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Fev 07 2022
Faculdade de Ciências da U.Porto dinamiza nova edição dos Dias Abertos virtuais
Inscrições abertas até 17 de fevereiro
De 21 a 23 de fevereiro, alunos do Ensino Secundário de todo o país vão poder conhecer e explorar os cursos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) com uma nova edição virtual dos Dias Abertos.
Na edição deste ano, alunos, mas também professores, psicólogos, famílias e encarregados de educação vão poder esclarecer, via chat, dúvidas com estudantes, alumni e docentes dos vários cursos que compõem a oferta formativa do 1º ciclo da FCUP. Poderão ainda explorar conteúdos em stands virtuais de cada curso, assistir a palestras temáticas e conhecer com maior detalhe as saídas profissionais das 15 licenciaturas da FCUP.
Da FCUP, em direto para o país, a iniciativa envolverá também antigos estudantes da faculdade, num momento de troca e partilha de experiências. Para além de uma mesa-redonda virtual com alumni da FCUP, será ainda possível assistir a uma sessão com representantes dos núcleos estudantis da faculdade. Como é estudar na FCUP? É uma das questões que serão abordadas nesta sessão.
À semelhança do que acontece todos os anos, as tunas académicas da FCUP marcarão também presença e vão dar-se a conhecer aos participantes.
A edição deste ano é particularmente destinada aos alunos que frequentam os 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade, bem como a docentes, psicólogos, famílias e encarregados de educação, permitindo aos participantes consultar a informação mesmo depois do evento terminar.
Esta é a segunda vez que os Dias Abertos se realizam de forma virtual, depois de uma primeira edição de sucesso com mais de 1000 participantes de cerca de 200 escolas de todo o país.
As inscrições (limitadas) estão abertas e decorrem até ao dia 17 de fevereiro.
Mais informações aqui.
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Fev 07 2022
Neste artigo de dia 17 de setembro de 2021 elaboramos a lista colorida com os candidatos que reúnem as condições para integrar a norma travão de 2022.
Estes candidatos obtiveram 3 colocações em horário anual e completo e garantidamente estão em condições de ser indicados no apuramento de vagas para a norma travão.
Em caso de dúvidas poderão sempre pedir o apoio da DGAE através do E72.
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Fev 07 2022
Encontra-se disponível até às 18 horas de dia 11 de fevereiro de 2022 (hora de Portugal continental), a aplicação eletrónica Apuramento de Vagas 2022/2023, destinada à recolha de dados para apuramento de necessidades permanentes, através da identificação dos docentes que cumprem o previsto no n.º 2 do artigo 42.º, do Decreto-Lei n.º 132/2012, de 27 de junho, na redação em vigor e no n.º 2 do artigo 16.º do anexo do Decreto-Lei n.º 15/2018, de 7 de março.
Consulte a nota informativa e o manual de utilizador.
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Fev 07 2022
Talvez os leitores não se tenham apercebido, mas o primeiro-ministro António Costa, por vezes, também diz a verdade. Foi o que aconteceu recentemente num dos debates. Quando pressionado pelo seu opositor de que os países da antiga “Cortina de Ferro” produzem mais riqueza do que nós portugueses e fazem crescer mais do que nós o rendimento das famílias, António Costa respondeu que isso acontece porque esses países têm um nível de educação superior ao nosso. É verdade, de facto é o que tenho dito e escrito há anos.
Infelizmente, António Costa não retirou as consequências necessárias dessa realidade durante os últimos seis anos e nada no seu programa eleitoral mostra que compreendeu o desafio. Por exemplo, não é começando a construir o edifício da educação pelo telhado, privilegiando o ensino superior e reduzindo as propinas, em vez de aceitar começar pelos alicerces que são as creches e o pré-escolar. Criando para o efeito edifícios onde as crianças pobres se sintam tão bem como as crianças das melhores famílias nas suas casas, com bons educadores, boa alimentação e o desejado transporte. Porque é essencial que todas as crianças cheguem ao ensino oficial aos seis ou sete anos com iguais níveis de desenvolvimento e não como agora acontece, em que os filhos das famílias mais pobres chegam a essa fase da vida com enormes atrasos no seu desenvolvimento, o que compromete o seu aproveitamento escolar posterior e reduz o seu acesso futuro ao ensino universitário.
Este é o nó górdio do nosso processo de desenvolvimento e a razão de os outros povos nos passarem à frente. As famílias mais pobres e mais ignorantes produzem crianças mais pobres e mais ignorantes do que as famílias com melhores condições económicas, que são geralmente as que tiveram acesso a melhor educação, crianças que vivem em casas onde há livros, aprendem a nadar, por vezes música e fazem desporto. É aqui que o Estado deve intervir, retirando de forma disciplinada as crianças pobres das suas famílias durante grande parte do dia, para as colocar num ambiente físico e educativo de grande qualidade, num meio semelhante ao das famílias ricas, para que quando essas crianças chegarem à juventude não queiram ser pobres.
