Moon Duo – Shadow of the Sun
Lançado em 03-Março-2015
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Mar 08 2015
Que identifiquei neste post, em especial para o QZP 3.
Pela resposta do MEC ao Correio da Manhã a algumas dúvidas da Fenprof presumo que essas vagas tenham sido abertas para os docentes que entraram no processo de requalificação vindos da Segurança Social e que exerceram 5 contratos anuais, completos e consecutivos neste grupo de recrutamento e assim concorrem na 1ª prioridade.
As questões que a Fenprof coloca encontram-se aqui.
Ficam aqui em destaque essas dúvidas.
– Contendo o anexo I da portaria, vagas para concurso externo ao qual apenas se podem candidatar docentes que reúnem o requisito imposto pelo MEC para efeitos de vinculação, tal implicará ou não ultrapassagem de docentes dos quadros? Que acontecerá às vagas que não forem preenchidas?
– As 1453 vagas deste concurso externo foram calculadas tendo em conta os docentes que prestam serviço nas regiões autónomas? Podem estes docentes candidatar-se ao concurso? Recorda-se que a sua exclusão do concurso externo extraordinário foi declarada inconstitucional
– Contendo o anexo II da portaria, vagas apenas para concurso interno e, portanto, não havendo recuperação de vagas para ingresso nos quadros, que acontecerá às vagas que não forem preenchidas?
– Os docentes com horário-zero são obrigados a candidatarem-se ao concurso interno. Neste momento, quem são estes docentes, uma vez que dos que foram identificados como horários-zero, na última vez em que tal sucedeu, restam apenas oito docentes?
– Também os docentes do MEC colocados no sistema de requalificação são obrigados a concorrer ao concurso interno. Mas quem são estes docentes se ainda não existe uma lista definitiva de requalificação, existindo, apenas, uma lista provisória constituída por 15 professores?
– Em que prioridade deverão concorrer os docentes que pertenciam ao MSESS (Instituto de Reinserção Social) e foram empurrados para a requalificação / mobilidade especial? Como e quem certifica o seu tempo de serviço?
Não percebo a primeira dúvida da Fenprof, porque em lado nenhum diz que as vagas do Concurso Externo Anual se destina apenas aos docentes que reúnem as condições da “norma-travão”, as vagas do Concurso Externo Anual são para todos os docentes que reúnem as condições do artigo 22º do ECD.
Assim, as vagas não preenchidas pelos docentes da 1ª prioridade serão ocupadas pelos docentes da 2ª prioridade.
Também é incompreensível a segunda dúvida da Fenprof porque este concurso externo anual não se rege pelas regras do concurso externo extraordinário de 2013 e 2014 e como tal os docentes das regiões autónomas não podem ser considerados no nº2 do artigo 42º.
À terceira dúvida da Fenprof eu recomendo a leitura do artigo 23º do Decreto-Lei 83-A/2014 que diz:
Mas como as vagas do concurso interno são de QA/QE o que questiono é como se recuperam vagas de QA/QE se o número 5 do artigo 5º diz que “O ingresso na carreira é feito através do preenchimento de vagas nos quadros de zona pedagógica“. Serão as vagas sobrantes de QA/QE não preenchidas no concurso interno transformadas em vagas de QZP?
A quarta e a quinta dúvida são interessantes e não tenho também resposta para ela, mas pelos vistos o MEC irá anunciar quem são esses docentes que estão obrigados a concorrer.
A última dúvida da Fenprof, pela notícia do Correio da Manhã e pelos números que analisei levam-me a crer que esses docentes poderão concorrer em 1ª prioridade e as vagas já terão sido abertas para o concurso externo.
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Mar 08 2015
E pela primeira vez nos últimos 3 anos escapou-me um dia de horários em concurso.
Como só costumo tirar os horários à sexta e à quarta-feira e porque esta quarta-feira foi dia de retificação de vagas e retificação da retificação passou-me ao lado o pormenor de tirar os horários em concurso nas contratações de escola.
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Mar 08 2015
Ou a DGAE indica nominalmente os docentes que reúnem as condições para concorrer à 1ª prioridade ou vão existir imensos problemas com a validação das candidaturas.
Isto porque:
Para se ter uma breve noção do 1º ponto que me refiro deixo neste artigo as vagas abertas para o concurso externo e os docentes QZP que estavam sem colocação na Contratação Inicial de 2014/2015 para perceberem melhor a impossibilidade de terem sido abertos lugares de QZP nesses grupos de recrutamento.
Lembro que os docentes QZP são obrigatoriamente candidatos a todas as escolas do seu QZP, mesmo que não indiquem preferências por essas escolas e a abertura de lugar de QZP, de acordo com o nº. 11 do artigo 42, do Decreto-Lei 83-A/2014, se situa no último agrupamento ou escola não agrupada em que o docente lecionou.
