Por aqui nO Meu Quintal.
PS:
A Fenprof só acordou agora?
Ou gostam de fazer dos outros parvos?
Primeiro Passo?
Jun 17 2018
A Fenprof só acordou agora?
Ou gostam de fazer dos outros parvos?
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2018/06/interessante-a-coligacao-pro-sindical-replicar-a-da-anti-eutanasia/
Jun 17 2018
Este é mais um parecer jurídico que vem dizer que a nota informativa da DGEstE não tem fundamento legal.
Chamo a especial atenção para o seguinte paragrafo.
Assim, salvo melhor opinião por entendimento diverso, a proceder o procedimento constante do ponto 3 da Nota Informativa em apreço, realizada a reunião do conselho de turma, à terceira convocatória e com o número de membros que estivessem presentes, com a recolha antecipada pelo Diretores de Turma dos elementos referentes à avaliação dos alunos de todos os professores ausentes, no caso, ao abrigo do direito de greve, estaríamos perante um ato administrativo ferido de ilegalidade.
Fica de seguida todo o parecer.
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Jun 17 2018
Primeiros raios de sol; levanto-me – as malditas dores de costas, fruto do acidente em serviço que tive há 18 anos, mais uma vez não me deixam dormir mais. Ouço-a, denunciando a evidência de que também acordou. Não passa uma hora para também ela estar a pé. Não usamos despertador há imensos anos. Acordamos sempre mais cedo do que devíamos. Se devido à ansiedade, às preocupações, à idade, não sei…
Aproveitamos o tempo para alinhavar qualquer coisa para o longo dia de trabalho nas escolas que se avizinha (casa de professores é assim). 7h55 hora de sair de casa, mas (como sempre) alguma coisa me atrasa mais uns minutos e lá vou eu apressado, um beijo o desejo mútuo de um bom dia (na nossa profissão, bem que precisamos) e sinto a sua preocupação nas últimas palavras que me diz antes de o elevador partir “Vai devagar e cuidado na estrada. Não te esqueças que nos tens aqui” (ela, os pequeninos (os gatinhos) e a filhota). Ela sabe tão bem como eu que esta é das poucas profissões em que andamos sempre a ser cronometrados ao minuto, senão temos falta.
Ao longo da viagem escuto no rádio a notícia da greve dos professores, mal comunicada com informação incompleta, incorreta e pejorativa. Dou por mim a falar sozinho a dizer impropérios.
O dia de escola é longo e começa assim que estaciono o carro, quando sou «abalroado» por uma encarregada de educação cujo olhar angustiado pela necessidade de falar comigo quase me faz faltar à aula. Só pude dar-lhe dois dedos de conversa, pois os alunos estão à minha espera.
No intervalo do meio da manhã não consegui comer nem ir à casa de banho. Não houve tempo, aquela mãe ainda me aguardava. O assunto importante que consumia aquele ser, um caso que parecia ainda mais importante do que a cimeira sobre a paz nuclear, nada mais era do que um pequeno desentendimento entre alunas, algo infantil, só estranho por ser atípico para alunas de 12 anos (mais uma evidência de que os alunos estão cada vez mais imaturos e superprotegidos pelos pais-helicóptero que não os deixam crescer, ser autónomos e responsáveis).
Intervalo seguinte – sou chamado a resolver um problema “grave” de agressões entre alunos da minha direção de turma (nada de invulgar nos tempos que correm em que o respeito não abunda, a começar pelo mau exemplo que passa nas televisões com energúmenos a quem é dado tempo de antena para proferir insultos; os miúdos, esses são vítimas, pois só replicam aquilo a que assistem). Uma colega tinha e falar comigo sobre um incidente na aula com a minha direção de turma, mas não havia tempo. O dia é longo, mas o tempo nunca chega para tudo.
E a ida à casa de banho teve de permanecer no topo da agenda dos assuntos a resolver, pois a prioridade era apressar-me até aos alunos que já me esperavam à porta da sala.
Um dos alunos mais incumpridores, do alto da sua autoridade, dispara à queima-roupa: “O professor está atrasado, também deveria levar falta!”
