A prova de Português nível 1 realizada esta quinta-feira por 499 professores tinha um erro no enunciado. Os candidatos foram informados do problema quase no fim da prova e foi-lhes concedida mais meia hora, pelo que a prova teve 120 e não 90 minutos. Mas terá havido escolas que não tiveram tempo extra. Foi o caso do Liceu Camilo Castelo Branco, em Vila Real.
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) confirmou ao CM o erro mas não pretende anular a prova e garante que o engano será tido em conta aquando da correcção das provas.
Há a dizer que a prova que o IAVE colocou no site não corresponde à que foi apresentada hoje de manhã.
Na primeira pergunta da parte 2 estava omisso o termo 1º Ciclo, tal como demonstrado já neste artigo e nos comentários deixados aqui.
Se o IAVE considera esta a prova real então deve anular a que foi feita hoje de manhã e que se demita o responsável pela incompetência na produção das provas originais.
Depois de tantas considerações já tecidas acerca desta prova absurda, que não cumpre sequer os desígnios para os quais foi criada, espero sinceramente que o próximo governo (ou o Tribunal Constitucional) lhe venha a colocar o seu merecido, e definitivo, FIM.
Pena que o MEC não tenha utilizado o tempo (e os recursos humanos) que disponibilizou em torno desta prova, para a realização de um debate/trabalho profundo acerca de questões verdadeiramente essenciais para a Educação, e com um real impacto na qualidade do ensino e da aprendizagem dos nossos alunos …
Um relato na primeira pessoa à atenção do MEC e dos senhores do IAVE.
Eu não sou o tipo de pessoa que dá parte fraca, sofrida, que desiste, ou que chora. Mas hoje chorei.
Tenho a formação de 1º CEB e não sei bem o que sou, quando sabem a minha formação chamam-me professora. Exigem de mim que me comporte como professora, como exemplo para os outros, mas eu não sei se sou professora. No momento, sei só como me chamo.
Talvez o meu desabafo não seja considerado ou relevante, mas hoje realizei a PACC específica português nível I.
Ao ler a prova, procedimento que recomendo a todos os alunos quando eles estão a realizar qualquer prova ou mesmo um simples exercício, fiquei boquiaberta, consternada e tive de respirar bem fundo para manter a calma e controlar a ansiedade, para poder fazer a prova. Isto porquê? No primeiro item, da parte II, pedia para recorrermos a uma obra do 2ºCEB para explicar e desenvolver a questão. Respirei e voltei a respirar. Depois de me acalmar iniciei e concluí a prova,respondendo a essa questão da melhor maneira que consegui. Antes do tempo previsto para a conclusão da prova fomos avisados que o tempo estipulado e registado no quadro estava errado e que os professores que estavam a realizar a prova de português nível I teriam mais 30 minutos de tolerância e que a prova dos outros docentes a realizar a prova na mesma sala terminava à hora estipulada. Surgiu então a questão sobre se teríamos que esperar até ao fim desses 30 minutos, para sair da sala ou se podíamos sair durante a essa meia hora de tolerância. Depois de trocarem informações foi-nos respondido que poderíamos sair. Pouco tempo depois, já depois do toque para os 10 mn de tolerância para os docentes a realizar outras provas, vem uma docente com um aviso, neste dizia que em relação ao item 1 da parte II os professores do 1º CEB poderiam responder de acordo com uma obra referente ao 1ªCEB.
Como podemos reformular, quando sentimos que todos os limites foram ultrapassados? A indignação de pensar que a prova pode nem ter sido desenhada a pensar nos docentes do 1º CEB desolou-me, a ansiedade ultrapassou todas as barreiras e chorei, sem me conseguir controlar chorei… não sei se desestabilizei os colegas do 1º CEB que prestaram a prova comigo, mas nenhum ficou a corrigir a questão e por isso acredito estarmos todos prejudicados com esta pequena incompetência, este pequeno erro que pode se tornar grande e pesado, no resultado final que dita uma aprovação ou uma exclusão.
Já no dia 10 de Setembro de 2014 elaborei uma lista dos docentes que estavam em condições de estar na 1ª prioridade neste primeiro concurso externo anual de ingresso na carreira.
Nesse estudo já constavam os docentes colocados na RR1 de dia 9 de Setembro e que tinham obtido sempre colocação em horário anual, completo e consecutivo pelas listas da DGAE no mesmo grupo de recrutamento.
Alertei sempre que podiam haver outros docentes a cumprir os requisitos da 1ª prioridade mas que eu nunca os conseguiria detectar.
Nessa altura fiz a distribuição dos docentes por grupo de recrutamento e QZP, hoje faço a comparação com os dados que lancei o ano passado com as vagas abertas neste primeiro concurso externo anual.
A primeira coluna de cada QZP são as vagas abertas pelo MEC (denominada V) e a segunda coluna as minhas previsões (P).
A verde encontram-se assinaladas as vagas que abriram e coincidem com as minhas previsões.
A amarelo as vagas que não trabalhei por ausência de dados.
A vermelho as vagas que previ e foram abertas em menor número pelo MEC (aconteceu em apenas 6 situações).
No QZP 5 acertei em praticamente todas as vagas a abrir com excepção do grupo 910, onde errei por duas.
Das 320 vagas de lugar de QZP e grupo de recrutamento que podia apurar (os grupos 120 e 290 não eram possíveis apurar) acertei em 200 casos.
Os locais que naturalmente mais errei foram os QZP 1 e 7 onde existem a maior parte das escolas TEIP e/ou com Autonomia e que se torna impossível determinar quem tem andado por lá colocado, por ausência de listas públicas de colocações de fácil tratamento.
O documento em pdf com melhor resolução da imagem de baixo encontra-se aqui.
O aviso de abertura é bem claro dizendo quais os docentes impedidos de se candidatarem por terem realizado a permuta. São os docentes que ao abrigo do nº 3 do artigo 46º do Decreto-Lei 83-A/2014 a realizaram. E quem são eles? São os docentes que após publicação das listas de colocações do concurso Interno/Externo de 2013 fizeram essa permuta que é valida por 4 anos. Diz o número 3 desse artigo, A permuta autorizada entre docentes colocados nos concursos interno e externovigora obrigatoriamente pelo período correspondente a quatro anos escolares, sem prejuízo da perda da componente letiva que ocorra no seu período de duração.
Os que realizaram permutas após publicação das listas da Mobilidade Interna não estão abrangidos pela exclusão prevista no aviso de abertura do concurso.
E por fim o reparo à DGAE que ainda não alterou o Manual de Validação que pode estar a induzir em erro os docentes e as escolas.
Onde diz Sim (Valida) devia dizer Sim (Não Valida) e onde diz Não (Não Valida) devia dizer Não (Valida). No entanto dizem-me que na aplicação das escolas essa correcção está feita.
Sindicato diz que prova afetou a atividade do agrupamento.
Apenas três professores realizaram na manhã desta quarta-feira a componente específica da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) na Escola Emídio Navarro, em Almada, mas, segundo os sindicatos, foram convocados cerca de 200 docentes dos quadros para fazer vigilância.