Portugal livre e democrático? Sim, mas só quando La Famiglia quiser…

 

No passado Domingo, La Famiglia, ou seja, o Governo e os seus apoiantes, esteve reunida no Porto, a pretexto das comemorações dos 50 anos do Partido Socialista…

Terá havido uma grande festa, orquestrada por vários paladinos teóricos da Democracia, munidos de muitos discursos laudatórios, dirigidos ao líder do Partido Socialista António Costa…

 O Chefe de La Família”, de quem os respectivos devotos esperarão protecção e algumas benesses, terá sido agraciado com juramentos de obediência e lealdade, a lembrar um sistema semelhante ao da vassalagem, plausivelmente assente na recíproca prestação de serviços…

E teria sido a festa perfeita, não estivessem no exterior do Pavilhão, onde a mesma decorria, milhares de cidadãos em protesto contra as políticas do Governo…

O “Chefe de La Família”, certamente embevecido pela veneração e pela idolatria, fez por ignorar o confronto com o Povo e a festa lá continuou, imperturbável e completamente alheada do que se passava fora daquela redoma…

Mas fora da redoma, havia uma realidade visível e audível: um grande protesto, realizado por milhares de cidadãos, muitos deles profissionais de Educação, que se fez ver e ouvir durante várias horas…

La Famiglia, com uma postura cínica e hipócrita em relação aos protestos e às reivindicações, primou pelo desrespeito face aos seus concidadãos, brindando-os com obstinação, arrogância e prepotência política…

As agressões infligidas por esta Famiglia à Escola Pública, e em particular à Classe Docente, não têm sido metafóricas, como comprovam os factos:

 Em 2008 (instauração da Ditadura nas escolas) e em 2017 (subtracção de mais de 9 anos de tempo de serviço à Classe Docente) estavam em funções Governos apoiados pelo Partido Socialista;

– Em 2023, a saga do Partido Socialista contra os profissionais de Educação, em particular contra os Professores, continua, sem fim à vista;

– Nunca, como nesses Governos, a Classe Docente foi tão desprezada, vilipendiada ou acossada…

Quando esta Famiglia exerce funções governativas, o país tende a transformar-se num potencial Feudo, posto ao serviço do Partido Socialista…

E é nessa altura que também costumam emergir muitas “eminências pardas”, muitos “ungidos da intelligentsia (Thomas Sowell), muitos “compadres” e muitas “comadres”, todos à procura de poder usufruir de benefícios e proveitos pessoais, quase sempre obtidos à custa do erário público, ou seja, à custa dos contribuintes portugueses…

Esta Famiglia não tem tido qualquer pudor em usar o país em proveito próprio e exemplos disso são conhecidos praticamente todos os dias…

A propósito das comemorações dos 50 anos do Partido Socialista, o seu Secretário-Geral, António Costa, dirigiu aos Portugueses este convite:

Mas queremos que estas comemorações sejam abertas, motivadoras e participadas. Assim, saúdo as portuguesas e os portugueses, convidando-os a que se juntem a nós e que conheçam melhor o PS, a sua história e o seu papel fundamental na construção do Portugal livre, democrático, moderno e solidário. Um Portugal de todos e para todos”…

Palavras bonitas, mas integralmente contraditadas pelas acções…

No caso de António Costa, “o diabo não está nos detalhes ou nos pormenores”, o diabo costuma estar nas suas acções, frequentemente dominadas pela sobranceria e pela arrogância…

E à luz do que se passou no Porto, no passado Domingo, as afirmações anteriores de António Costa, não podem deixar de ser qualificadas desta forma:

– Mais cínicas e mais hipócritas deve ser praticamente impossível…

Portugal livre e democrático? Sim, mas só quando La Famiglia quiser…

Não foi, certamente, para isto que se fez o 25 de Abril de 1974…

Ainda assim, saúdo convictamente o 25 de Abril de 1974, sem ele não seria possível divulgar o presente texto, nem exercer o direito de expressar livremente opiniões, concordando ou discordando do mesmo…

Reafirmo, no presente, o que defendi em 12 de Março passado, num outro texto publicado pelo Blog DeAr Lindo, intitulado Resistir e Desobedecer, onde, pela primeira vez, falei na possibilidade de a presente luta se ver obrigada a enveredar pela Desobediência Civil, nomeadamente este parágrafo:

– Depois de esgotadas todas as vias possíveis de entendimento ou de negociação, a Desobediência Civil é uma transgressão da lei, no sentido em que se recusa obedecer-lhe e cumpri-la, mas é uma insubordinação legitimada pelo direito à insurgência contra determinadas normas jurídicas e medidas governamentais, consideradas como atentatórias às virtudes da Democracia…

Nessa altura, o texto em causa suscitou alguma estranheza, por parte de uns e o acordo e desacordo de outros, todos no pleno direito de expressarem livremente as suas opiniões…

Após a referida publicação, outros autores também abordaram a temática da Desobediência Civil, o que me leva a acreditar que esse assunto não pode ser visto, e não está a ser visto, como um tabu e que, afinal, a ideia de Desobediência talvez não seja tão excêntrica e despropositada, quanto inicialmente poderia parecer…

Perante todas as indubitáveis manigâncias do Ministério da Educação, praticadas em nome do Governo, já se percebeu que sem desobediência será praticamente impossível ganhar a presente luta…

Em homenagem à Liberdade conquistada pelo 25 de Abril de 1974, neste momento parece haver apenas um caminho:

– Resistir e Desobedecer…

Assim haja a coragem para o concretizar…

 

(Paula Dias)

 

 

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8 comentários

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    • Lecas on 25 de Abril de 2023 at 13:27
    • Responder

    Computadores Portáteis das escolas estão sem garantia.

    https://ibb.co/zPqBRB0

      • Pois é on 25 de Abril de 2023 at 14:59
      • Responder

      Eles já eram lixo quando chegaram…

    • Maria on 25 de Abril de 2023 at 18:35
    • Responder

    Há por aqui comentadores de excelência e sao-no porque escrevem o que desconhecem e opinam de tal forma que parecem mal resolvidos. Lamenta-se.

    • O Acampamento on 25 de Abril de 2023 at 23:14
    • Responder

    Há 3000 professores que subscreveram a petição lançada pela desobediência aos serviços mínimos. Tanto que alguns dos capatazes de plantão, leia-se “diretores que um dia hão-de voltar a ser professores e andar no meio de nós”, se apressaram a vir falar nas consequências de deixar de ser meninos bem comportados e resolvermos desobedecer, sinal que estão um bocado à rasca. Eu digo: face à inoperância dos Tribunais e da destruição dos efeitos das greves pelos sucessivos serviços mínimos, a desobediência tem de começar a fazer parte da solução. Ou o melhor é esquecer tudo e levantar o “acampamento”

    • Ricardo on 26 de Abril de 2023 at 0:37
    • Responder

    Ganhem juízo! Mas esqueceram-se o que foram os governos de Passos Coelho e Nuno Crato ao leme da educação, com desemprego docente, docentes a emigrar, cortes de salários, de subsídios de férias, subsídios de natal, PAC, tempo congelado, etc.
    Eu não me esqueço e enquanto tiver memória só posso considerar esse o pior momento da história para os professores e todos os portugueses! Tenho dito!

    1. Estavamos sob alçada da TROIKA, que veio para Portugal por causa do PS do Sócrates, ao lado dele estava o actual 1º ministro António Costa.
      SEJA COERENTE, sr Ricardo.

      • Verdades on 27 de Abril de 2023 at 0:12
      • Responder

      Pior do que Milú?
      Pior do que prometer e não cumprir?
      Pior do que fazer sair leis que implementam a ultrapassagem de docentes com mais tempo de serviço e mais qualificações?

      A sério?!?!

    • Indignada on 27 de Abril de 2023 at 15:42
    • Responder

    Eu nunca me esquecerei do mal que esses dois partidos que desde sempre nos (des)governaram fizeram à educação: PS e PSD, são iguaizinhos e, por isso, há mais de 20 anos que não voto em nenhum deles! É dificil a escolha? sim, mas é um voto de protesto para com o poder instalado, “Familly gate”, Boys, corruptos, e todo o séquito que gira à volta dos partidos e que suga os nossos impostos , porque se dizem legitimados pelo voto! Com o meu, jamais! Ainda que por vezes passe um traço de alto a baixo! E não se esqueçam de que as europeias estão próximas! Usem a cabeça!

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