Entrámos e lá tive de explicar à turma que se por algum motivo algum professor chega uns minutos atrasado, é por estar a tratar de assuntos escolares, não está no recreio a brincar (como se não o soubessem). Tive de acrescentar que se o critério fosse o mesmo, todos os dias havia alunos com falta por motivo de atraso.
Minutos depois entra um aluno na sala e vai sentar-se. Pergunto-lhe se é assim que se entra numa sala. Responde-me – “Hã?!”. Questiono-o se é esse o modo de se responder a um professor e a turma diz-lhe “É, diga senhor professor, ou stor”. Peço-lhe que volte a sair e que entre como deve ser, batendo à porta, pedindo permissão para entrar, cumprimentando os presentes e justificando o motivo do seu atraso. Tantas vezes que já repetimos isto, mas é-lhes difícil fazê-lo.
Minutos depois, pergunta-me se pode ir à casa de banho. Logo outros pedem-me o mesmo. Relembro-os que não é permitido durante o período de aula. Alunos na pré-adolescência parecem comportar-se como criancinhas do 1º ano.
Ao longo da aula as interrupções são constantes por falta de respeito mútuo entre os alunos e de dificuldade no cumprimento de regras tão básicas como pedir a palavra levantando o dedo ou não interrompendo colegas ou o professor quando estão a falar. Lá está, se a educação viesse de onde deveria vir – de casa – poupava-se muito tempo durante as aulas com estas constantes interrupções e chamadas de atenção.
No fim da aula saio aflito para ir à casa de banho e sou travado por um assistente operacional que me diz ter uma encarregada de educação ao telefone. Tem impreterivelmente de falar comigo ainda hoje. Como tenho reunião ao fim do dia, vou atendê-la, pois diz não poder faltar ao trabalho com receio de perder o emprego. Então, finalmente, lá consigo chegar à casa de banho.
Almoço junto com o “clube da marmita” e dizemos que ninguém fala de trabalho, mas torna-se impossível, pois daí a pouco ninguém fala de outra coisa a não ser dos problemas dos alunos, dos pais…
Fim da tarde, reunião geral.
No fim, exausto, ia disparado a caminho do carro para me ir embora quando sou interpelado por aquela mãe que havia combinado reunir comigo (já nem me lembrava dela!).
Pouco depois do dever cumprido, chegado ao carro, agradeço a mim mesmo a minha bendita paranoia de deixá-lo sempre direcionado para a estrada e com as rodas já viradas em direção ao meu caminho de regresso para não perder tempo.
A anoitecer cheguei a casa. No estacionamento não estava o carro dela (para quem trabalha longe e sem alternativas de transportes públicos, ter viatura própria é uma necessidade para poder trabalhar; neste caso, duas, com despesas a dobrar). Abri a porta e só os 2 gatinhos me esperavam. Instantes depois chega a esposa com um ar cansado e apressado. Notei logo que, se o meu dia não fora fácil, o dela não devia ter sido melhor. Decidimos fazer um batido de fruta para irmos bebendo enquanto se despachava o trabalho que trouxemos para casa. Entretanto, como é comum em casa de professores, o tema da conversa invariavelmente recaiu sobre a escola, as dúvidas e os problemas dos alunos que, sem darmos por isso, acabámos por levar connosco para casa, como se fosse aquele cheiro de tabaco que não nos larga denunciando que estivemos perto de um fumador.
O atraso dela deveu-se à reunião que tivera na escola e da qual me havia esquecido completamente. Desabafou o caso do dia na escola – fora preciso chamar as autoridades, porque um familiar de um aluno estivera na escola a ameaçar os professores. Costumo ser eu (de longe) o mais falador e na minha escola tinha havido vários incidentes, mas estranhamente mantive-me calado para não a stressar mais porque, tenso como eu estava, certamente não ia ajudar em nada.
Sem nos darmos conta, estamos os dois em frente ao computador a terminar papelada. Os gatinhos miam-nos estranhando o nosso olhar hipnótico na direção daqueles retângulos luminosos. Desvio por um segundo os olhos para a Yuki que me observa com um olhar tristonho e quando volto a olhar para o ecrã tenho uma bola de pelo ronronante a esfregar-se no meu rosto – o Mochi queria festinhas (anos antes, mesmo sem querer, do mesmo modo acabámos por sacrificar um pouco do tempo de qualidade com a nossa filha para estar a tratar de assuntos relativos aos filhos dos outros. Ah, se o tempo pudesse voltar para trás…!).
