“No caso de um professor com deslocações ou desterrado para longe, o rendimento sobejante é miserável (demonstrando o motivo pelo qual dentro de um par de anos quase não haverá professores). É este o incentivo que se quer dar à formação dos jovens? É esta a aposta na qualificação de um povo quando nos dias de hoje a verba do PIB destinada à Educação é quase metade do que a verba de há 15 anos atrás? Nunca seremos um país produtivo enquanto continuarmos a ser incapazes de começar um edifício pelos alicerces.”
A DGE informa que vai realizar-se uma AFCD de 6 horas, intituladaA Europa na escola – Formação para professores, promovida pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, em parceria com a Direção-Geral da Educação, tendo por objetivo promover o conhecimento sobre a União Europeia e capacitar os professores dos diferentes níveis de escolaridade (1.º CEB, 2.º CEB, 3.º CEB, ensino secundário e ensino profissional), para o desenvolvimento de atividades de Educação sobre a União Europeia, envolvendo os alunos nos diversos domínios de Cidadania e Desenvolvimento.
As inscriçõesdecorrerão entre01 e 21 de fevereiro de 2022.
Local: A distância
Critérios de seleção: Ordem de inscrição, desde que sejam docentes da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário em exercício efetivo de funções em agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas da rede pública; das escolas públicas portuguesas no estrangeiro e nas escolas europeias; do ensino particular e cooperativo em exercício de funções em escolas associadas de um CFAE.
O presente ano escolar tornou-se impraticável. As crianças começaram a ir para casa constantemente cumprir isolamento por causa da professora, do auxiliar ou do colega que tinha testado positivo…
Os últimos três anos letivos têm sido um verdadeiro atentado à escola, tal como a conhecíamos. Apesar do incessante esforço das instituições e do corpo docente – que se tem adaptado, acumulado tarefas e superado –, a escola como a conhecíamos, que se levava a sério, certa e exigente, tem vindo a desmoronar-se.
Se há um ano, já com a experiência de 2020 de ensino à distância, foi tão polémico o período em que as escolas voltaram a encerrar – porque veio mais uma vez evidenciar as diferenças entre as instituições, as famílias e lembrar que os meios prometidos não tinham sido disponibilizados – este ano, pelo terceiro ano letivo consecutivo, as diferenças e injustiças já não suscitam qualquer preocupação ou indignação.
O presente ano escolar, a partir de uma certa altura, tornou-se impraticável. As crianças começaram a ir para casa constantemente cumprir isolamento por causa da professora, do auxiliar ou do colega que tinha testado positivo. Algumas instalações já tinham câmaras de filmar de modo a permitir que quem fosse para casa pudesse acompanhar as aulas. Mas outras não. Depois de três semanas de férias e outras tantas de isolamentos, os casos positivos proliferaram e houve escolas com turmas quase vazias. Houve famílias que ficaram mais de um mês em isolamento e muitas crianças e jovens ficaram simplesmente sem aulas, enquanto, na sala, os professores iam tentando lidar com a entrada e saída constante de alunos.
Estranhamente não tinha sido preparado qualquer plano que protegesse os alunos que estavam em casa. Algumas escolas tinham meios físicos e humanos para dar apoio à distância. Outras não. Num dia o aluno está na escola, no outro vai para casa, falta às aulas, aos testes, e depois regressa, como se nada se tivesse passado.
A indiferença e leviandade com que as crianças foram enviadas para casa sem se ter assegurado o acesso geral às aulas ou algum tipo de acompanhamento não só vem acentuar mais uma vez as diferenças entre as escolas, famílias e alunos, como contribuir para descredibilizar o papel da escola. A mensagem que se passa é que faltar não é grave e que em casa se aprende o mesmo. Houve crianças que falharam várias semanas de aulas sem sequer terem estado infetadas. Muitas ficaram em casa vários dias entre conseguirem marcar teste e receberem o seu resultado. Outras por precaução. E imensas em isolamento devido a um caso positivo no agregado.
Se o ensino já suscitava algumas dúvidas, quer pelos meios pouco eficazes quer pelos programas extensos e pouco adequados, o que dizer agora após três anos de escola intermitente e imprevisível, aulas dadas tanto por professores, pais ou em regime autodidata, dúvidas que ficam por tirar, matérias que ficam por aprender e bases que nunca vão existir? Como seguir em frente como se nada fosse? Como ignorar as lacunas e injustiças que se têm imposto? A escola afinal não é importante? Já não é para ser levada a sério? É necessário parar e refletir sobre estes anos e encontrar uma solução que devolva à escola o seu estatuto e pare de prejudicar os alunos.
Projeto-piloto arranca este ano com 200 voluntários. Objetivo é que posteriormente a formação seja ministrada nos centros.
Um projeto-piloto pioneiro de formação socioemocional para professores vai arrancar ainda este ano letivo. A garantia foi dada ao JN por Pedro Cunha, diretor do programa Gulbenkian Conhecimento, que organizou o curso com o apoio do Ministério da Educação e espera, no próximo ano, ter os centros de formação para professores aptos a alargarem as competências a todos os profissionais da educação.
Os dois módulos que compõem o curso estão prontos e só aguardam que seja ultimado o processo de certificação por parte da Universidade do Minho. Logo que esta etapa esteja concluída, arrancará o projeto-piloto que terá a duração de três meses e envolverá 200 voluntários, repartidos por 10 turmas de norte a sul do país.