7 de Abril de 2023 archive

Dirigente escolar entra em greve de fome para “lutar pela escola pública”

Luís Sottomaior Braga, subdiretor do Agrupamento de Escolas da Abelheira, Viana do Castelo, diz que a greve de fome que vai iniciar é um mecanismo da desobediência civil. Responsabiliza o primeiro-ministro, o ministro da Educação e o Presidente da República se algo lhe acontecer.

Dirigente escolar entra em greve de fome para “lutar pela escola pública”

Após vários meses marcados por vigílias, manifestações, greves e petições, o professor Luís Sottomaior Braga diz ser necessário passar “ao nível seguinte” para que os protestos surtam efeito. Por isso, decidiu dar início a uma greve de fome a partir de segunda-feira, tratando-se, explica ao DN, de “um mecanismo da desobediência civil”. “E, neste contexto, tudo o que me acontecer é responsabilidade do primeiro-ministro, do ministro da Educação e do Presidente da República”, afirma.

O subdiretor do Agrupamento de Escolas da Abelheira relembra a luta dos professores com início em setembro do ano passado. Desde então, conta, já muitas iniciativas foram levadas a cabo, mas “tem-se começado a ter a consciência de que as negociações estão bloqueadas por culpa do governo”. “A análise que faço em termos pessoais é que aquilo que já fizemos, as manifestações no Porto e em Lisboa, várias vigílias, concentrações, petições, acampamentos, idas a Bruxelas levaram a pequenas vitórias, mas as maiores reivindicações, as que estão na base da contestação, não se resolveram. Este é um dos maiores movimentos sociais que o país já viu e o governo fecha os olhos ao que se passa e acredita que os professores se vão cansar. É essa a estratégia, mas os professores não estão cansados de lutar”, sustenta.

O também especialista em Gestão e Administração escolar acusa o governo de lançar “uma série de ideias falsas, enquanto tenta deixar passar a enxurrada”. Diz, por isso, ser necessário passar “para outro patamar”, não restando outra alternativa que não a da greve de fome. “Podíamos evoluir para um modelo de contestação como está a acontecer em França, o que é inaceitável para os professores, pois respeitamos o Estado de Direito ou escolher a desobediência civil”, refere. Segundo Luís Sottomaior Braga, “a greve de fome imputa responsabilidades aos outros”. E esses outros, explica, são os governantes, com especial incidência no Presidente da República, que pode “não promulgar o decreto do novo modelo de concurso”.”O Presidente da República disse que queria um acordo até à Páscoa, o que não aconteceu. Vai promulgar um decreto-lei, numa questão central, com as negociações sem rumo, e sem acordo? Os professores estão diariamente a enviar emails para a Presidência da República questionando isso mesmo. Marcelo Rebelo de Sousa pode vetar esse decreto-lei”, alerta. O dirigente escolar afirma que um dos objetivos da greve de fome é pressionar “o Presidente da República para que assuma uma política dura e fazer o que disse que ia fazer” e para “sinalizar que o governo tem de mostrar mais boa-fé negocial”. Mas estes são apenas dois dos objetivos do protesto que será feito junto a uma escola pública de Viana do Castelo (ainda a definir). O protesto “radical” tem como base a “luta pela escola pública”. “Não lutamos até agora só pela melhoria dos salários, mas sim muito pela escola pública de qualidade, que passa por problemas de avaliação, o excesso de burocracia, o Projeto Maia que está a destruir o funcionamento das escolas, a falta de recursos para a inclusão, entre muitos outros problemas. São questões de direito fundamental e, como cidadão, devo potenciar essa luta”, sublinha.

“Não queremos ser reformados pobres”

O problema das quotas para subida de escalão na carreira docente e o do congelamento de mais de seis anos de tempo de serviço levará, segundo Luís Sottomaior Braga, a que “muitos professores se transformarão em reformados pobres”. “Com a greve de fome estou também a lutar pela minha reforma e a dos meus colegas, pois vamos ser reformados pobres. Se nós não fizermos nada, vamos ter reformas miseráveis e, daqui a 20 anos, quero poder dizer, se for um reformado pobre, que lutei de todas as formas para que isso não acontecesse”, vinca.

Luís Sottomaior Braga acredita que o governo “anda a brincar às negociações”, quando, na verdade, “não pretende ceder”. “O governo apresenta propostas que são ofensivas. Este governo que mente, que manipula números, que diz que negoceia e não o faz, levou a este protesto que dura há meses. E os professores estão, acima de tudo, tristes e revoltados com o facto de as instituições não estarem a funcionar. Acredito na democracia, mas não funciona. Se funcionasse, não estaríamos há meses com protestos”, lamenta.

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A greve tem vindo a perder força

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Os “superpoderes” dos Professores…

Os “superpoderes” dos Professores…

Como se não tivesse mais nada para fazer na vida, o que está muito longe de ser verdade, dei por mim a “introspeccionar” sobre este tema:

– Já repararam que praticamente todos os auto-proclamados videntes, médiuns, cartomantes, tarólogos, astrólogos ou espiritualistas também se auto-denominam como “Professores”?

Pois é… Fazendo uma pesquisa rápida, confirma-se imediatamente o anterior:

– É raro encontrar alguma dessas personagens que não se auto-intitule como “Professor” ou “Mestre”, nos muitos anúncios publicitários por aí propalados…

Partindo dessa constactação, transparece, desde logo, esta inferência:

– Os Professores (verdadeiros) terão um prestígio e uma credibilidade inquestionáveis no “Mundo do Oculto” e serão, certamente, aí reconhecidos como sábios, uma espécie de “Magos e Alquimistas do Conhecimento”…

No anterior contexto, quem se auto-intitularia como Professor ou Mestre, se não existisse essa concepção de um Professor verdadeiro?