No ecrã estavam múltiplas janelas abertas e um sfgkljwinnnnnnn no documento… o teclado estava ali para ser pisado… pelo gatinho. “Que se lixe a escola!” foi o grito mudo de rebelião momentânea que nos levou a ir brincar pouco com eles, porque o trabalho escolar parece que nunca acaba.
Hoje estava previsto falarmos pelo Skype com a nossa filha (já adulta), mas já se fazia tarde. No fim de semana não fomos vê-la porque estivemos a corrigir testes e trabalhos, no próximo também não vai dar, porque ambos temos de preparar a interminável papelada das nossas direções de turma e no fim de semana seguinte é a filha que está de serviço. Amanhã falamos com ela, tem de ser… e depois combinamos ir vê-la antes do fim do mês… esperamos nós. São sempre as obrigações da escola a prejudicar a nossa vida. A burocracia esmaga-nos, o trabalho tem de ser feito, e ninguém se interessa como nem sacrificando o quê. É revoltante!
Ainda havia uns detalhes para terminar, mas ficam para o dia seguinte ao amanhecer.
Fomos para a cama e, como sempre, não fomos logo dormir, porque recusamo-nos a admitir sermos escravos do trabalho (como se muitas vezes assim não acabasse por ser). Ligámos o televisor. Estava a dar o noticiário das 23h onde se noticiava a greve dos professores com informação incompleta e errada sobre aquilo que nos mobiliza. A nós tudo nos é exigido e apontado, mas àqueles jornalistas tudo é permitido, desde dizer asneiras a desinformar sem cumprirem a sua função com competência. Desabafámos – “É uma vergonhosa campanha para nos deixar malvistos perante a opinião pública! E fartamo-nos nós de trabalhar para isto…!”
Tentei reconfortá-la aludindo que na minha escola está uma colega com quase a mesma idade que nós, a viver num quarto alugado como se de uma estudante se tratasse, a 200km do marido e dos 2 filhos que deixou para trás, ganhando apenas para pagar as suas despesas. Ambos fizemos de conta que isso nos serviria de consolo, não por ficarmos felizes com a desgraça alheia, mas porque nos estávamos a queixar e havia quem estivesse pior. Engolimos em silêncio o ultraje que esta justificação representava para a nossa dignidade, pois com meio século de idade, ambos professores do quadro de escola, um de nós estar com horário-zero e o outro a trabalhar a 42km de casa com um futuro incerto, era desmotivante.
Depois só me lembro de acordar e me levantar para desligar a televisão. Ela despertou e disse-me para esperar. Estava a passar um debate sobre os professores. Ficámos estupefactos (ou talvez não, por já não ser novidade) pois não havia ali nenhum professor com o direito ao contraditório no painel de comentadores que se revezavam como uma matilha de cães raivosos atacando uma presa indefesa, alternando com insultos e mentiras sobre os docentes – que trabalhavam pouco, tinham muitos privilégios e progrediam na carreira muito mais depressa do que outros trabalhadores. Com 25 anos de carreira, há 13 anos no 3º escalão, a receber menos 10% de vencimento do que nessa altura e somos obrigados a ouvir aquelas barbaridades a invadir-nos a casa?! Então o que sentirão aqueles colegas que com uma idade semelhante ainda são contratados e andam com a casa às costas? Que povo ingrato o nosso!
Desligámos e tentámos dormir. Havia que levantar cedo para um novo dia. Os gatinhos saltaram para a cama e aconchegaram-se a nós e, por momentos, esquecemo-nos que a vida não é nem deve ser só escola.
Antes de adormecer ainda pensei para comigo que nem tudo era mau. Ainda vai havendo o apreço de alunos que gostariam que continuássemos a ser seus professores, uma palavra de consideração de pais que reconhecem o enorme trabalho que fazemos na escola a ajudar e apoiar os seus filhos naquilo que podemos, ou colegas e direções que nos dão aquela palmada nas costas pelo trabalho que realizamos.
