23 de Abril de 2023 archive

O Aniversário do PS no Porto

Milhares de pessoas gritam “demissão” no Porto ao som de apitos e com cravos vermelhos

 

Marcha de protesto de professores “Todos por Portugal”

 

Apupado por manifestantes, Costa pede respeito pela “vontade popular”

 

“Costa escuta, o povo está na rua”. Professores (e não só) fazem-se ouvir junto à festa do PS no Porto

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Santana Castilho Comenta a Manifestação de Hoje no Porto

“Primeiro-ministro não presta absolutamente nenhuma atenção à Educação”

 

 

Santana Castilho comenta novo protesto dos professores. Desta feita, no Porto, marcado por uma marcha que vai terminar junto à festa dos 50 anos do PS.

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O absurdo de treinar os Alunos para as Provas de Aferição…

 

Com a aproximação das datas previstas para a aplicação das Provas de Aferição, este ano pela primeira vez, todas em formato digital, elevam-se as vozes contra tal medida do Ministério da Educação…

E ainda bem que se elevam as vozes contra uma medida aberrante e insana, mas é pena que a contestação se resuma, quase sempre, a discursos discordantes que, na prática, não se traduzem em acções concretas, que possam relevar para o cancelamento das referidas Provas, antes pelo contrário:

– Acredito que a maioria dos Professores se oponha às Provas de Aferição, independentemente do respectivo formato;

– Acredito que a maioria dos Professores considere um contrassenso sujeitar crianças, pelo menos as do 2º e 5º Anos de Escolaridade, à realização dessas Provas, exclusivamente em formato digital;

– Mas também acredito que, neste momento, existam milhares de Professores a treinar Alunos para a realização dessas Provas…

Torna-se, assim, impossível não nos confrontarmos com a existência de uma insanável contradição:

– No geral, os Professores, apesar de não concordarem com a realização dessas Provas, e de muitos até as considerarem como uma aberração, sobretudo pelo seu formato exclusivamente digital, não deixam de contribuir, de forma determinante, para a sua concretização…

– Evidentemente que esse contributo será muito bem aproveitado pela Tutela, no sentido de continuar a mascarar a realidade, valendo-se dessa participação dos Professores para perorar que o “sistema”, dentro de cada escola, continua a funcionar sem constrangimentos ou perturbações, ou seja, de acordo com a “normalidade” esperada pelo próprio Ministério da Educação…

– Essa atitude dos Professores acabará por ser, na prática, uma forma de colaboração com a fantasia e com a insanidade do Ministério da Educação e, assim sendo, também um embaraçante “tiro no próprio pé”…

 – Ir, num dia, a uma Manifestação gritar: “Não paramos!”, “Não paramos!” e, no dia seguinte, estar na escola a treinar os Alunos para algo absurdo e com o qual não se concorda, dando argumentos favoráveis às pretensões disparatadas e fantasiosas do Ministério da Educação, não parece lógico nem congruente…

O Ministério da Educação, obviamente agradecerá essa atitude, que contribuirá para que o mesmo possa, no final das Provas, afirmar algo deste género:

As Provas de Aferição decorreram com toda a normalidade e os resultados foram muito positivos! A partir de agora, passarão a realizar-se sempre em formato exclusivamente digital…

Será isso o que os Professores pretendem e querem ouvir?

Se for, a presente luta estará esvaziada de significado e perderá qualquer justificação…

Nos momentos cruciais em que é preciso desobedecer, ou pelo menos não contribuir voluntariamente para concretizar algumas pretensões estapafúrdias do Ministério da Educação, eis que muitos Professores parecem não o conseguir fazer…

As rupturas e as desobediências não parecem ser coisas de Professores…

E é assim que, previsivelmente, se voltará à “paz podre” e ao círculo vicioso da auto-sabotagem e da auto-comiseração…

Esta luta é séria ou não é séria?

E nem valerá a pena escalpelizar aqui os aspectos de natureza pedagógica e psicológica que contrariam a validade deste tipo de treino, ainda que os Professores o possam fazer com a melhor das intenções…

Pelo treino para as Provas de Aferição, e em prol do alegado “benefício” dos Alunos, muitos Professores acabarão por “cair na armadilha” de aceitar a principal responsabilidade pela obtenção do “sucesso” dos Alunos nas Provas de Aferição, ainda que as mesmas, teoricamente, não contem para as classificações finais…

Dessa forma, estarão os próprios Professores a agir directamente num processo de natureza externa e a introduzir variáveis estranhas no mesmo, que terão um plausível impacto nos resultados que vierem a ser obtidos pelos Alunos…

O treino dos Alunos para as Provas de Aferição traduzir-se-á por um monumental engano sobre o desempenho e nível de aprendizagem dos discentes…