Quem se auto-intitularia como Professor ou Mestre se não acreditasse nessa qualificação como algo determinante para conseguir persuadir muitas pessoas, levando-as a acreditar nos seus conhecimentos, supostamente insuspeitos, fidedignos e ilimitados?

Que bom seria se o Ministro João Costa tivesse um desses Gurus como “Conselheiro e Mentor Espiritual”… Ou talvez não…

Atente-se bem nas “capacidades” e nas “competências” publicitadas por uma dessas personagens, auto-intitulada Professor:

Espiritualista e Cientista dotado de conhecimentos e poderes internacionalmente reconhecido com grande experiência, ajuda a resolver todos os problemas dentro de uma semana. Difícil ou grave, com eficácia e garantia como: amor, protecção, fidelidade absoluta entre esposos, retorno imediato ao contacto de pessoa que ama, maus olhados, sorte a qualquer tipo de jogo como exemplo: desporto (futebol), ajuda para o sucesso de projectos, atracção de clientela para os comerciantes, dificuldades familiares e financeiras, impotência sexual, concursos, exames, cura doenças desconhecidas, etc. Lê a sorte, dá previsão de vida e futuro, faz consulta a distância. Pagamento depois do resultado garantido. Obs. Também emagrecimento e dificuldade de engravidar dentro de um mês e meio”. (Professor Fofana).

(O anterior anúncio foi afixado por um Professor verdadeiro, com sentido de humor, num placard de um Departamento, numa Sala de Professores que, por sinal, conheço muito bem)…

Ao ler esta lista, tão extensa e heterogénea de pretensas aptidões, não consegui deixar de estabelecer uma certa analogia com aquilo que, muitas vezes, também se espera, e exige, dos Professores verdadeiros:

– Ser um “Professor multifunções”, uma espécie de “Semideus”, esperando-se de si a demonstração de “superpoderes”, “heroísmos” e “missionarismos”, e a disponibilidade para tudo e para todos, de preferência, aceitando viver para o trabalho…

Afinal, talvez exista alguma semelhança entre os auto-denominados Professores e os Professores verdadeiros: os “superpoderes” esperados de uns e de outros, como “fórmula mágica” para a resolução de problemas alheios…

Mas, enquanto que os Professores verdadeiros, não podem deixar de retorquir “Não” a tais expectativas e afastar o eventual sentimento de culpa daí decorrente, os auto-denominados Professores costumam fazer gáudio dos seus pretensos “superpoderes”, como forma de corresponder às expectativas de terceiros…

E que desafio poderia propor um auto-proclamado vidente, médium, cartomante, tarólogo, astrólogo ou espiritualista, que também se auto-denomina como “Professor” ou “Mestre”, a um Professor verdadeiro?

Talvez este:

“Caro Professor-Professor, dá seguimento a esta poderosa e inquebrável corrente de energia e envia a 10 colegas esta mensagem:

“João Costa, ama-te!”

“Os resultados serão infalíveis: em cinco minutos, 9 desses colegas responder-te-ão com insultos e palavrões e o outro não te responderá porque andará assoberbado com assuntos, sempre, muito sérios e por isso não verá a mensagem.”

“Garanto resultados. Experimenta e verás a minha profecia realizada.”

Hoje deu-me para este devaneio, como tentativa de aliviar algumas tensões…

Conseguir “brincar com coisas sérias” poderá fazer muito bem à Alma, se “a Alma não for pequena”…

Agora, mais sobriamente, talvez não faça mal nenhum lembrar que:

“Não é o stress que nos mata, mas a nossa reação a ele.” (Hans Selye).

Até pode não parecer, mas este texto é sobre o stress, a ansiedade e a angústia que, neste momento, atingem os profissionais de Educação…

(Paula Dias)

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A Nossa Liberdade termina onde começa a deles…

Estaremos a voltar a velhos hábitos ou temos vivido na ilusão que somos todos cidadãos de pleno direito?

Como ensinar a Liberdade?

É triste dizê-lo, mas num momento em que se gastam milhões nas comemorações dos 50 anos do 25 de ABRIL de 1974, é lamentável  que não se invista na vivência de uma Liberdade plena, com respeito pelos direitos dos cidadãos comuns, os de segunda, porque a Democracia que hoje temos vive-se a várias velocidades, da Educação à Justiça, da Saúde ao Trabalho.

E é ainda mais triste sentir que se pode voltar a sentir medo por expressar opiniões, mesmo quando isso é feito com civismo ou com base em demonstrações factuais. Que se pode voltar a um tempo de auto-censura com receio das consequências do que se diz, com o nome assinado e de cara à mostra, para evitar transtornos na vida pessoal e profissional.

Não é a primeira vez que sinto este tipo de intimidação, nem sequer difusa, no ar que me rodeia. Também já fui arguido, também já fui ameaçado por escrever o que era verdade, passível de demonstração factual. Sei os incómodos que causa a cobardia de denúncias deste tipo, em que quem as faz nem sequer se pode considerar lesado pelo acto denunciado. Nunca as fiz, mesmo quando me senti ofendido de forma que outros achariam caluniosa. Por isso, sinto como um ataque pessoal este tipo de tentativa de limitação da Liberdade que ainda temos. Não me deixa descrente da minha capacidade de explicar a Liberdade aos meus alunos, mas limita de forma evidente a capacidade de lhes demonstrar que ela ainda existe de forma plena no nosso quotidiano.

Porque sinto em ABRIL de 2023 que a Liberdade não é a mesma que prometeram em ABRIL de 1974 e parecia ter ficado garantida na Constituição de ABRIL de 1976.

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