Mas já não sou capaz de dizer que gosto da minha profissão como há uns anos atrás. É-me impossível ser politicamente correto e mentir, porque há dias em ser professor se torna extenuante, penoso e invasivo do bem-estar da nossa vida familiar. Os alunos estão muito mais difíceis, indisciplinados e muitos mal-educados, abundam pais ingratos e por vezes até ameaçadores e violentos e a tutela trata-nos abaixo de cão com um ódio visceral.
Mas não me iludo, pois sei que, com mais ou menos trabalho, uns dias melhores, outros piores, É MAIS OU MENOS ASSIM A VIDA DE QUALQUER PROFESSOR… A QUAL NÃO É NOTÍCIA, não abre telejornais nem gera nenhum debate na sociedade, a não ser que sirva de pretexto para falar mal.
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Jun 17 2018
Já Agora, Não Posso Evitar Um Agradecimento Especial… | O Meu Quintal
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Jun 17 2018
Mais de 20 mil pessoas assinaram um projeto de lei que determina a recuperação dos 9 anos, 4 meses e 2 dias de tempo congelado de serviço prestado pelos professores. O número alcançado obriga agora a que a Assembleia da República volte a discutir e a votar esta questão. Em entrevista ao Expresso, Alexandre Henriques, um dos promotores desta Iniciativa Legislativa de Cidadãos, diz que a proposta apresentada pelo Ministério da Educação para contar apenas dois anos e dez meses é “quase insultuosa” e que os professores já não reconhecem Tiago Brandão Rodrigues como ministro da Educação
Tinham três meses para o fazer, conseguiram-no ao fim de dois: mais de 20 mil pessoas já assinaram, numa plataforma digital do Parlamento, a Iniciativa Legislativa de Cidadãos para contagem integral do tempo de serviço dos professores. A fasquia foi atingida sábado à noite e o número de subscritores continua a aumentar. Alexandre Henriques, professor de Educação Física no Agrupamento de Escolas nº3 de Elvas, explica porquê.
(…)
Continua aqui:
Expresso | Tempo de serviço dos professores volta ao Parlamento. “Está na altura de passarem das palavras aos atos e serem coerentes com o que votaram”
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Jun 17 2018
Aos professores não peçam que calem a luta, que fiquem paralisados enquanto o tempo avança e a legislatura se esgota, enquanto o governo toma decisões e aceita decisões que outros tomam e que põem em causa a resolução dos problemas.
Em nome da austeridade, o governo de Sócrates e o de Passos Coelho, e as suas maiorias parlamentares, deixaram de respeitar o tempo de serviço prestado pelos trabalhadores da administração pública que, com outras exigências, é condição necessária para os desenvolvimentos de carreira, de acordo com o que a legislação determina.
Fizeram o trabalho que lhes competia, cumpriram deveres e obrigações, aliás, em condições particularmente adversas, suportaram sobrecargas e a degradação das condições em que desempenham funções, cortes brutais de rendimento. Os governos fizeram como se não tivessem trabalhado… Assim extorquiram milhares de milhões de euros devidos, neste caso, a quem trabalha no âmbito da administração pública; milhares de milhões vazados nos destinatários habituais dos saques, juros e serviço da dívida, banca, PPP, negócios privados em áreas públicas, etc., etc.
O governo de António Costa prolongou o esbulho e tenta agora encontrar forma de, tanto quanto possível, o perpetuar. Há uma sanha indisfarçável em relação aos professores, não por qualquer calunioso privilégio, mas porque, além de serem necessariamente muitos, são trabalhadores com elevadas qualificações e destacada importância social. Para azia de certa gente, isto há de ter alguma tradução na carreira deles.
Os professores reclamam a normalização, de acordo com o que está consagrado na legislação. Tal não se alcança só com o retomar (mitigado) da contagem de tempo, o dito descongelamento. Exigirá que os professores sejam colocados no ponto da carreira em que devem estar, segundo as regras e a estrutura aprovada, diga-se, por governos do PS. Idêntica reclamação mobiliza outros trabalhadores de outras carreiras? É de inteira justiça que lutem!