Engano para as escolas, para os Alunos, para os Professores e para os Pais/Encarregados de Educação…

Por este caminho, que acaba por contribuir para validar a continuidade das Provas de Aferição, não existirão motivos para que, no próximo Ano Lectivo, não regressem as mesmas em formato exclusivamente digital…

Os Professores estarão, por um lado, a mitigar e a legitimar as trapalhadas do Ministério da Educação e, por outro, a potenciar a inexistência de motivos que justifiquem pôr cobro a mais um desvario da Tutela…

O treino dos Alunos para as Provas de Aferição é apenas um exemplo das contradições existentes na acção de muitos Professores, que discordam das medidas emanadas pelo Ministério da Educação, mas que, diligentemente, acabam por cumpri-las, indo até além do que seria esperado, participando de forma voluntária e activa na concretização dessas determinações…

Os Professores precisam, urgentemente, de agir em conformidade com as suas convicções, sob pena de a presente luta não chegar a lado nenhum…

Não basta ir para a rua, empunhando bonitos slogans, é preciso concretizar o conteúdo dessas mensagens, dentro de cada escola…

Lamento pela acidez deste texto, mas neste momento torna-se muito difícil ver as coisas de outra maneira…

 

(Paula Dias)

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Portugal é Mesmo um País Miserável

Por aqui temos um aumento de 1%, a contabilização de todo o tempo de serviço docente que representaria uma subida de 1 escalão e meio na carreira docente, que poderia representar no máximo uns 100€ e lá fora acontece isto:

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Whistleblowing – João André Costa

 

Mais uma vez a simplicidade numa palavra só e perdoem-me o inglês quando soar o alarme não soa ao mesmo.
Por não ser expectável a má conduta profissional para com colegas e/ou crianças, é nosso dever, é a nossa obrigação alertar as instâncias hierárquicas quando está em causa o bem estar físico e emocional de quem diariamente vem à escola.
Exemplos? Desde professores embriagados ou em vias de, fruto das garrafinhas exibidas orgulhosamente no intervalo das aulas, até professores sob o efeito de haxixe mais o óbvio odor a empestar corredores e salas de aula enquanto os alunos juram a pés juntos, e com razão, não ser deles até ao mais comum e infeliz abuso verbal ou então a intimidação física da parte de quem é suposto estar na escola para proteger as crianças, já testemunhei de tudo um pouco e fraude também.
E não, não é fácil dar o primeiro passo para, literalmente, pôr a boca no trombone (mais uma péssima tradução apesar da correcta expressão em português), ainda para mais se tal passo representa uma traição, a bufaria e o injusto epíteto pidesco, para com os nossos colegas, tantas vezes amigos e companheiros do dia-a-dia.
Mas as crianças acima de tudo e as crianças no cerne da nossa existência, sem crianças não há escola e sem escola não temos razão de ser ou o emprego concomitante e como não enveredámos pelo ensino para viver à custa dos mais vulneráveis então a resposta é óbvia e o dever também.
Sabendo de antemão estar o anonimato garantido mais a certeza de em caso algum sofrer represálias e todos temos o direito a apresentar queixa. Está inscrito na lei e a não divulgação do nome do denunciante como princípio basilar contra a retaliação de colegas, superiores ou a própria instituição melindrada e principalmente superiores e a instituição melindrada.
Por ser fácil esquecermo-nos das crianças se sentados à frente de um computador o dia todo, cheios de si, enfartados de si sob o signo da soberba.
Deste modo, cabe a cada escola compilar um guia de procedimentos, em inglês uma “policy”, do qual todos os professores e pessoal auxiliar se devem inteirar entre direitos e obrigações e estamos todos obrigados para quem está ao nosso cuidado.
E sim, num cenário ideal todas as queixas devem ser apresentadas internamente, ninguém está acima da lei e nenhuma instituição pode em caso algum colocar a sua reputação e suposto bom nome em primeiro.
Cabe ao Director ser o receptor de todas as queixas e accionar os devidos mecanismos entre inquéritos internos e investigação. E se é o Director o acusado, o queixoso tem ao seu dispor o município e quem responsável pela educação para levar o caso avante.
Se “whistleblowing” corresponde a uma acção então a acção é o verbo e o verbo é simples. Já “whistleblowing” nem por isso. Mas ninguém, e sublinho ninguém, está imune, ninguém é impune e mais do que nunca e nunca como agora se fez ouvir tanto a nossa voz.
A nossa voz emudecida ao longo de séculos. E muito por obra e graça das redes e afinal tudo se questiona e interroga. Transponhamos este princípio para uma escola e o bem-estar das crianças estará garantido. Se devemos vigiar-nos uns aos outros? Não, basta cumprir os nossos propósitos, um dia de cada vez e o nosso maior propósito é educar. Ou assim quero acreditar se um dia me dei ao ensino.

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