28 de Fevereiro de 2022 archive

Eu, observador, me confesso – João André Costa

 

Não dou aulas. Se desse aulas, não teria de me preocupar em chegar à escola às 5:40 da manhã para começar às 6 e acabar o dia 12 horas depois, com sorte.
Não dou aulas, mas como professor não tenho nem emprego nem funções sem a ajuda dos meus colegas e amigos e, naturalmente, sem os alunos cuja existência justifica a razão do meu ser, estas palavras e o porquê de me levantar, não, saltar da cama todos os dias.
Sou coordenador de necessidades educativas, traduzido do inglês Special Educational Needs Coordinator, ou SENCo, e trabalho numa escola nos subúrbios de Londres, uma escola para alunos excluídos cuja violência é tantas vezes a única mensagem possível quando faltam as palavras para explicar o que de facto aconteceu e acontece.
O meu papel é fundamentalmente social, procurando perceber o porquê entre a intransigência da escola e as carências por demais evidentes nas famílias que todas as semanas nos batem à porta.
E ao perceber o porquê, partilhar esta informação, esta compreensão, com os meus colegas, individualmente ou em grupo, no sentido de individualizar e diferenciar o ensino.
Basicamente, perceber porque carga de água um aluno insiste em sair da sala de aula de 3 em 3 minutos e de que modo podemos em conjunto encontrar meios e estratégias para promover a aprendizagem desse mesmo aluno.
E porque o aluno tem uma história de vida e o professor a preocupação de ensinar, cabe-me o dever de observar as aulas e, do ponto de vista do observador, procurar estabelecer pontes.
Sem avaliar o professor. Sem ajuizar ou julgar. Antes apoiar. Antes ensinar.
A minha escola não é caso único. Em Inglaterra há muito que a observação de aulas não tem uma componente de avaliação do professor. Ao invés, pretende-se avaliar o nível de aprendizagem dos alunos de modo a partilhar o sucesso, mas também a responsabilidade, por todos.
Para tal, é fundamental reunir com o professor antecipadamente, falar sobre cada aluno, a dois estabelecer um plano, quais os objectivos, que actividades para cada aluno, que recursos usar entre modelos, jogos didácticos, o quadro interactivo, os portáteis, réguas de leitura, o Teaching Assistant para os alunos mais capazes enquanto o professor ajuda quem mais precisa individualmente, a remoção de cadeiras porque é mais fácil para determinado aluno estar em pé, o aumento do tamanho da letra e/ou a redução dos textos devidamente acompanhados de imagens entre tantas outras estratégias sem fim assim como sem fim é a imaginação e a vontade quando a educação e o futuro das crianças estão em causa.
Nunca como agora foram a cooperação, a entreajuda e a empatia tão importantes.
E nunca como agora foi tão irrelevante ajuizar as competências de um professor através de aulas observadas.
Num mundo minado de guerra e sofrimento que tipo de exemplo pretendemos exercer quando se fomentam as hierarquias?
Até prova em contrário, somos todos iguais. As crianças são todas as iguais. E os adultos são as mesmas crianças.

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O Anticristo de Nostrudamus

 

Coisas com que raramente me entretenho, mas que me dão um certo gozo pelas mil e uma interpretações que podem ter, dependendo do dia e do que estiver a acontecer por esse mundo.

Nostradamus define 1999 como o surgimento da terceira besta.

Putin exerceu como primeiro-ministro entre 1999 e 2000. Mas, também, Xi Jinping começou como Governador de Fuquiém de 1999 a 2002.

“Um gémeo será encontrado num monastério, originário do sangue nobre de um monge muito velho. 
Seu ruído será grande por seu partido, sua língua e o poder de sua voz, por isso, pedirão que seja levado ao poder o gémeo sobrevivente.” Esta descrição enquadra em qualquer um dos acima mencionados 
“Os chefes vermelhos terão à sua frente um anticristo tão pervertido que levará todos à guerra.” A menção a “vermelhos” volta a enquadrar os dois lideres acima.
A palavra gémeo poderá ter aqui um significado duplo. Primeiro, igual ou muito parecido, o que pode levar a pensar que em vez de um anticristo poderão existir dois numa primeira fase e apenas sobreviverá o verdadeiro. Ou que um país se unirá a outro na sua demanda trabalhando para um mesmo objetivo.
Há, também, registro sobre uma vidente búlgara, de seu nome Baba Vanga, que previu, pouco antes de sua morte, e referindo-se à III Guerra Mundial, “Rússia não só vai sobreviver, ela vai dominar o mundo.” “Uma sociedade comunista sem classes vai prosperar de mãos dadas com a natureza”.
Os acontecimentos, neste mundo, no próximo mês podem levar a interpretações totalmente diferentes apontando em direções completamente opostas. Isso é que dá gozo e vai mantendo a mente alerta.

 

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Slava Ukraini

 

 

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