Importa dizer, ainda, que as razões dos professores não se esgotam na recuperação do tempo de serviço. O governo também não responde à necessidade de medidas que atenuem o vincado desgaste que atinge os docentes, ao imperativo de fazer face ao envelhecimento do corpo docente, o que, combinado com o tema anterior, suporta a exigência de um regime de aposentação adequado, ao problema da precariedade laboral, em relação ao qual o esforço realizado é manifestamente insuficiente.
Justiça e lei
A normalização da carreira é uma aspiração justa. Quem ataca a luta dos professores, dizendo que são privilegiados, alegadamente por a sua carreira ter escalões (muitos, demasiados!) de quatro anos, devia saber que, hoje, os docentes com 18 anos de serviço ainda estão a chegar ao segundo escalão, quando deviam estar no quinto; ou saber que a lei estabelece que, com 27 anos de serviço, um professor devia estar no oitavo mas, afinal, ainda está retido no segundo escalão!
Se os argumentos de justiça não mexem com António Costa, o governo e o seu partido, lembrem-se que o Orçamento do Estado – é da lei que voltamos a falar – estabelece a negociação dos prazos e do modo da recuperação do tempo de serviço nas carreiras do tipo da dos professores; não põe à discussão quanto tempo é para apagar, para fazer de conta que não foi tempo de trabalho.
O governo não quer cumprir a lei, quer perpetuar roubos através da não recuperação do tempo de serviço prestado no longo inverno dos congelamentos.
E se a lei em vigor o determina, existe ainda uma resolução da Assembleia da República que a reforça. Recomenda a contagem de todo o tempo e a correspondente valorização remuneratória. Tentado pelo produto do roubo de tempo de serviço, António Costa desvaloriza a recomendação aprovada, também, com os votos do PS.
Não admira que o governo despreze o compromisso que assinou com as organizações sindicais em novembro, no qual se destacava a recuperação do tempo de serviço. Não admira e não se desculpa!
Intransigência de quem?!
A FENPROF, acompanhada pelas organizações que têm convergido no atual processo de luta, vem insistindo com a necessidade de se encontrarem respostas para os problemas, tem apresentado propostas e procurado abrir caminhos. Não reivindica a devolução dos milhões extorquidos nos últimos largos anos: apenas a (progressiva) normalização da carreira docente.
Aceitou não dificultar a discussão com outro tempo de serviço perdido em revisões da carreira (da responsabilidade de governos do PS), perdas que adensam os prejuízos suportados pelos docentes.
Aceitou que a recuperação não arrancasse já este ano mas sim, moderadamente, no próximo. Admite um faseamento prolongado, de forma a não comprometer a dita sustentabilidade do processo.
Apresentou propostas mas não excluiu a possibilidade de as rever e as alongar ainda mais no tempo. Aceitará, aliás, como base de negociação, se assim for proposto pelo governo, a consideração do tempo de serviço por ele admitido, desde que, naturalmente, a recuperação de apenas 30% do tempo não sirva para o roubo definitivo, o apagão, dos outros 70%! Inflexibilidade de quem? Intransigência de quem?!
Notas finais
Contra a luta dos trabalhadores, mexe sempre outro argumento. Em especial a greve, é um direito fundamental da democracia, tem de ser respeitado; mas, com mil diabos, sempre que acontece é inoportuna e demonstra um egoísmo intolerável por parte de quem foi obrigado a fazê-la.
Repete-se com a greve às avaliações que a FENPROF e outras nove organizações sindicais convocaram a partir de dia 18, num importante e ponderado movimento de convergência para a defesa de legítimos interesses dos professores, bem significativo quando os divisionismos do costume, sempre úteis ao poder e muito ativos quando a luta tem de ser mais forte, já assumiram as habituais posições no campo de batalha.
Agora a inoportunidade e o egoísmo voltam a ser porque estamos no final do ano… Conhecemos a ladaínha… A verdade é que os problemas estão colocados há muito e a estratégia do governo tem sido não lhes dar resposta, deixar o tempo passar, adiar, empatar…
Aos professores não peçam que calem a luta, que fiquem paralisados enquanto o tempo avança e a legislatura se esgota, enquanto o governo toma decisões e aceita decisões que outros tomam e que põem em causa a resolução dos problemas. A paciência tem limites.
