, muitas vezes emergentes.
Lutar contra a indisciplina é um processo social, dialético, conflitual, criativo e estocástico que exige formação (ai as formações do Vale do Douro e Sousa…), disponibilidade, vontade de agir (vulgo coragem) e alinhamento da escola. Correr riscos.
Ao ver o caso, e saber que o aluno vítima é autista (portanto tem algum grau de diminuição da sua capacidade de reação a agressões sociais) lembrei-me de uma discussão, que tive com professores, quando era diretor de uma TEIP (corria o ano de 2008): se tiver de graduar penas, o que é mais grave, bater num aluno incluído em medidas de educação especial (e já sei que a linguagem mudou….balelas) ou um aluno falar “grosso” a um professor?
E tendo “má fama” como diretor, porque me metia nos “assuntos de indisciplina” e corria riscos e responsabilizava os pais, só digo (e haverá muitas testemunhas de que isso que conto era mesmo verdade):
– Se eu tivesse de lidar com o caso do vídeo do momento, a frase chave para lidar com ele era: “bateste no teu colega, porquê?” À resposta esfarrapada, diria “Ai sim? Então achas normal bater? Não tem problema? Então bate-me a mim, se é normal….”
Disse isso a vários. Nunca me bateram, mas o olhar mostrava que, lá dentro, se soltavam umas porcas e parafusos do pensamento (em especial nos mais jovens, e ainda não totalmente descarrilados, como o do caso).
O resultado paradoxal era que o aluno ía suspenso uns 6 ou 7 dias para casa, com comunicação à CPCJ e Ministério Público (Lei tutelar educativa), mas a pensar se bater era realmente normal, porque ele próprio perceberia os limites a pensar neles.
E os pais eram sempre confrontados por mim (daí a minha popularidade ser baixa em certos setores e até entre certos professores, que não gostam de muito vento com pais, não se vão descobrir certas negligências e problemas bem escondidos na sala de aula….)
Chamem-me reacionário e radical: sem combater realmente a indisciplina (e eu tenho uns tiques e visões peculiares que me vêm de 6 anos a trabalhar no Ministério da Administração Interna e com as polícias, a lidar com os produtos finais da indisciplina escolar), a escola degrada-se todos os dias. E a sociedade vai por arrasto.
E responsabilizar os pais é essencial: não podemos ter gente que, por um lado, não larga do pé sobre as supostas “injustiças” de avaliações e que, por outro, acha justo ou normal o rebento andar à sarrafada….
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