9 de Maio de 2022 archive

Dar condições de trabalho aos professores era mimá-los…

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Idade dos Candidatos em 1.ª Prioridade

O próximo quadro apresenta a idade dos candidatos ao concurso externo no dia 1 de setembro de 2022 que concorrem na 1.ª prioridade.

A moda situa-se nos 44 anos e tem vindo a subir ao longo dos anos. Ou seja, a cada ano que passa a média dos professores que entram no quadro também aumenta. Há 60 professores com 60 ou mais anos que este ano vão entrar no quadro concorrendo em 1.ª prioridade.

O ficheiro em pdf encontra-se aqui.

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𝗖𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗻𝗼 𝗱𝗮 𝗥. 𝗔. 𝗠𝗮𝗱𝗲𝗶𝗿𝗮

 

Encontra-se a decorrer, 𝗮𝘁𝗲́ 𝗮𝗼 𝗱𝗶𝗮 𝟭𝟮 𝗱𝗲 𝗺𝗮𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝟮𝟬𝟮𝟮, o prazo de candidatura ao 𝗖𝗼𝗻𝗰𝘂𝗿𝘀𝗼 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗻𝗼 𝗱𝗮 𝗥. 𝗔. 𝗠𝗮𝗱𝗲𝗶𝗿𝗮.

Recordamos que a candidatura efetua-se após a inscrição, através da aplicação AGIR disponível em https://agir.madeira.gov.pt

Mais informações, documentação/legislação e prazos de candidatura, aqui:

CONCURSO

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Acabar com a casa às costas…

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Sem condições, fui-me embora -João A. Costa

 