O governo há de saber e o partido do governo há de lembrar que tal tipo de comportamento tem custos políticos. A continuar assim, chegarão os custos eleitorais.
A justíssima luta dos professores prossegue com a greve às avaliações convocada pela FENPROF e outras nove organizações sindicais que os representam.
Aqui: Afinal, por que lutam os professores? | AbrilAbril
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Jun 17 2018
Conhecer para preservar! Este é o lema.
Pretende-se com “A Pulga na Orelha” criar nas crianças, através de histórias ilustradas online, o conhecimento e o gosto pela preservação da fauna e da flora autóctones do nosso país, a partir de todos os concelhos do Alentejo.
É impossível preservar sem se saber o que preservar. É neste sentido que surge este projeto, pretendendo-se dar a conhecer de forma lúdica as características, os comportamentos, a alimentação, a reprodução, os habitats, bem como os perigos a que estão sujeitas algumas das espécies mais significativas da nossa fauna e também da nossa flora.
E porquê o Alentejo? Porque se trata simplesmente de um dos últimos refúgios nacionais quase puros de vida selvagem, nos seus habitats e numa quase harmonia perfeita com o homem. Daqui para o resto do país, e deste para o mundo.
Enquanto professores do ensino básico, e ao propor este projeto, procuramos colmatar uma lacuna grave na educação ambiental e na educação para a cidadania, que passa pela quase inexistência de materiais específicos de apoio à exploração pedagógica nas respetivas áreas.
O projeto terá a duração de 20 meses e prevê a elaboração de 18 histórias (1 por mês durante o calendário letivo), cujo início está previsto para novembro de 2018. Com estas, os professores do 1º ciclo do Ensino Básico poderão explorar gratuitamente nas suas aulas a história de cada mês, socorrendo-se de um vídeo publicado no site do projeto onde se conta a história devidamente ilustrada, bem como da publicação (.pdf) imprimível em papel A4 da mesma história, a qual será disponibilizada online.
Para auxiliar a exploração pedagógica das histórias em sala de aula, será sugerida a dramatização da mesma através da construção de personagens na área das expressões. Para o efeito, será escolhida mensalmente uma matéria-prima reutilizável/reciclável e produzir-se-á um documento em formato .pdf de demonstração da construção das referidas personagens de cada história. Com isto, fomentar-se-á a exploração artística e criativa dos alunos, desenvolvendo-se a manipulação de materiais (motricidade fina), enquanto previamente se dará a conhecer o problema ambiental do excesso de resíduos, incentivando-se deste modo à sua reutilização.
No site e Facebook oficiais do projeto, para além de todos os conteúdos (vídeos das histórias, publicações em livro das mesmas (formato pdf imprimível), tutoriais de construção das personagens), serão também divulgadas as imagens/vídeos enviados pelos alunos/turmas intervenientes no projeto, de acordo com a legislação de proteção de dados.
No final do projeto, serão publicadas num só volume (1000 exemplares) todas as histórias na sua totalidade. O mesmo será distribuído pelas turmas/escolas/bibliotecas/ateliers envolvidos no projeto.
Para votar neste projeto de forma a torná-lo realidade, poderão votar gratuitamente por SMS para o nº 3838 com a seguinte mensagem:
OPP(espaço)352(espaço)NÚMERODEIDENTIFICAÇÃOCIVIL
Ex: OPP 352 123456789ZZ1 (para cartões de cidadão)
Ex: OPP 352 123456789 (para bilhetes de identidade)
Ou online em www.opp.gov.pt procurando pelo projeto “A Pulga na Orelha”
Falta apenas dizer que esta é uma candidatura apresentada ao Orçamento Participativo Portugal
A propósito, já votou?
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Jun 17 2018
73% das notas iguais ou superiores a 18 valores nos exames nacionais são de estudantes que frequentam o ensino estatal.
Entre as melhores notas nos exames nacionais conseguidas em 2017, a maioria é obtida por alunos que vieram da escola pública. Entre 4.462 provas que obtiveram uma nota igual ou superior a 18 valores, 73% foram conseguidas por alunos do ensino público.