Presentemente, as crianças das famílias mais pobres não têm livros nas suas casas, não vão à natação e não aprendem música, não vão com os seus pais ao cinema ou para férias e, quando muito, passam o dia em frente à televisão, que os pais das famílias das classes média e alta fazem o possível por evitar. Sendo assim, como pensam os leitores que essas crianças se sentirão quando chegarem ao primeiro ano de escolaridade e forem confrontadas com os seus colegas, com aquilo de que eles falam e com tudo o que eles conhecem?
Repito, esta é a grande medida que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) deveria estar a construir e não está, porque esta é a única medida que pode interromper o ciclo vicioso da pobreza e de ignorância, cuja inexistência faz com que alguns povos permaneçam atrasados em relação aos outros, como acabou por aceitar António Costa. Também porque é um investimento que se faz apenas uma vez, porque depois essas crianças, quando adultos, tomarão boa conta da educação dos seus filhos.
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Fev 07 2022
Disseram-lhes que não, que não os queriam, que não gostavam deles, que não eram suficientemente bons, nem bons quando menos suficientes, que o seu comportamento não era aceitável.
Nem aceitável nem compreensível.
E porque ninguém quis compreendê-los, excluíram-nos, expulsaram-nos, rejeitaram-nos e nada custa mais nesta vida do que ter de deixar tudo para trás porque num segundo deixámos de pertencer.
De pertencer a um lugar, a uma escola, a uma turma, a um professor.
E a marca fica lá, na pele, para sempre. Na pele dos excluídos, os miúdos e as crianças excomungadas da sociedade que todos os dias nos passam pelas mãos.
Quando nos entram pela porta a pergunta invariável encontra sempre a mesma resposta: se pudessem, voltavam atrás.
Se pudessem, faziam tudo ao contrário ou não faziam de todo, pediam desculpa apesar de ainda nada terem feito, teriam ficado em casa o dia inteiro à espera que passe o dia por inteiro que uma falta é melhor que este exílio e do falatório nem se fala.
Se pudessem, não fumavam aquilo que fumaram, a faca saía da mochila de regresso à cozinha, eu voltava para dentro da sala de aula e pianinho, sem insultos, sem ameaças, sem esta fúria nos dentes depois do meu pai e da minha mãe ontem à noite e todos os dias à noite porque a escola é pública e é de todos e isto é que ninguém quer ver ou compreender: o sofrimento que trago nas mãos e este grito mudo por ajuda.
O mesmo grito que não vos sai das bocas fruto da inquisição social mais o soslaio do vizinho, a conversa no café a fazer as vezes da igreja e do senhor prior de tempos que teimam em não passar, ou então somos nós que não passamos.
Porque não podemos. Não conhecemos outra realidade. Estamos presos.
E ainda nos damos ao luxo de dizer que a culpa é das crianças.
A culpa é de quem pensa. A culpa é de quem escreve. A culpa é de quem age. Mas nunca é nossa e minha não é de certeza.
Que mundo teimamos em construir em função dos nossos problemas?
O mundo do “porque somos apenas professores, culpamos os alunos”?
Ou o mundo do “porque somos professores podemos, e vamos, mudar o mundo, senão o nosso então o deles”?
Porque expulsar um aluno não é o mesmo que extrair um dente mas às vezes mais parece.
A vida de uma criança não é descartável, mas às vezes parece.
Às vezes parece que o mais importante é exercer este pequeno poder que nos coube em sorte, ou azar, o teu azar, doa a quem doer e a culpa não é minha nem tua, é de quem é mais fraco e está mais a jeito quando se descarregam as frustrações de uma vida.
Todas as semanas chegam-nos às mãos crianças marcadas pela rejeição. Incapazes de compreender o porquê, vivem numa constante culpabilização entre a vergonha e a agressividade.
Acham que o problema está em si e por norma procuram crescer o mais rapidamente possível como se isso fosse a solução, mas não é a solução, é mais um problema e a perda inevitável da inocência e do sorriso que um dia ali morou.
Porque é difícil falar sobre o passado, compreender o passado.
Porque é difícil acreditar num futuro, uma outra vida e outro universo onde os professores não existam para apontar o dedo mas para guiar e educar.
No fundo, é tudo uma questão de prioridades. Enquanto a prioridade de um governo for a apresentação de resultados de desempenho, colocando as escolas sob pressão, os alunos excluídos continuarão a ser uma realidade e este trauma também.
Por isso voto, por isso escrevo, por isso chego à escola todos os dias às 6 da manhã porque já lá estou há mais de uma década e em mais de uma década já perdi a conta aos alunos e famílias capazes de sorrir outra vez e para quem a escola voltou a ser uma casa, a sua.
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