A falta de professores é um problema crónico por toda a Europa. Mas não é por isso que o caminho da desvalorização da profissão não cessa.
Apesar de Portugal ter como exemplo outros países que seguiram o tenebroso caminho que o país está a seguir, em relação à profissão de professor, não é por isso que se desvia desse caminho.
O problema estrutural da formação de professores tem décadas e apesar da abertura de mais vagas no ensino superior para candidatos a professores, demorariam décadas a resolve-lo.
A contratação de professores, em Portugal, é gerida como uma mercearia de bairro, à moda antiga e com um livro de calotes muito extenso.
Qualquer empresa sabe que se quer ter bons profissionais tem que os motivar e apresentar um conjunto de benefícios que os atraia. O estado não é uma empresa, mas para captar qualquer profissional já não basta o fator “emprego para a vida”. O segredo para resolver o problema de falta de profissionais está nas vantagens que o estado lhes pode oferecer, se o estado oferece piores condições de trabalho, ordenados mais baixos, uma carreira com cortes absurdos (balizada por uma avaliação baseada no desmérito) e os desloca da sua área de residência sem qualquer contrapartida financeira, está à espera de quê?
O problema é que o estado ainda se tem como o melhor dos empregadores e julga que todos o veem como tal.
Não tardará muito a termos os exemplos da notícia abaixo a acontecer nas nossas escolas, em números superiores ao que já temos (porque já temos). Quando isso for demasiado para se esconder, talvez a sociedade acorde e se lembre que a democracia não trouxe só liberdade, a responsabilidade também veio acopulada.
2 comentários
Ainda não percebeste, ó “divergente de opinião”, que ninguém te dá cavaco?
Este Governo dos Costas só traz acoplada a incompetência…