Até 2030, metade dos docentes que hoje trabalha estará reformada. Precisamos de contratar milhares de professores pois, daqui a um ano, 110 mil alunos estarão sem aulas a, pelo menos, uma disciplina. Mas onde estão eles? O que aconteceu a esta profissão outrora prestigiada? Histórias de amor e ódio por esta vida errante e cansativa, e soluções propostas pelos especialistas
CRISE NAS ESCOLAS: A GRANDE FUGA DOS PROFESSORES
“Vais ser professor? Depois não digas que não te avisei.” O “aviso” veio de um amigo de Adolfo Ribeiro, 26 anos, mestre em Engenharia de Materiais. Vemo-lo a atravessar, agora como professor, os conhecidos corredores da Escola Secundária de D. Luísa de Gusmão, em Lisboa, onde foi aluno. Traz na bagagem a experiência como explicador e apenas o “receio” de ter de lidar com alunos malcomportados.
O temor passou depressa. “Portaram-se melhor do que eu estava à espera e ficaram muito contentes por terem novamente professor e por eu ser jovem”, conta, pouco antes de ir para mais uma aula. As cinco turmas do 9.º ano que lhe foram atribuídas estavam sem aulas de Físico-Química há dois meses. “Contei-lhes que sou engenheiro, que não tenho formação de professor e que também preciso da ajuda deles.” E assim tem funcionado, com um espírito de entreajuda.
7 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
grande filme “A fuga dos paralíticos de Meca para Medina”
“…e por eu ser jovem” . A sério, é um recado para os docentes velhotes? 😂
Pronto, ficou tudo resolvido!! Venham mais como o Afonso!
Agora é que é! O ME que ponha os olhos nisto e que se liberte dos docentes contratados e profissionalizados.
Amigo espera! São bem comportados?!, não deites os foguetes antes da festa!
1 nível, 5 turmas!!!
Este país não é para profs velhos…
Quem aguenta o sistema a funcionar são os mais velhos que exaustos fazem tudo: níveis puxadotes, turmas imensas, trabalho de secretaria e trabalho de contínuo a custo zero.
Testemunhei sete recusas de um horário de um colega que se reformou. Alegações: muito difícil, não sou capaz, não tenho preparação…nem com as planificações todas prontinhas e oferecidas de bandeja tiveram coragem de agarrar a tarefa!
Qual o ordenado do professor que se reformou?
Qual o ordenado dos tarefeiros de horário incompleto que recusaram?
Os mais velhos aguentam o sistema? O sistema já colapsou!
Parabéns, colegas como o José são os “maiores”, os contratados não querem fazer nenhum…