É ainda de salientar que a maioria dos jovens que fazem os exames nacionais são da escola pública: compõem 73% dos alunos, indica o Jornal de Notícias.
Por outro lado, 91% das notas inferiores a 5 valores conseguidas pelos alunos são de jovens do ensino público.
Apesar de os rankings das melhores escolas estarem dominados por estabelecimentos privados, quando se escolhem apenas as notas mais altas (que superam os 18 valores), a lista dos dez melhores divide-se a meio entre estabelecimentos públicos e privados.
A Matemática é a disciplina que tem mais notas superiores a 18 valores. Também é a que conseguiu 81 das 96 notas máximas atribuídas em 2017 (20 valores).
Os melhores alunos vêm das escolas públicas – Portugal – SÁBADO
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Jun 17 2018
Governo está com receio da adesão à greve às avaliações, que se adivinha ‘muito forte’. Secretário de Estado, João Costa, rumou ontem ao norte para medir pulso junto das escolas e pedir ajuda para conter os ânimos no terreno. Tutela vai enviar novas orientações no início da próxima semana.
Os professores estão «unidos» e «aguerridos» para a greve às avaliações que arranca na próxima segunda-feira, por causa do descongelamento da carreira, dizem os diretores ouvidos pelo SOL, que salientam que «há muitos anos» que não viam os docentes «tão revoltados e descontentes».
É este retrato que, deixando adivinhar uma forte adesão à greve – convocada pela plataforma de dez sindicatos, incluindo a Fenprof e a FNE -, está a preocupar muito o Governo, surpreendido com a adesão à primeira greve às avaliações (que terminou ontem). Estas greves põem em risco este ano letivo e o arranque do próximo.
Ontem, depois do debate no Parlamento, o secretário de Estado da Educação, João Costa, rumou ao norte do país para uma reunião à última hora e informal com diretores de escolas, para medir o pulso e pedir ajuda para acalmar os ânimos no terreno, sabe o SOL.
Nessa reunião, o governante prometeu enviar urgentemente às escolas, no início da próxima semana, uma nova nota onde serão clarificadas e corrigidas as orientações que foram remetidas às escolas esta semana pela Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), apurou o SOL. Decisão que foi tomada depois de vários diretores terem assumido que não iriam acatar as ordens da tutela que lhes chegaram esta semana.
Ainda assim, as novas orientações não deverão travar a «forte adesão» ao protesto que é esperada pelos sindicatos. Sinal dessa tendência foi a adesão à greve convocada pelo recente Sindicato de Todos os Professores (STOP) que ontem terminou. Desde 5 de junho este protesto paralisou centenas de reuniões de avaliação em quase metade (348) do total de 811 agrupamentos de escolas em funcionamento.
Professores organizados em escalas para a greve
A união dos professores em torno do protesto chega à forma como se estão a organizar. «Em quase todas as escolas do país» os professores estão a organizar-se em escalas para definir e distribuir entre diferentes turmas os docentes que fazem greve rotativamente, dizem ao SOL vários diretores. E para que o professor em greve não perca o valor total do dia de salário, os restantes docentes estão a recolher verbas entre si para entregar ao professor que fica em protesto, apurou o SOL junto de docentes de várias escolas de diferentes regiões do país.
Esta estratégia já tinha sido seguida pelos docentes na última greve às avaliações, em 2013, lembra ao SOL Filinto Lima, presidente Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
Mas, agora há mais professores a aderir a este plano. «Raramente vi os professores tão unidos e tão aguerridos à volta de um problema como estão agora», avisa Manuel Pereira, presidente presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).
Também Filinto Lima avisa que os professores «estão mais revoltados que nunca».
Diretores recusam orientações ‘ilegais’ do Ministério
O sentimento de descontentamento e revolta aumentou depois de ter chegado às escolas um conjunto de orientações do Ministério da Educação, através da DGEstE, que são vistas como «ilegais» pelos professores e sindicatos que entregaram esta semana várias queixas contra a tutela no Ministério Público, na Provedoria de Justiça e na Inspeção Geral da Educação.