Pelos números apresentados garanto que seria impossível que:
Resta saber se estes números são apenas os indicados pelas escolas e nesse caso podem ter sido cometidos erros, ou se a DGAE fez a retificação aos dados pedidos pelas escolas com o cruzamento dos pedidos com a sua base de dados (para ser franco duvido que a DGAE tenha essa base de dados).
Acredito que este assunto das prioridades ainda vá dar muito que falar.
Recordo que quando vi estas vagas ao concurso externo as considerei acima das minhas expectativas e quando muito havia cerca de 1000 docentes a abrir lugar de QZP (461 identificados e quase outros tantos não identificáveis).
Veremos depois como ficará a lista de ordenação provisória. Mas como não costumo falhar muito nos números, presumo que vão surgir imensos problemas por aqui.
Acrescentei neste artigo os docentes QZP que estavam por colocar até à Reserva de Recrutamento 4 por grupo de recrutamento e por QZP, porque como muito bem referiram em comentário a este artigo poderia algum docente contratado ter sido colocado após a RR1, quando já não existisse algum docente QZP que estivesse por colocar e que o contrato tivesse retroagido ao dia 1 de Setembro.
Se olhar apenas para as não colocações de docentes QZP na RR4 e para as vagas do concurso externo apenas verifico a seguinte estranheza na abertura de vagas nos seguintes grupos de recrutamento:
QZP1: Grupo 240
QZP3: Grupo 100
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Mar 08 2015
O impacto do crânio no chão é um som seco e fundo. Mas é um som abafado pela perda de consciência. A pancada incisiva e certeira deixa-me sem acordo e perco os sentidos algumas vezes. Outras deixo-me ficar de olhos fechados e finjo-me já ausente.
Nem sempre mitigo a sua fúria que só termina quando fico absolutamente imóvel. Quando perco os sentidos, a primeira coisa que sinto, ao acordar, é o cheiro a mim própria. Às minhas fezes e à urina em que jazo, depois, a pouco e pouco, sinto o sabor quente do sangue que me escorre dos lábios, do rosto, até abrir os olhos de vez e ver o tecto ou o canto de um móvel, ou o chão.
Não há limite para a sua fúria. Eu sou toda a sua fúria e ele é toda a minha culpa. Assim que consigo, levanto-me e recomponho-me sem me olhar ao espelho. Fico quieta largos minutos, a testar a força da gravidade. Depois, sim, revejo o baque surdo, a pancada dilacerante e apercebo-me que a dormência abandonou o meu corpo e o meu corpo é todo dor. Volto a ser a Messalina, a puta com quem ele casou e que o trai sempre que vira as costas.
Os nós dos dedos estão rígidos e as mãos inchadas. Não as consigo quase dobrar. Na casa-de-banho dispo-me e abandono-me na água corrente que escoa o meu tempo.
Não tardará a voltar, não tardará a voltar, tenho de arrumar tudo, tudo, tudo como se nada se passassse, não tardarei a ouvir a porta, o trinco a abrir, os seus passos atormentadores, não tardará muito, não tardará mesmo, mesmo nada.
Enxugo as lágrimas com os pulsos hirtos. Apresso-me e olho, finalmente. Não me acertou na cara. Não me acertou na cara. A cara ainda é a minha. O corte do lábio fi-lo eu, recordo, ao morder com força no momento do impacto. As mãos, as minhas mãos foram, ainda, por breves momentos, a concha. Não tardará muito estará de volta, regressará, como sempre, seus passos largos no corredor, suas mãos mortíferas em minhas ancas, não tardará muito, varro os cacos, lavo o chão, ponho a mesa para o jantar outra vez, não tardará muito, desta vez, dir-me-á que a comida estava fria, não proferirei palavra e a comida esfriará ainda mais, pedir-lhe-ei desculpa e erguer-me-ei para a aquecer de novo, à temperatura ideal, mas é tarde, é demasiado tarde e ele já coze em banho maria quando começam as imprecações, depois os gritos, as ofensas e o ódio todo a sair-lhe escarrado na minha face, no meu corpo, até me sorver os músculos faciais e eu saber que já não há retorno e que é já a seguir que como.
Depois mais nada. O baque, o impacto, a queda, às vezes, até os pontapés ou os murros. Ou todos juntos.
Deixa-te estar, deixa-te estar quieta, quietinha, quietinha. Até que passe, até que não tarda está de volta, regressa a ti no perdão de te saber culpada, quietinha, chiu, não te mexas nem um centímetro e morde a dor enquanto pedes que te perdoe, morde a dor toda em silêncio. A dor tão funda como o amor que antes era o nosso.
“Desculpa”, dir-me-ás e logo, logo, eu sei. Amanhã é outro dia.
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