Um 1/6 dos professores ganha 1980 euros líquidos e mais de metade menos de 1400. 25% pouco passa dos 1300.
É isto que este gráfico quer dizer.
Mais de metade dos professores, da forma que isto está, não vão chegar sequer ao 8º escalão. Hoje estão nele, ou mais que ele, mais de 25% do total.
Isto são factos e merecem que se olhe mais para quem precisa de salário do que para quem quer reforma, antes dos 65.
Já sei que vou ser chamado de bandalho, canalha, inimigo da santa unidade docente, etc mas isto é factual.
É olhar o gráfico e esquecer fantasias de unidade de interesses, que fazem com que os interesses de 16% pareçam mais prioritários do que os de metade.
Em vez da doutrina sindical da unidade metafísica (em que escalão há mais sindicalizados? em que escalões está a maioria dos dirigentes dos principais sindicatos?) expliquem-me porque é que reformar, mais depressa e antes dos restantes portugueses, 16% dos professores cria mais vagas do que dar condições de trabalho a mais de 50%, repondo, por exemplo, as reduções de tempo letivo de que os potenciais reformados ainda beneficiaram? Aos 40 anos, os que estão agora com 60, já tiveram redução de tempo letivo. Os que têm 49 hoje, já chegaram lá?
Será que me chamam tantos nomes, por ser perigoso para o novo projeto de “vender” os interesses profissionais de metade da profissão numa negociação pela reforma anticipada, dizer estas coisas?
Aos 49 anos, no 4º escalão e com horizonte de não passar do 8º, acho que já não tenho de aturar os que ao falar de unidade falam na verdade do seu umbigo. Quem não tem carreira tem de ser solidário ao ponto de ser estúpido e defender reformas antecipadas que vão justificar não subir salários dos que ficam?
Sabem quem são os únicos do gráfico que estão no escalão “certo”? Os do 10º.Os restantes estão todos 2 ou 3 escalões abaixo.
Quem não gosta destas observações faça como dizia a minha mãe: ponha na borda do prato.