O Ministério da Educação tentou impor um travão ao número de vezes que uma reunião do Conselho de Turma – onde são aprovadas as notas dos alunos – pode ser adiada e impondo que a remarcação das reuniões tivessem um prazo de 24 horas. A tutela queria ainda que ao fim de dois adiamentos da reunião de Conselhos de Turma, os diretores de turma ou o professor que o substituísse (que podia ser o docente com mais tempo de serviço) recolhesse antecipadamente as notas de cada aluno para que fossem lançadas em pauta sem que, em última instância, as notas fossem aprovadas em reunião.
De acordo com as regras em vigor, basta que um professor falte para que o Conselho de Turma tenha de ser adiado e, de acordo com a lei, as orientações enviadas pela tutela na semana passada só serão aplicadas em casos de falta prolongada. Os sindicatos dizem que a greve não é considerada como falta e classificam as orientações como «ilegais».
Também os diretores – que ficaram em «choque» com as orientações da tutela – avisam em uníssono que não vão acatar as orientações da tutela e que não vão aprovar nenhuma pauta com notas que não tenham sido aprovadas em Conselho de Turma, alertando ainda que as indicações só provocaram «mais confusão e dúvidas».
Todo este cenário dá aos sindicatos «sinais de uma muito forte mobilização» dos professores, que resulta de uma «grande organização das escolas para aderir ao protesto», diz ao SOL o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, que acredita que a adesão à greve «será muito grande» com um número «esmagador» de reuniões de Conselhos de Turma bloqueadas.
O braço de ferro
(…)
Continua aqui: Greve une professores ‘como nunca’
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Jun 17 2018
Professores são uma “bomba relógio” que preocupa Marcelo
Marcelo Rebelo de Sousa está preocupado com as consequências que o braço-de-ferro entre o Governo e os professores pode causar na vida política e económica nacional, especialmente devido à postura de alguns elementos do PSD no âmbito desta temática.
O Expresso relata, na sua edição deste sábado, que o Presidente da República está “apreensivo com as consequências orçamentais e políticas da colagem do PSD às posições de esquerda”.
A polémica em torno da contagem de tempo das carreiras dos professores, que opõe o Governo aos Sindicatos do sector, está a dividir a esquerda, abrindo uma guerra entre o Bloco de Esquerda e o Executivo socialista.
O PCP também está do lado dos professores que exigem, no âmbito da progressão na carreira, a recuperação de nove anos, quatros meses e dois dias de tempo de serviço congelado. Mas o Governo já disse que não tem os 600 milhões de euros necessários para cumprir essa meta.
O Bloco de Esquerda defende que as reivindicações dos professores devem ser cumpridas e várias figuras de liderança do PSD assumiram posições públicas semelhantes, como foi o caso dos vice-presidentes David Justino e Castro Almeida.
“O tempo de carreira dos docentes deve ser respeitado”, disse David Justino em entrevista à Renascença.
“Se o Governo prometeu aos professores contar todo o tempo acho que não há décimas do PIB que valham mais do que a honra e a palavra de um Governo. Se o Governo prometeu deve cumprir”, referiu Castro Almeida em entrevista ao Diário de Notícias.
Estas declarações de figuras do PSD preocupam Marcelo Rebelo de Sousa que “teme que uma aproximação dos sociais-democratas aos argumentos do PCP e do BE leve a uma crise política em torno do Orçamento” de Estado para 2019, como nota o Expresso.
Além disso, o Presidente da República receia que uma eventual cedência do Governo aos professores abra “um precedente jurídico que o obrigue a repor todas as situações semelhantes no futuro”, o que seria economicamente incomportável.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse no Parlamento que “para dançar o tango são precisos dois”, apelando novamente aos Sindicatos para que cedam nas suas reivindicações, de modo a “negociar” uma proposta viável
“Se nestas negociações, ‘como acontece no tango, são precisos dois’, é também preciso que o senhor ministro da Educação não tenha ‘pés de chumbo’ e se deixe de cinismo para que os professores não fiquem parados no mesmo sítio como estiveram durante nove anos, quatro meses e dois dias”, reage em comunicado o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE).
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