… se for usada com conta, peso e medida e como último recurso apenas.
Mas quando se compreende o risco de uma medida desta natureza já é um bom sinal.
O assunto foi já discutido na última reunião de câmara. E, nesse momento, o presidente da Câmara de Gaia assumiu que a opção comporta um risco de hiperescolarização da vida das crianças. Mas, contabilizados os prós e os contras, a autarquia entendeu que é preferível prolongar, com actividades diversas, a permanência dos alunos nas escolas, respondendo assim às necessidades dos pais que não têm onde os deixar. “É preferível que estejam nas escolas, em actividades lúdicas com outras crianças, do que em casa dos avós, muitas vezes sozinhos, a passar o tempo no Facebook”, comentou o autarca.
10 comentários
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É demasiado tempo numa escola…
À primeira vista somos levados a aceitar a solução, ou estes argumentos, do tipo: “Mais vale ter saúde…”. O problema não está em os alunos, ou as crianças, permanecerem na escola muito tmp, mas porque têm de o fazer. E isso tem que ver não (apenas) com a organização da escola, mas com a organização da economia – reduz-se a escola a um “depósito” de crianças, enquanto os pais trabalham 9 ou 10horas por dia com + 1 ou 2 de transporte – o empregador agradece.
É uma medida que apenas deveria ser autorizada às crianças cujos pais comprovassem que, devido à situação laboral, nenhum dos dois poderia tomar conta dos miúdos. Tendo em conta a situação do país, parece-me que é difícil estarem os dois progenitores a trabalhar durante tanto tempo! Acho que as medidas tomadas no sentido de alargamento do horário têm sido aproveitadas pelos pais que não estão para “aturar” as crianças. Sendo um dever dos pais o acompanhamento dos filhos, deveriam estar com eles sempre que não estão a trabalhar e não “despejar” os miúdos nos ATL´s e companhias. Qualquer dia, se lhes dessem oportunidade, até os deixavam nas instituições.
Lamento que este autarca tenha uma visão das coisas tão limitada!!! Possivelmente fala com base na alternativa possível que tem para os seus filhos ou netos! Embora existam cada vez mais crianças a precisar de estar na escola, devemos ter presente que as Câmaras colocam pessoas sem formação adequada para estar com as crianças, por vezes não oferecem espaços nem materiais adequados às crianças. Presenciei uma situação destas este ano na escola onde estive!!!! A funcionária, que acompanhava crianças de pré-escolar, passava o tempo TODO com as crianças sentadas numa mesa do refeitório a fazer atividades sempre sentadas! A senhora passava o tempo com um bloco a escrever… O material didático e lúdico era escasso. Nem com o tempo bom vinham para o recreio, pois sozinha não conseguia assegurar a supervisão das crianças!
Como o Arlindo diz e bem, deverá ser o último recurso, e muito bem utilizado. Este Sr. autarca não pode generalizar. Embora cada vez menos, ainda há famílias com alternativas melhores e instituições com ATLs a funcionar muito bem!!! Dêem mais apoio a quem sabe o que faz como é o caso de muitas IPSS, Santas Casas da Misericórdia com ATL a funcionar há tanto tempo!!!
Atenção: a maioria das crianças não necessita de estar lá durante aquele tempo todo. Umas precisam mais de manhã, outras mais de tarde. Claro que depende do bom senso dos pais…
Isto, de facto, não devia ter que acontecer… que sociedade é esta em que as crianças têm que ficar entregues/depositadas às/nas escolas durante 12 horas? Mas nós próprios, professores, contribuímos para isso. quantas e quantas vezes entramos nós na escola à 8:30 e saímos à 20:00 ou até mais tarde devido a reuniões estéreis em que o principal objetivo parece ser elaborar atas com, pelos menos, 8 páginas??? E os nossos filhos ou estão também na reunião a aborrecerem-se ou estão na creche/escola e nós aflitos porque está quase a fechar ou estão aos cuidados de um vizinho bondoso que lá se disponibiliza pela n-ésima vez para ficar com a criança… Por que é que temos que reunir sempre em pós-laboral? Até por aqui se vê como a preparação das aulas está subvalorizada… Já se sabe como é: Chegamos a casa, orientamos os banhos das crianças, o jantar, tarefas domésticas (cá em casa somos os dois professores, eu e a minha mulher), brincar um pouco, xixi, dentes, cama…ufff!!! e agora??? Preparar aulas, corrigir testes, responder aos e-mails que vão pingando… depois tentar dormir (pouco, que o estado da economia não permite que calões de 38 anos, funcionários do estado, durmam!!!) para daqui a pouco levantar, acordar as crianças ensonadas, preparar tudo, deixá-las na escola (uma hora antes do início das atividades letivas), fazermo-nos à estrada, chegar à escola, enfrentar uma turma de 30 arruaceiros, criar condições para que desenvolvam “aprendizagens significativas”, aturar coordenadores de departamento desequilibrados, fazer relatórios, organizar “feiras e romarias”… ai ai ai que são 18:00 e ainda não fui buscar os miúdos… e não tenho nada para fazer de jantar, ainda vou passar no supermercado e… POFFFF!!! Explodi!…
Ora aqui temos a institucionalização das crianças e jovens!!
Os idosos no Lar e as crianças nas escolas a tempo inteiro (quase). Entretanto os pais perdem a vida a ganhar a vida… (talvez percam mais do que o q ganham)! Sociedade exemplar…
Num pais evoluído, libertar-se-iam os pais mais cedo dos trabalhos. Mas continuamos com a mentalidade que trabalhar mais horas significa produzir mais..o que é totalmente falso…No meu caso se ficar a dar aulas numa escola a 45 minutos de distância isso significa que para estar na escola ás 8h terei de deixá-la ás 7h, se acabar as aulas ás 17h só a irei buscar ás 18h…foi quase o tempo todo. isso para não falar que quando se tem reuniões ás 18h…tenho de fazer a viagem muitas vezes para ir buscá-la e levá-la comigo o que significa fazer a deslocação nesse dia 4 vezes. Quando o tempo não chega tenho de meter falta… Depois falam da natalidade…só quem tem filhos é que sabe….
Como se os avós fossem uma péssima companhia, estes senhores de nada sabem sobre a excessiva permanência em horas numa escola em idades tão tenras, tensões acumuladas , crianças ansiosas, curto período de concentração e consequente desinteresse escolar. É o que eu digo ainda vai chegar o dia em que a escola irá servir jantar
Pois… é muito tempo na escola, mas na atualidade quando os pais trabalham, não têm alternativa. Custa-me ler comentários que criticam os pais. Penso que nenhum pai o faz por não querer cuidar dos filhos. Infelizmente é assim mesmo. Esta autarquia sabe dessa realidade e arranja alternativa. Este período é assegurado por profs licenciados. Pelo menos estão a fazer os TPC e a brincar com outros colegas e não plantados à frente da televisão. Do mal o menos.