Para poder finalmente ter a estabilidade necessária ao começo de uma vida como professor, não bastou mudar de país em 2007. Com o dinheiro contado para mais ou menos três meses, e estando em Londres há dois meses e meio e o fundo dos bolsos à vista das mãos a nadar nas calças, foi preciso aceitar trabalhar a hora e meia de casa com os alunos mais difíceis da cidade, os miúdos excluídos de East Ham, numa escola que nem por isso era uma escola ou parecia uma escola, antes um conjunto de pré-fabricados encavalitados entre um beco e duas ruas secundárias.
Basicamente, aceitei o pior trabalho possível nas piores condições possíveis e entre ter emprego ou regressar a Portugal com uma mão atrás, outra à frente e ainda mais dívidas fruto do dinheiro emprestado, obviamente decidi não regressar.
Os pré-fabricados de East Ham ainda lá estão, eu não. Se a experiência de mais de um ano serviu de mote para uma carreira já com mais de 14 anos, os dias eram vividos entre a agressividade e a violência de crianças ainda hoje demasiado novas para tanta agressividade e violência numa das zonas mais carenciadas da cidade e onde tudo faltava, e ainda falta, às famílias, às escolas e aos serviços sociais.
Sem condições para poder ensinar alunos a anos-luz de uma sala de aula e com todas as necessidades básicas e mais algumas por cumprir, ao fim de pouco mais de 12 meses mudei de município, desta feita para Islington, a 45 minutos de casa e numa escola sediada num edifício vitoriano, ergo, com mais de 100 anos e, tal como tudo com mais de 100 anos nas mãos de quem não deve, a cair aos bocados.
Mas fazendo agora parte da Direcção, entre currículo e salário correspondente o emprego era, e é, uma oportunidade e eu nunca tivera oportunidades.
Islington? Não é tão carenciada como East Ham mas está lá perto. Assim como lá perto está Haringey, onde trabalhei um ano mais tarde como Head Teacher de uma escola para alunos com necessidades médicas e entre um município e outro na zona norte de Londres perdi a conta à quantidade de portas e janelas partidas entre murros, pontapés e cadeiras no ar da parte de crianças dos 6 aos 16, sem qualquer destrinça de género, raça ou credo.
A violência, quando existe, existe para todos.
A ajuda é que nem por isso. E sem condições, fui-me embora uma e outra vez e se me perguntarem talvez ainda hoje estivesse a trabalhar em Islington mas à data a proposta de trabalho como Head Teacher foi não só uma tentação mas também a recompensa de dois anos e meio tão difíceis como longos e, por conseguinte, fui à entrevista, disse adeus a colegas e amigos ainda hoje presentes e durante 8 meses estive à frente dos destinos de uma escola.
Tinha 32 anos de idade e estava em Londres há pouco mais de 3 anos.
Para chegar a este ponto testemunhei a violência do capitalismo e da desigualdade nos rostos e nas vidas de crianças e pais entre o desemprego, a delinquência, as dependências e os abusos nem por isso diferentes das realidades vividas em tantas grandes cidades no mundo de hoje.
E compreendi a ciclópica tarefa diante de mim num país supostamente entre os mais ricos do mundo mas onde se contam pelos dedos de uma mão os poucos municípios de Londres, num total de 32, onde ainda existem meios e apoios sociais para os mais necessitados e os mais necessitados somos todos nós.
E por não ter condições, não obstante as promoções e a carreira meteórica, fui-me embora num total de três vezes até acabar nos arredores de Wimbledon, onde ainda hoje me encontro, paredes meias com um torneio de ténis de prestígio mundial e ao lado de Wimbledon Village onde o metro quadrado é o mais caro do país.
Talvez assim se explique a presença de psicólogos, de terapeutas da fala, a polícia na escola dois dias por semana, dois terapeutas cognitivo-comportamentais, o assistente social, professores e assistentes dedicados à promoção do futuro, de um futuro, e quase tantos adultos como alunos se de facto queremos, e queremos, fazer a diferença e fazer a diferença resume a paixão pelo ensino.
Uma paixão traduzida em 11 anos na mesma escola com o apoio de uma equipa multidisciplinar e de uma hierarquia onde todos temos um papel a cumprir e a responsabilidade repartida equitativamente.
Em terras de Sua Majestade precisei de 3 anos e o sacrifício aqui descrito para construir um currículo e amealhar a experiência necessária à posição que hoje ocupo.
Em Portugal temos professores com mais de 60 anos ainda à procura de um lugar no quadro. Se a isto juntarmos os baixos salários, os horários incompletos, tantas turmas como níveis de ensino, mais de 30
alunos por turma, a falta de progressão na carreira e a ausência de tudo nas escolas, acabamos sem ninguém interessado em leccionar.
Só assim se explicam as vagas por preencher num retrocesso aos anos 80 durante os quais qualquer um podia ser professor, quiçá medida propositada no sentido de denegrir o ensino público em favor do privado.
Ou então o resultado de um sistema de ensino onde tanto ainda está por fazer, a começar pela estabilidade da carreira docente.
Eu sei o que tive de passar lá fora para ter condições de trabalho. Mas a estabilidade e a carreira nunca foram um problema. Aliás, se assim o desejasse ainda agora estaria em East Ham, Islington ou Haringey. Mas a estabilidade não basta, é apenas o começo e voltar a Portugal nunca será uma opção se nem começar podemos.

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Escolas querem reforço de verbas para garantir funcionamento regular

O Conselho das Escolas defende que os orçamentos dos agrupamentos devem ser reforçados para garantirem “o funcionamento regular” dos estabelecimentos escolares no caso de as autarquias não assumirem, no âmbito da descentralização, determinados encargos como contratos de assistência técnica ou serviços de cópia e impressão, por exemplo.

Escolas querem reforço de verbas para garantir funcionamento regular

No parecer emitido dias antes do limite do prazo para a aceitação da descentralização das competências na Educação (1 de abril), agora divulgado, o órgão consultivo do Ministério da Educação recomenda que, independentemente da tutela dos não docentes ter passado para os municípios, a gestão desses funcionários deve permanecer na “dependência hierárquicas das escolas”. Devem ser exclusivamente os diretores a fazer a avaliação de desempenho, a aprovar o mapa de férias, a manter o poder disciplinar e a decidir ações de formação.

Diretores e organizações sindicais temem, há muito, que as autarquias possam, por exemplo, requisitar e transferir não docentes para outros serviços do município durante as pausas letivas.

RECOMENDAÇÃO

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